• Nenhum resultado encontrado

3 ALTERNATIVAS DE CONTROLE QUÍMICO PARA CAPIM-AMARGOSO (Digitaria

4.3 Resultados e Discussão

As figuras 4.1, 4.2, 4.3 e 4.4 mostram os resultados obtidos com as avaliações do ensaio de curva de crescimento para os biótipos resistente e suscetível ao herbicida glyphosate da planta daninha capim-amargoso (Digitaria insularis), enquanto as tabelas 4.1, 4.2, 4.3 e 4.4 mostram os parâmetros do modelo logístico e coeficiente de determinação para os biótipos resistentes e suscetíveis quanto as variáveis estudadas.

Figura 4.1 - Área foliar em cm2 dos biótipos resistente (RES) e suscetível (SUS) de capim-amargoso (Digitaria insularis) avaliado aos 20, 27, 34, 41, 48, 55, 62 e 69 dias após a emergência das plântulas (DAE)

Figura 4.2 - Massa seca da parte aérea em gramas (g.), dos biótipos resistente (RES) e suscetível (SUS) de capim-amargoso (Digitaria insularis) avaliado aos 20, 27, 34, 41, 48, 55, 62 e 69 dias após a emergência das plântulas (DAE)

Figura 4.3 - Massa seca das raízes em gramas (g.), dos biótipos resistente (RES) e suscetível (SUS) de capim-amargoso (Digitaria insularis) avaliado aos 20, 27, 34, 41, 48, 55, 62 e 69 dias após a emergência das plântulas (DAE)

Figura 4.4 - Massa seca total em gramas (g.), dos biótipos resistente (RES) e suscetível (SUS) de capim-amargoso (Digitaria insularis) avaliado aos 20, 27, 34, 41, 48, 55, 62 e 69 dias após a emergência das plântulas (DAE)

Tabela 4.1 - Parâmetros do modelo logístico e coeficiente de determinação para os biótipos resistente e suscetível de capim-amargoso, para área foliar

Equation: Peak; Gaussian, 3 Parameter

Biótipo R Rsqr Adj Rsqr Standard Error of Estimate

Matão-SP 1 1 1 0

Piracicaba-SP 0,9632 0,9278 0,9038 249,9195

Parâmetros Coeficiente Std. Error t P VIF

Matão-SP a 2177,4881 - - - - b 13,8565 - - - - x0 47,9736 - - - - Piracicaba-SP a 2025,8116 159,7243 12,6832 <0,0001 1,5937 b 22,4613 4,9132 4,5716 0,0038 6,1168< x0 64,8192 6,1784 10,4913 <0,0001 7,0664<

Tabela 4.2 - Parâmetros do modelo logístico e coeficiente de determinação para os biótipos resistente e suscetível de capim-amargoso, para massa seca da parte aérea

Equation: Sigmoidal; Logistic, 3 Parameter Biótipo R Rsqr Adj Rsqr Standard Error of Estimate Matão-SP 0,9712 0,9433 0,9244 2,1856 Piracicaba- SP 0,981 0,9623 0,9497 2,8748 Parâmetro s Coeficient e Std. Error t P VIF Matão-SP a 19,8866 2,7144 7,3263 0,0003 5,8568< b -4,6396 1,7541 -2,645 0,0383 2,819 x0 36,1154 3,5529 10,165 <0,000 1 3,2633 Piracicaba- SP a 55,9483 32,2971 1,7323 0,1339 103,7045 < b -4,6373 1,774 -2,6141 0,0399 8,3566< x0 62,3657 16,3366 3,8175 0,0088 121,7279 <

Tabela 4.3 - Parâmetros do modelo logístico e coeficiente de determinação para os biótipos resistente e suscetível de capim-amargoso, para massa seca das raízes

Equation: Sigmoidal; Logistic, 3 Parameter

Biótipo R Rsqr Adj Rsqr Standard Error of Estimate

Matão-SP 0,9422 0,8878 0,8504 1,3192

Piracicaba-SP 0,9694 0,9397 0,9196 0,8012

Parâmetros Coeficiente Std. Error t P VIF

Matão-SP a 6,7085 0,666 10,0734 <0,0001 1,2276 b -25,615 20,5355 -1,2474 0,2587 1,1184 x0 37,5765 2,8245 13,3038 <0,0001 1,1569 Piracicaba-SP a 9,7264 4,2423 2,2927 0,0617 48,8848< b -3,3222 1,4832 -2,2399 0,0664 5,9835< x0 49,9132 15,2824 3,266 0,0171 45,4123<

Tabela 4.4 - Parâmetros do modelo logístico e coeficiente de determinação para os biótipos resistente e suscetível de capim-amargoso, para massa seca total da planta

Equation: Sigmoidal; Logistic, 3 Parameter

Biótipo R Rsqr Adj Rsqr Standard Error of Estimate

Matão-SP 0,9714 0,9437 0,9249 3,1096

Piracicaba-SP 0,9858 0,9719 0,9625 3,0422

Parâmetros Coeficiente Std. Error t P VIF

Matão-SP a 30,5485 5,7969 5,2698 0,0019 10,8408< b -4,1274 1,6017 -2,5768 0,0419 3,7151 x0 39,5913 5,2387 7,5575 0,0003 6,6018< Piracicaba-SP a 97,4325 90,3849 1,078 0,3225 382,0846< b -3,5594 1,2399 -2,8708 0,0284 23,7140< x0 73,7659 34,7022 2,1257 0,0777 530,7385<

