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Em virtude dos valores de densidade e de biomassa encontrados nos dois pontos de coleta (P1 e P2), não terem apresentado diferença significativa, foi utilizada uma média para a

realização dos testes estatísticos. Sodré-Neto e Araújo (2008), ao estudarem as oscilações espaciais e temporais do bacterioplâncton na barragem Armando Ribeiro Gonçalves – RN, também não encontraram variações significativas entre os trechos estudados, correlacionando ao fato de serem afetados pelos mesmos tipos de efluentes, situação que também deve ter ocorrido no presente estudo.

Também não foram encontradas variações estatisticamente significativas da densidade e da biomassa do bacterioplâncton entre os períodos seco e chuvoso (Tabela 3). Mudanças ambientais podem ocasionar variações sazonais nos grupos encontrados na comunidade bacteriana, as quais podem estar correlacionadas, por exemplo, com a concentração de carbono orgânico dissolvido (KRITZBERG et al., 2006), fato não investigado neste estudo. Entretanto, de acordo com Wu e Hanh (2006) há dados que mostram que mesmo ocorrendo

variações em algumas condições ambientais e/ou bióticas, algumas populações bacterianas mostram padrões sazonais semelhantes independentes

Na Tabela 3 pode-se observar que, com relação à densidade e biomassa dos morfotipos bacterianos, só foram encontradas diferenças significativas entre o período seco e chuvoso para a biomassa das formas espiraladas (p=0,0007). Tal fato pode significar que esse tipo morfológico competiu menos pelos nutrientes provenientes das chuvas, diminuindo sua biomassa (mas não a densidade) nesse período. Entretanto, outras explicações podem ser dadas a esse fenômeno, como a resposta bacteriana à ação do grazing (CORNO; JURGENS, 2006), fato a ser investigado em um próximo passo desta pesquisa.

Tabela 3 – Teste t - comparação das variáveis no período seco e chuvoso

Teste – t Período seco Período chuvoso

SD SD t P

Densidade total (cel.mL -1) 2,09E+07 5,51E+05 2,04E+07 8,25E+05 0,989 0,378

Densidade de Cocos (cel.mL -1) 1,38E+07 1,46E+06 1,30+07 7,57E+05 0,927 0,438 Densidade de Bacilos (cel.mL -1) 6,20E+06 1,43E+06 6,28E+06 1,03E+05 -0,098 0,010 Densidade de Víbrios (cel.mL -1) 1,36E+05 2,94E+04 1,53E+05 5,10E+04 -0,5 0,5

Densidade de Espirilos (cel.mL -1) 1,36E+05 2,94E+04 1,79E+05 2,55E+04 -1,131 0,857

Densidade de Filamentos (cel.mL -1) 6,81E+05 1,79E+05 8,26E+05 5,31E+04 -1,339 0,161

Biomassa total (µg C.L -1) 842,67 94,63 758,86 91,79 1,101 0,969 Biomassa de Cocos (µg C.L -1) 109,36 10,35 101,05 14,77 0,798 0,658 Biomassa de Bacilos(µg C.L -1) 202,24 41,89 151,54 33,58 1,637 0,784 Biomassa de víbrios (µg C.L -1) 116,48 42,25 180,30 66,47 -1,403 0,575 Biomassa de Espirilos (µg C.L -1) 414,55 13,65 305,68 14,86 9,343 0,0007 * Biomassa de Filamentos (µg C.L -1) 1829,68 64,51 1801,31 67,57 0,525 0,953 *Significância (p < 0,05) 3.1 - Densidade do Bacterioplâncton

No presente trabalho, as densidades bacterianas variaram de 1,90 x 107 a 2, 21 x 107 cel.mL-1 e foram elevadas tanto no período seco quanto no período chuvoso (Figura 3). No entanto, observou-se que o ano de 2007 se caracterizou como um ano muito seco. A pluviometria normal anual na cidade de Acari é de 434,7 mm e segundo os dados da EMPARN (Empresa de pesquisa agropecuária do RN) o acumulado das precipitações durante o ano de 2007 ficou bem abaixo desta média (275,9 mm). Este fato pode ter contribuído para uma aparente estabilidade nas águas do referido açude, uma vez que não se observaram diferenças significativas na densidade bacteriana entre os períodos seco e chuvoso. Para

Araújo e Costa (2007), em t quanto a elevada evaporaçã densidades bacterianas, o que t

