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Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados deste trabalho, os quais foram organizados em uma seqüência lógica. Primeiramente, são mostrados os usos da água e seus conflitos na área de estudo; em seguida é feita a caracterização limnológica do rio Corumbá no local pesquisado. Considerando-se a necessidade da gestão dos recursos hídricos na região, são analisadas as principais ações antrópicas que podem afetar a qualidade e a quantidade da água da bacia do rio em questão, principalmente nas municipalidades estudadas. Além disso, é feita uma abordagem legislação ambiental e das políticas públicas pertinentes ao local de estudo. Finalmente, é analisada a percepção dos usuários dessas águas em relação à natureza nos municípios de Cocalzinho de Goiás e Corumbá de Goiás e descrita como vem acontecendo o processo de criação do Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Corumbá.

6.1 - Usos da Água

Este item trata dos usos da água na área de estudo, abordando os aspectos sobre o abastecimento de água (doméstico, industrial e comercial), o sistema de esgotamento sanitário, a irrigação e o uso da água para o lazer, bem como atrativo turístico.

A fim de se investigar os usos da água nos municípios de Cocalzinho de Goiás e Corumbá de Goiás foram feitas a pesquisa documental, com base nos Planos Diretores das duas cidades, bem como visitas exploratórias e entrevistas junto aos órgãos públicos de saneamento.

6.1.1 - Cocalzinho de Goiás

6.1.1.1 - Abastecimento de Água

Segundo Geológica, 2005, no município o sistema de abastecimento de água é realizado, fundamentalmente, por três cenários, isto é, o subsistema da SANEAGO (concessão da Prefeitura) que atende a sede municipal e as localidades de Girassol e Edilândia; o segundo subsistema é operado pela prefeitura no bairro Cidade de Deus, enquanto que o terceiro se apresenta como um cenário disperso para as localidades menores (Baixa do Rio Verde, Pato Selvagem etc.), caracterizado por água coletada em cursos d’água superficiais, cisternas rasas e coleta em pequenas nascentes. Nos povoados rurais o abastecimento é por poço artesiano.

Abastecimento de Água no Subsistema da SANEAGO

Ainda Geológica (2005), o subsistema da SANEAGO, na cidade de Cocalzinho de Goiás (Figura 29), é constituído de: captação subsuperficial em drenos em área de nascente de curso d’água afluente do rio Corumbá, complementado com quatro poços tubulares profundos; elevatória de água bruta; adutora de água bruta; reservatório apoiado de 300 m3 (Figura 30 fotos a e b); dosador de cloro (desinfecção da água bruta); booster (para parte da rede de distribuição) e rede de distribuição.

Figura 29: Posto de atendimento a população da SAEAGO. Fonte: Pesquisa de campo.

(a) (b)

Figura 30: Reservatório de água em Cocalzinho de Goiás (a) e (b). Fonte: Pesquisa de campo.

Já na localidade de Girassol o subsistema da SANEAGO é composto de um poço tubular profundo e dois reservatórios metálicos elevados, todos em área cercada. Entretanto

não existe proteção sanitária para o poço. A oferta de água nesse local está limitada pelo manancial subterrâneo, já que esse não está conseguindo acompanhar o rápido crescimento populacional, havendo ocorrências de carência na distribuição de água.

No Distrito de Edilândia, o subsistema possui três poços tubulares profundos, localizados em áreas diferentes, dois centros de reservação e rede de distribuição. Apenas um dos poços está em área cercada, e todos os três poços não têm proteção sanitária. Ainda segundo Geológica, 2005, no primeiro poço ocorre o pastoreio de animais, com problemas de escoamento superficial; em outro há problemas de baixas vazões e rompimentos constantes de tubulações na rede de distribuição das adjacências. E no terceiro poço problemas de perdas devido ao vazamento na sua saída. Além do aumento da população, esses motivos podem estar ocasionando carência na distribuição de água para o abastecimento populacional, segundo informações dadas pelo Sr. Valdomiro Pedro de Souza, Vice-Prefeito da municipalidade, problema que ainda não é constante e permanente, de rápida solução.

Foi aplicado um questionário com o Sr. Luiz Lacher, funcionário Gerente do Distrito da SANEAGO no município estudado, com o intuito de esclarecer alguns aspectos sobre o abastecimento de água na cidade de Cocalzinho de Goiás e nos Distritos de Girassol e Edilândia.

Constatou-se a existência de 1.890 ligações ou hidrômetros no sistema de abastecimento de água, que atende a 94% da população, em sua grande maioria para o consumo doméstico, com 91% da água distribuída. Já os estabelecimentos comerciais utilizam 8% dessa água; enquanto que 1% da água distribuída destina-se ao abastecimento industrial.

