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REVISÃO DE LITERATURA

Muitos estudos têm abordado a relação entre variáveis psicológicas e o desempenho escolar de alunos, nas mais diversas perspectivas; no entanto, são poucos os estudos que se dedicaram a analisar como os alunos representam seus professores e como pensam serem representados, foco de interesse deste estudo. Sendo assim, para a elaboração dessa revisão foram usadas as bases de dados ERIC e PSYCINFO contemplando o período de 2000 a 2016.

Através de buscas em repositórios científicos, é possível notar que a grande maioria das pesquisas que abordaram o tema da representação social, na área da Educação e Psicologia, o fazem sob a visão do professor e poucas se dedicam a analisar como os alunos tratam esta questão. Estudos brasileiros como o de Escalante (2006), Nova (2011), Silva (2011) e Peteam (2014), e internacionais como o de Thornberg (2010) consideraram a visão do aluno ao investigar a representação social.

Escalante (2006) realizou um estudo com o objetivo de caracterizar as representações sociais que estudantes do ensino fundamental e médio constroem sobre os professores em geral e os professores de Espanhol como Língua Estrangeira (ELE) em particular. Centrou-se na possível influência de elementos como gênero, idade, aparência física, atitude, linguagem e metodologia de ensino na construção da representação social dos professores de ELE por alunos dessa língua.

Participaram do estudo 69 alunos de três turmas da educação básica, 6º ano (20 alunos), 9º ano (16 alunos) e 3º ano do Ensino Médio (33 alunos), sendo 38 do sexo feminino e 31 do sexo masculino. As turmas foram escolhidas por seus professores de Espanhol, sendo o 6º e 3º anos da rede pública e o 9º ano da rede privada de ensino de Santa Catarina. A escolha de turmas diversas foi feita com o objetivo de delinear um panorama das representações que os alunos têm dos professores em momentos distintos de escolarização e maturidade.

Foram utilizados no estudo questionários e entrevistas. Os alunos inicialmente foram convidados a responder um questionário que visava fazer um levantamento de suas opiniões sobre as imagens que tinham de seus professores de espanhol e os professores em geral, e assim responder às seguintes perguntas de pesquisa: “Em que medida fatores como gênero, idade, aparência física, atitude, linguagem e metodologia

de ensinar dos professores influenciam nas representações dos alunos sobre os professores em geral?” e “Como os alunos de Espanhol como Língua Estrangeira (ELE) representam os professores dessa língua?”. O questionário possuía perguntas fechadas e abertas, e uma questão com escala atitudinal.

Após a aplicação do questionário, uma entrevista qualitativa foi conduzida com uma amostra aleatória de cinco a sete alunos de cada turma com o objetivo de discutir, em debate aberto, as possíveis implicações de fatores como gênero, idade, aparência física, atitude, linguagem e metodologia de ensino dos professores na relação/interação professor(a)-alunos em sala de aula. Foram, portanto, três entrevistas, uma com cada grupo, gravadas em áudio. As entrevistas foram realizadas com o objetivo de responder a seguinte pergunta de pesquisa: “Quais são as possíveis implicações das representações de alunos na sua interação/relação com o professor em geral?”.

Foi realizada, ainda, uma entrevista semiestruturada qualitativa, gravada em áudio, com professores dessas turmas, individualmente. O objetivo foi ampliar os dados desta pesquisa para especular sobre a imagem que esses professores têm sobre os docentes em geral e sobre os professores de espanhol, tendo como base aspectos como gênero, idade, aparência física, vestuário, linguagem e metodologia de ensino. Como dados suplementares, não foram amplamente analisados neste estudo, mas auxiliaram na compreensão e triangulação dos dados.

Os resultados da pesquisa apontam que o fator gênero exerce certa influência nas representações dos alunos, no sentido de que quando o homem se feminiliza para aumentar a proximidade na interação com os alunos e a mulher se masculiniza para ter mais poder e autoridade, acontece uma quebra de estereótipos e das representações ligadas aos gêneros. A partir dessa imagem projetada pelos alunos nos professores, há a possibilidade de surgir situações de atrito na relação com a professora mulher e empatia e afetividade com o professor homem.

