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processo de fundição odontológica foi desenvolvido por Philbrook em 1897, o que proporcionou grandes melhorias na reabilitação de elementos dentais perdidos. No entanto, o processo foi aprimorado e difundido por Taggart (1907), que buscou, por meio da pesquisa, estipular um protocolo do processo de fundição conhecido como “Processo da Cera Perdida”, que permanece quase inalterado desde que foi publicado, sendo utilizado até os nossos dias.

A Odontologia apoiara-se em bases científicas, e pesquisas na área da fundição para próteses dentárias foram se intensificando com o propósito de alcançar melhores resultados, contudo, durante um certo tempo, no Brasil, foram dificultadas, pois para utilizar o revestimento, material indispensável para tal, era necessário pedir autorização ao Governo, uma vez que sua principal aplicação era para a produção de armamentos.

Em 1950, Phillips e Biggs, procurando determinar como um padrão de cera poderia ser satisfatoriamente armazenado antes da inclusão, bem como qual seria a influência da temperatura de manipulação da cera, recomendaram que se quiséssemos prevenir distorções, o padrão deveria ser imediatamente incluído para fundição. Observaram que uma maior temperatura da cera durante sua manipulação gerava uma maior quantidade de tensão interna no padrão e, conseqüentemente, uma menor distorção quando armazenado. Por último, detectaram que muitas das distorções ocorriam durante as duas ou três primeiras horas de armazenamento pós-remoção do troquel ou da boca; e se o

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armazenamento fosse realmente necessário, baixas temperaturas reduziriam o grau da distorção.

Já Widmer (1959) estudou as propriedades físicas da resina acrílica Duralay e estabeleceu que: 1) a contração de polimerização que ocorreu com a resina foi de aproximadamente 7% do volume; 2) a contração linear da massa variou de 0,13 a 0,28%, dependendo da temperatura e dos tempos utilizados; 3) o padrão de resina se adaptou melhor nas bordas do preparo e reproduziu melhor os detalhes que o padrão de cera; 4) a resina Duralay pode ser usada como material de confecção de padrões para fundição de coroas, porque a quantidade de resíduos após a queima, não impediu o seu uso dentro das temperaturas normalmente empregadas no processo de fundição convencional.

Skinner (1963) publicou um artigo, discutindo o revestimento fosfatado que suportava altas temperaturas de fusão, indicado para ligas de Co-Cr e o Ni-Cr, uma vez que a compatibilidade liga-revestimento deve ser respeitada. O pó foi misturado ora com água ora com uma solução coloidal de sílica, denominado líquido especial, permitindo uma adequada expansão térmica. Muitos fatores pertinentes à reação de presa desses revestimentos eram desconhecidos na época, necessitando de acompanhamento e investigações antes de se determinar se era um material vantajoso para substituir o revestimento aglutinado por gesso, muito utilizado. Segundo o autor, a absorção de água durante a presa mostrou ser o ponto fraco deste revestimento, mas ele previu que os revestimentos fosfatados seriam muito utilizados no futuro, pois os profissionais de Odontologia estavam propensos a substituir o ouro por ligas de metais alternativos.

Estudando os materiais para confecção de padrões, Gallan Júnior et al. (1970) verificaram que o material cera ou resina acrílica quimicamente ativada forneceriam restaurações metálicas fundidas mais precisas. Fundições foram realizadas pela técnica de expansão térmica, utilizando padrões feitos com cera (cera azul, regular, tipo 2, C1I – S. S. White) e com resina acrílica ativada quimicamente (Simplex Transparente – Dental Fillings, Brasil). Avaliaram o desajuste destas fundições de duas maneiras: pela alteração da distância entre dois pontos de referência que, do troquel padrão (um simulacro de um preparo de raiz para núcleo de ouro a pino) eram transferidos para os padrões (de cera e de resina acrílica) e para as incrustações metálicas obtidas após a fundição; e pelo desajuste da fundição de coroas totais, incrustações M.O.D. e incrustações para cavidades de Classe I.

Comparações foram feitas a partir da distância entre os dois pontos de referência. No troquel, nas restaurações fundidas e nos respectivos padrões, imediatamente antes da inclusão dos padrões em revestimento, depois dos padrões terem sido armazenados por 10 minutos, 2 horas e 72 horas; bem como a distância entre estes pontos de referência no troquel de aço e nas restaurações metálicas obtidas.

