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8. Apresentação dos resultados

8.7. Resultados obtidos ao nível da dor e da função

De forma a verificar qual a progressão (se houve) dos pacientes do estudo relativamente á intensidade de dor e á incapacidade funcional, compararam-se os dados obtidos nas escalas END e NDI, nos momentos de avaliação inicial e final (T0 e T2, respetivamente).

A nível da dor, os valores observados indicam que existiu uma redução na perceção da intensidade da dor (medida pela END), a partir de um valor médio observado antes da intervenção, de 5,93 (1,771), IC (95%) de 5,55-6,31, para 3,54 (2,363), IC (95%) de 3,03-4,05, num período até 7 semanas após o início da intervenção.

Relativamente à incapacidade funcional observou-se uma redução no NDI, a partir de um valor médio de 20,18 (8,261) e IC (95%) 18,39-21,96, para 13,38 (7,45) e IC (95%) 11,77-14,98, no mesmo período de tempo (tabela 38).

Entre os dois momentos de recolha de dados, quer ao nível da perceção de intensidade de dor, quer ao nível da incapacidade, existiu uma diminuição nas pontuações totais médias: na escala END houve uma redução média de 2,39 pontos (2,36) enquanto na escala NDI houve uma redução média de 6,8 pontos (7,45).

Tabela 38 - Estatística descritiva: medidas de tendência central e de dispersão para as variáveis:

intensidade da dor (END) e incapacidade funcional (NDI) nos momentos de avaliação T0 (pré- intervenção) e T2 (pós-intervenção) (n= 85).

Variáveis Min Máx Média D. Padrão IC (95%)

END (T0) 0 10 5,93 1,771 5,55-6,31

END (T2) 0 8 3,54 2,363 3,03-4,05

NDI (T0) 5 41 20,18 8,261 18,39-21,96

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8.7.1. Teste das Hipóteses

Com o objetivo de testar as hipóteses estabelecidas para este estudo, realizou-se em primeiro lugar a verificação da distribuição das variáveis, utilizando-se para isso o teste de Kolmogorov-Smirnov (n>50). Através da sua análise, verificou-se que todas as variáveis têm um nível de significância inferior a 0,05 indicando que a sua distribuição não é normal (tabela 39).

Tabela 39 – testes de normalidade para as escalas NDI e END nos momentos de avaliação T0 e T2.

KOLMOGOROV-SMIRNOV Estatística n Significância END-T0 ,128 85 ,002 END-T2 ,120 85 ,004 NDI-T0 ,087 85 ,154 NDI-T2 ,082 85 ,200

A ausência de uma distribuição normal das variáveis impossibilitou o recurso ao teste paramétrico. Assim, e com o intuito de testar a hipótese de que existem

diferenças significativas ao nível da intensidade da dor, antes e após a intervenção, realizou-se o teste de Wilcoxon (teste não paramétricos para

comparação de 2 amostras emparelhadas) (tabela 40).

Tabela 40 – teste de Wilcoxon para amostras emparelhadas da END T0 e END T1.

Teste de Wilcoxon N Mean Rank

Estatística de teste

Valor p Z

Diferença da intensidade da dor (pós e pré intervenção- END_T2 - END_T0) Negative Ranks 69a 37,45 0,000 -7,161 Positive Ranks 3b 14,67 Ties 13c

a. Melhoraram depois do tratamento (a. END T2 < END T0) b. Pioraram depois do tratamento (END T2 > END T0)

c. O tratamento não promoveu melhoras nem pioras (END T2 = END T0)

Este teste, permitiu encontrar diferenças significativas na intensidade da dor, antes e após da intervenção (z= -7,16; p<0,001). Os resultados permitem também perceber que, após a intervenção da fisioterapia, uma grande parte dos pacientes obtiveram melhorias. Num total de 85 participantes, após o tratamento, 69 pacientes pontuaram valores inferiores de intensidade da sua dor.

98 Deste modo, os resultados obtidos suportam a hipótese de investigação inicialmente colocada, ou seja, houve uma redução significativa da intensidade da dor após a intervenção da fisioterapia.

