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De cunho qualitativo, a pesquisa analisa a motivação e viabilidade do uso de animações interativas, construídas por meio do motion graphics, que auxiliem no processo de ensino e aprendizagem quanto aos conteúdos de Química. Como já dito na metodologia, os dados foram obtidos mediante aplicação de questionário e, a primeira parte, teve intuito de averiguar a realidade em que se encontra os alunos e alunas que participaram da pesquisa.

No que diz respeito ao número de participantes na presente pesquisa, houve a participação de treze discentes dos quarenta que haviam previamente confirmado presença para a aula na qual foi explorada com intuito de obtenção dos dados. Atribuo, primeiramente, a desistência destes estudantes devido a atividades do lar, atividades remuneradas exercidas extra turno, em detrimento das condições financeiras da família. Bastante presente nos dias de hoje, Avila, Avila e Aguinsky (2005) relatam sobre essa questão o trabalho infanto-juvenil tem origem na Revolução Industrial, momento histórico e de grande demanda por mão-de-obra.

“Destarte, o trabalho infanto-juvenil, decorrente de um processo histórico, econômico e social, está diretamente relacionado, dentre outros fatores, à pobreza. A precarização do trabalho, o desemprego, os salários insuficientes são determinantes que impulsionam à entrada precoce de crianças e

adolescentes no mercado de trabalho, pois os pais no intuito de aumentar a renda acabam por sujeitar os filhos a tal atividade”.

(Líselen Avila; Evelisen Avila e; Beatris Aguinsky, 2005, p. 5)

Além disso, temos a questão alvo do trabalho, a motivação. Muitos dos jovens de hoje não têm muito estimulo para estudarem. Recorrente ao fato da descontextualização do Ensino, bem como, a prática tradicional de lecionar. Tal metodologia, no campo da Química, resulta, muitas das vezes, apenas no processo de “memorização de informações, fórmulas e conhecimentos que limitam o

aprendizado dos alunos” (SANTOS, SILVA, et al., 2013). Desse modo, acredito que

muitos dos estudantes não compareceram à aula devido ao desestímulo e ao conteúdo a ser abordado.

Abaixo, temos uma tabela com dados obtidos em pesquisa referentes às questões objetivas do questionário, o qual se encontra em anexo dessa monografia.

Questões

objetivas/Aluno(a) Q1 Q2 Q3 Q4 Aluno 01 Sim Pessoal Sim Sim, com acesso Aluno 02 Sim Familiar Sim Sim, com acesso Aluno 03 Sim Familiar Sim Sim, com acesso Aluno 04 Sim Familiar Sim Sim, com acesso Aluno 05 Sim Pessoal Sim Sim, sem acesso Aluno 06 Sim Familiar Não Sim, sem acesso Aluno 07 Sim Pessoal Sim Não Aluno 08 Sim Pessoal Sim Sim, com acesso Aluno 09 Sim Familiar Não Não Aluno 10 Sim Familiar Sim Sim, com acesso Aluno 11 Sim Pessoal Sim Sim, com acesso Aluno 12 Sim Pessoal Sim Não Aluno 13 Não - - Não

Tabela 1: Relativa à realidade dos alunos e alunas quanto a presença do computador e smartphones no ambiente doméstico.

Ao analisar-se a tabela quanto à presença do computador no ambiente doméstico dos treze discentes participantes da pesquisa, apenas um não possui computador e/ou notebook em seu lar. Além disso, dos doze que responderam possuir computador e/ou notebook em casa, seis responderam que tal é de uso pessoal o que nos remete que os demais participantes possuem computador cujo uso é de toda família. Temos também que dez possuem acesso à internet ao passo que apenas dois não possuem. Em relação ao cenário nacional, o Brasil já possui 136 milhões de

computadores em uso1 e, associado a isso, o acesso à internet no país também tem

aumentado. Pesquisa aponta que acesso à internet alcança o valor de 49,4% da população, valor obtido através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)2. Esse dado, de acordo com a PNAD, refere-se a indivíduos acima de 10 anos

e que tenham acessado a internet num período de até 90 dias antecessores ao da pesquisa. Todavia, tal acesso, não está ligado apenas via computador/notebook, como relata pesquisa, também foi contabilizado o acesso via aparelhos móveis. Diante desse fato, foi averiguado quantos dos discentes presentes na pesquisa possuem smartphones.

