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Nesse espaço vamos rever os principais pontos que caíram nas questões comentadas na aula e, ao final do curso, teremos um resumo geral do conteúdo. Como você pode observar, a VUNESP cobra muita literalidade, consequentemente esse nosso curso de resumo e revisão por questões não tem como fugir disso: literalidade! É o que você precisa saber porque é o que vai cair na sua prova.

Tratamento Especial do empresário rural

O código civil conferiu tratamento diferenciado às pessoas que exercem atividade econômica rural, excluindo-as da obrigatoriedade de registro na Junta Comercial prevista no art. 967.

A regra geral é que todo empresário, antes de iniciar o exercício da atividade empresarial, tem que se registrar na Junta Comercial. Para aqueles que exercem atividade econômica rural, no entanto, o Código Civil ofereceu a faculdade de registro na Junta Comercial.

Portanto, as pessoas que exercem atividade econômica rural, ao não se registrarem na Junta Comercial, não serão considerados empresário para os efeitos legais. O contrário ocorre se optarem pelo registro: serão considerados empresários para todos os fins.

Veja a literalidade sobre o assunto: (Sim, vamos ver muita literalidade, lembre-se que é isso que cairá na sua prova)

Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.

Empresário Individual Incapaz

A regra geral é que o incapaz não pode ser empresário individual. No entanto o artigo 974 abre duas exceções nas quais é permitido o exercício de empresa por incapaz:

Incapacidade superveniente;

Herde a atividade empresarial de alguém.

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empresa, as exceções são situações nas quais se admite que o incapaz continue a exercer uma empresa já existente.

A continuidade do exercício da empresa pelo incapaz depende de autorização judicial, oportunidade na qual o juiz deve observar a conveniência de o incapaz exercer a atividade. Uma vez autorizado, a continuação do exercício da empresa pelo incapaz se dará por meio de representante ou assistente, a depender do grau da sua incapacidade.

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.

§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.

§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.

§ 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos

I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade. II – o capital social deve ser totalmente integralizado.

III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais.

Conceito de Empresa e de Empresário

Resumidamente, podemos afirmar que empresa é uma atividade e empresário é quem exerce essa atividade de modo profissional.

Empresa é a atividade econômica (deve visar o lucro, mesmo que não

seja distribuído), organizada (desenvolvida com a utilização dos fatores de produção capital, mão de obra, insumos e tecnologia), voltada para a produção

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O empresário, é quem exerce a atividade econômica organizada

voltada para a produção ou a circulação de bens ou serviços. Na letra da lei:

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Sociedade entre Cônjuges.

Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.

O artigo 977 possibilita aos cônjuges contratar sociedade entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens ou no da separação obrigatória.

Mas por que o legislador se preocupou com essa questão? O objetivo é

impedir que cônjuges casados sob tais regimes de bens (comunhão

universal ou separação obrigatória) façam parte de uma mesma

sociedade. No entanto, não há impedimento que alguém casado sob esses regimes, sozinho, contrate sociedade com terceiros, a restrição é em relação aos cônjuges casados nesses regimes contratarem a sociedade entre si.

Transformação do empresário individual em sociedade empresária.

Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha:

I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens;

II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa;

II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa que poderá ser substituída pela assinatura autenticada com certificação digital ou meio equivalente que comprove a sua autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do § 1o do art. 4o da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;

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§ 1o Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será tomada por termo no livro próprio do Registro Público de Empresas Mercantis, e obedecerá a número de ordem contínuo para todos os empresários inscritos.

§ 2o À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão averbadas quaisquer modificações nela ocorrentes.

§ 3º Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade empresária, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código.

O empresário individual que venha a admitir sócios poderá solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade empresária, desde que observe, no que couber, o seguinte:

o ato de transformação independe de dissolução ou liquidação da sociedade, e obedecerá aos preceitos reguladores da constituição e inscrição próprios do tipo em que vai converter-se.

A transformação depende do consentimento de todos os sócios, salvo se prevista no ato constitutivo, caso em que o dissidente poderá retirar-se da sociedade, aplicando-se, no silêncio do estatuto ou do contrato social, o disposto no artigo 1031. (Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado).

A transformação não modificará nem prejudicará, em qualquer caso, os direitos dos credores.

Ou seja, não há maiores impedimentos para que o empresário individual que resolva admitir sócios para o seu negócio transforme-se em sociedade empresária, desde que obedeça aos regramentos estabelecidos para a constituição daquele tipo societário que escolheu transformar-se e que, obviamente, isso não prejudique o direito dos credores com quem já contratou enquanto empresário individual.