Quanto ao desperdício de água, não foi especificado seu volume, pois foi alegado que só ocorre quando há vazamentos na distribuição e são executados serviços de reparo com urgência para sanar tais problemas.

Quanto ao monitoramento da qualidade de água, esse é realizado apenas para a água bruta a ser tratada, enquanto que não há monitoramento da qualidade da água dos rios e córregos do município estudado.

Abastecimento de água no Subsistema da Prefeitura

A Prefeitura opera um sistema de abastecimento de água para o bairro Cidade de Deus, que possui aproximadamente 200 famílias, é constituído de dois poços tubulares profundos e um reservatório metálico elevado. Apesar de existir casa de abrigo para desinfecção da água, não existe tal tratamento e também não há proteção sanitária para os poços (Geológica, 2005).

Abastecimento de água no Subsistema independente

As localidades rurais do município (Baixa do Rio Verde, Pato Selvagem, Região de Santa Bárbara e Agrovila Copersanto) não são abastecidas por nenhum sistema, operado ou pela SANEAGO ou pela Prefeitura. Assim, as populações locais, que são constituídas de aproximadamente 400 famílias, buscam sua fonte de água em pequenos córregos, em nascentes d’água ou em cisternas, sem qualquer tratamento antes do consumo.

6.1.1.2 - Sistema de Esgotamento Sanitário

O município de Cocalzinho de Goiás não possui sistema público de esgotamento sanitário, sendo que a população utiliza sistema independente, por meio de disposição no solo, com fossas sépticas seguidas de sumidouros ou fossas rudimentares. Segundo Geológica, 2005, já foram observados escoamentos superficiais de esgotos domésticos no município em questão.

Quanto aos problemas causados por esse tipo de disposição do esgoto, as fossas são consideradas, atualmente, como grandes fontes de contaminação das águas subterrâneas e do solo. Com relação à contaminação das águas subterrâneas, as fossas são as grandes causadoras de presença de nitrato nas mesmas, juntamente com a criação de animais e o uso de fertilizantes agrícolas (Varnier e Hirata, 2002). Também com a má construção, utilização e manejo de fossas os riscos de contaminação de solo por coliformes fecais são elevados. Assim, a probabilidade de contração de doenças, como salmonelose, hepatite, diarréias e cólera, é considerável. Por isso, a coleta, o tratamento e a disposição final adequada do esgoto gerado no município de Cocalzinho de Goiás são tão importantes.

6.1.1.3 - Irrigação

Segundo o Sr. Valdomiro Pedro de Souza (Vice-Prefeito de Cocalzinho de Goiás), em conversa pessoal, a quantidade de água utilizada para agricultura no município é pequena, já que nessa localidade não possui culturas irrigadas, havendo assim, pouca demanda de água para as atividades agropecuárias aí praticadas.

É importante ressaltar que, atualmente, as atividades agropecuárias são responsáveis pela maior parte da utilização da água no mundo, correspondendo aproximadamente a 73% das águas {(Assunção, 2002), (Selborne, 2002)}. Entretanto, esse um fator não é significativo no município em questão, tendo em vista que não há áreas irrigadas e também a agricultura não é muito expressiva.

6.1.1.4 - Uso da Água para Lazer e Turismo

As atividades ligadas ao eco-turismo têm grande potencial em Cocalzinho de Goiás e ainda são pouco exploradas, embora se encontrem em processo de estruturação; além disso, o eco-turismo poderá se expandir muito, visto que a região faz parte do entorno do Distrito Federal e está localizada na rota desta população que já se desloca para as regiões próximas de Pirenópolis e Corumbá de Goiás em busca de novas áreas e de atividades de lazer.

Ademais, atividades atreladas ao lazer e ao turismo ecológicos poderão gerar empregos, tão necessários na região, propiciando a melhoria das condições de vida de boa parte da população; esses empregos podem ser diretos ou indiretos e estão ligados a hospedagem, a restaurantes, a produção de artesanato, dentre outros. É importante destacar também que o turismo pode contribuir para o controle dos processos de degradação ambiental, pois os praticantes de algumas modalidades de eco-turismo, como aventura, gruta, turismo rural e parques, já possuem uma certa conscientização ambiental e sabem ser imprescindível preservar a natureza.

A administração municipal reconhece a importância do potencial turístico da região, e já vem desenvolvendo iniciativas visando à divulgação de seus principais pontos; com efeito, foi instalado um Centro de Atendimento ao Turista (CAT) no posto do trevo rodoviário a cerca de 3 km da cidade de Cocalzinho de Goiás (Geológica, 2005).

