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CAPÍTULO V

5.2 Produtividade Média da Produção de Rapadura

Conforme observado pela evolução da industria da rapadura na cidade de Pindoretama, a crescente produção de cana-de-açúcar destinam-se em sua totalidade aos engenhos de produção de rapadura e seus derivados. Em visita a alguns engenhos de Pindoretama, podemos constatas que a produção varia em torno de uma média de 100.000 (cem mil) quilogramas de rapadura por més. O gráfico 3 do anexo C mostra os custos com a produção de rapadura. .

Para acharmos o custo de 1 kg de rapadura produzida pelo produtor rural (R$

0,59), somamos os custos de produção da cana (R$ 0,37) mais os custos de produção da rapadura (R$ 0,22), este último representando 6% do produto final. Na produção da cana foram alocados R$ 0,09 em serviços, R$ 0,13 em insumos e R$ 0,15 na compra de equipamentos, em sua maioria equipamentos individuais de proteção, totalizando 9 % do produto final. O produtor agregou R$0,41 ao seu custo de produção, representando 10 % do produto final e um lucro de 41 %, totalizando R$ 1,00 correspondente ao preço de venda repassado ao intermediário.

Portanto, percebemos que os produtores poderiam auferir lucros mensais elevadíssimos, se não fosse a falta de organização da grande maioria dos engenhos da cidade, pois dos 43 engenhos existentes, verificam-se que apenas dois fazem investimentos em inovação.

Como já foi citado, a estrutura do engenho é bastante parecida com os da época da colonização, se divide em: uma casa onde moram os donos dos engenhos e seus familiares, um engenho; e as enormes plantações de cana, foram mantidas inclusive as características das moendas, que só diferem, pois as da colonização tinham tração a base de

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água, animais ou até mesmo escravos, e as de hoje trabalham com energia elétrica, agilizando, facilitando e poupando o trabalho. Podemos ver as figuras 4 e 5 apêndice B que comparam os engenhos da época da colonização e os de hoje, localizados em Pindoretama.

A organização do trabalho é dividida entre funcionários que se ocupam nas tarefas mais árduas, que são: plantio, colheita, limpeza, transporte, extração do caldo de cana, pré-concentração, concentração final, gamela de batimento, enformagem, desenformagem, e entre familiares dos donos dos engenhos, caracterizando a produção de rapadura como uma atividade familiar, esses parentes se encarregam da parte de embalagem, exposição para vendas no próprio engenho ou armazenagem e na própria venda em lojas ou barracas localizadas no próprio engenho.

Sobre a remuneração dos empregados dos engenhos pode-se relatar o que gira entre um ou dois salários mínimos, dependendo da função de seus membros. A maioria dos trabalhadores não possui carteira de trabalho assinada

Com a evolução e divulgação dos direitos trabalhistas, alguns trabalhadores reclamam suas conquistas ofendidas pelos seus patrões, que lhes negam a carteira assinada e seus beneficios, como auxilio transporte, saúde, férias e outros.

Um outro aspecto negativo observado no setor é o descaso para com a higienização no processo de produção de rapadura. O ambiente fisico, em geral, é insalubre, e carece de cuidados quanto ao aspecto sanitário. O fator higiene é ressaltado pela qualidade do produto, considerando que as evoluções e peculiaridades sempre depende de todo um processo. Notamos que a falta de vigilância sanitária no interior do Estado, faz com que ocorra um relapso envolvimento na questão da higienização das casas de cana.

É um segmento marcado por uma total falta de organização e muita informalidade, e esse elevado nível de informalidade está dificultando o acesso ao crédito bancário ou mesmo a programas governamentais.

A comercialização do produto é feita principalmente na forma de varejo, seguida da venda no atacado. Em relação ao destino, as vendas se distribuem principalmente no mercado local, depois o mercado estadual, em seguida o mercado nacional.

Dentre os engenhos visitados podemos constatar que os que se localizam as margens da CE 040, vem cada vez mais investindo em tecnologia e marketing, no que se refere a diversificação dos produtos (rapaduras com sabores variados por exemplo), figura 12 apêndice G, as embalagens dos produtos, figura 13 apêndice G,deixam os produtos em exposição como na figura 14 apêndice H, a estrutura fisica dos engenhos, figuras: 7 e 8 do apêndice D, figura 9 e 10 do apêndice E, e tem mostrado que com essas modificações o segmento pode vir a ganhar fôlego, atraem os turistas, desenvolvendo o turismo da cidade e superam todas as dificuldades, pois esses engenhos tem gerado lucros elevados para seus donos, o que está possibilitando a esses terem uma melhora considerável no padrão de vida, casas e carros luxuosos, filhos fazendo faculdade na capital, construção de prédios modernos no centro da cidade, o que vem contribuindo com o desenvolvimento do município.

A inclusão da rapadura na merenda escolar das escolas públicas é uma boa oportunidade para os produtores da rapadura de Pindoretama, pois a Prefeitura fechou acordo com a Prefeitura de Fortaleza para fornecer rapadura, o que possibilitará apoio para os produtores.

A prefeitura de Pindoretama fez em 2006 uma festa chamada Pindorecana, que teve total apoio do SEBRAE/CE e da secretaria do Turismo e da Cultura do Estado, onde foi exibida a maior rapadura do mundo (ver FIGURA 15, apêndice I), que foi produzida em Pindoretama em protesto a patente que uma empresa Alemã faria da Rapadura, o protesto era por que eles não poderiam permitir que um produto típico do Brasil fosse patenteado por uma empresa estrangeira, e também para estimular ainda mais a produção regional e aproveitar o potencial turístico da cidade, essa rapadura está em exposição no município no engenho Casa Grande.

O Sebrae/ CE faz parte desse projeto de revitalização da cultura canavieira, com açôes como a identificação de uma vocação econômica que pudesse ser explorada, também, pela cadeia produtiva do turismo, misturando agronegócio, artesanato e a gastronomia, que passa a ter incentivo com a utilização dos produtos derivados da cana-de- açúcar, como diferencial dos pratos da cozinha local.

CAPÌTULO VI

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