Em relação à idade, os resultados mostraram que apesar de atribuírem aos professores mais jovens uma proximidade na interação professor/aluno, não houve garantia de respeito e autoridade em sala de aula, pois a pouca idade é muito vinculada à inexperiência e insegurança quanto ao domínio do conteúdo e da turma, quando comparados aos mais velhos. A aparência física revelou exercer influência negativa nas representações dos alunos quando foi identificado falta de higiene, uso de decotes e roupas chamativas, enquanto o uso de vestimentas joviais e comedidas passavam a imagem de um profissional aberto ao diálogo. As atitudes como repreender os alunos

que atrapalham a aula com conversas paralelas e circular pela sala para esclarecer as dúvidas dos alunos apareceram como um dos principais aspectos relacionados às representações dos professores e que podem influenciar positivamente na relação professor-aluno.

Em relação à linguagem do professor, tal variável pareceu não influenciar nas representações dos alunos sobre os professores. Por outro lado, a metodologia usada pelo professor foi uma variável que influenciou tanto positiva quanto negativamente as representações dos alunos em relação aos professores. Os alunos relataram que o professor que diversificava sua metodologia despertava maior interesse.

Os resultados indicaram também que os professores de espanhol são representados de forma muito semelhante aos demais professores, pois ensinam, explicam, dão provas. No entanto, os alunos referem-se às aulas como divertidas e descontraídas. Os resultados do estudo não permitiram que se comprovasse a hipótese inicial da autora, de que os alunos representavam os professores de espanhol de forma diferente dos demais professores, salvo o idioma ensinado e falado.

Nova (2011) realizou um estudo que teve como objetivo geral analisar qual é a representação social de escola, para alunos da rede pública de ensino do Recife – PE. Além disso, o estudo também objetivou identificar o conteúdo geral das representações sociais de escola entre as crianças, e explorar os conceitos de objetivação e ancoragem em tais representações sociais.

A pesquisa foi realizada em doze escolas localizadas em áreas periféricas da cidade. Participaram da pesquisa 60 alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental, sendo 27 do sexo feminino e 33 do sexo masculino, com idade entre 6 e 11 anos. Os alunos participantes foram selecionados por seus professores.

Como procedimento para coleta de dados utilizou-se dois instrumentos: um desenho e uma entrevista semiestruturada, ambos realizados individualmente. Para a produção do desenho os alunos eram orientados a conduzirem suas produções pautadas em três orientações: 1 – O que a escola tem de mais importante; 2 – Como a escola deveria ser e 3 – O que acontece com quem não frequenta a escola. Além disso, foram instruídos a descrever oralmente o desenho que produziram. A entrevista seguiu dois eixos temáticos: 1 - o que é e para que serve a escola e 2 – a expectativa em relação à instituição escolar. Com o objetivo de compreender as representações sociais de escola entre os alunos, o primeiro eixo possibilitou a identificação de como os participantes representavam a escola e suas funções, bem como dos motivos que os levam a

frequentar a escola, enquanto no segundo as questões foram voltadas para a forma como as crianças gostariam que fosse a instituição escolar, o que fariam para melhorá-la, e suas expectativas gerais para com a escola.

Os dados da pesquisa apontaram que as crianças possuem uma representação positiva da escola. A partir do primeiro eixo temático (o que é e para que serve a escola) e da análise dos desenhos, a autora identificou que para os alunos a instituição escolar tem o papel de transmitir conhecimento às pessoas que integram a sociedade, sendo assim consideram a escola como um local próprio para aprender. Já em relação ao segundo eixo (a expectativa em relação à instituição escolar), para os alunos a escola representa a possibilidade de melhorar a qualidade de vida e acreditam que através dela podem adquirir conhecimentos e habilidades necessários à inserção no mercado de trabalho. Dessa forma, os resultados indicaram uma representação social da escola que reafirma sua função social. Além disso, apesar de os outros espaços escolares não terem sido desconsiderados, ficou em evidência a sala de aula como o que há de mais importante na escola.

