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4.1 Fatores abióticos

Os valores da temperatura, oxigênio dissolvido, condutividade, pH, sólidos dissolvidos e salinidade da água, nos locais de captura durante as amostragens encontram-se na tabela 2.

A temperatura da água não apresentou um padrão de variação entre os locais de coleta. As maiores temperaturas média da água foram encontradas em Potengi (27,022±0,883˚C), enquanto que a menor temperatura média foi registrada em Piranhas (26,16±0,76˚C). Gamba (1997) que considera que essa temperatura é ideal para a sobrevivência de muitas espécies de

Macrobrachium, registrando para o gênero Macrobrachium na Venezuela uma temperatura que

variou de 24,5 a 33 ºC.

Quanto a condutividade, os menores valores médios de condutividade foram encontrados em Piranhas (79,56±5,324 mS.cm-1) aumentando bruscamente na localidade de Potengi, local de coleta mais próximo a foz do Rio São Francisco (2188,24±1189,034 mS.cm -1). Quanto observa-se a variação apresentada espacialmente, ou seja, entre os diferentes locais de coleta, observa-se um padrão de aumento da condutividade da água em direção a foz do Rio São Francisco.

As concentrações de sólidos totais (TDS) e da salinidade da água seguem o mesmo padrão apresentado para condutividade aumentando em direção a Foz do Rio São Francisco. Observou-se um aumento gradativo do TDS de Piranhas (76,71±5,425 g.L-1) para Penedinho (178,75±146,859 g.L-1) onde em seguida foi registrado um aumento abrupto em Potengi (2205,86±747,64 g.L-1).

A salinidade média da água entre as localidades, variou de 0,04 em Piranhas, sendo relativamente semelhante nas outras localidades, até Potengi, com salinidade média registrada 1,7±1,189 (Figura 4).

Os valores de oxigênio dissolvido variaram entre 4.6±0.821 em Penedo e 5.8±0,937 em Potengi. Gamba (1997) encontrou valores de oxigênio dissolvido entre 2,04 a 9,26 mg/l, segundo o mesmo autor, as concentrações críticas de oxigênio dissolvido na água para as espécies de Macrobrachium na qual os camarões morrem em poucos minutos varia entre 1 a 2 mg/l.

Tabela 2- Dados abióticos Profundidade (m) Temperatura (°C) Oxigênio Dissolvido (ml,L-1) Condutividade (mS.cm-1) TDS (mg.L-1) Ph Salinidade Pontos Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Piranhas 4,631 0,724 26,168 0,761 5,2 0,588 79,56 5,324 76,71 5,425 7,07 0,361 0,04 0 Pão de Açúcar 3,05 0,691 26,322 0,563 5,393 0,4287 83,6 8,789 80,46 9,013 7,15 2435,548 0,043 0,004 Belo Monte 2,563 0,841 26,15 0,62 5,54 0,943 80,49 7,2411 78,35 7,31 7,25 0,437 0,04 0 Traipu 3,104 0,293 26,19 0,708 5,042 0,761 81,33 7,608 74,73 10,869 7,1 0,519 0,04 0 Porto Real do Colégio 3,345 0,517 26,559 0,652 5,18 0,969 119,77 124,913 79,49 7,355 7,25 0,37 0,041 0,003 Penedo 2,19 0,922 26,636 0,705 4,64 0,821 85,6 9,02 82,06 9,397 7,29 0,464 0,045 0,005 Penedinho 2,84 0,389 27,03 0,56 4,,68 1561,738 192,15 174,769 178,75 146,859 7,39 0,617 0,1 0,081 Potengi 3,022 0,537 27,022 0,883 5,83 0,937 2188,24 1189,0341 2205,86 747,64 7,39 0,549 1,7 1,189

4.2 Análise de Fauna:

Foram capturados um total de 20.844 organismos pertencentes a 2 famílias, 3 gêneros e 8 espécies. O grupo taxonômico com maior riqueza de táxons foi Palaemonidae, com 5 espécies (20.386 indivíduos) sendo elas Macrobrachium acanthurus, Macrobrachium amazonicum,

Macrobrachium carcinus, Macrobrachium jelskii, Macrobrachium olfersii (ver sinopse

taxonômica abaixo). O número significativo de táxons da família Palaemonidae corrobora com Muller et al. (1990) que ao analisar os crustáceos da Bacia Hidrográfica de Ratones, constatou a presença da família Palaemonidae de forma bastante significativa, discorrendo ainda que tais espécies de portes variados, e em número expressivo de indivíduos, parecem estar adaptadas aos diferentes ambientes, contribuindo sobremaneira para a manutenção do equilíbrio ecológico da região.

Dávila e Magalhães (2003) ao realizarem uma revisão taxonômica da fauna de camarões da Amazônia Peruana, encontraram resultados semelhante ao presente estudo, resistrando para o local 8 espécies da familia Palaemonidae e 1 espécie da familia Sergestidae, registrando para a fauna local como espécies similares ao presente estudo M. amazonicum e M. jelskii. Da mesma forma, Torati e Anker (2011) corroboram com as análises aqui descritas ao analisarem a fauna de crustáceos de água doce da província de Bocas del Toro no Panamá, encontraram um mesmo número de espécies do presente estudo, todas pertencentes as famílias Athyidae e Palaemonidae, porém somente as espécies Atya scabra, P. potimirim e M. acanthurus foram iguais as espécies encontradas aqui.

