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Subepisódio 2.3_Grupo 01 (CN01 a CN04)_Observação da imagem 2 – Lembranças da Enterobiose

5.3 Resultados obtidos na Oficina Pediculose

A terceira etapa desse estudo foi realizada dia 03 de dezembro de 2019, participaram dessa etapa 32 (trinta) discentes. A princípio foi preparado o estudo em slides a serem apresentados aos alunos na sala de aula por meio do recurso multimídia, o datashow, ofertado pela escola. Todavia, esse equipamento apresentou problemas e na escola não havia outro recurso disponível que pudesse ser utilizado nessa atividade.

Porém, como medida de cautela, a pesquisadora já havia imaginado esse tipo de intercorrência, providenciando antecipamente impressão em folha A4 e a plastificação de todas as imagens que seriam exploradas na aula, incluindo as 12 (doze) imagens do jogo de cartas que foram anexadas a uma moldura em madeira articulável e leve, feita de lona para anexar as imagens conforme fosse dialogando sobre a temática com os alunos.

Na hora da realização do jogo, mostrava cada uma das imagens e solicitou aos educandos que respondessem no formulário Q2 – Oficina Pediculose: Percepções dos normalistas sobre o piolho que foi distribuído na sala de aula (APÊNDICE E).

Cabe comentar que surgiram outros problemas, entre eles a questão de nem sempre ter uma sala reservada para realizar a oficina Pediculose. Necessitando de improvisação, ora era realizada em uma determinada sala, em que a professora regente cedia seu horário para essa atividade (FIGURA 6).

Figura 6: Algumas fotos da Oficina Pediculose. Fonte: registros da pesquisadora.

E em outro momento ocorreu em um canto do pátio da escola próximo a uma grade (FIGURA 7), onde em um determinado horário desse mesmo dia foi realizado também apresentações de trabalhos concernentes a adaptação de material didático para atender aos alunos com necessidades especiais.

Figura 7: Exposição de algumas imagens sobre a Pediculose em stand

improvisado no pátio da escola. Fonte: registros da pesquisadora.

Vale ressaltar que a pesquisadora se deslocava para instituição e permanecia o dia todo, em tempo integral, a fim de ter uma oportunidade, um horário vago e/ou cedido pelos professores regentes do dia escolhido para realização das oficinas propostas.

O que a princípio denota a ideia de ter sido totalmente prejudicial, o fato de não ter um espaço único e reservado para essa intervenção, entende-se que de certa forma foi fecundo, pois permitiu dar visibilidade a discussão sobre a temática Pediculose para toda comunidade escolar local.

Outra questão relevante, é que nessa mesma intervenção além de se explorar o lúdico, utilizando imagens para promoção do ensino sobre a Pediculose, tanto na sala de aula como no patio da escola, os educandos se interessaram e se engajaram nessa atividade.

Pois foi utilizado um microscópio USB digital acoplado em um noteboock da pesquisadora, para visualização de alguns exemplares do Pediculus vivos e mortos, além das lêndeas (ovos).

Favorecendo visualizar melhor a morfologia desse agente etiológico, e propiciando um diálogo baseado na observação do parasite, explicando como esse “bichinho”, descrição comum entre os escolares, é prejudicial à saúde.

Foi nítido o contentamento, interesse e o envolvimento dos discentes com a temática proposta, devido a inclusão de um elemento “novo”, o recurso do microscópio USB digital, que segundo relatos orais da maioria dos escolares, nunca haviam utilizado um equipamento como esse, e como seria bom ter esse recurso nas aulas de ciências (FIGURAS 8 e 9).

Houve bastante visitação de vários alunos da formação geral e do 9º ano do Ensino Fundamental, e outros profissionais inseridos na comunidade escolar local ao stand improvisado, unânimente se interessaram em manusear o microscópio USB digital e conversar sobre a doença Pediculose.

Essa mobilização, se constitui como algo favorável, pois segundo Paulo Freire “o exercício da curiosidade, convoca a imaginação, a intuição, as emoções, a capacidade

de conjecturar, de comparar, na busca da perfilização do objeto ou do achado de sua razão de ser” [36].

Freire (2013) ressaltou ainda que, o exercício da curiosidade deve ser uma prática docente constante, pois “tanto mais a curiosidade espontânea se intensifica, mas, sobretudo, se “rigoriza, tanto mais a epistemológica ela vai se tornando” (p.84) [36].

