• Nenhum resultado encontrado

FACULDADE L1VKE DE DIKElTO

228 RKV1STA DA

lim obter, sine pcena, a sim ples restituição da posse de um im- m ovel, nos casos em que os outros interdictos possessorios não forem applicaveis, ou por já se ter expirado o prazo da prescri- pção, ou por se tratar de actos que se não possa qualificar t omo violência.

E ’ o que vem os nos segu in tes textos :

Si p e r v i m v e l a l i o m o d o absentis pcrtnrbata sit

possessio

(

11

);

« U b iv is facta dicitur, aut m om entaria possessio pos- tulanda est» (12);

«Invasor locorum pcena teneatur legitim a, si tamen vi loca eadem invasisse con stiterit. N am si

per er ror

em aut ittniriam dofnini loca ab aliis possessa sunt, sine pcena

p ossessio restitui debet» (13).

(11) C o d ., r u b r ic a do L iv . 8 .°, T it 5 o. 12) Ibidem., liv . 3.°, T it. lti, C o n st. u n ic a . (13) Ibidem , L iv . 8.*, T it. 4.°, C o n s t. 5.°.

Diz A p p le to n que : Q u elq u e b o n n e v o lo n té q u 'o n y m e tte , il e s t im possible de d é c o u v rir d a n s le se c o n d e p h r a s e de ce te x te , d o n t J h e r in g se p ré v a u t, la tr a c e d ’u n re m è d e p o s s e s s o ir e . L a C o n s titu tio n q u e n o u s é lu d io n s nous d it q u e , lo rs q u e le p r o p r ié ta ir e a u r a p e r d u la p o sse ssio n s a n s s u b ir de vio- le n c e , p a r su ite de son e r r e u r ou de son in c u rie , il a u r a le d r o it de se faire r e n d r e la p o sse ssio n ê tr e co n d a m n é à, m a is s a n s q u e son a d v e r s a ir e puisse u n e p e in e . Qui n o u s p ro u v e q u ’il s 'a g is s e ici d 'u n m oyen p o sse sso ire ?»

Ce n ’e s t p a s un sim p le p o s s e s s e u r q u i e s t en c a u s e , c ’e s t un p ro p rié ta ire

(dominus).

P a s q u e l m o y en u n p r o p r ié ta ir e se fa it-il r e s ti tu e r la p o sse ssio n de sa ch o se ! P a r la r e v e n d ic a tio n ! P a s u n m ot d a n s le te x te ne v ie n t n o u s prouver q u ’il s 'a g it d 'u n e a u tre a c tio n q u e d e la r e v e n d ic a tio n .» (Op. c it., pags. 78 e 79).

Com o j á m o s trá m o s no § 11, n. 8, l e t t r a d, é, em r e g r a , o p r o p r ie tá r io (do-

m in u s) qu e in te n ta os in te rd ic to s p o sse sso rio s: é o que se vô ain d a nas nu-

m e ro sa s p a s s a g e n s c ita d a s p o r J h e r in g . Interdictos, p a g s . 72 e 73.

E s ta o b je c ç ã o já h a v ia sido fo rm u la d a p o r S a v ig n y e, re s p o n d e n d o lhe, diz J h e r in g : «Il e s t d ifficile d e c o m p re n d re c o m m e n t un Savigny a p u soulever u n e o b je c tio n a u s si in s ig n ifia n te , q u ’il n é g lig é lu i-m èm e, s a n s s ’en inquieter, d a n s d ’a u tr e s o c c a s io n s (il p o u r r a it en effet r a p p o r te r nvec to u t au tan t de r a is o n à la re v e n d ic a tio n le s te rm e s d e Loi 12 C od. de P o ss. 7.32): n ih il peni-

tus dom ino p rœ ju d iei g en eretu r, m a is ic i (p a g . 314) il ne se fait p a s le moin d re s c ru p u le de les e n te n d r e de la c o n tin u a t ion d e la p o sse ssio n ) e t q u i ne m»’ r ite d ’a u tre r é f u ta tio n , en c e q u i le c o n c e rn e , q u ’un sim p le s e n v o i aux nom- b re u x p a s s a g e s d a n s le s q u e ls le dom inas in te n te les in te r d its possessoires (p . 72 s .)* (Op. cil p a g . 0y).

