• Nenhum resultado encontrado

Nesta seção iremos apresentar os resultados quantitativos e qualitativos do experimento através de tabelas, imagens obtidas durante o experimento.

7.3.1 Resultados Quantitativos

As tabelas a seguir apresentam dados quantitativos extraídos dos questionários pré-experimento e da análise de tempo gasto na realização de cada tarefa.

Tab. 12 Preferências e considerações de tecnologias de controle residencial dos participantes ID Usaria aplicação residencial com

interação gestual*

Controlaria remotamente

Você utiliza algum tipo de tecnologia para controlar sua casa? Qual?

U1 Com certeza eu usaria Sim Controles remotos distintos para controlar,

portão, TV e ar condicionado

U2 Sim eu usaria Sim Não

U3 Sim eu usaria Sim Controle remoto

U4 Com certeza eu usaria Sim Controle remoto para a TV e DVD

U5 Sim eu usaria Sim Não

U6 Sim eu usaria Não Não

U7 Com certeza eu usaria Sim Não

U8 Com certeza eu usaria Sim Controle remoto

U9 Com certeza eu usaria Sim Não

U10 Com certeza eu usaria Sim Controle remoto de som e TV

Tab. 13 Desejo dos participantes em controlar objetos da casa

Objetos de interação U1 U2 U3 U4 U5 U6 U7 U8 U9 U10 Porcentagem

Lâmpada X X X X X X X X X X 100% TV X X X X X X X X 80% Porta X X X X X X X 70% Cortina X X X X X X 60% Ar-Condicionado X X X X X X 60% Janela X X X X X 50% Chuveiro X X X X X 50% Torneira X X X X X 50% Máquina de lavar X X X X 40% Geladeira X X X X 40%

Lixeira X X 20%

Aquário X 10%

Ferro de Passar X 10%

Microondas X 10%

Ventilador X 10%

Os resultados quantitativos reforçam o interesse por aplicações residenciais com interação gestual, sendo utilizadas mesmo de forma remota para controlar objetos de interação em outros locais da casa que o usuário não esteja presente, Tab. 12.

Como exposto na Tab. 13, a lâmpada é o objeto de interação que unanimemente é almejado pelos participantes, seguidos da TV, porta, cortinas e ar-condicionado.

