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Resumo dos Impactos da MA no Modelo de Negócio Canvas

4.3 RESULTADOS

4.3.3 Análise Intercasos do Estudo de Caso Múltiplo

4.3.4.2 Resumo dos Impactos da MA no Modelo de Negócio Canvas

De forma geral, os resultados dos impactos da adoção da MA foram agrupados nos pilares e blocos de construção do modelo de negócio Canvas: Produto - Proposta de valor; Gestão de infraestrutura - Atividades, Recursos e Parceiros-chave; Interação com o cliente - Segmentos de clientes, Relacionamento e Canal de distribuição; e Aspectos financeiros - Estrutura de custos e Fonte de receita (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2010).

Com isso, foi possível verificar que pela classificação dos impactos da adoção da MA nos blocos de construção do modelo de negócio Canvas que há uma convergência dos resultados dos profissionais e das empresas. Principalmente os profissionais e a empresa α apresentaram a mesma sequência de blocos mais para menos identificados: Proposta de valor, Atividades-chave, Estrutura de custos, Parceiros-chave, Recursos- chave, Fonte de receitas, Relacionamento, Canal de distribuição e, por fim, Segmento de clientes. A empresa β apresentou uma pequena diferença entre as frequências dos blocos de construção Fonte de receitas e Recursos-chave.

Percebe-se que os pilares mais impactados pela adoção da MA são: Produto, Gestão de infraestrutura e Estrutura de custos. O pilar Interface com o cliente, nas entrevistas com os profissionais, também apresentou menos impactos da adoção da MA. Dessa forma, os impactos nos blocos de construção Relacionamento, Canal de distribuição e Segmento de clientes, não são amplamente percebidos empiricamente e também na literatura. A adoção da MA apresentou pouco impacto na relação com os clientes.

4.3.4.3 Motivações e Limitações para a Adoção da MA

As motivações e limitações foram categorizadas baseadas na teoria da Difusão de Inovações (Diffusion of Innovations - DOI) e na Teoria Unificada de Aceitação e Uso de Tecnologia (Unified Theory of Acceptance and Use of Technology - UTAUT)

(SCHNIEDERJANS, 2017). Essas classificações já foram explicadas na RSL. As categorias de motivações consideradas pela teoria DOI e UTAUT foram: Vantagem relativa e Expectativa de desempenho; Compatibilidade e Condições facilitadoras; Redução de Complexidade e da Expectativa de esforço; Observabilidade e Visibilidade; Vontade de Testar; e Influência social.

A partir dos resultados foi possível identificar as categorias que apresentaram motivações para a adoção da MA e que foram mais e menos comentadas pelos profissionais.

Nas entrevistas com profissionais, uma categoria de motivação foi mais citada e que corrobora com os resultados do estudo de caso múltiplo das duas empresas: vantagem relativa/expectativa de desempenho.Assim, percebe-se que as vantagens da utilização da impressora, as quais são oriundas dos impactos discutidos na seção 4.3.3, são os principais motivadores da adoção da MA.

Foi possível verificar também as motivações para a adoção da MA, que foram menos citadas nas entrevistas com profissionais e que corroboram com os resultados do estudo de caso múltiplo das duas empresas: vontade de testar, observabilidade / visibilidade, influência social e redução de complexidade/expectativa de esforço. Na literatura, identificou-se a categoria de motivações Compatibilidade / Condições facilitadoras (HOLZMANN et al., 2017a; OETTMEIER; HOFMANN, 2017; RYLANDS et al., 2016; SCHNIEDERJANS, 2017; WAGNER; WALTON, 2016) como sendo um importante motivador para a adoção da MA. Esta categoria de motivações foi verificada nos casos como importante influenciadora da implementação da MA, porém pelos profissionais, a cultuta de aberturas a novas tecnologias ou profissionais qualificados, por exemplo, não são percebidos.

Identificou-se uma motivação pouco mencionada na literatura, que é a Vontade de Testar (OETTMEIER; HOFMANN, 2017; SCHNIEDERJANS, 2017). Pelos profissionais e nas empresas, ficou claro que o motivador inicial para a adoção da MA é o desejo de aprendizado e aquisição de experiência sobre a tecnologia.

As categorias de limitações consideradas pela teoria DOI e UTAUT foram: Falta de Vantagem relativa e Expectativa de desempenho; Incompatibilidade e Falta de Condições facilitadoras; Aumento da complexidade e Expectativa de esforço; Falta de Observabilidade e Visibilidade, Falta de Vontade de Testar; e Falta de Influência social.

A partir dos resultados foi possível identificar as categorias que apresentaram limitações para a adoção da MA e que foram mais, menos e não comentados pelos

profissionais. Nas entrevistas com profissionais, três categorias de limitações foram mais citadas e que corroboram com os resultados do estudo de caso múltiplo das duas empresas: falta de vantagem relativa/expectativa de desempenho, incompatibilidade / falta de condições facilitadoras e falta de influência social. Percebe-se que a Falta de Vantagem relativa/Expectativa de desempenho está relacionada com as desvantagens da utilização da MA, as quais são oriundas dos impactos discutidos na seção 4.3.3. Identificou-se uma outra limitação que não foi identificada na literatura que é a necessidade de uma base para a impressão. Esta limitação está relacionada à categoria falta de vantagem relativa/expectativa de desempenho foi citada por alguns profissionais. Esta torna-se uma limitação, pois com a base muitas vezes faz-se necessário um pós-processamento para conseguir retirá-la da peça.

Além disso, a influência social, a qual envolve questões legais e de certificação, como também relações com os clientes e fornecedores, são limitantes encontrados empiricamente. Nesta categoria duas novas limitações foram evidenciadas, a falta de comunicação e a imagem errada da tecnologia por parte dos clientes. Os dados mostram que a falta de comunicação com os clientes e também com os fornecedores é uma limitação da adoção da MA. Além disso, a imagem da MA que muitos clientes têm é um limitante, já que muitos acreditam que as peças impressas têm baixa qualidade.

A falta de vantagem relativa/expectativa de desempenho e falta de influência social já tinham sido encontradas amplamente com evidências empíricas na literatura.

Foi possível verificar também as limitações para a adoção da MA, que foram menos citada e que corroboram com os resultados do estudo de caso múltiplo das duas empresas: Falta de Observabilidade / Visibilidade e Aumento da Complexidade / Expectativa de esforço. A Falta de Vontade de Testar não foi mencionada nas entrevistas com profissionais.

Esta pesquisa traz, então, evidências empíricas em relação às limitações, sendo que nenhum estudo abrangeu todas as categorias de limitações citadas neste estudo. Apenas alguns estudos (DURACH; KURPJUWEIT; WAGNER, 2017; DWIVEDI; SRIVASTAVA; SRIVASTAVA, 2017; FORD; DESPEISSE, 2016; MATIAS; RAO, 2015; MELLOR; HAO; ZHANG, 2014; NIAKI; NONINO, 2017; STEENHUIS; PRETORIUS, 2016; TATHAM; LOY; PERETTI, 2015; WAGNER; WALTON, 2016) trouxeram evidências empíricas sobre as limitações para a adoção da MA, separadamente. Por exemplo, Murmura e Bravi (2017) apresentaram evidências

empíricas de limitações nas categorias Falta de vantagem relativa/expectativa de desempenho e Incompatibilidade/Falta de condições facilitadoras.