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Resultados obtidos a partir da grelha de observação da oralidade

3. CONCEÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

3.2 Resultados obtidos a partir da grelha de observação da oralidade

Durante as apresentações orais dos trabalhos de grupo, que tinham como principal intuito desenvolver esta competência, utilizei uma grelha de observação direta da oralidade, de criação própria e que me permitiu registar com maior detalhe a evolução de cada aluno e avaliar o impacto das estratégias que estava a trabalhar com os discentes assim como contrastar esta informação com aquela obtida a partir dos diários de aprendizagem.

Esta grelha, que se apresenta a seguir, tem duas partes. Na primeira tem três descritores retirados do QECR (2001:56) que dizem respeito ao ato de falar em público, e que permitem posicionar o aluno no nível A2 ou no nível B1, isto é, permitem verificar se um aluno utiliza descritores maioritariamente do nível A2 ou se utiliza descritores do nível B1 ou de ambos os níveis de proficiência segundo o QECR (2001). Na segunda parte tem estratégias de expressão e de compensação, que permitem aferir se os alunos conseguem ultrapassar dificuldades causadas por exemplo pela falta de vocabulário específico, e tem também estratégias de controlo e correção, que ajudam os discentes a controlar o seu discurso utilizando técnicas para voltar a começar quando se atrapalham ou recorrendo a reformulações do discurso.

Através desta grelha de observação pude fornecer aos alunos um feedback mais preciso sobre a sua evolução. Precisamente, ao referir o que já conseguiam fazer e que antes não faziam motivava-os a quererem continuar a evoluir. Esta reflexão conjunta após cada observação das apresentações que faziam permitia ainda que aqueles alunos com maiores dificuldades pudessem ver que estratégias utilizavam os discentes que demonstravam menos dificuldades. Esta aprendizagem colaborativa implica os discentes na sua aprendizagem tornando-os mais ativos e conscientes na criação do seu conhecimento.

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NOMBRE DEL ESTUDIANTE»

1. HABLAR EN PÚBLICO (descriptores)  CARACTERISTICA OBSERVADA X CARACTERISTICA NO OBSERVADA 1.1. Realiza presentaciones o

interacciones breves y ensayadas (A2) 1.2. Es capaz de hacer frente a un número limitado de preguntas con respuestas inmediatas y sencillas (A2)

*(para utilizar en diálogos) 1.3. Es capaz de hacer una

presentación breve y preparada sobre un tema con la suficiente claridad como para que se pueda seguir sin dificultad (B1)

2. ESTRATEGIAS DE EXPRESIÓN (B1) COMPENSACIÓN 2.1. Adapta una palabra de su lengua materna 2.2. Utiliza una palabra sencilla que significa algo parecido al concepto que quiere transmitir

CONTROL Y CORRECCIÓN

2.3. Vuelve a empezar utilizando una táctica diferente 2.4. Puede corregir confusiones de tiempos verbales o de expresiones que pueden dar lugar a malentendidos

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3.3 Descrição das estratégias pedagógicas e atividades utilizadas para o desenvolvimento da interação oral

Como o meu projeto de intervenção tinha como foco principal o desenvolvimento da oralidade, mais especificamente da interação e da expressão oral, procurei em todas as atividades e no diário de aprendizagem focar esta competência, apesar de procurar trabalhar de forma integrada todas as competências linguísticas pois estou ciente de que para um desenvolvimento harmonioso da competência comunicativa é necessário ter em atenção a prática integrada de todas as skills durante uma aula.

Quanto à metodologia de ensino, optei pelo uso do método comunicativo, mais precisamente o enfoque por tarefas, que pretende capacitar o aluno para uma comunicação real com os falantes da língua estrangeira tanto na vertente oral como na escrita. Para isso, no processo de ensino utilizei textos, gravações e materiais autênticos e realizei com os alunos atividades que procuraram imitar com fidelidade a realidade fora da sala de aula.

Em cada unidade didática os alunos desenvolveram tarefas potenciadoras que os levaram a conseguir realizar a tarefa final em cada unidade. Para que ficasse claro o que era pretendido em cada tarefa final, no início de cada unidade, depois de apresentar os conteúdos que iriamos abordar, entregava aos alunos uma ficha onde explicava passo a passo o que fariam para a tarefa final. Nessa ficha apresentava também estratégias de aprendizagem que os ajudariam.