Figura 3: Densidade total do b

Em estudo realizado po nordeste brasileiro, foram enco Bouvy et al. (1998) encontr realizado em sete reservatório inferiores às encontrados no p ambientes aquáticos podem va com o grau de eutrofização do

Segundo dados de M clorofila “a” para o período ch respectivamente, e a transparê de 0,30 m. Com esses dados, parâmetros os índices da OEC como apresentados por Tundis (1977), enquadra-se como hi Small (1981) como eutrófico. no ano de 2005, classificaram 1,80E+07 1,90E+07 2,00E+07 2,10E+07 2,20E+07 abr_0 O rg a n is m o s/ m L

trabalho desenvolvido na mesma região, ta ção, em períodos distintos podem contrib e também deve ter ocorrido no presente estudo

bacterioplâncton em cada coleta.

por Araújo e Godinho (2008) em um ambiente contradas densidades bacterianas da ordem de traram uma oscilação da ordem de 106 cel rios do nordeste do Brasil. Neste último caso, presente estudo, mas sabe-se que as densida variar entre 105 e108 organismos por mL, aum

o ambiente (BOUVY et al., 1998).

Mesquita (2008), as concentrações médias chuvoso no ano de 2007, foram 155,23e µg.L

rência da água medida com disco de Secchi ap s, o nível trófico do reservatório se enquadra CD (Organization for Economic Cooperation disi et al. (1988) e o IET (Índices de Estado T

hipertrófico e de acordo com os índices desc Sousa et al. (2008) em estudo realizado no m m o Gargalheiras como eutrófico devido às alta br_07 mai_07 jun_07 set_07 set_07 nov_07

Chuvoso Seco

tanto a precipitação ibuir para elevadas

o. te fluvial-lagunar do e 107 bactérias/mL e cel.mL-1. Em estudo o, as densidades são dades bacterianas em umentando de acordo s de fósforo total e .L-1 e 156,46 µg.L-1 apresentou em média ra de acordo com os n and Development), Trófico) de Carlson escritos por Cullen e mesmo reservatório ltas concentrações de v_07

Fósforo total (89,7 µg.L-1), de clorofila a (43,4 µg.L-1) e de matéria orgânica (STS=19,2 mg/L). Comparativamente, observa-se um aumento nos valores dessas variáveis limnológicas, de 2005 a 2007, o que pode significar que esteja havendo um aumento dos níveis de entrada de nutrientes no ambiente, ao longo do tempo.

É bem conhecido que ambientes com níveis tróficos mais elevados geralmente apresentam maiores densidades bacterianas, porém fatores como a pressão de predação, podem influenciar bastante (CORNO; JURGENS, 2006). Racy (2004) estudando três reservatórios com diferentes graus de trofia no estado de São Paulo, encontrou densidades bacterianas entre 8,1 e 9,9 x 109 cel. L-1, no reservatório eutrófico; entre 4,0 e 8,1 x 109 cel. L-1 no reservatório mesotrófico e entre 1,8 a 2,4 x 109 cel. L-1 no reservatório oligotrófico. No presente trabalho as densidades foram bastante elevadas, na ordem de 107 cel.mL-1, em todos os períodos de coleta (Figura 3). Estes dados devem estar relacionados ao grau de trofia do reservatório, visto que este reservatório se encontrava em estado eutrófico durante todo o período de estudo.

Em locais que apresentam as estações do ano com características mais definidas, observa-se que em períodos de alta temperatura a densidade bacteriana aumenta, como encontrado por Liu e Leff (2002) em estudo realizado em rio do nordeste de Ohio – (USA). De fato existem vários estudos de densidades bacterianas em regiões de clima mais frio, onde geralmente as densidades bacterianas são mais baixas do que as encontradas em regiões semi- áridas como, por exemplo, o estudo realizado em ecossistema lêntico nos Andes Colombianos por Canosa e Pinilla (2007) onde foi encontrado um valor de 84x104 bac./ml-1. Pomeroy e Wiebe (2001), entretanto, afirmam que microrganismos das regiões de clima temperado têm maior crescimento em períodos mais quentes enquanto que microrganismos de regiões tropicais estariam sempre na temperatura ótima para o seu crescimento. Como a região semi- árida é caracterizada por apresentar as altas taxas de insolação em todo ano, e na cidade de Acari onde se encontra o açude pesquisado a taxa insolação chega a 2.400 h/ano (IDEMA, 2007), este fato também deve influenciar para a alta densidade de bacterioplâncton encontrada no presente estudo, independente do período climático.