Tab. 14 Tempo gasto na realização de cada tarefa

U1 U2 U3 U4 U5 U6 U7 U8 U9 U10 Média T01 0:00:04 0:00:08 0:00:04 0:00:05 0:00:04 0:00:03 0:00:07 0:00:07 0:00:03 0:00:05 00:00:05 T02 0:03:39 0:02:37 0:00:04 0:00:14 0:01:38 0:00:23 0:01:02 0:01:02 0:00:17 0:02:05 00:01:18 T03 0:00:04 0:00:38 0:00:53 0:00:17 0:01:08 0:00:54 0:02:41 0:01:53 0:00:24 0:00:32 00:00:56 T04 0:00:03 0:00:05 0:00:02 0:00:04 0:00:07 0:00:07 0:00:40 0:01:06 0:00:31 0:00:29 00:00:19 T05 0:00:09 0:00:08 0:00:03 0:00:03 0:00:09 0:00:51 0:00:44 0:00:48 0:00:12 0:00:07 00:00:19 T06 0:00:30 0:00:07 0:00:03 0:00:20 0:00:15 0:00:12 0:00:07 0:00:30 0:00:13 0:00:15 00:00:15 T07 0:00:01 0:00:31 0:00:21 0:00:25 0:00:44 0:00:27 0:00:10 0:00:43 0:00:17 0:00:51 00:00:27 T08 0:00:07 0:00:05 0:00:03 0:00:04 0:00:12 0:00:06 0:00:42 0:00:11 0:00:08 0:00:17 00:00:11 T09 0:00:08 0:00:12 0:00:09 0:00:12 0:00:09 0:00:06 0:00:08 0:00:23 0:00:16 0:00:12 00:00:11 T10 0:00:20 0:00:05 0:00:04 0:00:09 0:00:11 0:00:06 0:00:09 0:02:04 0:00:09 0:00:08 00:00:21 T11 0:00:20 0:00:04 0:00:01 0:00:24 0:00:08 0:00:05 0:00:08 0:00:28 0:00:34 0:00:08 00:00:14 T12 0:00:10 0:00:27 0:00:15 0:00:20 0:00:24 0:00:18 0:00:06 0:02:05 0:00:14 0:00:31 00:00:29 T13 0:00:09 0:00:07 0:00:04 0:00:47 0:00:50 0:00:17 0:00:33 0:01:34 0:00:22 0:00:19 00:00:30 T14 0:00:04 0:00:23 0:00:07 0:00:18 0:00:20 0:00:28 0:00:50 0:03:15 0:00:28 0:00:19 00:00:39 T15 0:00:04 0:00:02 0:00:10 0:00:20 0:00:56 0:00:05 0:00:16 0:00:13 0:00:08 0:00:08 00:00:14 T16 0:00:14 0:00:08 0:00:06 0:00:08 0:00:47 0:00:13 0:00:09 0:00:19 0:00:05 0:00:12 00:00:14 T17 0:00:26 0:00:12 0:00:16 0:00:31 0:00:18 0:01:23 0:00:06 0:00:24 0:00:28 0:00:23 00:00:27 T18 0:00:02 0:00:30 0:00:14 0:00:49 0:01:04 0:01:11 0:00:12 0:00:17 0:00:38 0:00:54 00:00:35 T19 0:00:18 0:00:00 0:00:00 0:00:04 0:00:03 0:00:09 0:01:08 0:00:10 0:00:08 0:00:06 00:00:13 T20 0:00:01 0:00:12 0:00:19 0:00:32 0:00:15 0:00:15 0:00:15 0:00:30 0:00:09 0:00:21 00:00:17 T21 0:00:03 0:00:09 0:00:03 0:00:11 0:00:02 0:00:03 0:00:05 0:00:03 0:00:02 0:00:09 00:00:05

7.3.2 Resultados Qualitativos

Os resultados qualitativos deste experimento foram obtidos a partir das observações durante o experimento, dos questionários pós-experimento, entrevistas e nas análises de vídeo.

Apresentaremos nesta seção os resultados qualitativos em forma de situações que nos permiti identificar barreiras na interação gestual.

Situação 1 – Definição dos comandos gestuais: Um dos fatores que influenciaram a escolha

dos gestos definidos pelos usuários foi o conhecimento prévio, adquiridos através de filmes de ficção científica, por exemplo. Isso se torna perceptivo na tarefa de definir um comando para ligar a lâmpada que para os participantes U4, U5, U9 rapidamente definiu o comando como bater uma ou duas palmas.

Foi relatado também certo constrangimento em definir esses gestos em público, uma vez que havia os colaborados do experimento analisando o participante. Em alguns casos, vide o participante U7, embora os usuários estivessem contentes com o uso do sistema, buscaram se controlar por estarem em um ambiente “público”. Assim, realçamos como um desafio o tratamento da privacidade dos gestos no desenvolvimento das aplicações residenciais.

Outro ponto em destaque na definição dos gestos está a propriedade associativa que também está presente no exemplo anteriormente dado, mas também, através dos sons como relatou a participante U7.

Os participantes também apresentaram certa preocupação com relação a completude dos gestos. Comandos que são dados como opostos, como, por exemplo, ligar/desligar a lâmpada, são definidos com movimentos que se complementam.

Situação 2 – Dificuldades de reconhecimento: E possível notar que com a utilização da

aplicação as tarefas de interação com a aplicação se tornam mais rápidas. Os participantes compreendem melhor como devem realizar os comandos para interagir com a aplicação.

Dos cinco comandos da aplicação (clique, direita, esquerda, baixo e voltar) o que ocorreu maior dificuldade de ser executado foi o clique. Sua definição apesar de ser bem simples – manter a mão direita à frente de seu peito por alguns segundos – houve algumas dificuldades como: ao posicionar a mão direita para frente o corpo rotacionar, como mostra a Fig. 13; também ocorreu o problema de tentar clicar o ícone na altura que ele se encontrava projetado na parede, Fig. 13.