Este município está situado na região turística do Estado de Goiás, denominada Caminho do Ouro, Estrada Colonial no Planalto Central e Grande Goiânia {(Geológica, 2005) (Eleutério e Mendes, 2006)}. Também apresenta potencial para o turismo rural, eco-turismo, graças ao Parque Estadual dos Pireneus5 (Figura 31 foto a) que envolve a municipalidade,

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bem como os municípios de Corumbá de Goiás e Pirenópolis. Dentre os pontos turísticos, já existentes e em potencial, podem-se destacar:

• Serra dos Pireneus (Figura 31 foto b); • Gruta dos Ecos (Figura 31 foto c);

• Potencial para rafting e canoagem nos rios;

• Maior tirolesa do Brasil, com 567 metros (Figura 31 foto d); • Cachoeiras (Figura 31 fotos e, f);

• Locais propícios para a prática de Vôo Livre e

• Mirante do Tratado de Tordesilhas (em implementação).

As cenas da Figura 31 apresentam fotos com variados pontos turísticos do município de Cocalzinho de Goiás. Pode-se observar que as fotos (a) apresenta uma vista parcial do Parque Estadual dos Pireneus e (b) exibe a Serra dos Pireneus, localizada no referido Parque. Já a foto (c) mostra um aspecto do interior da Gruta dos Ecos, local de grande exploração turística, já que a mesma abriga o maior lago subterrâneo da América do Sul. A foto (d) mostra a maior tirolesa do Brasil. Finalmente as fotos (e) e (f) mostram a Cachoeira do córrego Facão e a Cachoeira do córrego Rasgão, respectivamente.

(a) (b) (c) (d) (e) (f) Figura 31: Vista parcial de alguns pontos no município de Cocalzinho de Goiás. Fonte: (a) http://www.grchina.com/qiang/brazil/photo44.jpg em 30/07/2006. (b) http://www.tabapuadospireneus.tur.br/ em 30/07/2006.

(c) http://www.seplan.go.gov.br/Revista21/cap14.pdf, em 30/07/2006. (d) Andréa Couto Bezerra.

(e) Vice Prefeitura de Cocalzinho de Goiás. (f) Vice Prefeitura de Cocalzinho de Goiás.

Ainda que muitas destas atrações estejam em áreas particulares junto a hotéis, pousadas e clubes, é necessário garantir a exploração turística dentro das normas de manejo sustentável do meio ambiente.

Quanto ao número de estabelecimentos turísticos existentes em Cocalzinho de Goiás, há apenas sete, segundo informação fornecida pelo Vice-Prefeito, Sr. Valdomiro Pedro de Souza. São eles: Hotel Solar e Clube Cachoeira Girassol no Distrito de Girassol; Recanto dos Pássaros no Distrito de Edilândia; Hotel São Jorge, Pensão Valdirene, Hotel Fazenda Tabapuã dos Pireneus e Hotel Fazenda Cabana dos Pireneus na cidade de Cocalzinho de Goiás. Dos estabelecimentos citados, apenas um utiliza diretamente o rio Corumbá: o Hotel Fazenda Tabapuã dos Pireneus (Figura 32), que apresenta boa preservação ambiental; seus responsáveis demonstram ser conscientizados ambientalmente, assunto que será motivo de discussão no item 6.6.2 (página 133); além disso, está em tramitação o processo de oficialização de sua Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) junto ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA – como ainda será abordado neste trabalho no item 6.5.1 (página 106).

Figura 32: Vista parcial do Hotel Fazenda Tabapuã dos Pireneus.

Fonte: http://www.tabapuadospireneus.tur.br/instalacoes.php, em 30/07/2006.

Vale ainda ressaltar que a maior parte da água utilizada nestes estabelecimentos vem de fontes como poços, nascentes, córregos ou rios.

Em relação a outros tipos de estabelecimento que dão suporte ao turismo, como: restaurantes, bares, agências bancárias e lojas, são praticamente inexistentes. Esse fato corrobora o Plano Diretor do município Cocalzinho de Goiás que analisa atividade em questão e observa que a mesma é pouco explorada, embora tenha grande potencial e esteja em processo de estruturação.

6.1.2 - Corumbá de Goiás

6.1.2.1 - Abastecimento de Água

Segundo GCA e Interplan, 2003, o abastecimento de água em Corumbá de Goiás é feito pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE); a captação é efetuada por meio de barragem de elevação de nível no córrego Bagagem, próxima à nascente, na divisa com o município de Pirenópolis. As águas são conduzidas por gravidade até a Estação de Tratamento de Água (ETA), Figura 33, cujo reservatório dispõe de uma capacidade de 880 m3.