Sinopse Taxonômica

Filo: Arthrophoda Subfilo: Crustacea Classe: Malacostraca.

Ordem Decapoda Latreille, 1802 Infraordem Caridea Dana, 1852

Subordem Pleocyemata Burkenroad, 1963 Superfamília: Atyoidea de Haan, 1849 Família: Atyidae de Haan, 1849 Gênero: Atya Leach, 1816

Atya gabonenses (Giebel, 1875) Atya scabra (Leach, 1816)

Gênero: Potimirim Holthuis, 1954 Potimirim potimirim (Müller, 1881)

Superfamília Palamonoidea Rafinesque, 1815 Família Palaemonidae Rafinesque, 1815 Subfamília Palaemoninae Rafinesque, 1815 Gênero Macrobrachium Bate, 1868

Macrobrachium acanthurus (Wiegmann, 1836) Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) Macrobrachium carcinus (Linnaeus, 1758) Macrobrachium jelskii (Miers, 1877)

Atya gabonenses (Giebel, 1875)

(Figura 13)

Figura 13 - Atya gabonenses (Giebel, 1875), a) vista lateral de exemplar b) Vista dorsal de exemplar

Fonte: Autora desta monografia, 2018.

Diagnose: Melo, 2003: 306. Distribuição geográfica:

México, Venezuela, Suriname e Brasil (Piauí, Alagoas, Sergipe e São Paulo). África (do Senegal ao Zaire) (Melo, 2003:306).

Material examinado:

Brasil, Alagoas - Piranhas: 17/12/2015 (11 exemplares, 3 FOV), 15/03/2016 (16 exemplares),

11/07/2016 (11 exemplares), 18/10/2016 (12 exemplares), 19/12/2016 (5 exemplares), Pão de

Açúcar: 19/05/2016 (1 exemplar), Belo Monte: 15/03/2016 (29 exemplares), 19/05/2016 (16

exemplares), 11/07/2016 (13 exemplares), 22/08/2016 (2 exemplares), 18/10/2016 (9 exemplares), 19/12/2016 (3 exemplares), Traipu: 17/12/2015 (13 exemplares), 15/03/2016 (16 exemplares), 19/05/2016 (37 exemplares), 11/07/2016(24 exemplares), 22/08/2016 (12 exemplares), 18/10/2016 (2 exemplares), 19/12/2016(11 exemplares).

Hábitat:

Espécie encontrada habitando fundos com substrato de areia e pedras, em locais de temperatura variando entre 24.90°C ± 27.75°C, salinidade 0,4 ± 0,5, Oxigênio dissolvido 4.40 ± 7.00, Condutividade 71.85 ± 96,00, e pH 6,42 ± 8,13.

Atya scabra (Leach, 1816)

(Figura 14)

Figura 14- Exemplar de Atya scabra a) vista lateral de exemplar b) vista dorsal de exemplar

Fonte: Autora desta monografia, 2018.

Diagnose: (Melo, 2003: 308). Distribuição geográfica:

A espécie se distribui desde o México, por toda a américa central até o estado de Santa Catarina, Brasil. Ocorre também na costa ocidental do Continente africano (Barros e Braun, 1997). Cuba. Jamaica e Hispaniola até Curação e Trindad, México, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Venezuela e Brasil (Ceará, Pernambuco, Bahia, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grane do Sul). África, da Libéria até o norte de Angola e das ilhas Cabo Verde até Annobon (Melo, 2003: 308).

Material examinado:

Brasil, Alagoas - Piranhas: 15/03/2016 (3 exemplares), 11/07/2016 (2 exemplares),

18/10//2016 (22 exemplares), 19/12/2016 15 exemplares). Belo Monte:19/12/2016 (5 exemplares). Traipu: 19/12/2016 (1 exemplar).

Hábitat:

A espécie foi encontrada habitando fundos com pedras. Barros e Braun (1997) encontraram a espécie em água transparente, correnteza média, vegetação marginal e substrato com areia e pedras. Os fatores abióticos observados para a ocorrência da espécie foram: Temperatura variando entre 24.85 ± 27.65, Salinidade sempre em 0.4, Oxigênio Dissolvido 4.40 ± 6.76, Condutividade 90.80 ± 71.85, pH 6.43 ± 7.84.

Macrobrachium acanthurus (Wiegmann, 1836)

(Figura 15)

Figura 15- Exemplar de Macrobrachium acanthurus a) vista lateral de exemplar b) vista dorsal de exemplar

Fonte: Autora desta monografia, 2018.