Fig. 13 Problemas na execução do clique

Também ocorreram problemas inesperados de reconhecimento do Sensor Kinect para esse comando gestual, uma vez que posicionando a mão para frente, em determinadas posições a mão ficava cobrindo o cotovelo do usuário e passava a não reconhecer o braço naquele instante. Ou simplesmente a paralização do reconhecimento dos braços do participante, ou mesmo no deslocamento do esqueleto da imagem real do participante, como ilustra a Fig. 14 - os ombros do esqueleto estão na altura do pescoço do participante.

Fig. 14 Esqueleto deslocado

Uma das possíveis explicações está nas suas dimensões físicas. Usuários maiores, por exemplo, podem ter de se afastar mais do dispositivo para serem completamente visualizados. O OpenNi provê um meio de calibrar o sistema para os usuários. Entretanto, exigir que isto seja feito a cada interação o que pode se tornar extenuante. Outra possibilidade é utilizar um determinado gesto, o mesmo gestos já definido pela OpenNI para calibração, para que o usuário possa calibrar o sistema quando necessário/desejado. No entanto é um gesto que lembra fortemente a ação de “mãos para o alto”.

Também esses problemas puderam ser percebidos na Tab. 14, principalmente na T02 que o participante tinha que Ativar a opção Objetos da Casa, ou seja, executar o comando de clique. Como esse comando foi o mais problemático para o reconhecimento essa tarefa obteve a maior média de tempo de execução. Com o passar da interação na aplicação, os participantes puderam aprimorar seus gestos e compreender melhor como era o movimento correto para seu efetivo reconhecimento.

Situação 3 – Sensação de poder: Foi relato uma boa sensação de poder em utilizar gestos para

interagir com a casa. O experimento contava com a técnica Mágico de Oz para efetivamente interagir com o ambiente. Uma das participantes ao realizar o comando de acender a lâmpada ficou estarrecida por ela ter de fato ligado.

(a)

(b)

(c)

(d)

Fig. 15 Execução do serviço de ligar a lâmpada

Na Fig. 15(a) a primeira lâmpada da sala estava apagada e a colaboradora do experimento, sentada ao fundo da sala, posicionada para ligar a lâmpada. Ao efetivamente ter ligado a lâmpada a participante U8 não acreditou que tinha ligado com seu comando gestual dizendo “Oxê, ligou! A lâmpada ligou! Vou fazer esse gesto lá em casa”.

Situação 4 – Utilização de uma ou de ambas as mãos para interagir: Os participantes que já

estavam envolvidos, ou seja, que já tinham passado algum tempo de interação com a aplicação e já realizado algumas atividades, demonstraram intuitivamente a utilização de uma mão apenas para interagir. O comando gestual para passar para a esquerda e direita, também foi tentado ser

realizado por uma mão apenas. No entanto para que houvesse um melhor reconhecimento da aplicação esses comandos foram realizados por ambas as mãos.

O participante U10, que apresentava ter deficiência em uma das pernas, mostrou que tinha a preocupação na hora de definir seus próprios comandos gestuais. Deixando sua declaração explícita na entrevista pós-experimento que procurou realizar os comandos com uma mão apenas por contas das pessoas que são deficientes e que tinha se inspirado na língua de sinais, que tinha aprendido em um curso realizado.

Situação 5 – Utilização dos membros inferiores e do espaço: Nenhum dos participantes

definiu seus comandos gestuais envolvendo outras partes do corpo além de seus braços. Também nenhuma locomoção foi realizada durante essas definições. Além disso, apesar do ambiente do experimento ter fornecido cadeiras e uma centralizada no centro da sala, nenhum usuário sentou- se.

Situação 6 – Memorização: Mais da metade dos participantes demonstraram problemas de

memorização. Como mencionado à ordem das tarefas foi propositadamente organizada para verificar se os participantes lembravam o primeiro comando gestual definido, o de iniciar a aplicação. Como a penúltima tarefa era de desligar a aplicação, também houve uma associação direta com esse comando.

Documentos relacionados