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Material e Métodos

4 MATERIAL E MÉTODOS

5.2 RESULTADOS IMUNOISTOQUÍMICOS

5.2.1 Galectina-1

A expressão da galectina-1 foi observada no epitélio de 64 (98,5%) dos 65 casos analisados. Adicionalmente, observou-se imunorreatividade desta proteína em células endoteliais, fibroblastos e células musculares no interior do tecido conjuntivo.

Os dados referentes aos escores de imunoexpressão dos casos de QAs com relação às variáveis, sexo, idade e aspecto clínico encontram-se descritos na Tabela 3.

Tabela 3. Tamanho da amostra, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e significância estatística para os escores de expressão da galectina-1 nas diferentes categorias correspondentes às características clínicas das queilites actínicas. Natal, RN-2014.

Variável n Mediana Q25-Q75 Média dos

postos U p (1) Sexo Masculino Feminino 50 3 2-3 33,34 358,00 0,762 15 3 2-3 31,87 Idade ≥ 40 anos < 40 anos 52 3 2-3 34,07 282,50 0,297 13 2 2-3 28,73 Aspecto clínico+ Leucoplásico 42 3 2-3 31,67 329,00 0,361 Eritroplásico/ Eritroleucoplásico 18 2,5 2-3 27,78 Fonte: Laboratório de histopatologia da disciplina de Patologia Oral – UFRN.

(+): 4 casos não apresentavam algum dos aspectos clínicos categorizados e em 1 caso esta informação não estava disponível.

(1): Teste Mann-Whitney.

A partir da análise da Tabela 3, verifica-se que as medianas dos escores de expressão da galectina-1 foram iguais no sexo masculino e feminino. Com relação à idade dos indivíduos, aqueles mais velhos apresentaram mediana maior que aqueles mais novos. Os casos com aspecto clínico leucoplásico revelaram mediana maior que os casos de aspecto

eritroplásico/eritroleucoplásico. No entanto, não se observou significância estatística nestas diferenças (p>0,05).

A Tabela 4 e o Gráfico 1 demonstram os resultados dos escores de imunoexpressão da galectina-1 nas diferentes gradações histológicas das lesões.

Tabela 4. Tamanho da amostra, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e significância estatística para os escores de expressão da galectina-1 nos grupos histológicos das queilites actínicas. Natal, RN-2014.

Grupos n Mediana Q25-Q75 Média dos postos U p(1)

Baixo Risco 40 3 2-3 34,05 458,00 0,516

Alto Risco 25 3 2-3 31,32

Fonte: Laboratório de histopatologia da disciplina de Patologia Oral – UFRN. (1): Teste Mann-Whitney.

Gráfico 1. Box-plot relativo aos escores de expressão da galectina-1 de acordo com a gradação histológica das queilites actínicas. Natal, RN-2014.

A maioria dos casos de QAs (60%) apresentou escore 3 de expressão da galectina-1. Dos casos de QAs de baixo risco, constatou-se que 26 (65,0%) exibiram escore 3 (Figura 5), 8 (20,0%) com escore 2, 5 (12,5%) apresentaram escore 1 e em apenas 1 caso (2,5%) houve ausência de marcação (escore 0). Todos os casos de QAs de alto risco evidenciaram marcação

para esta proteína, com predominância de escore 3 (n=13; 52,0%) (Figura 6), enquanto 10 casos (40,0%) revelaram escore 2 e em 2 (8,0%) dos casos se observou escore 1. No que se refere aos escores de marcação para galectina-1, não foram verificadas diferenças estatísticas significativas entre os grupos histológicos (p=0,516) (Tabela 4).

A distribuição da localização da galectina-1 nas camadas epiteliais de acordo com a gradação histológica das QAs encontra-se na Tabela 5.

Tabela 5. Distribuição absoluta e relativa da localização da marcação da galectina-1 no epitélio de acordo com a gradação histológica das queilites actínicas. Natal – RN, 2014.