Diagnose: (Melo, 2003:338). Distribuição geográfica:

Distribuição geográfica: Carolina do Norte, Geórgia, Flórida, Mississipi, Louisiana, Texas, México, Cuba Haiti, Santo Domingo, Porto Rico, Nicarágua, Panamá, Colômbia, Venezuela, Suriname e Brasil (Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) (Melo 2003:338) e Paraná (KRETZSCHMAR, 1984), Atlântico ocidental: leste do EUA, Flórida , Texas, México, Antilhas, Nicarágua, Panamá, Venezuela, Suriname e Brasil(até o rio Grande do Sul) (CHACE, 1972; RAMOS-PORTO e COELHO, 1990; CALADO et al. 2002)

Material examinado:

Brasil, Alagoas - Traipu: 17/12/2015 (8 exemplares), 15/03/2016 (13 exemplares),

19/05/2016 (2 exemplares), 11/07/2016 (24 exemplares), 22/08/2016 (39 exemplares), 18/10/2016 (32 exemplares), 19/12/2016 (96 exemplares), 10/02/2017 (61 exemplares), 20/042017 (41 exemplares), 22/08/2017 (38 exemplares), 23/10/2016 (42 exemplares). Porto

Real do Colégio: 17/12/2015 (149 exemplares), 15/03/2016 (161 exemplares), 19/05/2016 (69

exemplares), 11/07/2016 (75 exemplares), 22/08/2016 (71 exemplares), 18/10/2016(65 exemplares), 19/12/2016 (263 exemplares), 10/02/2017 (242 exemplares), 20/042017(114

exemplares), 22/08/2017 (136 exemplares), 23/10/2016 (28 exemplares). Penedo: 17/12/2015 (179 exemplares), 15/03/2016 (294 exemplares), 19/05/2016 (137 exemplares), 11/07/2016 (375 exemplares), 22/08/2016 (203 exemplares), 18/10/2016 (90 exemplares), 19/12/2016 (299 exemplares), 10/02/2017 (278 exemplares), 20/042017 (249 exemplares), 19/06/2017(12 exemplares), 22/08/2017 (116 exemplares), 23/10/2016 (49 exemplares). Penedinho: 17/12/2015 (35 exemplares), 15/03/2016 (82 exemplares), 19/05/2016 (94 exemplares), 11/07/2016 (74 exemplares), 22/08/2016 (133 exemplares), 18/10/2016 (145 exemplares), 19/12/2016 (154 exemplares), 10/02/2017 (111 exemplares), 20/042017 (172 exemplares), 22/08/2017 (101 exemplares), 23/10/2016 (120 exemplares). Potengi: 17/12/2015(71 exemplares), 15/03/2016 (6 exemplares), 19/05/2016 (38 exemplares), 11/07/2016 (3 exemplares), 22/08/2016 (118 exemplares),18/10/2016 (104 exemplares), 19/12/2016 (68 exemplares), 10/02/2017 (40 exemplares), 20/042017 (33 exemplares), 22/08/2017 (159 exemplares), 23/10/2016 (61 exemplares).

Hábitat:

Espécie encontrada habitando vegetação marginal, locais de pedra e raízes aquáticas, os dados abióticos de locais de captura foram Temperatura variando entre 24.85 ± 28.50, Salinidade 0.4 ± 3.56, Oxigênio dissolvido 4.1 ± 6.94, Condutividade de 71.85 ± 4483.00, e pH 6.43 ± 8,51. Ramos- Porto e Coelho (1990), registram a espécie para locais com águas rasas associados a fundos de areia, lama e vegetação submersa. Barros e Braun (1997) encontraram essa espécie habitando locais com água escura e lodosa, correnteza média e parada, vegetação emergente e substrato lodoso. De acordo com Calado (2002) esta espécie é encontrada habitando águas rasas em substratos lamosos, associados a vegetação marginal e plantas aquáticas. Melo 2003, registrou esta espécie associada a águas escuras, geralmente paradas, com vegetação emergente e substrato lodoso, às vezes encontrado em águas salobras.

Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862)

(Figura 16)

Figura 16- Exemplar de Macrobrachium amazonicum vista lateral de exemplar

Fonte: Autora desta monografia, 2018.

Diagnose: Melo, 2003:340). Distribuição geográfica:

Venezuela, Guiana Inglesa, Suriname, Guiana, Brasil (Amapá, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso, Paraná. Acre. Goiás, Mato Grosso do Sul), Argentina, Bolívia, Paraguai, Equador e Perú (Melo 2003:340).

Material examinado:

Brasil, Alagoas - Piranhas:11/07/2016 (3 exemplares), 22/08/2016 (28 exemplares, 3FOV),

18/10/2016 (4 exemplares). Pão de Açúcar: 15/03/2016 (22 exemplares), 19/05/2016 (1 exemplar), 11/07/2016 (1 exemplar, 1 FOV), 18/10/2016 (3 exemplares), 19/12/2016(3 exemplares). Belo Monte: 15/03/2016 (20 exemplares), 19/05/2016 (2 exemplares), 22/08/2016 (10 exemplares,4 FOV), 10/02/2017 (1 exemplar). Traipu: 17/12/201 (1 exemplar). Penedo: 17/12/2015 (3 exemplares).