Figura 33: Vista parcial da Estação de Tratamento de Água do SAAE em Corumbá de Goiás. Fonte: Pesquisa de campo.

Foi realizado um questionário com o Sr. Erci Cardoso, funcionário do SAAE, com o intuito de esclarecer alguns aspectos sobre o abastecimento de água no município. Ele informou que existem 2.056 ligações ou hidrômetros no sistema de abastecimento de água, o que corresponde a 89% da população e os 11% restantes não foram mencionados. Dos 89% atendidos pelo SAAE, a grande maioria (84,85%) utiliza a água para consumo domestico; já os estabelecimentos comerciais utilizam 4,14% dessa água, enquanto que 0,01% da água distribuída destina-se ao abastecimento industrial e também há o abastecimento para as únicas

instituições isentas de pagamento, como o Lar dos Idosos, creche e asilo. Nos povoados rurais o abastecimento é por poço artesiano.

Quanto ao desperdício de água, cujo volume não foi especificado, ocorrem vazamentos durante: a) tratamento, mais especificamente nas descargas e manutenção da ETA, b) distribuição, mais especificamente nas descargas nos pontos de rede e na limpeza de reservatórios. Em relação às providências tomadas quanto ao desperdício, foi informado que são fechados os registros e executados serviços de reparo com urgência para sanar tais problemas.

Quanto ao monitoramento da qualidade de água, esse é realizado apenas para água bruta a ser tratada, enquanto que não há monitoramento da qualidade da água dos rios e córregos do município estudado.

6.1.2.2 - Sistema de Esgotamento Sanitário

Corumbá de Goiás não possui estação de tratamento de esgoto. Grande parcela do mesmo é lançada no solo por meio de fossas negras ou ligações clandestinas na rede coletora de águas pluviais. Calcula-se que cerca de 70% dos efluentes sejam direcionados, sem tratamento, para o rio Corumbá, Figura 34 - fotos a e b, (GCA e Interplan, 2003). Ademais, o lançamento de esgotos sem prévio tratamento no afluente (córrego Bagagem) do rio Corumbá é um sério problema para a manutenção da qualidade da água neste manancial.

(a) (b)

Figura 34: Vista parcial dos efluentes líquidos sendo despejados no córrego Bagagem, afluente do rio Corumbá (a) e (b).

Fonte: Pesquisa de campo.

Ainda segundo GCA e Interplan (op. cit.), é importante destacar que a maioria das fossas foi executada inadequadamente, causando a contaminação do lençol freático. Esta situação, associada ao lançamento direto no rio, é um problema ambiental bastante grave, sem mencionar o comprometimento dos atrativos naturais, que já são fontes de exploração turística, atividade que se encontra em expansão.

6.1.2.3 - Irrigação

Segundo o Sr. Itamar Queiroz Ferreira, Secretário de Turismo que trabalha juntamente com o Secretário de Meio Ambiente de Corumbá de Goiás, em conversa pessoal com a autora da presente dissertação, a água utilizada para agricultura no município inclui algumas culturas irrigadas numa área de aproximadamente 100 ha, como a soja que está em expansão. Entretanto, não foi especificada nem estudada a quantidade usada desse recurso, já que nem mesmo os gestores municipais souberam apontar isso.

É importante destacar que, (Selborne, 2001):

“A água para a agricultura provém diretamente das chuvas, que recompõem a umidade do solo, ou é gerada artificialmente, por meio da irrigação. Um pouco mais de 60% da produção global de alimentos é atribuído à chuva, e quase 40% à agricultura irrigada. Aperfeiçoar a eficiência do uso da água na irrigação é tecnicamente possível, e também necessário; esse aperfeiçoamento teria que levar

em conta os problemas de encharcamento e salinização, causados normalmente pelo uso excessivo de água e por sistemas de drenagem mal projetados. É também tecnicamente possível aumentar a eficiência na utilização da água da chuva, mas, como os recursos renováveis de água são limitados, o resultado poderia ser um menor escoamento, e, portanto menor disponibilidade de água a jusante.”

Assim, é preciso que haja no município o controle das atividades relacionadas à agricultura, principalmente àquelas ligadas às culturas irrigadas. É importante que a irrigação no município seja feita de forma sustentável e equilibrada para que não ocorram conflitos futuramente na região.

6.1.2.4 - Uso da Água para Lazer e Turismo

Por Corumbá de Goiás possuir belas paisagens naturais e por ser uma das regiões do entorno do Distrito Federal, o turismo é importante, embora no município ainda seja pouco estruturado, apesar de encontrar-se em expansão.