Gradação histológica

Localização da galectina-1 no epitélio

Total n (%) p(1) Todas as camadas n (%) Suprabasal n (%) Baixo Risco 35 (89,7) 4 (10,3) 39 (100,0) 0,092 Alto Risco 18 (72,0) 7 (28,0) 25 (100,0) TOTAL+ 53 (82,8) 11 (17,2) 64 (100,0)

Fonte: Laboratório de histopatologia da disciplina de Patologia Oral – UFRN. (+): Em 1 caso a marcação foi negativa.

(1): Teste Exato de Fisher.

A maioria das QAs de baixo risco (89,7) e de alto risco (72%) demonstrou marcação para galectina-1 em todas as camadas epiteliais, embora esta associação não tenha exibido significância estatística (p=0,092) (Tabela 5).

A Tabela 6 demonstra os resultados referentes as localizações da galectina-1 na célula distribuídas nos grupos histológicos das QAs.

Tabela 6. Distribuição absoluta e relativa da localização da marcação da galectina-1 na célula de acordo com a gradação histológica das queilites actínicas. Natal – RN, 2014.

Gradação histológica

Localização da galectina-1 na célula

Total n (%) p(1) Citoplasma n (%) Citoplasma/Núcleo n (%) Baixo Risco 22 (56,4) 17 (43,6) 9 (36,0) 39 (100,0) 0,546 Alto Risco 16 (64,0) 25 (100,0) TOTAL+ 38 (59,4) 26 (40,6) 64 (100,0)

FONTE: Laboratório de histopatologia da disciplina de Patologia Oral – UFRN. (+): Em 1 caso a marcação foi negativa.

A partir da análise da Tabela 6, verifica-se que não houve associação significativa com relação à localização da marcação da galectina-1 na célula nas diferentes gradações histológicas das QAs (p=0,546). A marcação citoplasmática foi predominante tanto nos casos de QA de baixo risco (n=22; 56,4%), quanto nas de alto risco (n=16; 64%). Os demais casos positivos mostraram uma combinação de marcação citoplasmática e nuclear.

5.2.2 Galectina-3

A imunoexpressão da galectina-3 foi observada no epitélio de todas as 65 QAs analisadas nesta pesquisa. Em adição, em alguns casos também foi observada positividade em células endoteliais e fibroblastos na lâmina própria.

A Tabela 7 dispõe os dados referentes aos escores de imunoexpressão para galectina-3 com relação às variáveis, sexo, idade e aspecto clínico.

Tabela 7. Tamanho da amostra, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e significância estatística para os escores de expressão da galectina-3 nas diferentes categorias correspondentes às características das queilites actínicas. Natal, RN-2014.

Variável n Mediana Q25-Q75 Média dos

postos U p (1) Sexo Masculino Feminino 50 2 2-3 33,90 330,00 0,454 15 2 1-3 30,00 Idade ≥ 40 anos < 40 anos 52 2 1-3 34,06 283,00 0,335 13 2 2-2 28,77 Aspecto clínico+ Leucoplásico 42 2 1-3 28,36 468,00 0,121 Eritroplásico/ Eritroleucoplásico 18 3 2-3 35,50 Fonte: Laboratório de histopatologia da disciplina de Patologia Oral – UFRN.

(+): 4 casos não apresentavam algum dos aspectos clínicos categorizados e em 1 caso esta informação não estava disponível.

(1): Teste Mann-Whitney.

Verificou-se que as medianas dos escores de expressão da galectina-3 foram as mesmas em casos do sexo masculino e feminino, bem como em pacientes mais jovens e mais velhos. Já no tocante ao aspecto clínico, a mediana para os casos com aspecto clínico leucoplásico foi menor que para os casos de aspecto eritroplásico/eritroleucoplásico. Entretanto, não se observou significância estatística nesta diferença (p>0,05) (Tabela 7).

A Tabela 8 e o Gráfico 2 demonstram os resultados dos escores de expressão da galectina-3 nos diferentes grupos histológicos.

Tabela 8. Tamanho da amostra, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e significância estatística para os escores de expressão da galectina-3 nos grupos histológicos das queilites actínicas. Natal, RN-2014.

Grupos n Mediana Q25-Q75 Média dos postos U p(1)

Baixo Risco 40 2 1-3 28,52 679,00 0,010*

Alto Risco 25 3 2-3 40,16

Fonte: Laboratório de histopatologia da disciplina de Patologia Oral – UFRN. (*): Diferença significante a 5,0%.