E p a r a se v e r q u e se t r a t a d e u m a a e ç â o p o s s e s s o r ia . b a s ta a tte n d e r-s e á r u b r ic a d o T i t . IV —u n d k v i, ta n to m a is q u a n to , em todo o titu lo , só se t n ta

d a p o sse e, n a c o n s t. 2.* se d iz : «i n t e r d i c t i exemplo»', n a C o n s t. 4.* i n t k r d i c t i

unde vi»; n a c o n s t. 6 . a: i l l i c o reddatur» e n a c o n st. 11: «nec u n d e v i i n- T E R D I C T U M . »

FACULDADE LIV RE D E D IREITO OOi)

«Momentariae p ossession is interdictum , quod non

sempcr

ad vim publicampertinet, velprivatam , mox audiri,

interdiu etiam sine inscriptione inerêtur» (14).

E ’ o que resalta ainda do exam e de alg*uns casos parti- culares, aos quaes esta acção o interdicto se applica, e em que, sem haver id eia algum a de violência, é necessaria a protecção possessoria, com o:

1?) o

erro,

quando por exem plo, bona fide, o comprador de um turreno com eça a cultivar, como própria, uma parcella per- tencente á p osse de seu visinho, ou este cultiva uma parte da- quelle, por ignorarem os verdadeiros lim ites, ou quando alguém possue como própria uma cousa de outrem , a qual se tenha confundido com as suas (15);

2? a infidelidade do representante, quando este abandona a um. terceiro a p osse do fundo que lhe foi confiado (16);

(14) Cod , L iv . 8.°, T it. l*°, C o n st. S.*. ' ;

(15) lin d e m , C onst. 5.*.

T>) C o d .. L iv . 7.°, T i t ;>2, C o n s t. 12.a R e fe rin d o -se a e s te te x to , diz A.p--.. piéton: «M ais v o ila q u i v ie n t c o r r o b o re r ab so lu m e n t n o tre o p in io n ^ ilf a u t,

qu’un d é lit a it é té com m is p a r le r e p r é s e n ta n t p o u r q u 'il y a it lie u à r e s titu tio n Le d ép o sséd é est p ro té g é ici c o n tre u n d é lit; s'il n'.yavait p a s d é lit d e la p a r t ., du re p r é s e n ta n t, la p r o te c tio n p o s s e s s o ire ne s e r a it p a s d o n n é e : L i d é e d e ’ délit est m êm e ici si f r a p p a n te , q u e , d a n s l'h y p o th e s e la p lu s r e m a rq u a b le , d infidélité, c e lle d e s tu te u r s ou c u r a te u r s , la loi (i, unde vi to u t& n o r g a n is a n t une p ro te c tio n r e c u p e r a to ir e a u p ro fit d e s in c a p a b le s s p o lie ’es, f r a p p e le u rs re p ré se n ta n ts p r é v a r ic a t e u r s de la p e in e de la d e p o r ta tio n p e r p é tu e lle e t

de la c o n fisc a tio n g e n e ra le * (Op. c it., p a g . (.)‘.>). *

T an to nîïo é p r e c is o , n a h y p o th è s e , uni d e lic to :

a) q u e J u s tin ia n o nào e m p re g a só a p a la v r a - d o lo — , m a s tam bem de-

sidia e n cg lig en ter : «d e s í d i a fo rte vel dolo»; «circa quern n e g l i g e n t e r vel

dolose versatus est»;

b) q u e c o n c lu e , d iz e n d o : «Hoc elernim tantum saucim us—nt dom inus

n u l l o m o d o aliquod discri men sustineat ah his quos transm iserit».

(17) C o d ., L iv . 8 .°, T it. 5.°, Const;. 2 . “: Cod T h e o d o s ., L i v . , 4 .°, T it. 22.

Const, 2. . O b je c ta A p p le to n : «M ais je n e v o is p a s d u to u t c o m m e n t J h e r in g peut en c o n c lu r e q u e si, m a lg ré la p r o h ib itio n du lé g is la te u r , un r e s c r i t o u une s e n te n c e a m odifié la s itu a tio n p o s s e s s o ire d 'u n a b s e n t, un r e c o u rs p o s - sessoire s e r a o u v e r t à cet a b s e n t. Le te x te n'en so u ftle m ot; n o u s en p o u r - rions c o n c lu re to u t a u s si b ie n q u e la s e n te n c e re n d u e a u m é p ris d e la p r o - hibition lé g a le s e r a n u lle ou s u s c e p tib le d ’ê tre re fo rm é e p a r une voie de r e - cours o r d in a ir e o u e x tra o rd in a ir e * (O p. c i t . p a g . 80).