Para o grupo pesquisado, a escola tem a responsabilidade social de contribuir transmitindo valores e saberes necessários para o bom relacionamento social. Os resultados evidenciaram que as crianças depositam na escola a garantia da aprendizagem dos conhecimentos necessários à sobrevivência em sociedade, sendo assim, os sujeitos que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola, não teriam condições de se apropriar desses saberes. Para as crianças, o sujeito não escolarizado é visto com descrédito e como desqualificado, já que para elas a sociedade valoriza quem é escolarizado. Confiam tanto no ensino oferecido pela escola que não mencionam a possibilidade de fracasso escolar. Os desenhos e relatos evidenciaram que as crianças desaprovam a estrutura física da escola, desejam melhores condições de ensino, principalmente os que estudam em escolas que funcionam em residências adaptadas, assim como salas mais amplas, estruturas melhores e ambientes mais conservados.

Silva (2011) investigou como alunos do último ano do ensino fundamental de duas escolas, uma pública e outra privada, representavam os professores de matemática. Participaram da pesquisa 68 alunos do 9º ano do ensino fundamental, com idades entre 13 e 17 anos. A escolha do 9º ano se deu pelo interesse de se observar as representações sociais num contexto de fechamento de um amplo ciclo de escolarização, no caso, o Ensino Fundamental. A pesquisa foi realizada em duas escolas, uma pública e outra

particular de uma cidade do interior de Minas Gerais, sendo os sujeitos da pesquisa 40 da escola pública e 28 da escola particular.

Além de entrevistas, utilizou-se também a técnica de associação livre de palavras para a coleta de dados. Para a associação livre de palavras foi solicitado aos alunos que escrevessem em uma folha as cinco primeiras palavras ou expressões que lhes viessem à mente após ouvir o termo indutor “professor de matemática”. Já para as entrevistas, o roteiro que as norteava foi elaborado após a análise das palavras/expressões resultantes da associação livre. O mesmo procedimento de pesquisa foi adotado para as duas escolas.

A análise dos dados permitiu verificar que apesar de ter sido induzida uma expressão geral, qual seja “professor de matemática”, e por instrução oral ter-se pedido aos alunos que relacionassem características dos docentes que já lhes deram aulas de matemática, os alunos, em todas as fases da pesquisa, tenderam a caracterizar o professor que lhes dava aula naquele período ou ano escolar. Notou-se que para representar seus professores os alunos usaram muitos adjetivos que descrevem gestos, atitudes e emoções. Os termos foram reunidos de acordo com a semelhança semântica. Verificou-se ainda que os alunos atribuem importância à manutenção da ordem e da disciplina em sala de aula, não como fim em si mesmo, mas como forma de otimizar a explicação. Dessa forma, quando um professor não estabelece padrões rígidos de comportamento e disciplina, comete falta grave na visão dos alunos, pois eles não conseguirão “aprender direito”, conforme as suas falas, o que pode ser traduzido como não obtenção e apropriação de todas as informações sobre um determinado assunto.

De maneira geral, os resultados da pesquisa evidenciaram que os alunos representam o professor de matemática como aquele que explica, tira dúvidas e passa exercícios. Segundo o autor, como um professor que muito explica, apresenta todos os resultados prontos, cabendo aos alunos apenas apropriarem-se de tais saberes e repeti- los na resolução de exercícios que seguem padrões fixados pelo professor. Aos alunos, cabe-lhes reproduzir a fala e o pensamento do professor sobre o conteúdo ensinado, de forma cada vez mais aprimorada até que se atinja a perfeição, mediante o “tirar dúvidas”, durante a resolução de exercícios. A representação que este grupo de estudantes apresenta sobre os seus professores de matemática demonstra que os docentes que lhes dão/deram aula apresentam uma determinada concepção didática de ensino e aprendizagem matemática voltada para a exposição e memorização, a qual não

é a única enquanto possibilidade teórica e pedagógica, porém é a que vem sendo utilizada nas escolas do município de uma forma generalizada.