A abordagem adotada no meu projeto assenta em pressupostos de um ensino comunicativo da língua no qual os discentes levam a cabo tarefas que os preparam para situações comunicativas reais. O enfoque comunicativo procura dotar o aluno de estratégias que lhe permitam comunicar de forma satisfatória na língua estrangeira em estudo. O enfoque comunicativo pretende desenvolver uma competência comunicativa eficaz que permita ao aprendente comunicar de forma plausível e apropriada tendo em conta o interlocutor e o contexto.

“Un enfoque comunicativo es, por tanto, un enfoque integrador en el que el objetivo principal es preparar y animar a los aprendientes a explotar de forma óptima su limitada competencia comunicativa de la segunda lengua con el fin de participar en situaciones reales de comunicación.” (Canale in Llobera, 2000:74)

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Nas interações que estabelecemos diariamente na nossa vida utilizamos, sem nos darmos conta, várias destrezas ou competências em simultâneo. Na aprendizagem de uma língua estrangeira as atividades de aprendizagem devem ser o mais próximo possível da vida real. As atividades propostas devem preparar os alunos para interações que ocorrem fora da sala de aula, em contexto real e autêntico de comunicação.

A minha intenção ao longo da intervenção pedagógica foi proporcionar aos alunos um contacto com a língua e cultura espanhola de uma forma motivadora e interessante. Para tal, recorri ao uso de materiais audiovisuais autênticos na língua espanhola, como campanhas de publicidade, curtas-metragens, músicas, notícias da televisão espanhola, documentários, entre outros.

Procurei que os alunos fossem mais ativos na criação do seu conhecimento e difundi a ideia da necessidade de arriscarmos quando estamos a aprender um língua estrangeira, pois o medo de errar limita na maioria das vezes, por isso expliquei também que errar faz parte do processo de aprendizagem. Tentei desenvolver um ambiente favorável à participação ativa de todos, pois o envolvimento é fundamental para a aprendizagem de uma língua estrangeira.

Considerei importante que as atividades fossem centradas nos discentes e orientadas para a ação, por isso procurei desenvolver com os alunos tarefas comunicativas que os preparassem para interagir nos diversos domínios, sejam eles o privado, o público ou o educativo.

As atividades privilegiadas ao longo do projeto de intervenção foram as de interação oral em pares ou em pequenos grupos por considerar que são aquelas onde melhor se desenvolve a competência oral. Os trabalhos em pares ou em pequenos grupos deixam os alunos mais confiantes quanto à sua participação e favorecem a interação oral na língua estrangeira.

O uso do diário de aprendizagem como instrumento de reflexão favoreceu uma maior aproximação entre mim e os alunos e desenvolveu uma maior consciencialização por parte dos alunos quanto aos seus pontos a melhorar e quanto aos seus pontos fortes. Foi um instrumento que serviu para um aumento da confiança em si mesmos e consequentemente para uma maior autonomia.

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Nas planificações procurei desenvolver tarefas motivadoras para os alunos e recorri ao uso de materiais autênticos para aguçar a sua curiosidade e para os pôr em contacto com diferentes registos de língua e diferentes pronuncias. Tive sempre em atenção as preferências relativamente a atividades e dinâmicas de trabalho que demonstraram no questionário inicial.

Em cada planificação existiu uma tabela com objetivos, conteúdos, competências utilizadas, estratégias, recursos e o tipo de avaliação utilizado nessa planificação e existe também uma parte descritiva onde explico com detalhe o que pretendo fazer em cada atividade. Juntamente com cada planificação apresento os respetivos materiais e uma reflexão pós aula, que fiz após cada aula lecionada.17

Esta reflexão que efetuei após cada aula lecionada, que foi o meu diário de aprendizagem enquanto docente estagiária, foi mais um instrumento de investigação que me permitiu refletir sobre as minhas práticas e triangular dados de forma a redirecionar a ação sempre que necessário.

A par do meu trabalho com os alunos esteve o trabalho de investigação e pesquisa para poder dar resposta às necessidades que os alunos iam apresentando. A consulta de bibliografia especializada permitiu-me perceber melhor que estratégias adotar para orientar o trabalho dos alunos e ultrapassar as dificuldades apresentadas.

3.4 Fase de Pós-Intervenção: descrição de instrumentos utilizados e resultados da