Nota-se através dos resultados obtidos nas tabelas 4.1, 4.2, 4.3 e 4.4 e nas figuras 4.1, 4.2, 4.3 e 4.4 que o biótipo resistente de Digitaria insularis apresentou menor acúmulo de matéria seca nas folhas do que o biótipo suscetível o que gerou um consequente menor acúmulo de massa seca total. Todavia o biótipo resistente teve um desenvolvimento mais rápido até o florescimento. Levando-se em consideração o fato

de que uma planta em desenvolvimento mais acelerado tem desenvolvimento de tecidos meristemáticos secundários mais rapidamente, infere-se sobre o fato de que a translocação de herbicida fica dificultada mais rapidamente (OLIVEIRA JR.; INOUE, 2011). Para Rodrigues e Almeida (2011), a dose recomendada para o controle da planta daninha D. insularis pelos herbicidas registrados compostos pelo ingrediente ativo glyphosate (N-(phosphonomethyl) glycine) gira em torno de 720 a 1080 g e.a ha-1. Obviamente uma planta em desenvolvimento mais rápido requer adequação de dose mais freqüente. Como a freqüência do biótipo suscetível incialmente é menor, a recomendação do glyphosate é baseada no estádio do suscetível, que predomina na área, podendo favorecer o escape do resistente.

Resultados similares foram obtidos por VARGAS et al. (2005) em biótipos de

Lolium multiflorum resistentes e suscetíveis ao herbicida glyphosate no Rio Grande do

Sul, os quais constataram menor capacidade de acúmulo de massa seca e produção de sementes no biótipo resistente, o que equivale a outra estratégia para predominio na infestação da area. No entanto, em outro trabalho, em que foi estudada a espécie

Eleusine indica, foi constatada adaptabilidade ecológica semelhante entre os biótipos

resistente e suscetível ao glyphosate (ISMAIL et al., 2002). Também quando a resistência de plantas daninhas aos herbicidas inibidores da ACCase e ALS é identificada, não são verificadas diferenças entre o crescimento dos diferentes biótipos (CHRISTOFFOLETI et al., 1997; CHRISTOFFOLETI, 2001; LÓPEZ-OVEJERO et al., 2007). O mecanismo de resistência de plantas daninhas aos inibidores da ACCase e ALS está correlacionado com a alteração na enzima alvo, cuja mutação causa insensibilidade aos herbicidas, sem gerar desvantagens para o crescimento na ausência de pressão de seleção (SATHASIVAN et al., 1990; DEVINE, 1997).

No presente experimento os resultados referentes ao acúmulo de matéria seca da parte aérea da espécie sugerem uma redução no acumulo de massa seca do biótipo resistente, provavelmente correlacionado a um dos mecanismos de resistência ao glyphosate que para a D. insularis é a reduzida translocação do produto (CARVALHO, 2011), bem como a uma maior adaptabilidade para geração de sementes e consequente predomínio do banco de sementes, em relação ao biótipo suscetível.

Moreira et al. (2010) encontrou desenvolvimento mais lento e redução no crescimento dos biótipos de buva (Conyza spp.), gerando clara redução no poder competitivo dos biótipos resistentes ao glyphosate quando comparados aos biótipos suscetíveis. Esta observação possivelmente torna-se desnecessária no raciocínio de predomínio do biótipo resistente na área, uma vez que para buva (Conyza spp.), as dose de controle do biótipo suscetível é bem menor que aquela já citada para capim- amargoso (RODRIGUES; ALMEIDA, 2011). Dessa forma, a pressão de seleção do glyphosate sobre as populações de buva (Conyza spp.) e D. insularis é maior para primeira espécie, justificando o surgimento mais rápido da resitência da buva ao glyphosate, em relação ao capim-amargoso.

Apesar do crescimento da parte aérea ter sido menor para o biótipo resistente de

D. insularis, não houve diferença quanto ao desenvolvimento das raízes. Tal

observação infere que a possibilidade de rebrote do biótipo resistente é semelhante a do biótipo resistente. Em pomares cítricos, o uso da roçadeira ecologia é muito comum (MATHEIS, 2004), sendo este controle mecânico muito utilizado para eliminação de touceiras de plantas daninhas como capim-colonião (P. maximum), capim-pé-de-galinha (E. indica) e o próprio capim-amargoso (D. insularis) (CARVALHO; VARGAS, 2008). Esta opção de manejo não favorece nenhum dos dois biótipos quanto ao potencial para rebrote.

Em função da produção de matéria seca da parte aérea menor para o biótipo resistente, associado a um desenvolvimento mais rápido, não é possível afirmar que a competição entre os biótipos de capim-amargoso (D. insularis) estudados possuam maior poder competitivo de um sobre o outro, ainda que os comentarios acima indiquem certos aspectos positivos do desenvolvimento do biótipo resistente, dentro do sistema de cultivo de culturas perenes, como as lavouras citricolas.

Documentos relacionados