A densidade dos morfotipos bacterianos não mostrou uma variação espacial ou sazonal. As células em forma de cocos foram numericamente predominantes em todas as coletas, influenciando consideravelmente a abundância total do bacterioplâncton. Os bacilos constituíram o segundo grupo mais numeroso seguido de filamentos, espirilos e vibriões (Figura 4). Araújo e Costa (2007) encontraram bacilos como grupo predominante em vários reservatórios do semi-árido brasileiro, inclusive no reservatório onde foi realizada esta

pesquisa, o que pode significa ambientes.

Vários fatores podem visto que a diversidade de mi metabólica. Sodré-Neto e A composição e densidade das p resultados da interação de v predadores, de parasitas, as fo erosão e lavagem do solo e po químicas locais. Deve-se cons vivem no mesmo ambiente.

Figura 4: Médias das densidades

O açude Gargalheiras é tóxicas de cianobactérias (CO al. (2001), a competição entre este último, já que o fitoplân aquáticos com alta disponibili de fósforo, como também de c bacterioplâncton como o fitop ser de competição por nutrie

0,00E+00 2,00E+06 4,00E+06 6,00E+06 8,00E+06 1,00E+07 1,20E+07 1,40E+07 cé lu la s/ m L

car que há uma alternância na predominância estar relacionados com a diversidade morf microrganismos está diretamente relacionada Araújo (2008), explicam que as flutuaçõ s populações de microorganismos em ecossiste

vários fatores como o alimento disponív fontes alóctones de nutrientes e de microorgan por efluentes de atividades humanas, além da nsiderar também a possível competição entre

es dos morfotipos bacterianos nos períodos seco e

s é caracterizado por apresentar freqüentes e du OSTA et al. 2006; PANOSSO et al., 2007). S re fitoplâncton e bacterioplâncton parece ser me lâncton é mais capaz de aproveitar o fósforo ilidade de luz. No ambiente estudado existe gr

clorofila a e matéria orgânica, favorecendo de oplâncton. A relação entre fitoplâncton e bac rientes limitantes, pode ser de dependência m

chuvoso seco

ia das formas, nesses rfológica bacteriana, a à sua versatilidade ções observadas na stemas aquáticos são ível, a presença de anismos trazidas pela das condições físico-

e os organismos que

e chuvoso

duradouras florações Segundo Farjalla et menos favorável para oro em ecossistemas grande concentração desta maneira tanto o acterioplâncton pode mútua, ou então o

fitoplâncton seria limitado por carbono oriundo do fitoplâncto 3.2 - Biomassa do Bacteriopl

As biomassas totais ba foram consideradas altas em encontrados no presente traba (1998) que considerou alta a eutrófico de região semi-árida

Figura 5: Biomassa total do bact

A cadeia alimentar e heterotróficas, que são capaze biomassa. Esse carbono incorp por predadores, principalmen (AZAM et al., 1983). Em amb de 50% do carbono orgânico grande importância que a bio alimentar destes ambientes. participam do ciclo de impor desempenhando um papel vita viva, ou sua remineralização a

2200 2400 2600 2800 abr_07 B io m a ss a ( µ g C .L -1 )

or nutrientes enquanto que o bacterioplâncton cton (CURRIE, 1990).

plâncton

bacterianas variaram de 2.436,14 a 2.739,01 µg em todos os períodos estudados. Os val balho foram elevados em relação aos ilustrado

a biomassa bacteriana de 51,8 µgC.L-1 em a no nordeste brasileiro.

cterioplâncton em cada coleta (µgC.L-1)

em ambientes aquáticos pode ter como zes de absorver carbono orgânico do meio e rporado pode ser respirado pelas próprias bacté ente por flagelados ciliados constituindo a mbientes aquáticos, o carbono microbiano pod o particulado (ABREU et al., 1992). Esses da biomassa das bactérias representa para a sus

. Além do papel no ciclo do carbono, as ortantes nutrientes como o nitrogênio e o fó ital na recuperação da matéria orgânica de detr

a compostos inorgânicos (CARLSSON; CARO _07 mai_07 jun_07 set_07 set_07 nov_07

Chuvoso Seco

n seria limitado pelo

µgC.L-1 (Figura 5), e alores de biomassa dos por Bouvy et al. em um reservatório

o base as bactérias e incorporar na sua ctérias ou consumido a alça microbiana ode representar mais dados demonstram a ustentação da cadeia s bactérias também fósforo, desta forma etritos para biomassa RON, 2001).