(1): Teste Mann-Whitney.

Gráfico 2. Box-plot relativo aos escores de expressão da galectina-3 de acordo com a gradação histológica das queilites actínicas. Natal, RN-2014.

Após avaliar os escores para a galectina-3, foram observadas diferenças estatísticas significativas entre os grupos histológicos (p=0,010) (Tabela 8 e Gráfico 2). Das QAs de baixo risco, a maioria apresentou escore 2 (n=14; 35,0%) (Figura 7) e escore 1 (n=14; 35,0%), enquanto 12 casos (30,0%) mostraram escore 3. As QAs de alto risco mostraram uma

predominância de escore 3 (n=14; 56,0%) (Figura 8) (Figura 2), enquanto 9 (36,0%) apresentaram escore 2 e somente 2 (8,0%) exibiram escore 1.

A localização da galectina-3 nas camadas epiteliais foi associada com a gradação histológica das QAs. Os resultados encontram-se na Tabela 9.

Tabela 9. Distribuição absoluta e relativa da localização da marcação da galectina-3 no epitélio de acordo com a gradação histológica das queilites actínicas. Natal – RN, 2014.

Gradação histológica

Localização da galectina-3 no epitélio

Total n (%) p(1) Todas as camadas n (%) Suprabasal n (%) Baixo Risco 25 (62,5) 15 (37,5) 40 (100,0) 0,403 Alto Risco 13 (52,0) 12 (48,0) 27 (41,5) 25 (100,0) TOTAL 38 (58,5) 65 (100,0)

Fonte: Laboratório de histopatologia da disciplina de Patologia Oral – UFRN. (1): Teste Qui-quadrado de Pearson.

Evidenciou-se predominância de imunoexpressão para galectina-3 em todas as camadas epiteliais. Dos casos de QA de baixo risco, a maioria (n=25; 62,5%) exibiu marcação em todos os estratos epiteliais e em 15 casos (37,5%) a marcação foi restrita à camada suprabasal. No casos de QAs com alto risco, essa diferença foi mais discreta, visto que 13 casos (10,8%) exibiram marcação em todas as camadas e 12 casos (48,0%) apresentaram positividade apenas na região suprabasal. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos em relação à localização epitelial da marcação da galectina-3 (p=0,446).

Os resultados referentes à localização da galectina-3 na célula com relação aos grupos histológicos das QAs podem ser observados na Tabela 10.

Tabela 10. Distribuição absoluta e relativa da localização da marcação da galectina-3 na célula de acordo com a gradação histológica das queilites actínicas. Natal – RN, 2014.

Gradação histológica

Localização da galectina-3 na célula

Total n (%) p(1) Citoplasma n(%) Citoplasma/Núcleo n (%) Baixo Risco 13 (32,5) 27 (67,5) 10 (40,0) 40 (100,0) 0,029* Alto Risco 15 (60,0) 25 (100,0) TOTAL 28 (43,1) 37 (56,9) 65 (100,0)

FONTE: Laboratório de histopatologia da disciplina de Patologia Oral – UFRN. (*): Diferença significante a 5,0%.

A análise da localização da marcação da galectina-3 na célula revelou que as QAs de baixo risco exibiram marcação positiva mais frequente no núcleo e citoplasma (n=27; 67,5%), enquanto a maioria dos casos gradados como de alto risco (n=15; 60,0%) demonstrou marcação predominante no compartimento citoplasmático. Este resultado apresentou significância estatística (p=0,029) (Tabela 10). Adicionalmente, 10 dos casos de QAs com marcação citoplasmática exibiram marcação focal na membrana plasmática.

5.2.3 Galectina-7

Os 65 casos de QAs analisados nesta pesquisa demonstraram marcação positiva para galectina-7.

Na Tabela 11 podem ser observados os resultados referentes aos escores de imunoexpressão para galectina-7 com relação às variáveis, sexo, idade e aspecto clínico.

Tabela 11. Tamanho da amostra, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e significância estatística para os escores de expressão da galectina-7 nas diferentes categorias correspondentes às características das queilites actínicas. Natal, RN-2014.