Hábitat:

Espécie encontrada habitando locais de vegetação marginal e raízes, Vieira (2003) registrou a espécie associada às raízes de macrófitas flutuantes. Os dados abióticos onde a espécie foi capturada obteve temperatura variando entre 24.90°C ± 27.75°C, salinidade 0,4 ± 0,5, Oxigênio dissolvido 4.40 ± 7.00, Condutividade 71.85 ± 96,00, e pH 6,42 ± 8,13.

Macrobrachium carcinus (Linnaeus, 1758)

(Figura 17)

Figura 17- Exemplar de Macrobrachium carcinus a) vista lateral de exemplar b) vista dorsal de exemplar

Fonte: Autora desta monografia, 2018.

Diagnose: (Melo, 2003:348).

Distribuição geográfica: Flórida. Mississipi, Texas, México, Guatemala, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Cuba, Porto Rico, Jamaica, Barbados, Pequenas Antilhas, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Brasil (Pará, Pernambuco, Alagoas, Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), Equador e Perú (Melo 2003:348).

Material examinado:

Brasil, Alagoas - Piranhas:15/03/2016 (3 exemplares), 11/07/2016 (12 exemplares),

22/08/2016 (4 exemplares), 18/10/2016 (3 exemplares), 19/12/2016 (4 exemplares), 10/02/2017 (3 exemplares), 22/08/2017 (2 exemplares). Pão de Açúcar: 17/12/2015 (10 exemplares), 15/03/2016 (12 exemplares), 19/05/2016 (13 exemplares), 11/07/2016 (6 exemplares), 22/08/2016 (28 exemplares), 18/10/2016 (30 exemplares), 19/12/2016 (33 exemplares), 10/02/2017 (31 exemplares), 20/04/2017 (13 exemplares), 22/08/2017 (15 exemplares), 23/10/2017 (16 exemplares).Belo Monte: 17/12/2015 (12 exemplares), 15/03/2016 (8 exemplares), 19/05/2016 (6 exemplares), 11/07/2016 (26 exemplares), 22/08/2016 (26 exemplares), 18/10/2016 (23 exemplares), 19/12/2016 (11 exemplares), 10/02/2017 (16 exemplares), 20/04/2017 (17 exemplares), 22/08/2017 (14 exemplares), 23/10/2017 (11 exemplares). Traipu: 17/12/2015 (24 exemplares), 15/03/2016 (29 exemplares), 19/05/2016 (11 exemplares), 11/07/2016 (22 exemplares), 22/08/2016 (26

exemplares), 18/10/2016 (57 exemplares), 19/12/2016 (45 exemplares), 10/02/2017 (47 exemplares), 20/04/2017 (33 exemplares), 22/08/2017 (16 exemplares), 23/10/2017 (5 exemplares). Porto Real do Colégio: 17/12/2015 (25 exemplares), 15/03/2016 (26 exemplares), 19/05/2016 (17 exemplares). 11/07/2016 (17 exemplares), 22/08/2016 (14 exemplares), 18/10/2016 (15 exemplares), 19/12/2016 (40 exemplares), 10/02/2017 (3 exemplares), 20/04/2017 (12 exemplares), 22/08/2017 (10 exemplares), 23/10/2017 (7 exemplares). Penedo: 17/12/2015 (27 exemplares), 15/03/2016 (11 exemplares), 19/05/2016 (12 exemplares), 11/07/2016 (7 exemplares), 22/08/2016 (23 exemplares), 18/10/2016 (20 exemplares), 19/12/2016 (35 exemplares), 10/02/2017 (29 exemplares), 20/04/2017 (18 exemplares), 22/08/2017 (22 exemplares), 23/10/2017 (14 exemplares). Penedinho: 15/03/2016 (2 exemplares), 19/05/2016 (3 exemplares), 11/07/2016 (1 exemplar), 22/08/2016 (3 exemplares), 18/10/2016 (1 exemplar), 19/12/2016 (1 exemplar), 10/02/2017(1 exemplar), 22/08/2017 (6 exemplares). Potengi: 17/12/2015 (1 exemplar).

Hábitat:

Espécie encontrada associada a locais com pedras e acidentalmente em vegetação. Os dados abióticos que a espécie foi encontrada foram Temperatura variando entre 24.85 ± e 28.50, Salinidade 0.4 ± 3.56, Oxigênio dissolvido 4.10 ± 6.94, Condutividade 71,85 ± 4483.00, pH 6.42 ± 8.51. Ramos-Porto e Palacios, (1981); Ramos-Porto e Coelho (1998) encontraram a espécie em locais diferentes dos aqui registrados discorrendo sua ocorrência em locais de águas continentais, frequentemente encontrada em ambientes estuarinos, habitando preferencialmente locais entre pedras.

Macrobrachium jelskii ( Miers, 1877)

(Figura 18)

Figura 18- Exemplar de Macrobrachium jelskii a) vista lateral de exemplar b) vista dorsal de exemplar

Fonte: Autora desta monografia, 2018.