Os autores observaram que tanto os padrões confeccionados com cera como os com resina acrílica apresentaram alterações dimensionais, sendo que tais alterações ocorreram nas primeiras duas horas, e as mudanças ocorridas depois deste tempo de estocagem não foram significantes. Constataram que a forma do preparo para a restauração é muito importante quando se tenta selecionar o

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material para confecção do padrão. As incrustações M.O.D. e as coroas totais obtidas com resina acrílica quimicamente ativada apresentaram menores desadaptações em relação àquelas com cera, e nas restaurações de coroas totais as desadaptações foram menores que nas incrustações M.O.D. Contudo, para as incrustações Classe I, a resina acrílica, sendo mais volumosa, não se adaptou na respectiva cavidade, já os padrões de cera, originários destas restaurações, sendo menores, estavam mais folgados, soltos na parede pulpar da respectiva cavidade, promovendo menores desadaptações. Concluíram que a forma do preparo tem grande influência nos resultados, e em determinados casos (coroas totais e M.O.D.) a resina acrílica quimicamente ativada é a melhor escolha, enquanto em outros (cavidades Classe I) a cera promove menores desadaptações.

Jenkins e Phillips (1971) avaliaram a variação na adaptação de estruturas metálicas obtidas com cinco formatos diferentes de padrões de cera perante cinco marcas comerciais de revestimentos. Os padrões foram confeccionados sobre cinco troquéis metálicos: preparo de molar para coroa total com paredes axiais altas e paralelas (T1); preparo de molar para coroa total com paredes axiais curtas e cônicas (T2); preparo três-quartos de premolar (T3); preparo M.O.D. em premolar (T4); e preparo mesio-oclusal em premolar (T5). Os padrões foram obtidos, mergulhando os troquéis aquecidos e lubrificados dentro da cera plastificada, sendo confeccionados 5 padrões para cada tipo de revestimento. Os revestimentos utilizados foram: Cristobalite, Lustercast, Beauty-Cast, Hygrotol, e Ceramigold, manipulados segundo as recomendações dos fabricantes. Para os revestimentos Beauty-Cast, Ceramigold e Hygrotol foi empregada a técnica de

expansão higroscópica, e para os demais revestimentos, a expansão de presa de bancada. As aferições das discrepâncias marginais entre as estruturas metálicas obtidas e os troquéis foram realizadas com um microscópio comparador em pontos pré-determinados, no troquel, para cada tipo de preparo. Consideraram clinicamente aceitáveis as discrepâncias que não ultrapassaram o valor de 50µm.

Os autores observaram que para as estruturas metálicas obtidas com T1 não houve diferença significante perante os diferentes tipos de revestimentos utilizados. Encontraram diferença estatisticamente significante de adaptação entre as diferentes áreas avaliadas no troquel. O revestimento Cristobalite produziu estruturas metálicas inaceitáveis para todos os tipos de preparos; enquanto Lustercast e Ceramiglod produziram fundições aceitáveis para os cinco tipos de preparos. Com base nestes resultados, puderam sustentar o conceito de que nenhum nível de expansão dos revestimentos utilizados satisfez totalmente todos os tipos de preparo restaurados por fundições.

Maluf (1973) estudou o ajuste e alteração dimensional de um bloco fundido esquemático tipo classe I, quanto à fluidez da cera (Kerr, tipo II) quando inserida na cavidade liquefeita ou plastificada; à temperatura de inclusão do padrão de cera 15o, 26o e 37oC; à expansão dos revestimentos Cristobalite–Kerr e Excelsior n o 70 – Ind. Bras; e para a construção da “boneca”, sempre um só tipo de revestimento (Cristobalite – Kerr). Verificou também o ajuste antes e depois da decapagem, que foi realizada pela imersão dos corpos de prova durante 45 segundos, em solução de ácido sulfúrico a 50% aquecido a 65o C, com lavagem imediatamente após em água corrente.

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O autor observou que os resultados de adaptação não variaram com o uso de cera líquida ou plastificada; que a temperatura de inclusão influiu nas dimensões do bloco fundido, isto é, quanto maior a temperatura, maior é a dimensão; o ajuste do bloco fundido não depende apenas das dimensões decorrentes das expansões e contrações dos materiais envolvidos no processo de fundição; e que existe algum fator adicional, parecendo ser irregularidade superficial, que faz os blocos fundidos apresentarem-se mais expandidos. A magnitude de expansão do revestimento de preenchimento influiu nas dimensões do bloco fundido, o revestimento Cristobalite apresentou a maior expansão e o Excelsior, a menor. A decapagem do bloco fundido alterarou a dimensão do mesmo, que foi, no entanto, pequena (0,07%).

