CAPÍTULO 3 – MIGRAÇÃO INTERESTADUAL DE RETORNO: TENDÊNCIAS
3.3. Procedimentos metodológicos
3.3.1. Retorno interestadual com somente uma etapa
Tomando como base a mensuração direta da migração 27 utilizada por Ribeiro, Carvalho e Wong (1996b), o retorno será classificado em dois tipos: i) retorno para a UF de nascimento e ii) retorno para o município de nascimento ou município de não nascimento.
Os diagramas abaixo sintetizam a origem e o destino do fluxo do migratório de retorno.
i) Retorno direto para a UF de nascimento
Nessa situação, não importa se o retorno interestadual foi para o município de nascimento ou município de não nascimento, mas dentro da UF/Ceará.
Diagrama 1
Retorno para a UF de nascimento
ii) Retorno direto para a UF de nascimento
27 Conforme Rigotti (1999, p. 35): “Chama-se técnicas diretas o processo de estimação através da utilização
dos quesitos censitários referentes aos migrantes [...]”. UF de residência anterior Y
UF de nascimento e res. atual X
Município Xj de res. atual (de nasc. ou não)
Mun. nascimento
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Nesse caso, o retorno migratório para a UF de nascimento com somente uma etapa (direto) é subdividido em dois grupos: i) aqueles que retornaram direto para o município de nascimento e ii) aqueles que retornaram direto para o município de não nascimento, conforme mostra o Diagrama 2.
Diagrama 2
Retorno para o município de nascimento e de não nascimento
Como no Censo Demográfico de 1980 era somente possível estimar a migração de última etapa, dado que o quesito sobre a migração em uma data fixa (há exatamente cinco anos) foi introduzido a partir do Censo Demográfico de 1991, os migrantes interestaduais de retorno foram definidos conforme abaixo.
Migração interestadual de última etapa – Censo Demográfico de 1980 (1975/1980)
Migrante de retorno estadual — indivíduo natural do Ceará, com cinco anos ou
mais de idade, que na data de referência do Censo Demográfico residia no estado, mas há menos de cinco anos morava em outra Unidade da Federação.
Migrante de retorno para o município de nascimento — indivíduo natural do
Ceará, com cinco anos ou mais de idade, que na data de referência do Censo Demográfico residia no município de nascimento, mas há menos de cinco anos morava em outra Unidade da Federação.
UF de nascimento e res. atual X UF de residência anterior Y
Município Xj de nasc. e res. atual Município Xj de
res. atual Município Yi
Direto para o município de não nasc.
Direto para o município nasc.
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Migrante de retorno para o município de não nascimento — indivíduo natural
do Ceará, com cinco anos ou mais de idade, que na data de referência do Censo Demográfico residia no município de não nascimento, mas há menos cinco anos residia em outra Unidade da Federação.
Migração interestadual de data fixa – Censos Demográficos de 1991 (1986/1991), 2000 (1995/2000) e 2010 (2005/2010)
Migrante de retorno estadual – indivíduo natural do Ceará, com cinco anos ou
mais de idade, que na data de referência do Censo Demográfico residia no estado, mas em uma data fixa (exatamente cinco anos antes do recenseamento) morava em outra Unidade da Federação.
Migrante de retorno para o município de nascimento – indivíduo natural do
Ceará, com cinco anos ou mais de idade, que na data de referência do Censo Demográfico residia no município de nascimento, mas em uma data fixa (exatamente cinco anos antes do recenseamento) morava em outra Unidade da Federação.
Migrante de retorno para o município de não nascimento – indivíduo natural do
Ceará, com cinco anos ou mais de idade, que na data de referência do Censo Demográfico residia no município de não nascimento, mas em uma data fixa (exatamente cinco anos antes do recenseamento) morava em outra Unidade da Federação.
As variáveis necessárias para a mensuração do retorno interestadual de última etapa e de data fixa com uma única etapa estão apresentadas no Quadro 1.
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Quadro 1 – Migração interestadual de retorno com somente uma etapa: variáveis
selecionadas nos Censos Demográficos de 1980, 1991, 2000 e 2010 Censo Demográfico – 1980 – Última etapa (1975/1980)
Variável Descrição Classificação Classificação
nova
V512 UF de nascimento Código conforme estabelecido
pelo IBGE
V513 Nasceu neste município 1-Sim 2-Não
V517 Tempo de residência no município Número de anos completos Tempo < 5 anos V518 UF do mun. de residência anterior Código conforme estabelecido
pelo IBGE
V606 Idade em anos Em anos completos Idade >= 5 anos
Censo Demográfico – 1991 – Data fixa (1986/1991)
Variável Descrição Classificação Classificação
nova
V0314 Nasceu neste município
1-Sim e sempre morou neste 2-Sim, mas já morou em outro 3-Não nasceu
V0316 UF ou País estrangeiro de nascimento
Código conforme estabelecido
pelo IBGE
V0321 UF e Mun. ou País estrangeiro em que morava em 01/09/1986
Código conforme estabelecido
pelo IBGE
Censo Demográfico – 2000 – Data fixa (1995/2000)
Variável Descrição Classificação Classificação
nova
V0417 Nasceu neste município
1-Sim 2-Não
3-Branco para os não migrantes
V0418 Nasceu nesta UF
1-Sim 2-Não
3-Branco para os não migrantes V4260 Cód. da UF ou País de residência em
31/07/1995
Código conforme estabelecido
pelo IBGE
Censo Demográfico – 2010 – Data fixa (2005/2010)
Variável Descrição Classificação Classificação
nova
V0618 Nasceu neste município
1-Sim e sempre morou
2-Sim, mas morou em outro Mun. ou País estrangeiro
3-Não
V0619 Nasceu nesta UF
1-Sim e sempre morou
2-Sim, mas morou em outra UF ou País estrangeiro
3-Não
V6262 UF de residência em 31/07/2005 Código conforme estabelecido
pelo IBGE
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A subseção seguinte apresenta as definições e variáveis necessárias para o cálculo da migração interestadual com mais de uma etapa (retornado de curto prazo).