Diagnose: (Melo, 2003:362). Distribuição geográfica:

Trindad, Venezuela, Guiana, Bolívia e Brasil (Amapá, Pará, Amazonas, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espirito Santo, Mato Grosso, São Paulo, Paraná e Santa Catarina) (MELO, 2003:362; SAMPAIO et al, 2009; SILVA e VIANA, 2009)

Material examinado:

Brasil, Alagoas - Piranhas:17/12/2015 (124 exemplares), 15/03/2016 (73 exemplares),

19/05/2016 (789 exemplares), 11/07/2016 (529 exemplares), 22/08/2016 (393 exemplares), 18/10/2016 (189), 19/12/2016 (117 exemplares), 10/02/2017 (84 exemplares), 20/04/2017 (189 exemplares), 19/06/2017 (123 exemplares), 22/08/2017 (8 exemplares), 23/10/2017 (16 exemplares). Pão de Açúcar: 17/12/2015 (114 exemplares), 15/03/2016 (140 exemplares), 19/05/2016 (177 exemplares), 11/07/2016 (62 exemplares), 22/08/2016 (235 exemplares), 18/10/2016 (228 exemplares), 19/12/2016 (44 exemplares), 20/04/2017 (194 exemplares), 19/06/2017 (109 exemplares), 22/08/2017 (55 exemplares). Belo Monte: 17/12/2015 (247 exemplares), 15/03/2016 (228 exemplares), 19/05/2016 (734 exemplares), 11/07/2016 (252 exemplares), 22/08/2016 (1084 exemplares), 18/10/2016 (122 exemplares), 19/12/2016 (49

exemplares), 10/02/2017 (41 exemplares), 20/04/2017 (349 exemplares), 19/06/2017 (36 exemplares), 22/08/2017 (33 exemplares), 23/10/2017 (45 exemplares). Traipu: 17/12/2015 (14 exemplares), 15/03/2016 (373 exemplares), 11/07/2016 (41 exemplares), 22/08/2016 (246 exemplares), 18/10/2016 (17 exemplares), 19/12/2016 (61 exemplares), 10/02/2017 (89 exemplares), 20/04/2017 (229 exemplares),19/06/2017 (144 exemplares), 22/08/2017 (143 exemplares), 23/10/2017 (15 exemplares). Porto Real do Colégio: 17/12/2015(20 exemplares), 15/03/2016 (16 exemplares), 19/05/2016 (171 exemplares), 11/07/2016(41 exemplares), 18/10/2016 (24 exemplares), 10/02/2017 (171 exemplares), 20/04/2017(125 exemplares), 19/06/2017 (160 exemplares), 22/08/2017 (10 exemplares). Penedo: 17/12/2015 (170 exemplares), 15/03/2016 (12 exemplares), 19/05/2016 (32 exemplares), 11/07/2016(29 exemplares), 22/08/2016 (76 exemplares), 18/10/2016 (49 exemplares), 19/12/2016 (36 exemplares), 10/02/2017 (87 exemplares), 20/04/2017 (87 exemplares), 19/06/2017 (51 exemplares), 23/10/2017 (41 exemplares). Penedinho: 17/12/2015 (148 exemplares), 15/03/2016 (81 exemplares), 11/07/2016 (23 exemplares), 22/08/2016 (29 exemplares), 18/10/2016 (217 exemplares), 10/02/2017 (14 exemplares), 20/04/2017 (75 exemplares), 23/10/2017 (17 exemplares).

Hábitat:

Espécie encontrada habitando vegetação marginal e submersa, em locais de Temperatura 24.85 ± 28.20, Salinidade 0.4 ± 0.11, Oxigênio dissolvido 4.40 ± 6.76, Condutividade 71,85 ± 702.2, pH 6.42 ± 8.48. Ramos-Porto e Coelho (1990) registraram a espécie a águas rasas associadas a plantas aquáticas. (Barros e Braun (1997) registrou a espécie em águas parada ou correnteza média e rápida, pouca vegetação submersa e substrato arenoso com pedras e também em locais com água transparente, vegetação marginal composta basicamente por gramíneas, locais com muitas algas, vegetação submersa e substrato com lodo e substrato arenoso com cascalho. Melo (2003) registra M. jelskii como uma espécie de água doce, frequentemente encontrada em águas pretas, com vegetação marginal e substrato lodoso ou em águas transparentes, com gramíneas e substrato de pedras e areia, alimenta-se de larvas de insetos, algas e grãos do sedimento.

Macrobrachium olfersii (Wiegmann, 1836)

(Figura 19)

Figura 19- Exemplar de Macrobrachium olfersii a) vista lateral de exemplar b) vista dorsal de exemplar

Fonte: Autora desta monografia, 2018.

Diagnose: (Melo, 2003: 366). Distribuição geográfica:

Carolina do Norte, Flórida e Texas (introduzida), América Central, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Brasil (Pará, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) (Melo 2003:366).

