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Os dados da tabela 3 nos mostram que todas as variáveis analisadas apresentaram diferença estatística para as diferentes idades do povoamento. A média obtida entre todas as idades para área basal foi de 35,93 m2 ha-1, o volume médio foi de 242,6 m3 ha-1, encontra-se em média 1484,66 plantas ha-1, e os incrementos médios anuais de área basal e volume chegaram a 4,06 m2 ha-1 e 26,44 m3 ha-1, respectivamente.

Tabela 3: Análise de variância de variáveis dendrométricas para Pinus elliottii, em povoamentos com idades de 7 a 11 anos, estimados pelo inventário florestal realizado no município de Ijuí – RS, julho de 2012.

Fonte: Casagrande (2012).

De acordo com a classificação de Pimentel e Gomes (1985) o coeficiente de variação colabora para avaliar a qualidade experimental com que foram conduzidos os ensaios de experimentação. Os mesmos autores consideram o CV baixo se ≤ 8,2%; médio 8,2% < CV ≤ 14,9%; alto 14,9% < CV ≤ 18,2%, e muito alto CV > 18,2%. Desta forma, os coeficientes de variação deste trabalho se enquadram no grau de classificação médio, o que demonstra que os dados apresentados tiveram boa qualidade experimental. Para diminuir o coeficiente de variação deveriam ser feitas maior número de repetições o que poderia reduzir assim o erro experimental.

Na tabela 4 estão apresentados os testes de médias feitos para as variáveis diâmetro na altura do peito (DAP), área basal (AB) por hectare e incremento médio anual de área basal (IMA AB). Fonte de Variação GL Quadrado Médio DAP (m) AB ha-1 (m2) VOL ha -1 (m3) Densidade ha -1 (plantas) IMA AB ha-1 (m2) IMA VOL ha -1 (m3) Blocos 9 0,001 29,21 1138,04 27430,94 0,4 14,19 Idades 4 0,010* 272,51* 68354,13* 25520,68* 0,95* 386,48* Erro 36 0,004 25,01 1184,13 31375,61 0,35 14,78 Total 49 Média 0,172 35,93 242,6 1484,66 4,06 26,44 CV (%) 9,88 13,91 14,18 11,93 14,79 14,54

Tabela 4: Dados médios de diâmetro na altura do peito (DAP), área basal (AB) e incremento médio anual de área basal (IMA AB) de Pinus elliottii em povoamentos com idades de 7 a 11 anos, estimados pelo inventário florestal realizado no município de Ijuí – RS, julho de 2012.

Idade (anos) DAP (m) AB (m2 ha-1) IMA AB (m2 ha-1 ano-1)

7 0,147 c 27,97 c 3,99 ab 8 0,165 b 33,50 bc 4,19 ab 9 0,182 a 38,66 ab 4,29 a 10 0,184 a 41,00 a 4,10 ab 11 0,184 a 38,51 ab 3,50 b Média 0,172 35,93 4,06

Os dados médios de DAP para os plantios com 9, 10 e 11 anos de idade não diferiram estatisticamente entre si, mas foram significativamente superiores aos plantios com 7 e 8 anos de idade, revelando que os plantios mais velhos estão com seus diâmetros médios estagnados, enquanto os plantios mais jovens continuam incrementando o diâmetro médio da altura do peito.

Segundo estudos realizados por Durão (2008), em um plantio de Pinus elliottii com cerca de 7 anos de idade, o DAP apresentou 0,1363 m na densidade de 1464 plantas ha-1, assemelhando-se com este estudo, onde o DAP foi de aproximadamente 0,147 m, na densidade de 1400 plantas ha-1, com mesma idade.

Os valores observados na tabela 4 corroboram a estabilização da AB a partir do plantio com 9 anos de idade e pela redução do incremento médio anual de área basal a partir do décimo ano de idade, atingindo valor inferior estatisticamente significativo, aos 11 anos de idade, quando comparado ao maior valor do incremento observado aos 9 anos de idade.

Nas figuras 4 e 5, das análises de regressão, percebe-se que para as variáveis DAP e AB as equações de 1º e 2º grau, apresentaram ajuste significativo, portanto a de maior polinômio deve permanecer. O coeficiente de determinação (R) mostra-nos que apenas cerca de 3 a 4% da variância desta regressão não depende das variáveis estudadas.

