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4.3 A PRIMEIRA GESTÃO DO CMAS DE CANOINHAS/SC NA PERSPECTIVA

4.3.2 O desempenho do CMAS nas condições para constituir-se como estrutura

4.3.2.2 A revogabilidade dos mandatos

O primeiro indicador da categoria revogabilidade dos mandatos identificado diz respeito à formação do CMAS, cuja apresentação dos dados e respectiva análise, constam no item 4.2.

A composição é o segundo indicador identificado nas pautas das reuniões, nos dois ciclos, conforme os quadros abaixo.

QUADRO 13 – PAUTAS DO 1º CICLO REFERENTES AO INDICADOR COMPOSIÇÃO

Pauta Freqüência de abordagem

relacionada ao número de reuniões

a)Apresentação de novos membros, em decorrência de

substituições pelas OG’s e ONG’s 15,38% FONTE: Pesquisa Documental

No Quadro 13 observa-se que essa pauta foi abordada em 15,38% das 26 reuniões realizadas no 1º ciclo. Em relação ao total de freqüência de pautas (98 vezes), representa o percentual de 4,08%.

QUADRO 14 – PAUTAS DO 2º CICLO REFERENTES AO INDICADOR COMPOSIÇÃO

Pauta Freqüência de abordagem

relacionada ao número de reuniões

a) Apresentação de novos membros devido substituição de representantes pelas OG e ONG

12% b)Apresentação de novos membros, em decorrência do

processo de recondução 4%

O Quadro 14 esclarece que as pautas relacionadas ao indicador composição estiveram presentes em 16% das 25 reuniões realizadas no 2º ciclo, o que significa que foram abordadas 4 vezes, representando o percentual de 2,61% do total de freqüência de pautas (153 vezes).

Cabe, pois, refletir que a composição é importante indicador da necessária paridade entre OG’s e ONG’s, a fim de assegurar a partilha de poder entre Estado e sociedade civil nos conselhos. No caso do CMAS, nos dois ciclos, houve substituição de membros por parte dos órgãos de representação. Essas substituições obedeceram ao que preconiza o Regimento Interno, no sentido da comunicação formal ao Presidente do Conselho.

Em 1999, quando da recondução do mandato dos conselheiros, houve substituições de representação dos OG’s.

O terceiro indicador da categoria revogabilidade dos mandatos se refere ao

processo de escolha dos conselheiros. No processo de formação (cf. 4.2), a

eleição dos órgãos não governamentais deu-se através de um fórum, no qual a sociedade civil foi chamada a discutir e definir a questão. A garantia de continuidade desse processo de eleição, foi formalizada no art. 4º da Lei de Criação do CMAS: §2º - As entidades representantes da sociedade civil titulares e suplentes

serão eleitas em foro próprio, especificamente convocado pelo Prefeito Municipal, com 30 (trinta) dias de antecedência, sob a fiscalização do Ministério Público.

§ 3º - A entidade da sociedade civil, uma vez eleita, tem prazo de 10 (dez) dias para indicar seu representante. (CANOINHAS, 1996b)

Desta forma, para representar a freqüência de pautas relacionadas a esse indicador, apresenta-se os Quadros 15 e 16.

O Quadro 15 aponta que a pauta relacionada a esse indicador freqüentou 01 vez as reuniões no 1º ciclo. Relacionado-a ao total de freqüência de pautas, representa o percentual de 1,02%.

QUADRO 15 – PAUTAS DO 1º CICLO REFERENTES AO INDICADOR PROCESSO DE ESCOLHA DOS CONSELHEIROS

Pauta Freqüência de abordagem

relacionada ao número de reuniões

a) comunicação do término do mandato e definição pela recondução

3,85% FONTE: Pesquisa Documental

Cabe esclarecer que, em março de 1999, houve a comunicação do término do 1º mandato e, a partir das discussões, definiu-se pela recondução, haja vista sua previsão na Lei de criação e no regimento interno do CMAS. (CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTENCIA SOCIAL, 1996-1999, p. 36)

QUADRO 16 – PAUTAS DO 2º CICLO REFERENTES AO INDICADOR PROCESSO DE ESCOLHA DOS CONSELHEIROS

Pauta Freqüência de abordagem

relacionada ao número de reuniões

a) Eleição de conselheiros para compor o novo CMAS 12% FONTE: Pesquisa Documental

No 2º ciclo, a pauta referente a esse indicador foi abordada 3 vezes (12%) nas 25 reuniões realizadas. Em relação ao total de freqüência de pautas, representa um percentual de 1,96%.

Em dezembro de 2000, a presidente do CMAS informou o término do mandato dos conselheiros no início do próximo ano, devendo acontecer a nova eleição das ONG’s através do Fórum Municipal, especialmente convocado para este fim. As eleições deveriam acontecer conforme o previsto no regimento interno do CMAS, sendo que em fevereiro de 2001 deveria ser publicado o edital chamando as entidades para procederem suas inscrições. Lembrou-se que a primeira capacitação do novo conselho deveria ser dois meses depois, no próximo Fórum Municipal.

Após várias ponderações e sugestões de mudanças no regimento interno de modo a resolver problemas de funcionamento do CMAS, decidiu-se realizar uma reunião preparatória em fevereiro, antes da convocação do Fórum. Também deliberou-se pela formação de uma comissão para revisão do Regimento Interno e

elaboração do regulamento das eleições, a ser apresentada na primeira reunião de 2001. (CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, 1999-2004, p. 27- verso – 28).

Em fevereiro de 2001, a comissão esclareceu que, ao se reunir para elaborar o regulamento das eleições, consultou a lei e o regimento interno e concluiu do número excessivo de conselheiros que compõem o CMAS (24 membros), o que pode ter ocasionado as ausências nas reuniões, já denunciadas pelos conselheiros nas reuniões anteriores. Propôs, então, a revisão da lei e do regimento no que se refere a composição, além de substituir somente 50% dos membros, tomando como base discussões anteriores dos atuais conselheiros. Nessa ocasião, a presidente informou que as propostas de revisão seriam encaminhadas ao Prefeito e à Assessoria Jurídica para apreciação e envio do Projeto à Câmara de Vereadores para serem votadas as reformulações na Lei. Em seguida, foi feita a leitura das reformulações nos artigos da lei, colocando-os em apreciação e votação. Após as discussões e esclarecimentos, as reformulações foram aprovadas (ibid., p. 29-30).

Após essa reunião, o conselho somente voltou a se reunir em maio de 2001, o que foi justificado pela Presidente em função da demora da Câmara de Vereadores em aprovar a alteração da lei de criação. Nessa ocasião, os conselheiros tiveram acesso aos novos textos de alteração da lei e do regimento interno, conforme haviam deliberado. Procedeu-se, pois, a leitura do regulamento de eleição das entidades não governamentais para compor o CMAS, o qual foi aprovado pelos conselheiros, definindo a data de 30/05/01 para a realização do fórum de eleição dos novos membros do CMAS. (ibid., p. 30-verso)

Pode-se inferir que, com as ações referentes ao indicador processo de

discussões acima relatadas refletem o compromisso em assegurar a necessária renovação na composição do Conselho, rompendo com as possibilidades de perpetuação das representações, na direção da revogabilidade dos mandatos.