Material examinado:

Brasil, Alagoas - Piranhas: 17/12/2015 (32 exemplares), 15/03/2016(186 exemplares),

19/05/2016 (478 exemplares), 11/07/2016 (20 exemplares), 22/08/2016 (43 exemplares), 18/10/2016 (132 exemplares), 19/12/2016 (141 exemplares),10/02/2017 (16 exemplares), 20/04/2017 (50 exemplares), 19/06/2017 (16 exemplares), 22/08/2017 (10 exemplares).Pão de

Açúcar: 17/12/2015 (12 exemplares), 15/03/2016 (133 exemplares), 18/10/2016 (1

exemplares), 20/04/2017 (50 exemplares), 19/06/2017 (3 exemplares), 22/08/2017 (10 exemplares), 23/10/2017 (7 exemplares).Belo Monte: 17/12/2015 (11 exemplares), 15/03/2016 (14 exemplares) , 19/05/2016 (16 exemplares) , 11/07/2016 (1 exemplar), 22/08/2016 (26 exemplares), 18/10/2016 (54 exemplares), 19/12/2016 (113 exemplares), 10/02/2017 (20 exemplares), 20/04/2017 (33 exemplares), 22/08/2017 (4 exemplares), 23/10/2017 (5

exemplares).Traipu: 17/12/2015 (47 exemplares),15/03/2016 (63 exemplares), 19/05/2016 (2 exemplares), 11/07/2016 (11 exemplares), 22/08/2016 (12 exemplares), 18/10/2016 (36 exemplares), 19/12/2016 (43 exemplares), 10/02/2017 (58 exemplares), 20/04/2017 (49 exemplares), 19/06/2017 (4 exemplares), 22/08/2017 (22 exemplares). Porto Real do Colégio: 17/12/2015 (74 exemplares), 15/03/2016 (5 exemplares), 19/05/2016 (20 exemplares), 11/07/2016 (40 exemplares), 18/10/2016 (5 exemplares), 19/12/2016 (60 exemplares), 10/02/2017 (49 exemplares), 20/04/2017 (6 exemplares), 22/08/2017 (10 exemplares). Penedo: 17/12/2015 (76 exemplares), 15/03/2016 (26 exemplares), 19/05/2016 (2 exemplares), 11/07/2016 (23 exemplares), 22/08/2016 (27 exemplares), 18/10/2016 (8 exemplares), 19/12/2016 (4 exemplares), 10/02/2017 (2 exemplares), 20/04/2017 (4 exemplares), 19/06/2017 (10 exemplares), 22/08/2017 (6 exemplares). Penedinho: 17/12/2015 (24 exemplares), 15/03/2016 (9 exemplares), 11/07/2016 (9 exemplares), 22/08/2016 (18 exemplares), 19/12/2016 (44 exemplares), 10/02/2017 (14 exemplares), 20/04/2017 (1 exemplar), 22/08/2017 (6 exemplares). Potengi: 17/12/2015 (1 exemplar).

Hábitat:

Espécie encontrada em locais de vegetação e pedra com Temperatura variando entre 24.85 ± e 28.50, Salinidade 0.4 ± 3.56, Oxigênio dissolvido 4.10 ± 6.94, Condutividade 71,85 ± 4483.00, pH 6.42 ± 8.51. Gamba e Rodriguez (1987) encontraram a espécie em águas rasas e mais profundas, associada a substrato de pedra e vegetação, sendo exclusivamente de águas costeiras, uma vez que, necessitam de água salobra para desenvolvimento das larvas, sendo, portanto, anfídromos. Barros e Braun (1997) registraram essa espécie em dois tipos diferentes de habitats, tanto em águas transparentes, correnteza média, vegetação marginal e moderada e substrato com areia, quanto em locais com água escura, substrato com areia, pedras, lodo, e em locais com vegetação marginal praticamente composta por gramíneas e substrato lodoso. Calado (2002) descreve que a espécie foi encontrada habitando águas rasas em substratos lamosos associado a plantas aquáticas e vegetação marginal.

Potimirim potimirim (Müller, 1881)

(Figura 20)

Figura 20- Exemplar de Potimirim potimirim a) vista lateral de exemplar. b) vista dorsal de exemplar.

Fonte: Autora desta monografia, 2018.

Diagnose: (Melo, 2003:314). Distribuição geográfica:

Flórida, América Central e Brasil (Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina) (MELO, 2003).

Material examinado:

Brasil, Alagoas - Piranhas: 15/03/2016 (16 exemplares), 19/05/2016 (19 exemplares),

20/04/2017 (7 exemplares), 19/06/2017 (3 exemplares), 22/08/2017 (1 exemplar). Pão de

Açúcar: 13/03/2016 (19 exemplares), 22/08/2016 (1 exemplar), 20/04/2017 (6 exemplares),

22/08/2017 (2 exemplares). Belo Monte: 15/03/2016 (3 exemplares), 19/05/2016 (3 exemplares), 20/04/2017 (14 exemplares), 22/08/2017 (1 exemplar). Traipu: 15/03/2016 (15 exemplares), 22/08/2016 (15 exemplares), 10/02/2017 (4 exemplares), 20/04/2017 (4 exemplares), 19/06/2017 (2 exemplares), 22/08/2017 (4 exemplares). Porto Real do Colégio: 19/05/2016 (7 exemplares) 11/07/2016 (7 exemplares), 19/12/2016 (1 exemplar), 19/06/2017 (3 exemplares), 22/08/2017 (1 exemplar). Penedo: 17/12/2015 (1 exemplar), 18/10/2016 (3 exemplares). Penedinho: 15/03/2016 (1 exemplar), 22/08/2016 (2 exemplares), 19/02/2016 (2 exemplares).

