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RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS GERENTES DO PÓLO

7 O PÓLO DE CAMAÇARI INDÚSTRIA QUÍMICA E PETROQUÍMICA

11.1 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS GERENTES DO PÓLO

Não está nos objetivos deste estudo a análise da maturidade da cultura de segurança de cada uma das empresas estudas, mas do conjunto das empresas químicas e petroquímicas instaladas no Pólo Industrial de Camaçari. Assim, a análise a seguir foi feita considerando as 23 empresas petroquímicas em conjunto e não cada uma individualmente.

A Tabela 5 mostra os resultados das respostas dos questionários respondidos pelos 23 gerentes de segurança do trabalho do Pólo Industrial de Camaçari para cada um dos cinco fatores (informação, aprendizagem organizacional, envolvimento, comunicação e compromentimento). Os números apresentados na tabela significam o percentual das respostas dadas pelos gerentes em relação ao estágio de maturidade em que se encontra cada fator. Assim, 2% das respostas dos gerentes para questões relativas ao fator informação são de que este fator está no estágio patológico de maturidade da cultura de segurança. Da mesma forma, 63% das respostas dos gerentes para questões relativas ao fator comprometimento são de que este fator se encontra no estágio sustentável de maturidade da cultura de segurança.

Os dados da Tabela 5 mostram que o Pólo Industrial de Camaçari apresenta características de estágio de maturidade de cultura de segurança que está entre o estágio inferior (patológico) e o mais avançado (sustentável), embora fique claro que as respostas dos gerentes com maiores percentuais (mais frequentes) são que os fatores se encontram com características dos estágios do extremo superior (proativo e sustentável) de maturidade da cultura de segurança.

Observa-se pelos dados da Tabela 5 que os fatores informação, comunicação e comprometimento apresentam características dos estágios de maturidade extremos (patológico e sustentável) e todos os fatores apresentam características de pelos menos três estágios de maturidade (patológico ou burocrático, proativo e sustentável). O fator comprometimento apresenta características dos quatro estágios de maturidade. Estes resultados são significantes, apesar do baixo percentual nos estágios de maturidade inferior,

por que eles mostram que uma empresa pode ter características de diferentes estágios de maturidade de cultura de segurança em um mesmo fator.

Tabela 5 - maturidade da cultura de segurança segundo respostas do questionário dos gerentes da indústria química e petroquímica do Pólo Industrial de Camaçari (n=23)

Patológico Reativo Burocrático Proativo Sustentável

Informação 2% 0% 0% 44% 54% Aprendizagem Organizacional 0% 0% 1% 58% 41% Envolvimento 0% 0% 4% 44% 52% Comunicação 9% 0% 1% 55% 35% Comprometimento 1% 4% 13% 20% 63%

É importante observar que o fator informação, considerado por Reason (1997) como importante para uma cultura de segurança informada e justa, que demonstra a confiança dos empregados em relatar à empresa os acidentes e os incidentes ocorridos, ainda apresenta algumas características do estágio patológico (2%), segundo as respostas dos gerentes, significando que podem existir resquícios de desconfiança dos trabalhadores em relação a empresa para relatar esses fatos.

Outro dado importante é o fator comunicação com o percentual de 9% das respostas dos gerentes para estágio patológico, o que pode ser reflexo de comunicação deficiente de temas relativo à segurança para os empregados ou a inexistência de um canal aberto de comunicação entre os empregados e a empresa.

Com relação ao fator comprometimento, 18% das respostas dos gerentes são que este fator se encontra entre o estágio patológico e o burocrático, revelando possíveis problemas nas empresas com relação aos recursos (tempo, dinheiro e pessoas), treinamento e suportes alocados para a gestão da segurança.

Para o fator envolvimento, há 4% de respostas dos gerentes para características do estágio burocrático, embora o percentual seja baixo, mas aponta que ainda existem problemas com relação à participação dos empregados nas questões relativas a segurança, como por exemplo, a participação deles se limitar ao que está previsto em normas legais (na Comissão Interna de Previsão de Acidentes - CIPA, por exemplo) ou nos regulamentos da empresa, ou seja, não há espontaneidade na participação dos trabalhadores.

Com o objetivo de identificar possível influência da origem do capital acionário no estágio da cultura de segurança, as indústrias químicas e petroquímicas foram divididas em

dois grupos: empresas de capital acionário majoritário de origem multinacional e empresas de capital acionário majoritário de origem nacional. Das 23 empresas estudadas, 13 são multinacionais e 10 são nacionais, conforme pode ser visto no Apêndice B. O Gráfico 5 mostra os resultados das respostas dos questionários respondidos pelos gerentes, considerando separadamente o grupo das multinacionais e o grupo das nacionais.

Observa-se pelos dados do Gráfico 5 que as 13 empresas multinacionais apresentam mais características de estágio de maturidade sustentável do que as 10 empresas nacionais e estas apresentam mais características de estágios patológico e burocrático do que as multinacionais. Esses dados mostram que as multinacionais possuem mais características dos estágios do extremo superior e do que as nacionais, indicando que a origem do capital pode influenciar na maturidade da cultura de segurança.

Gráfico 5 - maturidade de cultura de segurança das empresas multinacionais e nacionais da indústria química e petroquímica do Pólo Industrial de Camaçari (n=23)

A Tabela 6 apresenta os estágios de maturidade de cada um dos fatores para os grupos de empresas nacionais e multinacionais segundo as respostas dos questionários pelos gerentes.

Tabela 6 – estágios de maturidade da cultura de segurança das indústrias químicas e petroquímicas multinacionais e nacionais (n=23)

Patológico Reativo Burocrático Proativo Sustentável

M N M N M N M N M N Informação 0% 5% 0% 0% 0% 0% 40% 48% 60% 47% Aprendizagem Organizacional 0% 0% 0% 0% 0% 3% 56% 60% 44% 37% Envolvimento 0% 0% 0% 0% 0% 10% 39% 30% 61% 40% Comunicação 5% 10% 3% 0% 0% 0% 39% 77% 53% 13% Comprometimento 1% 0% 0% 0% 0% 0% 16% 25% 65% 58% M - multinacional N - nacional

Os dados da tabela 6 mostram que as indústrias de capital nacional apresentam características de estágio patológico de maturidade da cultura de segurança nos fatores informação (5%) e comunicação (10%), significando que os gerentes reconhecem que ainda existe desconfiança dos empregados de informar as ocorrências anormais (erros, incidentes e acidentes) acontecidas na empresa e que existe problema de comunicação para os empregados de assuntos sobre segurança do trabalho. Outro dado que chama atenção é o fator envolvimento nas empresas nacionais. Dez por cento das respostas dos gerentes com relação a este fator são de que apresenta características de estágio burocrático, o que significa que há problemas nas empresas nacionais com relação a participação dos empregados nas questões de segurança.

Por sua vez, 8% das respostas dos gerentes das empresas multinacionais são que o fator comunicação apresenta características de estágio do extremo inferior (patológico e reativo), indicando que as empresas multinacionais também tem problemas de comunicar temas sobre segurança do trabalho para seus empregados.

11.2 RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS EMPREGADOS DO