Sendo assim, referente a possuir smartphone, sete dos estudantes que fizeram parte da pesquisa além de possuírem esse aparelho acessa a internet pelo mesmo. Há dois estudantes que têm o aparelho, mas não acessam a internet pelo mesmo e quatro não possuem smartphone. Hoje o número de smartphones é maior que o de computadores, visto em pesquisa3. Esses dados são oriundos de levantamentos feitos

pela Faculdade Getúlio Vargas. Com isso, é nítido a preocupação em se estudar e pesquisar o uso das TIC no ambiente escolar, recorrente ao fato de que esses aparelhos estão cada vez mais presentes em sala de aula. O(A) professor(a) deve estar se atualizando a todo instante com essas novas metodologias com intuito de trazer novidades para a sala de aula. Adicional a isso, poder contextualizar com maior fluidez os conteúdos de Química.

Já, a respeito do tema da pesquisa e para conhecimento do pesquisador sobre a quantidade de vezes que os alunos e as alunas já usufruíram da sala de informática da Escola com alguma finalidade acadêmica. Para isso, estão demonstrados os dados tabelados das questões 5 e 6 do questionário logo abaixo.

Questões

objetivas/Aluno(a) Q5 Q7

Aluno 1 Não Sim

Aluno 2 Não Sim

Aluno 3 Não Sim

Aluno 4 Não Sim

Aluno 5 Não Sim

Aluno 6 Não Não

Aluno 7 Não Sim

Aluno 8 Não Sim

1 Pesquisa feita pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas

divulgada no site BRASIL POST no dia 24-04-2014, associado à revista Abril.

2 Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgada no site da Empresa Brasil

de Comunicação na data de 29-04-2015.

3 Notícia do site INFO online na data de 17-04-2015, do Grupo Abril®.

Aluno 9 Não Sim

Aluno 10 Não Sim

Aluno 11 Não Sim

Aluno 12 Não Sim

Aluno 13 Não Sim

Tabela 2: Relativa ao tema da pesquisa e o uso da sala de informática.

Tratando agora sobre o tema da pesquisa, foi solicitado aos estudantes relatarem se já ouviram o termo motion graphics e, em unanimidade, como visto na tabela acima, responderam que não, era a primeira vez. Algo interessante aos olhos do pesquisador. Vivenciamos em uma era que a computação gráfica é bastante presente em nosso dia-a-dia seja na criação de anúncios animados, propagandas televisivas, filmes animados e outros e mesmo assim os estudantes relatam que era a primeira vez que ouviam o termo mencionado anteriormente. E, portanto, não houve respostas para a sexta questão do questionário a qual seria respondida no intuito de saber em que situação os estudantes haviam escutado o termo.

Quanto ao uso da sala de informática da Escola, percebemos que quase todos já haviam utilizado o espaço para fins didáticos. Houve 5 alunos que disseram ter tido aula sobre comunicação aplicada, em que era um programa do governo que acrescentou o sexto horário para as turmas do Ensino Médio com o programa Reinventando. Outros 5 alunos disseram ter utilizado o espaço para pesquisa na área de turismo em relação a cidades turísticas e/ou históricas. Teve dois alunos que responderam que utilizaram a sala de informática na disciplina de geografia, porém, não lembraram o conteúdo abordado. Por fim, houve apenas um aluno que não utilizou a sala de informática para alguma atividade seja em aula seja para pesquisa.

Temos até aqui dados que nos auxilia a perceber a realidade em que vivem esses alunos e alunas. Tantos aparatos tecnológicos disponíveis e não sendo utilizados ou até mesmo educando-os a fazer bom uso desses aparelhos. Como já dito, o papel do professor no cenário acadêmico atual não é de ser substituído pelo computador, muito pelo contrário, é de trabalhar em conjunto com a ferramenta no auxílio a mediar o conhecimento através desta. Até porque, é algo imprescindível que, suspostamente, todos brasileiros e brasileiras terão em seus lares aparelhos eletrônicos que tenham acesso à internet, seja via computador/notebook, seja via tablet e/ou smartphone como já visto em reportagens ditas acima. Andrade (2011) relata que o pouco uso da sala de informática da Escola está ligado ao pouco, ou nenhum, conhecimento dessa área pelo professor. Além disso, discorre sobre o uso da mesma na Educação dizendo o seguinte:

“A realidade nos mostra que os laboratórios escolares de informática estão presentes em grande parte das escolas públicas de nosso país. O que surpreende é a forma como os mesmos estão sendo utilizados ou pouco utilizados. Nossos professores não se sentem confiantes o suficiente para utilizar estas ferramentas em seu trabalho cotidiano. Assim, vemos possibilidades de interação, conhecimento, pesquisa, descobertas e aprendizagens pouco exploradas devido à pouca ou má utilização dos recursos midiáticos já presentes nas escolas”.