Espécie encontrada em águas rasas sob vegetação e nas raízes de plantas aquáticas, em locais com Temperatura variando entre 24.85 ± 28.20, Salinidade 0.4 ± 0.11, Oxigênio dissolvido 4.40 ± 6.76, Condutividade 71,85 ± 702.2, pH 6.42 ± 8.48. Barros e Braun (1997) registraram a espécie em local com água transparente, correnteza média, vegetação marginal e substrato com areia.

4.3 Análise da Distribuição Temporal da Comunidade

Figura 21- Abundância relativa das espécies da carcinofauna

Fonte: Microsoft Excel, 2018

Durante as amostragens a abundância média de organismos foi de 219,421±206,179 indivíduos por coleta. Variou de 0 (Potengi no mês de outubro/2017) a 1.286 (Piranhas no mês de maio/2016). A cidade de Piranhas foi onde houve maior abundância de organismos, com 3.968 organismos coletados no total, e Potengi foi o local com menos abundancia com apenas 703 organismos. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

dez/15 fev/16 abr/16 jun/16 ago/16 out/16 dez/16 fev/17 abr/17 jun/17 ago/17 out/17

Atya gabonenses Atya scabra Macrobrachium acanthurus

Macrobrachium amazonicum Macrobrachium carcinus Macrobrachium jelskii

A espécie com maior número de indivíduos coletados foi M. jelskii, (Figura 21) totalizando 10.596 organismos, com média de 883 organismos por coleta, com variação mensal entre 134 a 2.063 indivíduos, distribuídos em 7 dos 8 pontos de coleta. Paiva e Barreto, 1960 na bacia do riacho Alagadiço Grande, Ceará, Brasil coletaram um total de 1.733 indivíduos de

M. jelskii durante 13 meses de coleta número bem inferior ao encontrado aqui, que pode ter

sido por conta da abundância dos organismos no local ou por diferentes formas de coleta. As outras espécies mais abundantes foram as espécies M. acanthurus com média de 497,6 indivíduos por coleta variando entre 12 e 880, e M. olfersii com média de 213,9 indivíduos por coleta, além de apresentarem um número elevado de organismos na região, esses táxons possuem importância na pesca local, sendo bastante comercializada pelos pescadores ribeirinhos trazendo fonte de renda e sobrevivência para os mesmos. De acordo com Matelatto (2016) geralmente são registrados indivíduos em grandes números em áreas propícias ao seu desenvolvimento e reprodução. O mesmo autor relata ainda que Macrobrachium acanthurus

apresenta ampla distribuição e é abundante nos rios em que ocorre, apresentando subpopulações com grande número de indivíduos.

Atya gabonenses teve uma média de 20,25 indivíduos variando entre 0 e 61 indivíduos

coletados mensalmente. Os meses de fevereiro e abril foram os meses com maior número espécimes sendo 61 e 54 respectivamente. Já Atya scabra foi obtido média de ocorrência de 4 espécies por amostragem variando entre 0 e 22 indivíduos.

Potimirim potimirim apresentou uma média de 13,9 organismos por coleta com variação

de indivíduos por coleta de 0 a 54 organismos. Lima et al (2006) ao estudar o gênero potimirim no rio Sahy- RJ, Brasil, realizou capturas com mesma duração que no presente estudo, e encontrou mais que o dobro dos organismos aqui encontrados, que pode ser causa de esforço de coleta diferentes, ou ainda diferentes substratos que sirvam de habitat para esses animais. Foi observado que a abundância e o número de indivíduos desse grupo diminuiu na primavera e verão e aumentou no inverno. Matelatto (2016) relaciona essa alteração de frequência de organismos no verão às altas temperaturas, e justifica seu aumento no inverno, tendo como provável causa, a entrada de correntes com maior quantidade de nutrientes.

Macrobrachium amazonicum é uma espécie exótica para o baixo São Francisco,

originária da área que compreende a bacia amazônica, as Guianas e o curso superior do Rio Paraguai (Coelho, 1963). Apesar de ocorrer na maioria das amostragens, apresentou um baixo número de espécimes, devido possivelmente a uma possível competição pelos recursos disponíveis no habitat com as espécies nativas da bacia, competição essa que tem influenciado negativamente o estabelecimento de M. amazonicum no Baixo São Francisco.

M. carcinus teve média mensal de 95.5 espécimes, variando entre 0 e 169 organismos,

esta espécie é muito apreciada no comercio de crustáceos, e faz parte das espécies que estão em lista de extinção. Sua ocorrência se deu em todos os meses de coleta, menos em junho de 2017, fato que ocorreu por falhas no acondicionamento dos organismos que ocasionou perda do material para análise. Mantelatto (2016) afirma que entre os camarões do gênero

Macrobrachium, essa espécie destaca-se pelo alto potencial para exploração em escala

comercial e possui grande importância para as populações ribeirinhas locais, particularmente nas regiões do Nordeste. Há registros de pesca excessiva, indícios de redução populacional e evidência de redução na área de ocorrência da espécie.

