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3.2 Conclus˜oes

4.1.1 Resultados e discuss˜oes

4.1.1.1 Sillenitas

A figura 4.2 (a) apresenta o resultado para o cristal de BTO n˜ao dopado (amostra BTO- 008) para fins de compara¸c˜ao com as outras amostras. Neste resultado, observamos o pico associado `a banda proibida. ´E poss´ıvel perceber os “degraus”, que indicam a presen¸ca de estados localizados. A seta em vermelho indica o in´ıcio do degrau. Esses degraus ocorrem devido a excita¸c˜ao de um novo centro fotoativo, ou seja, a medida que a energia do f´oton aumenta, outros centros fotoativos s˜ao atingidos, e maior ´e a fotocondutividade [31, 42]. Neste caso, trˆes experimentos foram realizados: a curva de c´ırculos apresenta o experimento no cristal termicamente relaxado; a de triˆangulos, a amostra foi pr´e-exposta com energia fotˆonica hν = 2.4eV; e a de quadrados o cristal foi exposto a ilumina¸c˜ao ambiente (normal). No gr´afico ampliado, figura 4.2 (b), fica claro a identifica¸c˜ao dos estados localizados em 1.7 e 2.0eV, para a amostra pr´e-exposta. Acima desse valor, a an´alise do espectro fica camuflada pelos efeitos de fotoluminescˆencia.

Esta t´ecnica n˜ao permite distinguir se as energias s˜ao referidas `a banda de condu¸c˜ao (com el´etrons como portadores) ou `a banda de valˆencia (com buracos como portadores). Com ex- perimentos auxiliares de holografia, sabemos que os portadores s˜ao, prioritariamente, el´etrons [31, 42]. Tamb´em fica claro (figura 4.2 (a)) o efeito do relaxamento t´ermico (parcial) do BTO, onde a curva para a amostra relaxada quase n˜ao apresenta (ou aparecem muito reduzidos) os degraus, que s˜ao bem vis´ıveis na amostra pr´e-exposta. Podemos observar melhor esse efeito no espectro ampliado na figura 4.2 (b).

CAP´ITULO 4. FOTOCONDUTIVIDADE 28 condi¸c˜ao ´e poss´ıvel perceber uma grande subida em 2.2eV, determinando o n´ıvel Fermi para o BTO [44, 45]. A partir deste n´ıvel, o resultado apresenta um pico em 3.2eV que caracteriza a banda proibida deste material.

Na figura 4.4, est´a apresentado o espectro de absor¸c˜ao juntamente com o coeficiente de fotocondutividade para o BTO n˜ao dopado. Percebe-se uma queda no espectro de absor¸c˜ao quando se aproxima do limite de banda ao inv´es de uma satura¸c˜ao. Este comportamento indica que a radia¸c˜ao detectada n˜ao ´e a transmitida pelo cristal, e sim, a radia¸c˜ao emitida pela recombina¸c˜ao do portador de carga com um centro foto-ativo [31, 1, 42]. Na t´ecnica cl´assica que usa o espectrˆometro, a radia¸c˜ao luminescente n˜ao ´e detectada pois o detector se encontra longe da amostra, diferente da t´ecnica da Fotocondutividade Resolvida por Comprimento de Onda onde a amostra est´a pr´oximo da amostra. Apesar do espectro de absor¸c˜ao conter radia¸c˜ao luminescente, a medida de absor¸c˜ao ´e necess´aria para processar os dados da fotocondutividade.

Figura 4.2: (a) Coeficiente de fotocondutividade em fun¸c˜ao da energia fotˆonica (hν) para um cristal de BTO n˜ao dopado, para as condi¸c˜oes: relaxado, pr´e-exposto com hν = 2.4eV e normal, na escala logar´ıtmica; (b) Vis˜ao ampliada do coeficiente de fotocondutividade entre 1.0 e 2.5eV.

O resultado do coeficiente de fotocondutividade para o cristal BTO dopado com chumbo (BTO:Pb) est´a apresentado na figura 4.5 (a) e em escala ampliada na figura 4.5 (b). Compa- rando as curvas, percebe-se que o efeito da pr´e-exposi¸c˜ao (com energia fotˆonica hν = 2.4eV) ´e relativamente fraco quando comparado com BTO puro, e n˜ao h´a quase diferen¸ca entre os expe- rimentos relaxado e normal e a identifica¸c˜ao de degraus ´e dif´ıcil. E, ainda, a fotocondutividade

CAP´ITULO 4. FOTOCONDUTIVIDADE 29

Figura 4.3: Coeficiente de fotocondutividade em fun¸c˜ao da energia fotˆonica para o cristal de BTO n˜ao dopado, para as condi¸c˜oes: relaxado, pr´e-exposto com hν = 2.4eV e normal.

