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(Entram pelo fundo a Libélula e a Joaninha. Devem ter o aspecto de um par, romanticamente enlaçados. A Joaninha veste saia de balão, vermelha às bola pretas, com

corpinho justo, igual ou de veludo preto, com grandes mangas tufadas. Luvas de renda preta. Mantinha cujas pontas lhe passam pelos braços vindo cair sobre a saia. Chapelinho

de palha com aba só à frente, vertical. Sobre o ombro, sombrinha de grande cabo, copa muito redonda também vermelha às bolas pretas, cortada ao meio por uma nervura negra,

imitando as asas duma joaninha em repouso. Sapatinhos com laço e bolsinha pendurada no braço.

A Libélula usa malha cinzenta-prateada, colete e casaco transparente, azul vivo e brilhante de quatro abas. Laço ao pescoço e colarinho engomado. Chinelas e luvas brancas. Cabeleira

romântica. Vêm andando devagar, pisando leve, mãos entrelaçadas, cabeças unidas, alheados do resto do mundo.)

Libélula Não me lembro duma tarde tão linda como esta!...

(sonhador)

Joaninha Com o sol tão doirado… Libélula Nem as flores tão bonitas…

Joaninha Nem tão perfumadas…

Libélula A não ser talvez no dia do nosso casamento… Joaninha Do meu e do teu.

(Separam-se)

Libélula Como te fica bem o teu vestido! Joaninha É lindo, pois não é?

(mostra-se)

Libélula Já viste como são fortes as minhas asas? Joaninha Foi por isso que gostei de ti.

Libélula E eu de ti. Mas gostava, mesmo que o teu vestido fosse de outra cor. Joaninha E eu mesmo que as tuas asas não fossem tão azuis.

Libélula Joana!

(terníssimo)

Joaninha Libélula!

(mesmo jogo)

(Abraçam-se. Separam-se, depois, tapando o rosto com a mão, e dão a volta ao palco, cada um por seu lado, simetricamente, procurando ver se alguém os espreita.)

Libélula Gosto tanto de ti!

Joaninha Amo-te tanto!

Libélula Tanto!

Joaninha Mas apesar disso não há maneira de encontrares uma casinha confortável para passarmos a nossa lua de mel, e o Verão está quase a acabar…

Libélula Não gostas de nenhuma. Foi por isso que te trouxe aqui hoje. Joaninha Tão longe. E as perninhas da Joaninha são fracas…

(mesmo jogo)

Libélula Porque não voamos?

Joaninha … as asinhas também. E já não há vento. Libélula Levo-te às costas.

Joaninha Amarrotava-te as asas e depois tinha que as passar a ferro. E não tenho força nos braços. Custa-me muito. Sofro do peito.

Libélula E eu não te dou xarope de rosa antes de te deitares?

Joaninha E eu não te meto as asas na lixívia para ficarem mais bonitas? Até me vêm as lágrimas aos olhos. Qualquer dia fico sem olhos por tua causa. Toda a gente o sabe, toda a gente o diz. É por isso que quando vais para o pé do lago os meninos te chamam tira- -olhos. Eles lá têm as suas razões

Libélula E a ti dizem: «Joaninha, voa, voa, que o teu pai está em Lisboa.»

(invectivando, martelando as palavras) (dengosa)

Joaninha Não gosto de ouvir dizer isso. Sou muito sensível.

(chorosa) E eu qualquer dia sigo o conselho e vou mesmo para Lisboa, para casa do meu pai. Quero saber depois quem é que trata de ti.

Libélula E, se tu fores, eu faço-me aviador e atiro-me com o avião ao lago. Deixo-te viúva. Tens de te vestir de preto e ficarás mais feia do que uma mosca.

Joaninha Se eu soubesse que me querias ver tão feia não tinha gostado de ti. E tinha casado com o mosquito.

Libélula E eu com a filoxera.

Joaninha Talvez fosse mais feliz. Já tinha com certeza uma casinha na orelha de algum dorminhoco.

Libélula E eu passava o dia todo de barriga para o ar debaixo de uma folha de vinha.

Joaninha Cruel!

Libélula Fingida!

Joaninha Nunca mais te via…

Libélula Nunca mais te podia olhar… Joaninha Morria de saudades!

Libélula Falecia de amores!

Joaninha Se eu não te amasse tanto… Libélula Se não fosse doido por ti…

Joaninha Fazia-me pena que andasses com a roupa amachucada… Libélula Não dormia a pensar se terias tomado o xarope de rosa… Joaninha Havia de voar para Lisboa até morrer de fadiga.

Joaninha Era capaz de te perdoar…

Libélula Esquecia tudo…

Joaninha Se me viesses pedir perdão. Libélula Se voasses até aqui.