Variável N Mediana Q25- Q75 Média dos postos U p (1) Sexo Masculino Feminino 50 3 2-3 32,64 393,00 0,753 15 3 2-3 34,20 Idade ≥ 40 anos < 40 anos 52 3 2-3 35,42 212,00 0,020* 13 2 1-3 23,31 Aspecto clínico+ Leucoplásico 42 3 2-3 30,90 361,00 0,757 Eritroplásico/ Eritroleucoplásico 18 3 2-3 29,56

Fonte: Laboratório de histopatologia da disciplina de Patologia Oral – UFRN.

(+): 4 casos não apresentavam algum dos aspectos clínicos categorizados e em 1 caso esta informação não estava disponível.

(*): Diferença significante a 5,0%. (1): Teste Mann-Whitney.

A análise da Tabela 11 evidencia que as medianas dos escores de expressão da galectina-7 foram as mesmas em casos do sexo masculino e feminino, assim como nos casos com aspecto clínico leucoplásico e eritroplásico/eritroleucoplásico (p>0,05). Após comparar a mediana dos escores de imunoexpressão da galectina-7 com a idade dicotomizada dos

pacientes, verificou-se uma mediana maior no grupo de pacientes mais velhos que no grupo mais novo, sendo esta diferença estatisticamente significativa (p=0,020).

A Tabela 12 e o Gráfico 3 demonstram os resultados dos escores de imunoexpressão da galectina-7 nas diferentes gradações histológicas das lesões.

Tabela 12. Tamanho da amostra, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e significância estatística para os escores de expressão da proteína galectina-7 nos grupos histológicos das queilites actínicas. Natal, RN-2014.

Grupos N Mediana Q25-Q75 Média dos postos U p(1)

Baixo Risco 40 3 2-3 34,29 448,50 0,436

Alto Risco 25 2 2-3 30,94

Fonte: Laboratório de histopatologia da disciplina de Patologia Oral – UFRN. (1): Teste Mann-Whitney.

Gráfico 3. Box-plot relativo aos escores de expressão da galectina-7 de acordo com a gradação histológica das queilites actínicas. Natal, RN-2014.

A avaliação dos escores de imunoexpressão da galectina-7 nas gradações histológicas das QAs, revelou que para os casos de baixo risco a mediana foi 3, enquanto para as QAs de alto risco, a mediana foi 2 (Gráfico 3). Contudo, o após o teste Mann-Whitney, não foi observada diferença estatisticamente significativa (p=0,436) (Tabela 12). Dos casos de QA de

baixo risco, 24 (60,0%) exibiram escore 3, 11 (27,5%) apresentaram escore 2 (Figura 9) e 5 (12,5%) escore 1. Das QAs de alto risco, 12 casos (48,0%) apresentaram escore 3, 10 (40,0%) revelaram escore 2 (Figura 10), e apenas 3 (12,0%), escore 1.

A análise da localização da galectina-7 nas camadas epiteliais demonstrou que quase a totalidade dos casos (n=62; 95,4%) exibiu marcação apenas na região suprabasal, enquanto apenas 3 casos (4,6%) mostraram marcação em todas as camadas epiteliais. Trinta e oito (95,0%) das QA de baixo risco e 24 das de alto risco (96,0%) demonstraram marcação na suprabasal. O teste Exato de Fisher revelou não existir associação estatisticamente significativa entre os grupos histológicos e a localização epitelial da marcação desta proteína (p=1,000).

Na Tabela 13 podem ser observados os resultados da localização da galectina-7 na célula de acordo com a gradação histológica das queilites actínicas.

Tabela 13. Distribuição absoluta e relativa da localização da marcação da galectina-7 na célula de acordo com a gradação histológica das queilites actínicas. Natal – RN, 2014.

Gradação histológica

Localização da galectina-7 na célula

Total n (%) p(1) Citoplasma/Núcleo n (%) Citoplasma/Membrana n (%) Baixo Risco 27 (67,5) 13 (32,5) 10 (40,0) 40 (100,0) 0,538 Alto Risco 15 (60,0) 25 (100,0) TOTAL 42 (64,6) 23 (35,4) 65 (100,0)

Fonte: Laboratório de histopatologia da disciplina de Patologia Oral – UFRN. (1): Teste Qui-quadrado de Pearson.