O autor pontua que não é possível afirmar que a forma como os alunos representam seus professores de matemática tenha influenciado positivamente a aprendizagem dos alunos. Os dados permitiram ao autor concluir que, apesar de os alunos saberem a diferença entre aprender na escola e em outros locais, não percebem inconsistências ou incongruências na forma como os professores ensinam a matemática. Ele diz que a maneira de ensinar do professor, na interpretação dos alunos, funciona como algo posto, que sempre aconteceu dessa forma e assim deve permanecer.

Peteam (2014) verificou qual é a representação de figura de professor que têm os alunos do primeiro ciclo do Ensino Fundamental. Analisou a motivação intrínseca e extrínseca dos alunos e, além disso, investigou se há relação entre as representações infantis de professor e a motivação escolar dos estudantes. A pesquisa foi feita em duas escolas estaduais da cidade de Campinas. Participaram da pesquisa 70 estudantes, sendo 38 do sexo feminino e 32 do sexo masculino, com idades entre 8 e 11 anos e que cursavam entre o 4º e 6º ano do Ensino Fundamental no ano de 2013. Para verificar a motivação escolar, ela usou a escala para a avaliação da motivação escolar (EAME- IJ) e uma entrevista semiestruturada com questões relacionadas à figura do professor para investigar a representação de professor. A escala foi aplicada em grupo, já as entrevistas foram feitas individualmente. Os dados relacionados à motivação foram analisados quantitativamente, enquanto os dados referentes à representação receberam análises quantitativas e qualitativas.

Os resultados referentes à motivação apresentaram que os alunos participantes da pesquisa tinham, de modo geral, a motivação intrínseca mais elevada do que a extrínseca. Apesar de não haver diferenças estatisticamente significantes, verificou que as meninas tiveram maior média da Motivação Intrínseca, enquanto os alunos do sexo masculino tiveram maior média da Motivação Extrínseca. Em relação à representação de professor, as respostas dos participantes foram categorizadas em características afetivas positivas, características afetivas negativas, comportamento em relação ao outro, dentre outras características. Ao cruzar os dados de representação e motivação, encontrou que os termos “Bravo”, “Cuidadoso” e “Disponível” receberam mais “sim”, ou seja, os alunos identificaram essas características em seus professores.

Ao comparar as características “Bravo” e “Cuidadoso” com as médias de motivação, o teste apresentou que os alunos sentem-se motivados de um modo geral

quando percebem essas características em seus professores. A comparação da característica “Disponível” mostrou que os alunos se sentem intrinsecamente mais motivados quando percebem essa característica em seus professores. “Mandão” é a característica que recebeu mais “não” entre os alunos, ou seja, das características que apresentaram relação significativa com a motivação, essa foi apontada pelos alunos como sendo a que eles menos identificavam em seus professores. A comparação dessa característica com as médias de motivação apresentou que os alunos se sentem motivados intrinsecamente e de modo geral quando não percebem essa característica em seus professores. De modo geral, os resultados revelaram que os alunos consideram características afetivas positivas e negativas na construção da figura de professor. Os dados da pesquisa mostraram que o fato dos alunos perceberem características positivas em seus professores não necessariamente influencia na motivação para aprender.

Thornberg (2010) investigou a representação social de alunos sobre as causas de bullying. Participaram da pesquisa 56 alunos de cinco escolas da Suécia, sendo 36 do sexo feminino e 20 do sexo masculino, com idades entre 10 e 13 anos. Como instrumento para coleta dos dados, utilizou entrevistas semiestruturadas realizadas individualmente, com o objetivo de identificar a representação de bullying. Identificou que todos os estudantes que participaram da entrevista já haviam testemunhado ou pelo menos ouvido falar de algum caso de bullying, e a maioria citou casos que ocorreram em suas salas de aula. Foram pouco relatados casos em que o próprio aluno estava no papel de vítima ou de agressor; eles demonstraram que normalmente ficam no papel de espectador. No entanto, a presença ou a ideia de bullying parecia evocar sentimentos negativos como mal-estar, ansiedade, medo, desconforto, angústia ou incerteza entre as crianças.