Figura 8: Fotos dos equipamentos expostos no pátio da escola para visualização

do piolho (placa petri, Notebook e USB digital). Fonte: registros da pesquisadora.

Figura 9: Foto dos normalistas dentro da sala de aula ao manusear o microscópio

Vale registrar um comentário de um professor de matemática ao fazer a seguinte afirmativa: “bom seria que vários outros projetos como esse fossem realizados nas escolas públicas. Nossos alunos precisam ter contato com a ciência e os recursos tecnológicos, eles precisam ter outra visão de mundo além da comunidade local onde vivem”. Outra ação ocorrida durante essa intervenção, foi a distribuição de kit’s contendo um pente fino, um prospecto contendo informações sobre prevenção e combate a Pediculose e um pirulito para cativar os alunos.

Figura 10: Distribução do kit piolho aos discentes (pente fino, prospecto informativo e um pirulito).

5.4 – Resultados obtidos no Formulário Q2 – Oficina Pediculose (Percepções dos normalistas sobre o piolho)

No mesmo dia em que foi realizada a Oficina Pediculose, apenas 30 alunos responderam ao formulário Q2 (APÊNDICE E). A primeira questão intenciou conhecer os prévios saberes dos discentes em relação aos mitos e verdades sobre o piolho, seguem as respostas obtidas.

Dentre as respostas coletadas, chama atenção as questões referentes a: imagem 1 evidenciou a banalização do piolho, pois a metade dos alunos não associam a presença do piolho a possibilidade da doença Pediculose. Muitos escolares relacionam a infestação do piolho com a má higienização capilar, e na verdade o piolho não faz acepção de couro cabeludo, limpo ou sujo, continua sendo seu habitat pois o que importa

para mantê-lo vivo é sugar o sangue humano, característica de um ectoparasito hematófago (TABELA 13).

Tabela 13: Respostas obtidas do formulário Q2 em relação aos mitos e verdades sobre o piolho.

Figura / pergunta Mito Verdade

Figura 1: Ter piolho indica que uma pessoa está doente? 17 14

Figura 2: O piolho pula, salta ou voa? 8 24

Figura 3: Pessoas de classe social menos favorecida, pega mais piolho? 24 8

Figura 4: Ter cabelo grande facilita ter mais piolhos? 5 25

Figura 5: Receitas caseiras (como por exemplo, vinagre com água, arruda no

xampu, fumo de rolo, água com vinagre, entre outros), loção e xampu, e comprimidos anti-piolhos, são 100% eficientes para matar piolhos?

22 11

Figura 6: Pega-se piolho compartilhando roupas de cama (lençóis e travesseiros),

boné ou chapéu, presilhas, elásticos, pentes ou celular com uma pessoa infestada por este parasito?

2 30

Figura 7: O piolho só gosta do calor, prefere a época do verão, ele não gosta das

outras estações do ano? 19 12

Figura 8: Utilizar produtos químicos nos cabelos como, alisamentos, tinturas,

prancha, relaxamento, entre outros, ajuda a matar o piolho? 7 25

Figura 9: Na fase escolar, os responsáveis devem cortar os cabelos das crianças

para evitar o piolho? 28 4

Figura 10: Piolho não gosta de cabelo crespo. 30 2

Figura 11: Piolho tem preferência por determinado tipo sanguíneo? 18 14

Figura 12: Pegamos piolho se não lavarmos a cabeça (o couro cabeludo / os

cabelos) todos os dias? 16 16

Fonte: Elaborada pela própria autora. E ao serem indagados na terceira pergunta do formulário Q2, responderam que quando uma criança for identificada infestada por piolhos, deveria ser afastada da escola para receber tratamento. Seguem algumas afirmativas:

CN62 Porque desconcentra com a coseira.

CN26 impedirá a criança de está na sala de aula com outras crianças e assim "dissocializá-la do ambiente escolar”.

CN35 porque é normal ter piolho a pessoa vai se sentir excluida.

CN71 por que não atrapalha nos estudos.

CN30 tem que cuidar, mas não precisa deixar de estudar.

CN36 acho que prejudica a criança, pode até ficar sem vim alguns

dias pra mãe cuidar mas não faltar muitas aulas.

CN27 Não exatamente impedida, mas sim teria remedios para

CN39 Porque a criança ela não tem culpa, os Pais que tem que cuidar para eles evitarem que as crianças peguem piolhos.