Joaninha De joelhos…

Libélula De mãos postas…

Joaninha Eu não!

(fica estática, amuada)

Libélula Não eu!

(mesmo jogo)

(Joaninha aponta o chão num gesto orgulhoso, a um lado do palco, indicando que Libélula lhe deve vir pedir perdão. Do outro lado do palco, Libélula faz o mesmo, até que, com olhares

esquivos, se vão aproximando um para o outro, contra-vontade. Depois, não podendo resistir, avançam um para o outro, correndo, e abraçam-se de novo.)

Libélula Joaninha!

Joaninha Libélula!

Libélula Meu amor!

[…] Depois do almoço seguem-se 45 minutos dedicados à área de Língua Portuguesa. Neste dia será iniciada a exploração do texto dramático.

Para a exploração deste tipo de texto será entregue às crianças o texto dramático «O Segredo da Abelha» de Ricardo Alberty (Anexo IV). Depois de entregue o texto, as crianças terão de lê-lo silenciosamente para que depois possamos partir para a exploração do texto. Neste momento as crianças serão questionadas sobre o que trata o texto, se já leram algum texto daquele género e se sabem para que serve. Depois de chegarmos à conclusão de que se trata de um tipo de texto com o objectivo de ser representado em palco (teatro), ou seja, um texto dramático.

Terei a preocupação de explicar, também, que aquele tipo de texto não serve apenas para ser representado em teatro, pois é também utilizado em telenovelas, filmes, séries ou desenhos animados, funcionando como guião pelo qual os actores e actrizes se orientam para poderem representar a sua personagem, ou no caso dos desenhos animados, dar voz às personagens.

Depois disto, veremos as diferenças deste tipo de texto em relação aos textos que estão mais acostumados a ler. Explorar-se-á o parêntesis inicial e o tipo de informação que nos revela, para que serve e se é ou não dita aquando da representação. Neste momento explorarei com as crianças o conceito de didascálias ou texto secundário, que são indicações sobre a forma como a representação vai ocorrer (nr. de personagens, caracterização das personagens, movimentos das personagens, timbre da voz, caracterização do cenário, etc.). Convém referir que algumas das palavras menos comuns (ex. didascálias) serão escritas no quadro, divididas em sílabas e lidas em conjunto, para que as crianças a pronunciem correctamente.

De seguida explorar-se-ão as falas das personagens (texto principal). É importante que neste momento as crianças percebam que o texto principal é aquele que é transmitido pela voz ao público.

Caso reste algum tempo, serão escolhidas algumas crianças para lerem em voz alta o texto dramático, tendo em conta as didascálias que o acompanham, pois são elas que nos dizem como vai ser feita a expressividade da leitura do texto. […]

Excerto retirado da descrição da sequência didáctica da 5.ª Planificação de PES II

O O ssaanngguuee aaoo rreeggrreessssaarr ddooss ddiivveerrssooss óórrggããooss,, o onnddee ffooii lleevvaarr ooxxiiggéénniioo ee nnuuttrriieenntteess,, vveemm c caarrrreeggaaddoo ddee pprroodduuttooss qquueettêêmm ddee sseerr exexppuullssooss d doo ororggaanniismsmoo.. UUnnss vvããoo ppaarraa oo eexxtteerriioorr aattrraavvééss d dooaarr eexxppiirraaddoo,, oouuttrroossssããoo eelliimmiinnaaddooss ppeelloossrriinnss ( (uurriinnaa)) oouu aattrraavvééss ddaa ppeellee ((ssuuoorr)).. ÉÉ aa cchhaammaaddaa f fuunnççããooeexxccrreettoorraa.. O Oss pprriinncciippaaiiss óórrggããooss ddaa ffuunnççããoo eexxccrreettoorraa ssããoo ooss rriinnss.. EEsstteess ffuunncciioonnaamm ccoommoo f fiillttrrooss,,oonnddeeoossaanngguueeddeeiixxaappaarrtteeddaaáágguuaaqquueelleevvaaeeoouuttrraassiimmppuurreezzaass..ÉÉaassssiimmqquuee s see ffoorrmmaaaa uurriinnaa,,qquuee ppaassssaa ppeelloossuurreetteerreessee,, ddeeppooiiss ddee aarrmmaazzeennaaddaa nnaabbeexxiiggaa,, éé e exxppuullssaa ppaarraa oo eexxtteerriioorr ppeellaa uurreettrraa.. EEssttee ccoonnjjuunnttoo ddee óórrggããooss ffoorrmmaa oo aappaarreellhhoo e exxccrreettoorr..DDeevveemmoossbbeebbeerrmmuuiittaaáágguuaappaarraaqquueeoossnnoossssoossrriinnssffuunncciioonneemmbbeemm..

Anexo XXI

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