Praticam-se aí as modalidades do turismo rural e do eco-turismo. É importante ressaltar que tais atividades podem contribuir de maneira expressiva para a preservação ambiental, o que é extremamente necessário e benéfico para a região. Ademais, o turismo, que vem crescendo tanto na área de estudo quanto no Estado de Goiás, constitui-se em uma possibilidade de melhoria das condições de vida da população, já que representa uma significativa fonte de renda e geração de emprego, o que é imperioso para a localidade.

Contando com rico patrimônio natural, o município de Corumbá de Goiás tem bom potencial de desenvolvimento de turismo ecológico, uma categoria turística que vem crescendo nos últimos anos no país, caracterizada pela integração sustentável com o meio ambiente.

Quanto à estruturação do município para o desenvolvimento do turismo, pode-se dizer que este ainda é incipiente e pouco estruturado. Desta maneira, o alto potencial turístico

do município pode estar sendo subutilizado, devendo ser melhor aproveitado com ações mais contundentes. Ressalta-se ter sido elaborado um plano de desenvolvimento turístico, porém ainda não foi posto em prática (GCA e Interplan, 2003).

Entretanto, o turismo no município vem crescendo e começa a ter o apoio da Prefeitura municipal, que criou recentemente a Secretaria de Turismo. Essa iniciativa demonstra que a administração municipal está passando a reconhecer a importância do potencial turístico da região, e já vem desenvolvendo ações visando à divulgação de seus principais pontos e de suas atividades turísticas e culturais (Figura 35). Ademais, está em fase de elaboração de um CAT para melhor divulgar os atrativos da localidade e atender melhor seus turistas.

Figura 35: Cavalhadas em Corumbá de Goiás. Fonte: Secretaria de Turismo de Corumbá de Goiás.

Corumbá de Goiás, situado na região turística do Estado de Goiás, conta com importante atrativos naturais e histórico-culturais como a Cavalhada, o Caminho do Ouro, a Estrada Colonial no Planalto Central e Grande Goiânia {(Geológica, 2005) (Eleutério e Mendes 2006)}. O conjunto arquitetônico do centro histórico, tombado como patrimônio municipal, possui características singulares (Figura 36 fotos a e b).

(a) (b) Figura 36: Centro histórico de Corumbá de Goiás (a) e (b).

Fonte: (a) http://www2.ucg.br/flash/Flash2006/Marco06/060331corumba.html em 30/07/2006

(b) http://www.eco.tur.br/ecoguias/pirenopolis/fotos/paisagens/cdcorumba150.jpg em 30/07/2006

No que tange ao patrimônio ambiental, há diversas opções entre cachoeiras, balneários e reservas ecológicas, nas proximidades da sede municipal. A mais conhecida é o Salto de Corumbá (Figura 37), um conjunto de cachoeiras, rios, praias (Figura 38) e morros, com a uma queda superior a 60 metros. Outros destaques são as praias Pedreira e Areão, e as cachoeiras Monjolinho, Pireneus, Tapera Grande, Pai Inácio, Taguara, entre outras. Tais atrativos formam um cenário natural a ser preservado. Ainda que muitas destas atrações estejam em áreas particulares junto a hotéis, pousadas e campings, é necessário garantir uma adequada exploração turística dentro das normas de manejo sustentável do meio ambiente.

Figura 37: Vista parcial do Salto Corumbá. Figura 38: Vista parcial da “Prainha” em Corumbá

Fonte: Projeto CEB/ UCB de Goiás.

Muitas das atrações naturais já são utilizadas e recebem visitantes regularmente, outras precisam maior infra-estrutura, sendo por vezes desconhecidas até pelos moradores do município. Os locais planos situados dentro de propriedades privadas estão sendo adaptados para campings e chalés.

Quanto ao número de estabelecimentos turísticos existentes em Corumbá de Goiás, há dezoito estabelecimentos, segundo a Secretaria Municipal de Turismo. São eles: Acampamento El Rancho; Hotel e Pousada Paraíso dos Sonhos; Hotel Magalhães; Hotel Fazenda Recanto dos Bandeirantes; Pousada Recanto Goiano; Pousada Dona Sinhá; Pousada Recanto do Rio; Pousada Monjolinho; Pousada Gaúcho; Pousada Lírio do Vale; Pousada Beira Rio; Pousada São Bento; Pousada da Lua; Pousada Serra da Irara; Pouso da Penha; Cachoeira do Monjolinho, área de camping; Recanto Sonho Verde, área de camping; Salto

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