Pegoraro (1977) avaliou a expansão de presa, higroscópica e térmica, de três revestimentos à base de fosfato (Ceramigold, Ceramvest e Aurovest), variando a proporção do líquido especial/água de 100, 90, 75, 60 e 50%. Os resultados mostraram que o uso da expansão higroscópica, para compensar a contração da liga de Ni-Cr utilizada, aumentou a expansão do revestimento e, dessa forma, obteve-se uma melhor adaptação da peça metálica. Observou ainda que a variação da quantidade de líquido especial promoveu comportamentos diferentes para os três revestimentos. Para o Ceramigold, as expansões foram mais ou menos proporcionais à variação da proporção líquido especial/água até 60%, sendo pouca a diferença encontrada entre 60% e 50%. Para Ceramvest, praticamente não houve influência sobre a expansão do revestimento; quanto ao Aurovest, detectaram uma diminuição da expansão de presa e higroscópica

quando se diminuía a quantidade de líquido especial, mas houve um aumento considerável da expansão térmica.

Venturini e Santos Júnior (1978) realizaram uma investigação “in vitro” para determinar o ajuste de blocos metálicos fundidos em preparos intracoronários. Confeccionaram padrões de resina acrílica ativada quimicamente (Palavit G, Texton e Clássico) e padrões de cera azul (tipo II da Kerr) sobre troquéis de gesso (Vel Mix e Silky Rock) e de revestimento (Divestment). Os testes de adaptação foram realizados pela verificação da diferença de peso do conjunto bloco metálico fundido e corpo de prova de aço inoxidável com e sem um meio cimentante. Observaram que a resina acrílica Palavit contribuiu para a obtenção de blocos cuja película do agente cimentante apresentou menor peso (melhor ajuste), enquanto a cera Kerr resultou em um maior peso da película. Os materiais para troquéis estudados apresentaram semelhança quanto ao peso da película do agente cimentante dos blocos metálicos fundidos resultantes.

Arruda (1979) estudou a reprodução de detalhes de superfície e o comportamento dimensional de materiais utilizados no processo de fundição, como as características dos modelos em resina acrílica Duralay e cera, frente a dois revestimentos (Beauty-Cast e Cristobalite) e três ligas metálicas (ouro, prata- estranho e prata-paládio). Utilizou como modelo padrão uma placa de aço com sulcos, referida no item 3.2.4 da especificação n°11 da America Dental Association. Ele realizou moldagens diretas do modelo padrão com a cera azul e com a resina Duralay, incluiu nos revestimentos citados acima e posteriormente as fundiu.

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Arruda observou que: 1) quanto à reprodutibilidade dos sulcos do padrão de aço, a resina Duralay apresentou um comportamento melhor que o da cera; 2) quanto à lisura de superfície entre a cera e a resina Duralay, comparadas ao padrão de aço, verificou que a resina Duralay apresentou superfície mais lisa que a da cera; 3) quanto à reprodução de sulcos e lisura de superfície do padrão de aço, por parte dos revestimentos e tendo os moldes de cera e resina como intermediários, verificou, mais uma vez, a superioridade genérica dos moldes de resina Duralay sobre os de cera; 4) quanto à reprodução de pormenores e características da superfície pelas ligas, observou que a resina Duralay tendeu a apresentar maior quantidade de sulcos reproduzidos que a cera.

Segundo Landesman et al. (1981), um dos motivos que levou ao desenvolvimento de ligas alternativas foi o alto custo do ouro. Porém, estas ligas alternativas podem apresentar composições diferentes, requerendo métodos próprios de manipulação do revestimento. Os autores avaliaram o resultado clínico de duas ligas semipreciosas (Minigold e WLW), uma não preciosa (Litecast) e uma liga áurea tipo III, a qual foi usada como controle. Estas ligas foram fundidas com um revestimento aglutinado por gesso (Luster Cast – Kerr Mfg. Co) e com um revestimento fosfatado (Ceramigold – Whip Mix Corp.), conforme a indicação de cada fabricante da liga. Foram instaladas 37 restaurações controles e 47 testes, e avaliadas nos períodos de 3 meses, 1 ano, 1 ano e meio pós instalação, observando: irritação gengival, sensibilidade do paciente, abrasão, oxidação e corrosão. Verificaram que nenhum metal demonstrou superioridade ao outro quanto à integridade marginal, fato devido a uma adequada combinação

entre o revestimento e a liga metálica utilizada. Variáveis como proporção pó/líquido, temperatura do aquecimento e temperatura de fundição demonstraram função importante na adaptação final da peça fundida.