A representação social sobre o bullying como reação à diferença é a explicação predominante entre as crianças. O autor afirma que tal dado vai ao encontro do que tem sido descoberto em outras pesquisas sobre as perspectivas das crianças sobre bullying, mostrando que as crianças muitas vezes interpretam a vítima como diferente e atribuem a causa do bullying a esta diferença. De acordo com os resultados, foram utilizados pelos alunos um ou mais tipos de explicação para a causa de incidentes de bullying que eles viram, ouviram falar ou estiveram envolvidos. Foram identificadas pelo menos sete representações sociais para explicar o bullying: (a) o bullying como intolerância à diversidade, (b) o bullying como manutenção de status social ou popularidade entre os colegas, (c) o bullying explicado em decorrência da característica do agressor (bravo,

com raiva, valentão), (d) o bullying como uma ação vingativa, (e) o bullying como um jogo divertido, (f) o bullying como reação a má influência, pressão do grupo e (g) o bullying como um acontecimento impensado.

Ainda na perspectiva da representação social, alguns estudos se detiveram em investigar a visão do professor. Osti (2010) investigou como professores e alunos representam o processo de ensino e aprendizagem. Participaram da pesquisa 20 professores, todos do sexo feminino e com idades entre 25 e 46 anos e 40 alunos (sendo 20 com dificuldade e 20 sem dificuldade de aprendizagem) da 4ª série (5º ano) do Ensino Fundamental da rede municipal de uma cidade no interior de São Paulo, com idades entre 10 e 12 anos.

Para a avaliação foram utilizados três instrumentos: prova psicopedagógica “Par Educativo”, entrevista com os alunos e entrevista com os professores. A prova projetiva psicopedagógica, designada de “Par Educativo”, tem por objetivo investigar o vínculo com a aprendizagem, levantando dados sobre os aspectos afetivos e cognitivos envolvidos na relação do aluno com o aprender. A entrevista com o aluno possuía 15 questões reunidas em seis grandes categorias gerais, a saber: concepção do aluno sobre aprendizagem; percepção sobre o ambiente de aprendizagem; experiências de aprendizagem e ambientes significativos; percepção sobre o seu professor; concepção do aluno diante dos possíveis juízos de seus professores; representação sobre alunos com dificuldades de aprendizagem. A entrevista com o professor também possuía 15 questões e estava organizada em seis categorias gerais, sendo elas: concepção do professor sobre aprendizagem; percepção sobre o ambiente de ensino; experiências de aprendizagem e ambientes significativos; percepção sobre seu aluno; concepção do professor sobre sua prática; representação sobre seus alunos com dificuldades de aprendizagem.

Com a análise dos resultados, a autora encontrou que a figura do professor ainda é central como agente responsável pela transmissão do conhecimento, enquanto o aluno é visto como um ser passivo, pronto para absorver o que lhe for ensinado. Os professores que participaram do estudo possuem uma compreensão de aprendizagem como transmissão dos conteúdos e das disciplinas em sentido único, do professor ao aluno, ou seja, alguém ensina e alguém aprende. A pesquisa apontou que alunos com dificuldades de aprendizagem e professores valorizam o desempenho frente aos resultados dos exercícios e atividades desenvolvidas e concebem a nota como resultado da aprendizagem. Tal representação indica que o conceito obtido pelo aluno define sua

vida acadêmica. Alcançando a média, o estudante passa de ano, caso contrário é reprovado. De forma geral, para professores e alunos, aprender é sinônimo de ausência de erros, implicando em garantir notas e tratando-se de um processo individual e não social. Já os alunos sem dificuldades de aprendizagem representam a nota como fator secundário, o que pode estar relacionado ao fato de conseguirem obter um bom desempenho e não dependerem tanto do resultado da prova.

Tanto os professores, quanto os alunos com dificuldades de aprendizagem demonstraram uma representação de ensino correspondente a uma tendência pedagógica tradicional, em que o conteúdo é exposto pelo professor e recebido passivamente pelo aluno. Já os alunos sem dificuldades de aprendizagem mostraram uma compreensão mais voltada à perspectiva construtivista, com vistas à aprendizagem, pois o foco está em aprender, em saber fazer, ou seja, o foco está no processo de aprendizagem e não no

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