Todos os casos de QA estudados exibiram positividade no compartimento citoplasmático. Ambos os grupos histológicos de QAs demonstraram um predominância de marcação positiva no citoplasma e núcleo, quando comparados ao outro padrão encontrado (marcação citoplasmática e membranar). No entanto, não foi verificada associação estatisticamente significativa entre a localização da marcação da galectina-7 na célula e os grupos histológicos de QAs (p=0,538) (Tabela 13).

5.2.4 Galectina-9

A avaliação da imunoexpressão da galectina-9 revelou marcação positiva no epitélio de 58 (89,2%) dos 65 casos analisados. A expressão desta proteína também foi evidenciada em algumas células inflamatórias presentes no tecido conjuntivo.

A Tabela 14 apresenta os dados referentes aos escores de imunoexpressão para galectina-9 nas variáveis, sexo, idade e aspecto clínico das queilites actínicas.

Tabela 14. Tamanho da amostra, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e significância estatística para os escores de expressão da galectina-9 nas diferentes categorias correspondentes às características das queilites actínicas. Natal, RN-2014.

Variável N Mediana Q25-Q75 Média dos

postos U p (1) Sexo Masculino Feminino 50 2 1-3 30,93 478,50 0,092 15 3 2-3 39,90 Idade ≥ 40 anos < 40 anos 52 2 1-3 35,41 212,50 0,031* 13 1 0,5-2,5 23,35 Aspecto clínico+ Leucoplásico 42 2 1-3 33,07 270,00 0,068 Eritroplásico/ Eritroleucoplásico 18 1 1-3 24,50 Fonte: Laboratório de histopatologia da disciplina de Patologia Oral – UFRN.

(+): 4 casos não apresentavam algum dos aspectos clínicos categorizados e em 1 caso esta informação não estava disponível.

(*): Diferença significante a 5,0%. (1): Teste Mann-Whitney.

A expressão da galectina-9 foi maior nos casos de sexo feminino. Com relação à idade dos indivíduos, aqueles mais velhos (idade ≥ 40 anos) apresentaram mediana maior que aqueles mais novos. Os casos com aspecto clínico leucoplásico revelaram mediana maior que os casos de aspecto eritroplásico/eritroleucoplásico. No entanto, apenas a diferença dos escores de imunoexpressão da galectina-9 nos grupos de idades diferentes revelou significância estatística (p=0,031).

A Tabela 15 e o Gráfico 4 demonstram os resultados dos escores de imunoexpressão da galectina-9 nas diferentes gradações histológicas das lesões.

Tabela 15. Tamanho da amostra, mediana, quartis 25 e 75, média dos postos, estatística U e significância estatística para os escores de expressão da proteína galectina-9 nos grupos histológicos das queilites actínicas. Natal, RN-2014.

Grupos n Mediana Q25-Q75 Média dos postos U p(1)

Baixo Risco 40 3 2-3 40,76 189,50 <0.001*

Alto Risco 25 1 0-2 20,58

Fonte: Laboratório de histopatologia da disciplina de Patologia Oral – UFRN. (*): Diferença significante a 5,0%.

Gráfico 4. Box-plot relativo aos escores de expressão da galectina-9 de acordo com a gradação histológica das queilites actínicas. Natal, RN-2014.

A mediana dos escores de expressão da galectina-9 nas QAs de baixo risco foi maior (escore 3) que nas QAs de alto risco (escore 1) (Gráfico 4). Dos casos de QA de baixo risco, 21 (52,5%) demonstraram escore 3 (Figura 11), 11 (27,5%) revelaram escore 2 e 8 (20,0%), escore 1. Já nos casos de alto risco, observou-se que a maioria (n=9; 36,0%) exibiu escore 1 (Figura 12), enquanto 7 casos (28,0%) demonstraram escore 0 (ausência de marcação), 7 (28,0%) apresentaram escore 2 e apenas 2 casos (8,0%), escore 3. Observou-se diferença estatística altamente significativa ao avaliar os escores de imunoexpressão da galectina-9 entre os grupos histológicos (p<0,001) (Tabela 15).