Com o objetivo de testar a hipótese de que existem diferenças significativas ao

nível da incapacidade funcional, antes e após a intervenção, verificou-se

novamente, e em primeiro lugar, a distribuição destas variáveis com o teste Kolmogorov-Smirnov (n>50) (já descrita na tabela 39), onde se verifica que, para as amostras NDI T0 e T2, os valores de significância obtidos foram de 0,15 e 0,20, respetivamente, indicando que a sua distribuição é normal. Assim, e para testar estas amostras emparelhadas, as variáveis NDI T0 e NDI T2 serão testadas com o teste de t-Student.

Tabela 41 – teste t de Student de amostras emparelhadas para NDI T0 e NDI T2.

Teste a amostras emparelhadas Diferenças emparelhadas

t df Significância (2-tailed) Média Desvio

Padrão Padrão Erro de Medida 95% Intervalo de Confiança da diferença Mínimo Máximo NDI T0 – NDI T2 6,800 6,021 ,653 5,501 8,099 10,412 84 ,000

Também aqui os resultados do teste permitiram observar diferenças significativas no nível de incapacidade funcional dos pacientes participantes no estudo, antes e após a intervenção da fisioterapia (t= 10,41, p<0,05).

Deste modo, os resultados obtidos suportam a hipótese de investigação colocada, ou seja, ocorreu uma redução significativa da incapacidade funcional, após a intervenção da fisioterapia.

8.7.2. Diferenças na Função após intervenção da Fisioterapia com base na DMCI

Visando a avaliação dos resultados relativos à incapacidade funcional quanto à sua importância clínica, a amostra foi dicotomizada tendo com base o ponto de Coorte identificado no estudo 1 do NDI-VP (na análise da Curva ROC – pág. 59).

99 Formaram-se então dois grupos distintos: grupo “clinicamente estável” – em que os pacientes reportaram não sentir alterações clinicamente importantes (diferença NDI-VP entre os momento T0 e T2 <6) e grupo “melhoria clínica” – em que os pacientes reportaram sentir melhorias clinicamente importantes (diferença NDI-VP entre os momento T0 e T2 ≥ 6).

Após a dicotomização por grupos, podemos observar que mais de metade dos pacientes (57,6%) reportaram alterações clinicamente importantes após tratamento (diferença NDI-VP (T2-T0) ≥ 6) (tabela 42).

Tabela 42 –Diferença do NDI-VP (T0-T2): distribuição de frequências absolutas e relativas.

Diferença do NDI-VP (T2-T0) Fa Fr

“Clinicamente estável” (< 6) 36 42,4%

“Melhoria clínica” (≥ 6) 49 57,6%

Total 85 100%

Com o intuito de determinar a existência de diferenças significativas entre os grupos “melhoria clínica” e “clinicamente estável” relativamente à incapacidade funcional após a intervenção de fisioterapia (com duração até 7 semanas), utilizou-se o teste não paramétrico de Mann-Whitney (tabela 44) (visto não existirem normalidade de variáveis – tabela 43).

Tabela 43 – teste de normalidade para os grupos “clinicamente estável” e “melhoria clínica” do NDI (T2-T0).

KOLMOGOROV-SMIRNOV

Estatística n Significância Clinicamente Estável 0,205 36 0,001

Melhoria Clínica 0,165 49 0,002

Tabela 44 – Resultados do teste de Mann-Whitney relativos à presença de diferenças estatisticamente significativas da melhoria da incapacidade funcional, entre grupos (clinicamente estável /melhoria clínica)

Dif. NDI-VP N Mean Rank Valor p Mann-Whitney U Testes estatísticos

100 Este teste permitiu verificar que existem diferenças significativas a nível da incapacidade funcional, entre os grupos (p< 0,001). Estes resultados vêm corroborar a hipótese previamente estabelecida, uma vez que o grupo classificado como tendo ”melhoria clínica” obteve uma redução significativa a nível da diferença da incapacidade funcional (T0-T2), comparativamente ao grupo classificado como sendo “clinicamente estável”.

8.8. Análise da independência dos grupos “clinicamente estável” e “melhoria

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