Na Figura 6 estão ex bacterianos com destaque para influenciaram expressivament ambientes (ARAÚJO; COSTA al. (1992), em ambientes eutr celular, são importantes e com interações tróficas, ou seja, a p morfológicas na tentativa de formas, tornando-se não come As médias da biomass 250,38 µgC.L-1 (Figura 6). Pa (Figura 6). Apenas a biomass entre o período seco e chuvoso 422,44 µgC.L-1 , estando ma temperaturas, como considera correlações entre a temperatu árido nordestino.

Figura 6: Médias das Biomassa

0 400 800 1200 1600 2000 B io m a ss a (µ g C .L -1 )

expressas as médias dos valores de biomas ra aqueles referentes às bactérias filamentosas nte os altos valores de biomassa total, uma c

A, 2007; SODRÉ-NETO; ARAÚJO, 2008). S tróficos o controle “top-dowm”, ou seja, pela omo variações no volume celular muitas vez a pressão de predação, observa-se que podem a

e escape de seus predadores onde as bactéria estíveis (NAKANO; KAWABATA, 2000). ssa bacteriana de cocos, bacilos e vibriões va Para os filamentos a variação foi de 1678,66 a ssa dos espirilos (Figura 6) apresentou oscila oso (p=0,000731) (Tabela 3), apresentando mé

ais altas no período seco, o que pode ser erado por Araújo e Godinho (2008), que de

tura e o volume celular bacteriano em ambie

sas (µgC.L-1) dos morfotipos bacterianos nos perío

chuvoso seco

assa dos morfotipos as. Estes organismos característica desses . Segundo Sanders et ela predação e a lise ezes estão ligadas às acontecer variações rias alongariam suas variaram de 88,43 a 6 a 1902, 78 µgC.L-1 ilações significativas édias entre 282,87 a r associado às altas detectaram elevadas iente de clima semi-

A média da biomassa d como a menor biomassa entre (Figura 7). Isto pode ser expl utilizado para o cálculo da biom

( Figura 7: (A) Médias das Densidade (B) Médias das Biomassas

O inverso aconteceu co apresentou as mais altas méd elevados valores de biovolum várias forças, entre elas os nu 2006). As bactérias parecem comportamentais para produzi vivem. Estes resultados são si encontraram valores de 1734 eutróficos da mesma região.

No presente estudo, e encontradas, demonstrando um associados aos altos níveis de f eutrofização exerce forte influ Assim, as variações quantitativ ser influenciadas pelo regime p

bacilos; 6,24E+06 vibrios; 1,40E+05 espirilos; 1,51E+05 filamentos ; 7,51E+05

de cocos variou foi de 105,20 µgC.L-1 (Figura re os grupos estudados, apesar de ser o morfot

plicado pelo pequeno volume celular dessas iomassa.

(A) (B)

des (cel./mL) dos morfotipos bacterianos nos períodos s sas (µgC.L-1) dos morfotipos bacterianos nos períodos se

com o morfotipo filamentoso que, embora em édias de biomassa, atingindo 1875,21 µgC.L me destes organismos. As formas bacteriana nutrientes e a necessidade de escape aos pre m responder a essas forças a partir de fat zir um tamanho e forma adequados para as circ similares aos encontrados por Sodré-Neto e A

34,1 µgC.L-1 para a biomassa deste morfot

, elevadas densidades e biomassas do bacte uma alta atividade microbiana no reservat fósforo e clorofila e à baixa transparência da á fluência na composição e biomassa da comun tivas na densidade e biomassa do bacterioplânc pluviométrico da região, mas provavelmente

cocos; 1,34E+07 tos +05 cocos; 105,2 filamentos ; 1815,49 ra 7), permanecendo otipo mais numeroso s bactérias, o qual é

s seco e chuvoso. seco e chuvoso.

em pequeno número, .L-1, em função dos nas são dirigidas por redadores (YOUNG, fatores ambientais e ircunstâncias em que e Araújo (2008), que otipo em ambientes cterioplâncton foram atório. Esses dados a água indicam que a unidade microbiana. ncton não pareceram te pelo estado trófico os; bacilos;

176,79 vibrios; 148,39 espirilos;

do ambiente, o qual é considerado eutrófico de acordo com as variáveis químicas, físicas e biológicas.

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