CoQclue-se, ir re to r q u iv e lm e n te , que se t r a t a d e u m re c u rs o p o sso ss o rio :

a) d a é p ig r a p h e do T it. V : «Si p e r vim vel alio modo absenlis p e r t u r -

b a t a s i t p o s s e s s i o *;

b) d e , n a c o n s titu iç ã o a n t e r io r , á q u a i e s ta se a c h a lig a d a p e la c o p u la -

tiva nec, se t e r d ic to (pie o r e c u rs o é o d a momentariae possessionis actio :

ut eos m o m e n t a r i a e p e r i n d e p o s s e s s i o n i (sine ulla cunctaíione) Re s t i-

2 30 KliVISTA DA

3? a disposição judiciaria illcgal q u an d o n a a u sê n c ia do pos- su id o r a c tu a l, se e x ecu tav a um re sc rip to im p e ria l, ou um a dis- posição ju d ic ia ria e sta b ele cen d o a tra n sm issã o da posse. (17) ou q u an d o a im n rs s ã o n a posse e ra o b tid a p o r su rp re sa , so- b re tu d o si o a d v e rsa rio não e ra ouvido (18).

4?) a apprehensão da posse dc um ausente ( 19).

y u e se tra c ta , não da acção reiv in d ica ção , m as de um in- te rd ic to p o ssesso rio , é o que re s a lta das se g u in te s expres- sões: *juris siiffragiirm, quod in

CELERi

reformationc consistit»

(20);

« c e u J r i rcdbibitione»

(21); «

c e x k r i reformationc»

(22);

«amissce possessionis jura reparentur cadcmqie p r o t i n u s restituía»

(23) ;

«iLLico reddatur»

(2 4 ).

N ã o procedem as objecções de S a v ig n y á alte ra ç ão de que se t r a c t a :

TI— que J u s tin ia n o não nos fala d elia, nem nas In stitu ta s, nem no D ig e s to — p orq u e elle n ão fa la de to d as as alterações fe ita s á leg islaçã o a n te rio r, com o, po r exem plo, da que foi fe ita , seg u n d o a o p in ião do p ro p rio S a v ig n y , no C odigo,

(25)

pela qual te ria sido abolido um p rin c ip io fu n d a m e n ta l da

(H) Cod., Liv. Ti»;.

r,.°.

Consl.

I l'J' Cod., Liv. s.", Tit. IV, Const. II. Objecta ainda Applelon: »En

adm îlla n t —cc qui n'est [»as textuellem ent indiqué' dans la constitution -q u e I interdit en question ne soit autre que l'interdit tim lc ci. nous trouvons,

dans les termes mômes dont se sert Justinien, une confirmation de nos

i d e e s

Pourquoi Justinien accorde-t-il un remède p o s s e s t o i r e ? Tarce que les

individus qui s'emparent des biens d'un absent sont des brigands: sancimtis

la'C'n possessore in "I p rœ d m a n i n b t l l i g iToujours l'idée de délit qui plane sur toute la m a lic ie .» (Op. cit , p ag. 81).

Ora, que se não trata do interdicto um lo v i. basta attender-se ao que diz o proprio J u stin iano—que a espe cic se nflo póde incluir, nkm no intkk- d icto u n d e r i. nem no i/uort r i n u l c la m , nem em qualquer outra aeçào possessoria existente : »t/nia vclu res Iri/rs n cc i nde vi in tc rd ic lu m , nec <ji:od vi ai t clam . VKi. ad am QiiANDAM ACTioNKM a d re cip ie n d a m talcm possessio-

n em d e fin ie h a n t v i o l k n i la in adi.atam possessi on em m i n i m e pr:i-ve<l<'nlc »

Justiniano nâo diz que os que se apoderam dos bons de tint ausente são

saltea lores; mas, sim, que, em bora o não sejam, são covsidcrados conn) laes:

«snncim us ta lo n p w r s io r e m i t praedonem in tk lm ci*. K nem os poderia de-

clarar ta es, q u an dj antes havia dito que : « v i ô í k x i ia in ablalam possessio-

nem MlNt.MK PRAEOEDKNTE».

(20) Cod. Tlicodos , Liv. 1.°, Const 5 . ‘. (si 1 ) Ib id e m , Tit 22, Const. 1.*.

(22) I b id e m , I.iv. 1.°, Tit. 23, Const. I *. i2:t) I b id e m , Liv. 9.« Tit. 10, Const. 3.*.

(21) Cod. Just , Liv. 8, Tit. 4.», Const 0.*.

No documento ENSAIO SOBRE A POSSE - CAPÍTULO IV (páginas 54-57)

Documentos relacionados