(Nair Fátima da Silva Andrade, 2011, p. 1)

No que concerne um dos pilares desse estudo, saber o grau de motivação e interesse dos alunos e das alunas, quanto à metodologia e a didática adotada para ministrar uma aula usando animações, o acesso à internet e a inserção do conteúdo, teve-se ótimos resultados. Vejamos a tabela abaixo a qual consta os resultados das questões 9 e 11, relativas ao quão motivados esses estudantes ficaram mediante a abordagem adotada para inserção do tema.

Questões

objetivas/Aluno(a) Q9 Q11

Aluno 1 Muito satisfeito Sim, bastante motivado Aluno 2 Satisfeito Sim, bastante motivado Aluno 3 Satisfeito Sim, bastante motivado Aluno 4 Satisfeito Sim, pouco motivado Aluno 5 Satisfeito Sim, bastante motivado Aluno 6 Muito satisfeito Sim, bastante motivado Aluno 7 Muito satisfeito Sim, bastante motivado Aluno 8 Muito satisfeito Sim, bastante motivado Aluno 9 Muito satisfeito Sim, bastante motivado Aluno 10 Muito satisfeito Sim, bastante motivado Aluno 11 Muito satisfeito Sim, bastante motivado Aluno 12 Satisfeito Sim, bastante motivado Aluno 13 Satisfeito Sim, bastante motivado

Tabela 3: Referente à parte motivacional da pesquisa.

No que se refere a questão nove do questionário, a qual indaga aos discentes sobre o grau de satisfação, têm-se que sete, dos entrevistados marcaram a primeira opção em que retrata sobre alto grau de satisfação e a expectativa do aluno e da aluna quanto a aula foi melhor do que esperavam. Os seis demais participantes responderam estarem satisfeitos com a aula e dizem que já esperavam por esse tipo de metodologia adotada.

A última questão do questionário, questão onze, solicitou-se aos alunos que respondessem de acordo com o grau de motivação perante a aula apresentada. Doze estudantes marcaram a opção referente a alto grau de motivação, ao passo que apenas um, marcou a opção de que se sentiu pouco motivado. Desse modo, é mais um indício que temos para inferir, positivamente, sobre o uso das animações como meio didático-pedagógico que auxilie no processo de ensino e aprendizagem para os

novos estudantes e incentive, cada vez mais, a busca pelo conhecimento químico cuja importância para construção de um cidadão crítico é imprescindível nos dias de hoje.

Na questão dez do questionário, solicitou-se a opinião dos alunos e alunas sobre o método utilizado, se tal meio de lecionar facilitava a compreensão sobre o conteúdo abordado. Todos responderam que sim e respostas estão na tabela abaixo.

Questão 10 - Na sua opinião, o método utilizado facilitou sua compreensão a respeito do conteúdo abordado?

Aluno 1: "Sim, pois ensina química que é chata de uma maneira divertida e legal".

Aluno 2: "Sim, porque foi interessante o modo de ensinar a química de um jeito mais fácil e legal".

Aluno 3: "Sim, bastante, pois o que era explicado de um modo difícil sem ir por partes foi explicado com começo, meio e fim".

Aluno 4: "Sim, pois além de explica, se ensina no prática também, mesmo sendo pelo computador".

Aluno 5: "Sim, porque a química fica mais divertida assim".

Aluno 6: "Sim, porque me ajudou com exemplos de um jeito simples e de fácil aprendizado". Aluno 7: "Sim, pois ele junta a química com alguns jogos e brincadeiras".

Aluno 8: "Sim, pois ensina a química de forma interessante". Aluno 9: "Sim".

Aluno 10: "Sim". Aluno 11: "Sim".

Aluno 12: "Sim. Ficou mais fácil aprender utilizando a prática do que apenas a teoria". Aluno 13: "Sim. Ficou mais fácil aprender utilizando a prática do que apenas a teoria".

Tabela 4: Referente a opinião dos estudantes sobre a aula.

Em geral, todos e todas confirmam terem gostado do método. Algumas respostas são bem interessantes de serem analisadas. Delatando sobre a resposta do aluno 3, temos um caso de um aluno que não compreendia aquilo que o professor lecionava em sala de aula através do ensino tradicional e descontextualizado. Um conhecimento sem nexo e que não favorecia a aprendizagem e a fixação do conteúdo.

Além disso, muitos retrataram que a metodologia didático-pedagógica adotada faz com que aula fique mais interessante e facilite a compreensão, inclusive torna a mesma mais divertida fazendo com que esses discentes prestem mais atenção. Tal fato pode ser demonstrado nas falas de alguns estudantes, Aluno 1, Aluno 2, Aluno 5 e Aluno 7.

E, para reforçar essa ideia, Souza, Passos e Vilar (2015), relatam que a utilização das TIC, de modo estruturado e bem planejado, auxilia na motivação dos estudantes pela busca do conhecimento seja ele em qualquer disciplina.

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