De acordo com a Embrapa (2005), os plantios de Pinus elliottii devem possuir densidade inicial de 1300 árvores ha-1, para que quando a floresta possuir oito anos possa ser feito o primeiro desbaste, retirando cerca de 40% da densidade implantada.

Figura 4: Regressão polinomial aplicada aos dados médios de diâmetro na altura do peito em um plantio de Pinus elliottii com 7 a 11 anos de

idade no município de Ijuí – RS, julho de 2012

Figura 5: Regressão polinomial aplicada aos dados médios de área basal em um plantio de Pinus elliottii com 7 a 11 anos de idade no município de Ijuí – RS, julho de 2012

Assim sendo, plantios com 7 e 8 anos com 27,97 e 33,50 m2 de AB, respectivamente, se diferiram das idades mais avançadas, possivelmente pelo menor tempo de acúmulo de biomassa e pela menor competição entre plantas.

Conforme estudos realizados por Durão (2008) em uma floresta de Pinus elliottii com pouco mais de 7 anos de idade, as árvores possuíam área basal média de 25,618 m2 ha-1. Por outro lado, Gomes et al. (1997), estudando a espécie Pinus taeda com aproximadamente 9 anos de idade em espaçamento de 2,5 x 2,0 m e densidade de 2000 plantas por hectare, obteve 38,2 m2 ha-1 de área basal.

Y = - 0,199 + 0,0749x - 0,0036x² R = 98,02**

O incremento médio anual de área basal (IMA AB) registrou 4,06 m2 ha-1 ano em média para as cinco idades, onde na maior idade com 11 anos obtivemos o menor valor de 3,50 m2 ha-1 ano, na idade intermediária de 9 anos revelou-se o maior incremento médio anual com 4,29 m2 ha-1 ano, já as demais idades de 7, 8 e 10 anos não apresentaram diferença estatística significativa, tanto para o maior quanto para o menor valor obtido.

Durão (2008) estudando o mesmo plantio encontrou 3,63 m2 ha-1 ano de incremento médio anual de área basal em povoamentos com 7 anos de idade, ficando abaixo do encontrado neste estudo com a mesma idade.

Já Gomes et al. (1997), através de simulações para determinar a produção em Pinus

taeda com 8,75 anos, espaçamento (2,5 x 2,0) e 2000 plantas por hectare, obteve 4,37 m2 ha-1

ano de incremento médio anual de área basal apresentando-se superior aos resultados deste estudo.

Os dados medidos neste trabalho confirmam a hipótese de que as idades mais avançadas tiveram incrementos médios anuais em área basal reduzido devido ao fato de não ter ocorrido o desbaste recomendado (EMBRAPA, 2005), o que acarretaria em menor quantidade de plantas por hectare e, por consequência, menor competição entre as plantas, facilitando o incremento da área basal individual resultando em árvores mais qualificadas para o beneficiamento (desdobre).

Mainardi et al. (1996) recomendam que o primeiro desbaste do povoamento seja realizado em torno de 8 anos de idade, e quando este estiver com cerca de 40 m2 ha-1 de AB, reduzindo esta área para 25 m2 ha-1.

De acordo com os estudos anteriormente citados ao interpretarmos os dados da tabela 4 é possível observar claramente uma possível estagnação de desenvolvimento dos povoamentos com 10 e 11 anos de idade, o que pode ser atribuído a elevada população ainda existente nos povoamentos, devendo ser controlada através do desbaste, conforme recomendam Mainardi et al. (1996), Embrapa (2005) e Schneider e Finger (1994).

Na tabela 5 estão apresentados os dados médios de fator forma utilizados para elaboração dos cálculos de volume, altura média dos povoamentos, volume e incremento médio anual em volume por hectare de cada idade. Os valores do fator forma e da altura das plantas sendo apresentado como referência e não foi analisado estatisticamente, pois não foi possível abater o conjunto de 50 árvores necessárias para construir o número de 10 amostras, ou repetições, por idade. Posto isto houve autorização para abater apenas uma árvore média por idade do povoamento, ou seja, cinco indivíduos no total deste trabalho.