Falar em consentimento dos sócios não faz muito sentido, uma vez que é o empresário individual que está se transformando em sociedade empresária, mas está na lei, então, na questão literal, não tenha dúvidas em marcar correta a

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alternativa que traga o consentimento dos sócios como requisito para transformação do empresário individual em sociedade empresária.

Na verdade, o §3º do artigo 968 utiliza a expressão “no que couber” e remete aos artigos que tratam da transformação, por isso não houve o filtro quanto ao artigo 1.114 que aborda a necessidade de consentimento de os sócios.

Empresa Individual de Responsabilidade Limitada

Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País

§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.

§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade.

§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração

§ 4º ( VETADO).

§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional.

§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.

A partir da inclusão do artigo 980-A no código Civil, passa a ser possível constituir uma pessoa jurídica sem a necessidade de ter sócios e, desse modo, responder apenas subsidiariamente e de modo limitado pelas obrigações empresariais contraídas.

Antes do surgimento da EIRELI, a única opção para aquele que queria exercer atividade econômica profissional e organizada, sem ter a figura de um

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sócio era tornando-se empresário individual e, nesse caso, assumindo responsabilidade direta e ilimitada pelas obrigações contraídas.

Justamente por não haver essa responsabilidade ilimitada pelas obrigações contraídas, como há na empresa individual, que a lei exige um capital social mínimo equivalente a cem salários mínimos para a constituição da EIRELI, valor esse que é exigido apenas no ato de constituição da EIRELI, podendo ser livremente alterado após a subscrição do capital e constituição da EIRELI.

Como podemos perceber, a principal diferença entre o empresário individual e a sociedade empresária está na forma de responsabilização patrimonial. Na sociedade empresária a Pessoa Jurídica possuirá patrimônio próprio e, em decorrência disso, responderá pelas obrigações contraídas (sendo os sócios demandados a responder após a execução dos bens sociais), já o empresário individual irá responder com todos os seus bens, inclusive os pessoais, pelo risco do negócio.

Atividades intelectuais, de natureza científica, literário ou artística e o elemento de empresa.

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão

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autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. constituir elemento de empresa.

Por força do parágrafo único do artigo 966, não são considerados empresários os exercentes de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, mesmo que contratem empregados para auxiliá-los em seus trabalhos.

No entanto há uma exceção, situação na qual esses profissionais serão sim considerados empresários: trata-se da hipótese em que o exercício da profissão constitua elemento de empresa. O que significa esse elemento de empresa? O elemento de empresa surge quando a individualidade do profissional citado no caput já se perdeu na organização empresarial. A doutrina costuma citar o exemplo do médico que começa a clinicar, forma uma clientela que o procura por saber da qualidade do seu serviço médico, mas com o passar do tempo, o consultório cresce e torna-se um renomado hospital, não mais sendo procurado pela qualidade do serviço prestado por aquele médico específico, mas por todo o conjunto de serviços ofertado pela grande empresa que se tornou o hospital. O médico, nesse novo cenário, mesmo que continue a clinicar, sua maior contribuição para a prestação de serviços no hospital é a de organizar os fatores de produção, fugindo assim da condição geral dos profissionais intelectuais e, portanto, deve ser considerado, juridicamente, empresário.

Impedimentos legais ao exercício da empresa.

Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.

Conforme os o dispositivo em análise, são dois os requisitos para aquele que queira exercer atividade de empresário: capacidade civil e ausência de impedimento legal.

Já tratamos do empresário individual incapaz, então agora vamos analisar um pouco melhor quais seriam esses impedimentos legais. Via de regra, os impedimentos legais ao exercício da empresa encontram-se em normas diversas na legislação, podemos citar a Lei 8.112/90, relativa aos servidores públicos federais e a LC 35/79, relativa aos magistrados, dentre tantas outras. São impedimentos ao exercício individual da empresa, não sendo vedado que essas pessoas possam ser sócias de sociedades empresárias, pois nesses casos que exerce a empresa é a própria pessoa jurídica, nesses casos o impedido não pode,

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porém, possuir responsabilidade ilimitada e não pode ser sócio administrador. O artigo 973, ainda tratando do impedido, dispõe que as obrigações contraídas pelo impedido, no exercício indevido de atividade de empresário, não são nulas, protegendo assim o terceiro de boa-fé que possa ter contratado/negociado com o legalmente impedido que exerceu irregularmente a atividade de empresário.

Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.

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No documento VANDINARA FRANCO LOPES DIREITO EMPRESARIAL: (páginas 47-55)

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