Na Tabela 16 estão os resultados referentes à localização da galectina-9 nas camadas do epitélio de acordo com a gradação histológica das queilites actínicas.

Tabela 16. Distribuição absoluta e relativa da localização da marcação da galectina-9 no epitélio de acordo com a gradação histológica das queilites actínicas. Natal – RN, 2014.

Gradação histológica

Localização da galectina-9 no epitélio

Total n (%) p(1) Todas as camadas n (%) Suprabasal n (%) Baixo Risco 26 (65,0) 14 (35,0) 40 (100,0) 0,141 Alto Risco 8 (44,4) 10 (55,6) 24 (41,4) 18 (100,0) TOTAL+ 34 (58,6) 58 (100,0)

Fonte: Laboratório de histopatologia da disciplina de Patologia Oral – UFRN. (+): 7 casos apresentaram ausência de marcação imunoistoquímica para galectina-9. (1): Teste Qui-quadrado de Pearson.

Como pode ser observado na Tabela 16, a análise da localização da galectina-9 nas camadas epiteliais demonstrou que a maioria dos casos (n=34; 58,6%) exibiu marcação em todos os estratos epiteliais. Dos casos de QAs de baixo risco, 26 (65,0%) apresentaram marcação em todas as camadas. Em contraste, houve uma discreta predominância (n=10, 55,6%) de marcação restrita à região suprabasal nos casos com displasia de alto risco. Porém, estas associações não foram estatisticamente significativas (p=0,162).

Na Tabela 17 podem ser observados os resultados da distribuição relativa e absoluta da localização da galectina-9 na célula de acordo com os grupos histológicos das queilites actínicas.

Tabela 17. Distribuição absoluta e relativa da localização da marcação da galectina-9 na célula de acordo com a gradação histológica das queilites actínicas. Natal – RN, 2014.

Gradação histológica

Localização da galectina-9 na célula

Total n (%) p(1) Citoplasma/Núcleo n (%) Citoplasma n (%) Membrana n (%) Baixo Risco 25 (62,5) 10 (25,0) 5 (12,5) 40 (100,0) 0,405 Alto Risco 13 (72,2) 5 (27,8) 0 (0,0) 18 (100,0) TOTAL+ 38 (65,5) 15 (25,9) 5 (8,6) 58 (100,0) Fonte: Laboratório de histopatologia da disciplina de Patologia Oral – UFRN.

(+): 7 casos apresentaram ausência de marcação imunoistoquímica para galectina-9. (1): Teste Exato de Fisher

Foram observados três padrões de marcação para a galectina-9 na célula: marcação no citoplasma e núcleo, apenas no citoplasma ou apenas na membrana plasmática. A marcação no citoplasma e núcleo foi predominante nos dois grupos histológicos de QAs, seguida da marcação apenas no citoplasma. Somente 5 casos (12,5%) do grupo de QAs de baixo risco

exibiu marcação restrita à membrana plasmática, enquanto nenhum caso de alto risco mostrou esse padrão de marcação. Contudo, o teste Exato de Fisher revelou não existir associação estatisticamente significativa entre o padrão de marcação da galectina-9 na célula e os grupos histológicos das QAs (p=0,405) (Tabela 17).

Figura 3. Queilite actínica de baixo risco exibindo pleomorfismo nuclear e celular e hipercromatismo limitados à camada basal do epitélio (HE; Barra = 100 µm).

Figura 4. Queilite actínica de alto risco exibindo intenso pleomorfismo nuclear e celular, aumento da relação núcleo/citoplasma e nucléolos proeminentes em mais de dois terços do epitélio (HE; Barra = 100 µm).

Figura 5. Fotomicrografia demonstrando imunoexpressão citoplasmática da galectina-1 (escore 3) localizada em todos as camadas do epitélio em queilite actínica de baixo risco (STUHRP; Barra = 100 µm).