Figura 4.4: Coeficiente de absor¸c˜ao e coeficiente de fotocondutividade medido no BTO n˜ao dopado.

do BTO:Pb ´e uma ordem de grandeza menor que o BTO puro.

Na figura 4.6 (a) est´a apresentado o resultado do coeficiente de fotocondutividade para o cristal de BTO dopado com van´adio (amostra BTO:V-J16a). Pode-se perceber que quase n˜ao h´a efeito de pr´e-exposi¸c˜ao (com hν = 2.4eV), e apenas se observa um crescimento monotonico da curva do coeficiente de fotocondutividade, com um degrau em 1.76 e 2.09eV (figura 4.6 (b)). A fotocondutividade desta amostra ´e duas ordens de grandeza menor que para o BTO puro.

CAP´ITULO 4. FOTOCONDUTIVIDADE 30

Figura 4.5: (a) Coeficiente de fotocondutividade em fun¸c˜ao da energia fotˆonica para o cristal de BTO:Pb, para as condi¸c˜oes: relaxado, pr´e-exposto com hν = 2.4eV e normal, na escala logar´ıtmica;

(b) Vis˜ao ampliada do coeficiente de fotocondutividade entre 1.0 e 2.3eV.

Figura 4.6: (a) Coeficiente de fotocondutividade em fun¸c˜ao da energia fotˆonica para o cristal de BTO:V, para as condi¸c˜oes: relaxado, pr´e-exposto com hν = 2.4eV e normal, na escala logar´ıtmica;

(b) Vis˜ao ampliada do coeficiente de fotocondutividade entre 1.0 e 2.3eV.

´e menos fotocondutor que o BTO puro (aproximadamente uma ordem de grandeza menos fotocondutor) e dois degraus podem ser identificados em 1.7 e 2.0eV (seta em vermelho), como observamos na figura 4.7 (a) e (b). ´E interessante salientar o efeito da pr´e-exposi¸c˜ao (tamb´em com hν = 2.4eV) que, neste caso, ´e bem not´avel, diferentemente para o BTO:Pb e BTO:V quando pr´e-expostos.

CAP´ITULO 4. FOTOCONDUTIVIDADE 31

Figura 4.7: (a) Coeficiente de fotocondutividade em fun¸c˜ao da energia fotˆonica para o cristal de BTO:Zr, para as condi¸c˜oes: relaxado, pr´e-exposto com hν = 2.4eV e normal, na escala logar´ıtmica;

(b) Vis˜ao ampliada do coeficiente de fotocondutividade entre 1.0 e 2.5eV.

mos o aumento da fotocondutividade devido o efeito de pr´e-exposi¸c˜ao, com hν = 2.4eV, quando comparado com o termicamente relaxado. Um centro foto-ativo poder visto em 2.08eV.

As fotocondutividades do BTO n˜ao dopado e do BGeO, pr´e-expostos, s˜ao comparadas na figura 4.9. ´E interessante observar que nesta condi¸c˜ao a diferen¸ca entre a fotocondutividade do BTO e do BGeO n˜ao ´e significativa.

Figura 4.8: Coeficiente de fotocondutividade em fun¸c˜ao da energia fotˆonica para um cristal de BGeO, para as condi¸c˜oes: relaxado e pr´e-exposto com hν = 2.4eV.

CAP´ITULO 4. FOTOCONDUTIVIDADE 32

Figura 4.9: Compara¸c˜ao entre a fotocondutividade do BTO n˜ao dopado e BGeO sob condi¸c˜ao de pr´e-exposi¸c˜ao.

4.1.1.2 CdTe

As medidas realizadas nas amostras de CdTe com diferentes dopantes s˜ao menos interessantes pois o nosso sistema n˜ao nos permite explorar a faixa de 0.6 `a 0.8eV onde esperamos encontrar o n´ıvel de Fermi, neste caso, fixado pelas impurezas de V3+/V2+ [28].

O coeficiente de fotocondutivadade para a amostra CdTe:V (amostra CdTe:V-BR4Z1Mb), na condi¸c˜ao normal e pr´e-exposta com luz de energias fotˆonicas distintas, est´a apresentado na figura 4.10 onde vemos um pico por volta de 1.46eV caracterizando a banda proibida deste material. Notamos tamb´em a presen¸ca de um degrau em 1.36eV. Como a maior parte dos LEDs apresenta comprimentos de onda no vis´ıvel, apenas um pequeno espectro pode ser analisado. Verificamos, ainda, que a pr´e-exposi¸c˜ao n˜ao alterou a fotocondutividade do material.