Picichelli et al. (1982) verificaram as diferenças de adaptação de restaurações metálicas fundidas em coroas totais, M.O.D. e cavidade oclusal classe I, confeccionadas em troquéis de gesso Vel-Mix, revestimentos Divestment e Cristobalite para modelos e revestimento DC. As restaurações metálicas fundidas foram confeccionadas com padrões de cera azul e padrões mistos (resina acrílica ativada quimicamente e cera), os quais foram incluídos no revestimento correspondente ao do troquel, e revestimento Cristobalite para os troquéis de gesso Vel-Mix. As restaurações fundidas foram adaptadas aos troquéis metálicos originais e o conjunto foi levado ao microscópio comparador (Gaetner M. 1180, Chicago, USA) com precisão de leitura 0,001 mm.

Os autores constataram que as fundições do tipo M.O.D. foram, de modo geral, superiores em adaptação àquelas do tipo coroa total que, por sua vez, foram superiores às restaurações metálicas fundidas oclusais Classe I. As coroas totais obtidas a partir de padrões de cera apresentaram melhores valores de adaptação quando construídas em troquéis de revestimento Divestment, seguidos de revestimento Cristobalite para modelos, gesso Vel-Mix e de revestimentos DC. As restaurações metálicas fundidas M.O.D. obtidas com padrões de cera apresentaram melhores valores de adaptação quando construídas em troquéis de revestimento Divestment, seguidos dos revestimentos Cristobalite para modelos, D.C. e gesso Vel-Mix. As restaurações metálicas fundidas oclusais Classe I

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obtidas com padrões de cera proporcionaram melhores valores de adaptação quando construídas em troquéis de revestimento Cristobalite para modelos, seguidos dos revestimentos D.C., Divestment e gesso Vel-Mix. Quando comparados entre si, os padrões mistos obtidos, utilizando-se troquéis de gesso Vel- Mix apresentaram melhores valores de adaptação que aqueles obtidos com padrões de cera, tanto em preparos M.O.D. como em coroas totais. As fundições M.O.D., por sua vez, obtidas com padrões mistos apresentaram valores de adaptação semelhantes àqueles obtidos com a utilização de troquéis de revestimento para modelos.

Baran (1983) afirmou que o baixo preço das ligas alternativas em relação à liga áurea, foi um atrativo para o seu desenvolvimento. Mesmo assim, a metalurgia diferente entre as ligas e o modo como afeta a sua manipulação e uso devem ser considerados. O Ni-Cr é um importante material restaurador dental, por isso há um grande interesse em se pesquisar esta liga e desenvolver um estudo para entender suas características químicas e físicas. Um metal que apresenta uma alta temperatura de fusão apresentará contração maior durante a sua solidificação que um metal apresentando uma temperatura de fusão mais baixa. As ligas à base de Ni-Cr apresentam uma grande contração, sendo necessárias técnicas que permitam suficiente expansão dos revestimentos para compensar a contração desses metais. Uma das formas de controlar a expansão do revestimento é proporcionar, corretamente, a quantidade de líquido especial. Segundo o autor, devido às características próprias da liga à base de Ni-Cr, técnicas e materiais específicos devem ser utilizados para proceder a sua correta manipulação.

Pensando também nas ligas alternativas e nos matérias diretamente ligados nelas para a obtenção de infra-estruturas metálicas, Menezes (1983) avaliou o ajuste cervical de coroas totais fundidas com liga à base de cobre-alumínio (DURACAST MS) obtidas com três tipos de padrões: I- padrão misto de resina acrílica (Duralay) e cera (cera azul); II- padrão misto sem a porção oclusal de resina; III- padrões apenas em cera, incluídos em dois tipos de revestimento: à base de sulfato de cálcio (Cristobalite) e à base de fosfato (Hi-Temp). Mensuraram a desadaptação marginal das coroas metálicas obtidas sobre o troquel metálico 3 vezes em 4 pontos diferentes. Ele encontrou os valores, em média aritmética para cada grupo de: Grupo I: 81.58µm e 67.11µm; Grupo II: 100.6µm e 92.28µm; e Grupo III: 93.80µm e 81.52µm para os revestimentos Cristobalite e Hi-Temp respectivamente.