A maior parte das espécies apresentaram ocorrência regular ao longo dos meses, com exceção das espécies do gênero Atya e de M. amazonicum, fato que contrasta com as amostragens de Muller et al (1990) que relatou para a Bacia de Ratones ocorrência das espécies ao longo dos meses bastante irregular, e descrevendo para o local M. potiuna, como a espécie mais representativa e frequente na bacia, encontrando ainda os exemplares de Macrobrachium

olfersii com grande representatividade, enquanto que M. acanthurus e M. carcinus foram

capturadas, em número reduzido de exemplares, em coletas esparsas ao longo do estudo.

4.4 Distribuição Espacial da Comunidade

A cidade de Piranhas apresentou um maior número de organismos capturados com 3.968 indivíduos no total, e média mensal de 330,66±944,334. Belo Monte também apresentou uma alta abundância, com 3.819 e média de 318,25 organismos por coleta, seguido por Penedo com 3.364 espécimes, com média de 280,33 ±1112,861. Potengi foi o ponto onde menos houveram capturas com apenas 703 espécimes com média de 58,58±247,74 indivíduos (Figura 22). As maiores riquezas de espécies podem ser observadas em Traipu, Belo Monte e Piranhas com 7 espécies. Potengi apresentou um baixo número de espécies

Figura 22- Abundancia total por ponto de coleta.

Fonte: Microsoft Excel, 2018

Os crustáceos registrados na Região do Baixo São Francisco, apresentaram uma diversidade de espécies as quais aparentam estar bem adaptadas as condições do ambiente, mostrando-se o gênero Macrobrachium dominante em todos os locais de coleta. Muller et al. (1990) relataram que o gênero Macrobrachium parece estar mais adaptado aos ambientes dulcícolas, enquanto que os demais gêneros toleram variações mais acentuadas na concentração de sais dissolvidos na água.

M. carcinus e M. olfersii foram encontrados em todos os pontos de coleta, apresentando

ocorrência pouco variada nos pontos mais próximos a montante, a variação maior foi observada com a diminuição de ocorrência em pontos mais próximos a foz.

A família Athyidae foi representada por 3 táxons, porém a ocorrência dos mesmos foi diminuindo consideravelmente ao longo das amostragens. A espécie Atya gabonenses teve variação de ocorrência irregular, da mesma forma Atya scabra, ambas não sendo mais encontradas a partir de março de 2017. Já Potimirim potimirim não apresentou alterações em sua ocorrência nos pontos ao longo das amostragens. Com base no material examinado a espécie Atya scabra teve sua distribuição aumentada, visto que não existem registros prévios da espécie para o estado de Alagoas.

A natureza e o comportamento das espécies é o que torna a coexistência possível, sem diferenciar os nichos. Ao analisar a correlação das espécies entre si, foi observado que M.

jelskii, M. olfersii e P. Potimirim se relacionam de forma harmônica com todas as espécies,

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 Piranhas Pão de Açúcar

Belo Monte Traipú Porto Real do Colégio

sendo encontrados tanto em áreas de vegetação quanto em áreas de pedras, M. carcinus apresentou preferência por fundos com pedra. M. acanthurus e M. amazonicum foram encontrados em ambos habitats, porém essas espécies apresentaram uma característica de restrição geográfica. Tais espécies não coexistem entre si, M. amazonicum só ocorre em Piranhas, Pão de açúcar e Belo Monte, justamente os locais onde M. acanthurus não foi encontrado (Figura 23).

Essa análise mostra uma possível competição entre essas duas espécies, que pode ser por vários fatores ecológicos ainda não conhecidos. Porém acredita-se que são espécies competidoras que eles disputam pelos mesmos recursos limitados existentes no ambiente, e por seleção natural, essas espécies evoluíram de modo que seus nichos se separaram e não necessitaram mais partilhar os recursos que tinham, o que provavelmente trouxe um resultado favorável para as mesmas, que não precisaram mais competir entre si. Townsend, Begon e Harper (2006) ao explicarem sobre competições entre espécies citam que em muitos casos, os recursos usados por espécies ecologicamente similares, são separados no espaço, onde a utilização diferencial dos recursos, expressará por si, uma diferenciação de micro-hábitats entre as espécies, ou mesmo uma diferença na distribuição geográfica.

Figura 23- Distribuição das espécies por localidade

Fonte: Microsoft Excel, 2018

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Potimirim potimirim Macrobrachium olfersii Mcrobrachium jelskii Macrobrachium carcinus Macrobrachium amazonicum Macrobrachium acanthurus Atya scabra Atya gabonensis

4.5 Análises Multivariadas

Segundo Sanders (1968), uma das características fundamentais de uma comunidade é a sua diversidade, ou seja, o número de espécies e a composição numérica apresentada por elas.

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