O resultado do coeficiente de fotocondutividade para o CdTe:Ge est´a apresentado na figura 4.11, este resultado tem um comportamento diferente das demais amostras de CdTe, indicando a presen¸ca de um segundo centro foto-ativo. Neste caso acreditamos que o pico em 1.46eV caracteriza a banda proibida pois a partir de 1.32eV observamos uma r´apida subida e depois um decaimento. Um degrau em 1.2eV pode ser notado. Comparando a fotocondutividade do CdTe:Ge com o CdTe:V vemos que CdTe:Ge ´e uma ordem de grandeza menos fotocondutor que o CdTe:V. Os experimentos com pr´e-exposi¸c˜ao n˜ao foram realizados nesta amostra por n˜ao

CAP´ITULO 4. FOTOCONDUTIVIDADE 33

Figura 4.10: Coeficiente de fotocondutividade em fun¸c˜ao da energia fotˆonica para o cristal de CdTe:V para a condi¸c˜ao normal e pr´e-exposta com luz de energia fotˆonica hν = 1.32, 1.40 e 1.47eV.

poder explorar as faixas abaixo de 1.0eV devido `a limita¸c˜ao no nosso sistema de medidas. Na figura 4.12 vemos o coeficiente de fotocondutividade para a amostra CdTe:Bi. Neste caso n˜ao foi observado nenhum degrau na faixa de medida. O interessante ´e observar que este material ´e uma ordem de grandeza mais fotocondutor que o CdTe:V.

Figura 4.11: Coeficiente de fotocondutividade em fun¸c˜ao da energia fotˆonica para o cristal de CdTe:Ge para a condi¸c˜ao normal.

CAP´ITULO 4. FOTOCONDUTIVIDADE 34

Figura 4.12: Coeficiente de fotocondutividade em fun¸c˜ao da energia fotˆonica para o cristal de CdTe:Bi para a condi¸c˜ao normal.

4.1.1.3 ZnTe

Os resultados para o ZnTe dopado com van´adio (amostra ZnTe:V-12) e dopado com van´adio e alum´ınio (amostra ZnTe:V:Al-THM-15) est˜ao apresentados na figura 4.13. Este material ´e interessante por ter a banda proibida maior que o do CdTe, aproximadamente 2.1eV para as duas amostras. Na figura 4.14 est´a apresentado o coeficiente de fotocondutividade para a regi˜ao de 1.0 at´e 2.1eV, onde observamos que a amostra ZnTe:V-12 apresenta claramente degraus em 1.46, 1.75 e 1.88eV, enquanto que a amostra ZnTe:V:Al-THM-15 n˜ao apresenta nenhum degrau, apenas um crescimento uniforme.

4.2

Conclus˜oes

Para estes experimentos utilizamos configura¸c˜ao transversal de eletrodos na amostra, para que fosse levado em considera¸c˜ao a varia¸c˜ao da fotocondutividade no seu volume, devido `a absor¸c˜ao de luz no material, permitindo melhor caracteriza¸c˜ao das suas propriedades. Para isso ´e necess´ario a medida do coeficiente de absor¸c˜ao e da fotocondutividade simultaneamente. Foram identificados v´arios degraus tanto nos compostos da fam´ılia sillenita quanto nos semicondutores do grupo II-VI. Em rela¸c˜ao `a fam´ılia sillenita, percebemos em todas as amostra uma grande subida em 2.2eV, que determina o n´ıvel Fermi.

CAP´ITULO 4. FOTOCONDUTIVIDADE 35

Figura 4.13: Coeficiente de fotocondutividade em fun¸c˜ao da energia fotˆonica para os cristais ZnTe:V e ZnTe:V:Al para a condi¸c˜ao normal.

Figura 4.14: Coeficiente de fotocondutividade em fun¸c˜ao da energia fotˆonica para a regi˜ao de 1.0 at´e 2.1eV para os cristais ZnTe:V e ZnTe:V:Al para a condi¸c˜ao normal.

Nas amostras semicondutoras, o CdTe dopado com van´adio apresentou o pico de fotocondu- tividade bem definido em 1.46eV e, apesar das limita¸c˜oes do aparato, um degrau foi observado. J´a o CdTe:Ge apresentou um comportamento diferente sugerindo a presen¸ca de dois centros foto-ativos.

Apesar do aparato experimental n˜ao permitir explorar a faixa de 0.6 `a 0.8eV, onde espera-se uma maior sensibilidade dos compostos fotorrefrativos semicondutores, observamos que estas amostras mostraram-se mais fotocondutores que as sillenitas e, por isso, promissoras para

CAP´ITULO 4. FOTOCONDUTIVIDADE 36 aplica¸c˜oes envolvendo o efeito foto-fem.

Cap´ıtulo 5

SPECKLE-FOTO-FEM (SFE)

Neste cap´ıtulo est˜ao apresentados os resultados das medidas de vibra¸c˜oes usando a t´ecnica Speckle-foto-fem e os resultados da caracteriza¸c˜ao dos materiais estudados.

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