Figura 6. Fotomicrografia ilustrando imunoexpressão citoplasmática da galectina-1 (escore 3) localizada em todas as camadas epiteliais de um fragmento de queilite actínica de alto risco (STUHRP; Barra = 100 µm).

Figura 7. Fotomicrografia ilustrando imunoexpressão nuclear e citoplasmática da galectina-3 (escore 2) localizada em todas as camadas epiteliais de fragmento de queilite actínica de baixo risco (STUHRP; Barra = 100 µm).

Figura 8. Fotomicrografia ilustrando imunoexpressão citoplasmática da galectina-3 (escore 3) localizada em todas as camadas epiteliais de fragmento de queilite actínica de baixo risco (STUHRP; Barra = 200 µm).

Figura 9. Fotomicrografia demonstrando imunoexpressão citoplasmática (asterisco) e membranar (seta) da galectina-7 (escore 2) localizada em região suprabasal do epitélio em queilite actínica de baixo risco (STUHRP; Barra = 100 µm).

 

Figura 10. Fotomicrografia demonstrando imunoexpressão citoplasmática e nuclear da galectina-7 (escore 2) localizada em região suprabasal do epitélio em queilite actínica de baixo risco (STUHRP; Barra = 200 µm).

Figura 11. Fotomicrografia demonstrando imunoexpressão citoplasmática e nuclear da galectina-9 (escore 3) localizada em todas as camadas do epitélio em queilite actínica de baixo risco (Envision; Barra = 100 µm).

Figura 12. Fotomicrografia demonstrando escassa imunoexpressão citoplasmática da galectina-9 (escore 1) no epitélio de queilite actínica de alto risco (Envision; Barra = 100 µm).

         

         

6 DISCUSSÃO  

A QA é uma lesão potencialmente maligna que acomete os lábios, resultante da exposição crônica à radiação solar, especialmente os raios UVB, cujas taxas de transformação maligna em CCE de lábio varia de 10% a 30% (XAVIER et al., 2009; PIÑERA-MARQUES et al., 2010; LUCENA et al., 2012). Em geral, os estudos revelam que os indivíduos que desenvolvem QA são, em sua maioria, do sexo masculino, com cor de pele clara e idade acima de 40 anos (KAUGARS et al., 1999; MARKOPOULOS; ALBANIDOU-FARMAKI; KAYAVIS, 2004; CAVALCANTE; ANBINDER; CARVALHO, 2008; PIÑERA- MARQUES et al., 2010; MARTINS-FILHO; DA SILVA; PIVA, 2011; LUCENA et al., 2012; SARMENTO et al., in press). Os dados epidemiológicos da amostra da presente pesquisa corroboram com os dados da literatura revisada, fortalecendo o perfil, já bem estabelecido, dos pacientes mais acometidos pela queilite actínica.

Dos indivíduos que compunham a amostra desta pesquisa, a maioria (56,9%) realizava atividades ocupacionais com exposição solar crônica, à semelhança da amostra de outros estudos (MARKOPOULOS; ALBANIDOU-FARMAKI; KAYAVIS, 2004; FREITAS et al., 2008; SARMENTO et al., in press). De fato, atividades profissionais que exigem exposição solar têm sido descritas como o principal fator de risco para as QAs (SARMENTO et al., in

press). A prevalência da QA em estudos sem distinção de atividades ocupacionais seja de

0,2% a 0,45% (KAUGARS et al., 1999; CORSO et al., 2006), enquanto nos estudos que envolvem apenas indivíduos com atividades relacionadas com exposição solar crônica essas taxas variam de 15,5% a 39,6% (JUNQUEIRA et al., 2011; LUCENA et al., 2012).

Do ponto de vista clínico, a QA comumente se apresenta uma placa leucoplásica e/ou eritroplásica, geralmente assintomática, com áreas ressecadas e descamadas, afetando principalmente o vermelhão de lábio inferior (HUBER, 2010; JADOTTE; SCHWARTZ, 2012a; VIEIRA et al., 2012). Martins-Filho, Da Silva e Piva (2011) enfatizaram que alterações na cor dos lábios é um sinal marcante da QA em trabalhadores expostos cronicamente ao sol. Alguns estudos demonstram uma predominância das formas

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