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Retenção Previdenciária do Reclamante

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.2 O CÁLCULO DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA DA PARTE RECLAMADA

4.2.12 Retenção Previdenciária do Reclamante

No dispositivo da sentença (decisum), o Juiz do Trabalho determinou que fossem observados os descontos previdenciários.

A respeito do recolhimento ao INSS sobre os Cálculos de Liquidação de Sentença na Justiça do Trabalho, há que inicialmente, consultar o site do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (www.trt4.gov.br). Neste site encontra-se publicada a Consolidação dos Provimentos da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho, cujo artigo 84 dispõe:

“Artigo 84. O demandado na Justiça do Trabalho, responsável pelas contribuições previdenciárias, deverá efetivar o recolhimento devido correspondente aos valores descontados dos pagamentos efetivados nas execuções de sentença e nos acordos homologados, assim também da cota e demais contribuições a seu cargo, até o oitavo dia do mês subsequente ao da competência”.

Determina a Lei n° 8.212/1991, que dispõe sobre a Organização da Seguridade Social e institui Plano de Custeio, no artigo 43:

“Artigo 43. Nas ações trabalhistas de que resultar o pagamento de direitos sujeitos à incidência de contribuição previdenciária, o juiz, sob pena de responsabilidade, determinará o imediato recolhimento das importâncias devidas á Seguridade Social. Parágrafo único. Nas sentenças judiciais ou nos acordos homologados em que não figurarem, discriminadamente, as parcelas legais relativas à contribuição previdenciária, esta incidirá sobre o valor total apurado em liquidação de sentença ou sobre o valor do acordo homologado”.

Diz a CLT no artigo 832, § 3°: “As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo recolhimento de contribuição previdenciária, se for ocaso”.

Sobre o cálculo das contribuições previdenciárias em liquidação de sentença dispõe a CLT, no artigo 879, caput e parágrafos, com as modificações introduzidas pela Lei 10.035/2000:

“Artigo 879. Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigo”. 36

“§ 1° Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda, nem discutir matéria pertinente à causa principal”. 37

“§ 1°-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições previdenciárias devidas. 38

“§ 1°-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente”. 39

“§ 2° Elaborada a conta e tornada líquida, o juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo de 10 (dez) dias para impugnação fundamentada com indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão”. 40

“§ 3° Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz procederá à intimação provia postal do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, por intermédio do órgão competente, para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena d preclusão”. 41

“§ 4° A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios estabelecidos na legislação previdenciária”. 42

No site www.previencia.gov.br encontra-se uma Tabela de incidência de INSS, comas múltiplas rubricas listadas, sua definição e a informação se incide ou não INSS sobre a rubrica.

36

Caput do artigo 879 da CLT com redação determinada pela Lei 2.244/1954.

37

§ 1° do artigo 879 da CLT com redação determinada pela Lei 8.432/1992.

38

§ 1° A do artigo 879 acrescentado pela Lei 10.035/2000.

39

§ 1°-B do artigo 879 da CLT acrescentado pela Lei 10.035/2000.

40

§ 2° do artigo 879 da CLT com redação determinada pela Lei 8.432/1992.

41

§ 3° do artigo 879 da CLT acrescentado pela Lei 10.035/2000.

42

Na rubrica Sentença Judicial na Justiça do Trabalho lê-se: Vide Acordo na Justiça do

Trabalho. Nesta rubrica lê-se:

Quadro 20 Acordo na Justiça do Trabalho

Importância paga a empregado, resultante de acordo celebrado entre

as partes, a fim de pôr termo ao processo trabalhista: Incidência de INSS a.1 – Parcelas que integram o salário–de-contribuição ou o total do

acordo quando aquelas não estiverem discriminadas Sim a.2 – Parcelas não integrantes do salário–de–contribuição, caso

estejam discriminadas no acordo Não

b) Férias indenizadas e a importância prevista no inciso I do artigo 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (40% FGTS) Não

c) Atualização monetária das parcelas Sim

d) Juros de mora Não

e) Honorários periciais Não

Obs.: No caso do Imposto de Renda Retido na Fonte, os juros de mora integram a base de cálculo.

Determina a Lei n° 8.212/1991, que dispõe sobre a organização da Previdência Social, nos artigos 28, 43 e 44:

“Artigo 28, § 9°. Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o artigo 137 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT”.

“Artigo 43. Nas ações trabalhistas, de que resultar o pagamento de direitos sujeitos à incidência de contribuição previdenciária, o juiz, sob pena de responsabilidade, determinará o imediato recolhimento das importâncias devidas à Seguridade Social” (artigo com redação determinada pela Lei 8.620/1993).

Parágrafo único. Nas sentenças judiciais ou nos acordos homologados em que não figurem, discriminadamente, as parcelas legais relativas à contribuição previdenciária, esta incidirá sobre o valor total apurado em liquidação de sentença ou sobre o valor do acordo homologado”.

“Artigo 44. A autoridade judicial velará pelo fiel cumprimento do disposto no artigo anterior, inclusive fazendo expedir notificação ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, dando-lhe ciência dos termos da sentença ou do acordo celebrado”. (artigo com redação determinada pela Lei 8.620/1993).

O Contador Assistente Técnico, indicado pela Empresa Reclamada ”Y” para elaborar os Cálculos de Liquidação de Sentença, apurou diferenças ínfimas de horas-extras trabalhadas e não pagas.

Em decorrência, não calculou reflexos de diferenças de horas-extras em descontos previdenciários, sendo que o valor base (e por consequência a retenção) é inferior ao valor mínimo exigido para recolhimento.

No Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF) consta expressamente que “é vedado o recolhimento de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) cujo valor seja inferior a R$ 10,00. Ocorrendo tal situação, adicione-se tal valor ao tributo do mesmo código de períodos subsequentes, até que o total seja igual ou superior a R$ 10,00”.

Revisando os cálculos efetuados pelo Contador Assistente Técnico da Reclamada, e considerando que férias indenizadas, juros de mora e vales - transporte não sofrem incidência de INSS, resta um valor base ara recolhimento ao INSS de R$ 4,04, inferior a R$ 10,00 o mínimo que deve ser recolhido em GPS.