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As figuras FIG. 5.24.a e FIG. 5.25.a mostram as intersecções da malha

pixelada do Multi-Hydro com a dos radares banda-C e banda-X,

respectivamente. As figuras FIG. 5.24.b e FIG. 5.25.b mostram uma vista

aproximada dessas intersecções.

5.7 RESULTADOS DA SIMULAÇÃO HIDROLÓGICA

Uma vez de posse dos dados de entrada necessários para a simulação, a

utilização do software Multi-Hydro é bastante simples (GIANGOLA-MURZYN,

2013). A interação com o usuário ocorre apenas em duas oportunidades. Na

primeira (FIG. 5.26), é necessário informar ao programa quais (e se) medidas de

resiliência (barragens, bacias de contenção e/ou tetos verdes) são utilizadas na

simulação. Nesse trabalho, apesar da utilização de uma bacia de retenção na

rede de águas pluviais (ver item 5.6), esta não foi levada em conta na simulação

FIG 5.24 – a) Intersecção das malhas do Multi-Hydro e do radar banda-C;

b) Zoom na interseção

a) b)

10m

10m

FIG 5.25 – a) Intersecção das malhas do Multi-Hydro e do radar banda-X;

b) Zoom na interseção

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principal, mas apenas na simulação do SWMM. Na segunda interação com o

operador (FIG. 5.27), deve-se fornecer o horário de início da precipitação.

O Multi-Hydro fornece resultados a cada passo de tempo da simulação (3

minutos). Cada um desses resultados é composto por diversos arquivos de

saída. Para aferir a altura da lâmina d’água na bacia de contenção recorre-se

aos relatórios do SWMM (“swmm.rpt”), que podem ser lidos no formato “.txt”. O

volume de água armazenado na bacia de retenção é fornecido no campo

Storage Volume Summary” do relatório do SWMM. Na falta de dados mais

precisos sobre o formato do fundo da bacia Roussières, a lâmina d’água foi

aferida pela divisão entre o volume da bacia e sua superfície.

Foram realizadas duas simulações computacionais com o Multi-Hydro para

cada evento considerado (ver item 4.3): uma com dados de precipitação do radar

banda-C e outra com os do radar banda-X. Cada uma dessas simulações

forneceu uma curva representando o nível d’água na bacia de retenção ao longo

do tempo desde o início da chuva (𝑡 = 0). Uma outra curva foi traçada com os

dados reais medidos no local.

FIG 5.26 – Janela para informar as medidas de resiliência

58

Os resultados para os eventos dos dias 12-13/09/2015, 16/09/2015 e

5-6/09/2015 são apresentados, respectivamente nas FIG. 5.28, FIG. 5.29 e FIG.

5.30.

59

FIG 5.29 – Altura da lâmina d’água para o evento do dia 16/09/2015

60

As simulações dos três eventos considerados mostraram que os

comportamentos das curvas de altura da lâmina d’água na bacia de retenção

Roussières em função do tempo são bem reproduzidos, para dados

provenientes de ambos os tipos de radares utilizados. O evento do dia

16/09/2015 (FIG. 5.29) é aquele cujas simulações mais se aproximam dos

valores medidos in-loco. Para os outros dois eventos avaliados (FIG. 5.28 e FIG.

5.30), os valores calculados com base nas simulações do Multi-Hydro

subestimaram aqueles medidos in-loco. Pode-se creditar isso ao fato das

simulações não terem levado em conta o volume de água recebido pela bacia

de retenção Roussières devido à precipitação direta e ao escoamento superficial.

Ademais, a bacia de retenção Roussières recebe o fluxo de água proveniente de

uma outra bacia de retenção e os dados sobre esse fluxo não foram computados

nas simulações, uma vez que não foram disponibilizados. No entanto, existe uma

semelhança clara entre os picos e vales dos gráficos para um mesmo evento,

atestando a eficiência do modelo.

Percebe-se que os valores de altura d’água obtidos com os dados

provenientes do radar banda-X foram menores que aqueles do radar banda-C.

Pode-se creditar essa diferença aos seguintes fatores: o fato de o radar

banda-X, instalado na ENPC, ser recém instalado e ainda estar em fase de otimização

da aquisição de dados e calibração; e o fato de o radar banda-C, operado pela

Météo-France estar localizado muito próximo da região simulada, afetando suas

medições.

61

6 CONCLUSÕES

Nesse trabalhou visou-se contribuir com o desenvolvimento do modelo

hidrológico Multi-Hydro, bem como com a utilização de dados de precipitação

provenientes de radares para a realização das simulações, visto que a utilização

de bacias de contenção e a simulação de grandes áreas com o modelo ainda

são pontos pouco explorados na literatura.

A falta de informações precisas sobre o formato do fundo da bacia de

retenção Roussières, bem como sobre o fluxo de água lançado pelo seu exutório

no sistema de drenagem global instalado na bacia do Bièvre, pode afetar

significativamente os resultados obtidos, uma vez que as condições de contorno

da simulação alteraram o fluxo de água na rede de drenagem de águas pluviais

e, consequentemente, o nível d’água do lago Roussières.

Para os três eventos estudados, as curvas de altura da lâmina d’água em

função do tempo calculadas com base nos resultados das simulações do

Multi-Hydro reproduzem bem o comportamento da curva plotada com base nos

valores medidos in-loco, para dados provenientes de ambos os tipos de radares

utilizados, sendo possível perceber uma clara semelhança entre os picos e vales

dos gráficos para um mesmo evento. As diferenças observadas podem ser

creditadas tanto à fase inicial de calibração pela qual passa o radar banda-X,

quanto à proximidade do radar banda-C com a área de estudo.

Nas simulações efetuadas nesse trabalho não foi possível considerar o

aporte de água na bacia de contenção, devido à chuva precipitada diretamente

sobre a mesma, nem devido ao escoamento superficial. Esse volume de água

não é irrelevante e mudanças no código do Multi-Hydro podem e devem ser

implementadas futuramente para considerá-lo. Dessa forma, devem ser obtidos

62

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