Tabela 5: Dados médios de fator forma (FF), altura total, volume (VOL) e incremento médio anual de volume (IMA VOL) em Pinus elliottii de diferentes idades de plantio estimado pelo inventário florestal realizado no município de Ijuí – RS, julho de 2012.

Idade (anos) Fator Forma Altura (m) (mVOL 3 ha-1) (mIMA VOL 3 ha-1 ano-1)

7 8 9 10 11 0,62 0,65 0,66 0,70 0,60 8 11 12 14 14 121,80 215,62 253,54 346,65 275,40 d c bc a b 17,40 26,95 28,17 34,67 25,03 c b b a b Média 0,65 12 242,60 26,44

Analisando os dados do fator forma na tabela 5 podemos observar que não obtiveram elevadas variações, mantendo-se em torno de 0,65 que representa a média das cinco idades. Drescher (2001) efetuando estudos com Pinus elliottii para determinar fator forma artificial encontrou resultados em torno de 0,51 de acordo com altura e DAP das árvores avaliadas que contavam com 19 anos de idade.

A altura total média dos indivíduos amostrados se mantém em crescimento de acordo com idade, sendo a mesma apenas nas duas maiores idades, Tonini (2000) estudando o crescimento em altura de Pinus elliottii encontrou 22,5 metros de altura em média para povoamentos de 18 anos de idade.

Quando observamos os dados de volume apresentados na tabela 5, identificamos o plantio de 10 anos de idade com maior volume, tendo 346,65 m3 ha-1 diferindo-se dos demais tratamentos, os plantios com 11 e 9 anos de idade com 275,40 e 253,54 m3 ha-1 respectivamente não diferiram estatisticamente entre si, o plantio com 8 anos de idade com 215,62 não apresentou diferença estatística do plantio com 9 anos de idade, e por fim o plantio com menor idade obteve o menor volume entre todos os tratamentos, contabilizando 121,804 m3 ha-1, a média entre todos os tratamentos foi de 242,60 m3 ha-1.

O melhor desempenho em volume demonstrado pelo tratamento com 10 anos de idade possivelmente está relacionado com o fator forma que foi obtido através da medição de apenas uma árvore em cada povoamento.

O incremento anual médio entre todas as idades de plantio se manteve em 26,44 m3 ha-1 ano, tendo como maior incremento o plantio com 10 anos de idade que mostrou 34,67 m3 ha-1 ano de incremento, e o menor incremento de 17,40 m3 ha-1 ano é apresentado pelo plantio com 7 anos de idade.

Durão (2008) constatou em plantios de Pinus elliottii com 7 anos de idade incremento médio anual de 19,67 m3 ha-1 ano. Conforme Galeti (1972) deve-se dar especial

cuidado na escolha de espécies de Pinus, buscando obter material que apresentam um acréscimo anual de 30 m3 ha-1 ano (em média).

Schneider e Finger (1999) avaliando Pinus elliottii Engelm. implantado em solos pobres do Rio Grande do Sul com 11 anos de idade para avaliar o efeito da desrama observaram incrementos médios de 23,95 m3 ha-1 ano nos plantios sem desbaste. Os valores observados neste experimento superam estes números.

Semelhante ao problema relatado na discussão da área basal é o que está acontecendo no volume dos povoamentos, até o décimo ano o acúmulo está em ascensão, mas quando chega aos 11 anos é possível observar redução no incremento volumétrico e estabilização do crescimento, do mesmo modo que foi explicado na estabilização da área basal é necessário relatar novamente a necessidade de efetuar o desbaste.

Ressalta-se, aqui o baixo desempenho do volume total observado no povoamento com 11 anos de idade alcançado devido possivelmente ao baixo fator forma, tendo possibilidade de que a árvore escolhida para determinação deste não representou de fato a média do povoamento em altura que no local representa ser maior de que as menores idades. No entanto, os demais valores parecem se aproximar do potencial do sítio que representa estar ligado aos manejos incorretos de desrama efetuados nos anos iniciais, conforme relata Durão (2008), que foram fundamentais na redução dos IMAs, refletindo em atraso no desenvolvimento dos povoamentos, que atingiram o máximo incremento aos 9 anos e não aos 7 mas em contraponto, as toras obtidas possivelmente terão melhor qualidade de desdobre, desta forma a indicação de desbaste passa a ser efetuado aos 9 anos e não aos 7.

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