Concluiu que, ao fundir a liga de cobre-alumínio, utilizando tanto o revestimento Cristobalite quanto o revestimento Hi-Temp, o melhor ajuste cervical para as coroas totais foi obtido com o padrão misto de resina e cera, seguido do padrão de cera e padrão misto sem a porção oclusal em resina. O revestimento Hi-Temp permitiu, independentemente do tipo de padrão utilizado, melhor ajuste cervical que os fornecidos pelo revestimento à base de sulfato de cálcio.

Lacy et al. (1985) procuraram verificar que variáveis poderiam contribuir para a formação de nódulos positivos nas peças metálicas fundidas. Estudaram o revestimento fosfatado Accucast (Det-tal-eze Consumables, Dentaleze Mfg. Co), demonstrando que a espatulação manual, por mais de 40 segundos, foi efetiva na

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redução de bolhas positivas; porém, se comparada à espatulação mecânica, esta se mostrou mais efetiva. Concluíram que, quanto maior a quantidade de líquido especial na proporção pó/líquido, menor quantidade de bolhas podem ser observadas, e o uso de antibolhas sobre a superfície do padrão de cera foi muito efetivo na diminuição de incidência delas.

Zeltser et al. (1985) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a adaptação de padrões de cera removidos do troquel para inclusão, após serem submetidos à aplicação de pressão depois da remodelagem. Foram confeccionados troquéis de gesso, duplicando um troquel metálico mestre, e padrões de cera foram obtidos sobre cada troquel pela técnica de mergulho, realizando-o duas vezes em cera tipo C para inlays (Sybron/Kerr, Romulus, Mich) a 75OC, a espessura do padrão foi aumentada com mistura de cera tipo C e folhas de cera para fundição, e um anel de escultura com uma faca contornou o padrão e a base encerada, dando forma e homogeneidade ao padrão.

Os padrões foram removidos do troquel de gesso com o canal de alimentação encaixado na oclusal, reposicionados no troquel mestre e submetidos à carga de 50 g, por 3 minutos, para então serem recolocados no troquel de gesso, remodelados no término cervical, e novamente se aplicou cargas de 250 e 1000g por 5 minutos. Alguns padrões foram imediatamente incluídos em gesso para avaliar a adaptação do padrão para o troquel, outros foram removidos uma segunda vez, recolocados no troquel mestre e mantidos sob pressão de uma carga de 50 g durante 10 minutos.

Os autores encontraram desadaptações de 29µm, 56µm, 19µm; respectivamente para as cargas de 0g; 250g; 1000g; com isso verificaram maiores desadaptações para cargas de 250g e as diferenças entre 0 e 1000g não foram significantes, e constataram maiores deformações plásticas na primeira vez do ciclo de cargas que na segunda vez. Concluíram que a remoção do padrão do troquel causa alterações dimensionais, dependendo da carga aplicada antes da remoção, e atribuíram a variação de adaptação ao aumento da adesão do padrão de cera para o troquel e mudanças nas propriedades mecânicas da cera.

Fernandes et al. (1989) realizaram um trabalho com o objetivo de avaliar a expansão linear de presa normal para três revestimentos fosfatados manipulados com diferentes concentrações do líquido especial: 100%, 75%, 50% e 25%, e um revestimento à base de gesso; bem como expansão linear de presa higroscópica e a temperatura máxima durante a reação dessas presas. Determinaram a temperatura exotérmica máxima do revestimento em função da reação e presa normal com um termômetro digital.

Utilizaram os revestimentos fosfatados Hi Temp, Ceramigold e Multi Vest, e o revestimento de gesso Hi Heat. Somente para o revestimento fosfatado houve líquido especial. Foram realizados 4 ensaios para cada revestimento. Os revestimentos após a manipulação eram confinados em um dispositivo idealizado por Roselino (1984) e colocados sobre um apalpador digital eletrônico. Após 4 minutos do início da expansão, as leituras dadas em µm eram lidas a cada 30 segundos. Para a expansão higroscópica a manipulação foi realizada com um volume adiconal de água de 1,2 ml. O revestimento Multi Vest apresentou maior

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expansão de presa normal e o Hi Heat, a menor. Hi Heat e Hi Temp apresentaram expansão de presa higroscópica maiores em relação à expansão de presa normal, enquanto Ceramigold e Multi Vest não tiveram diferenças significativas.

Com relação à proporção de líquido especial, o revestimento Ceramigold expandiu o dobro com 50% quando comparado com 25%. Com 75%, o

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