As rochas são produtos consolidados, resultantes da união natural de minerais.
Diferente dos sedimentos, por exemplo areia de praia (um conjunto de minerais
soltos), as rochas têm os seus cristais ou grãos constituintes muito bem unidos.
Dependendo do processo de formação, a força de ligação dos grãos constituintes
varia, resultando em rochas "duras" e rochas "brandas".
Chama-se estrutura da rocha o seu aspecto geral externo, que pode ser
maciço, com cavidades, orientado ou não etc. A textura se revela por meio da
observação mais detalhada do tamanho, forma e relacionamento entre os cristais ou
grãos constituintes da rocha.
Outra informação importante no estudo das rochas é a determinação dos seus
minerais constituintes. Na agregação mineralógica constituinte das rochas,
reconhecemos os minerais essenciais e minerais acessórios. Os essenciais estão
sempre presentes e são os mais abundantes numa determinada rocha, e as suas
proporções determinam o nome dado à rocha. Os acessórios podem ou não estar
presentes, sem que isto modifique a classificação da rocha em questão. Quando os
minerais agregados pertencerem à mesma espécie mineralógica, a rocha será
considerada monominerálica. Quando forem de espécies diferentes, ela será
pluriminerálica (TEIXEIRA et al., 2000).
Ciclo das rochas
O ciclo de geração das rochas estabelece os processos envolvidos na
formação dos diferentes tipos de rochas ocorrentes na crosta, bem como as relações
genéticas entre os diversos tipos de rochas. Estes processos envolvem:
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Resfriamento e consolidação de material magmático em profundidade (rochas
intrusivas), ou na superfície (rochas efusivas);
Exposição de rochas geradas em profundidade através de levantamentos
crustais;
Intemperismo (incluindo solução diferenciada e transporte mecânico);
Sedimentação e litificação;
Metamorfismo;
Ultrametamorfismo e fusão total.
Figura: Ciclo de geração das rochas (mod. de Arthur N. Strahler, 1992).
Fonte: Godoy (2005, p. 17)
Tipos de rocha
As rochas são divididas em três grupos: ígneas ou magmáticas,
metamórficas e sedimentares. As rochas formadas a partir do esfriamento e da
consolidação do magma são denominadas ígneas ou magmáticas. Aquelas que se
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formam a partir da transformação de rochas preexistentes são denominadas
metamórficas. E aquelas que se formam a partir da consolidação de sedimentos são
chamadas de sedimentares (SILVA; VAZ, 2012).
Dependendo da composição e concentração mineralógica, as rochas podem
se transformar em jazidas minerais. As rochas ígneas, por exemplo, podem conter
reservas de ouro, platina, cobre e outros.
Podemos mesmo afirmar que os processos que resultam na consolidação
dessas rochas são os responsáveis por trazer parte dos recursos minerais que
utilizamos no nosso dia a dia à superfície.
As rochas sedimentares guardam parte da história da vida do planeta. Este
grupo de rochas pode apresentar fósseis, que são vestígios e restos dos diversos
organismos que viveram sobre a superfície da Terra. Além disso, é neste grupo de
rochas que são gerados e armazenados os combustíveis fósseis (carvão, gás natural
e petróleo).
As rochas metamórficas recebem este nome porque são o resultado da
transformação de outras rochas. Muitas vezes o metamorfismo altera a organização
dos minerais presentes, mas em alguns casos o processo é tão intenso que até
mesmo as características químicas da rocha preexistente são alteradas. A formação
dessas rochas somente é possível a partir do aumento da temperatura e pressão sob
a superfície da Terra (SILVA; VAZ, 2012). Agora vamos estudar cada tipo de rocha
separadamente.
Rochas sedimentares
São rochas formadas a partir do material resultante da ação do intemperismo e
da erosão de uma rocha qualquer que posteriormente será transportado e depositado
em outro ambiente.
As rochas sedimentares são importantes por estarem associadas à depósitos
de carvão, petróleo, gás natural, alumínio, minério de ferro, matéria prima para a
construção civil (BERTOLINO, 2005).
Sobre os processos geradores das rochas sedimentares, podemos citar aqui:
1. Intemperismo da rocha geradora: Físico, Químico e Biológico;
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3. Deposição ambientes:
Continental: fluvial, lacustre, desértico e glacial
Transicional: praia, delta, estuarino, lagunar...
Marinho: plataforma, recife, talude continental, fundo oceânico.
4. Litificação e diagênese:
Compactação e cimentação
As rochas carbonáticas formam aproximadamente 10% do registro sedimentar
exposto, tendo uma grande distribuição ao longo do tempo geológico. São formadas
predominantemente por calcita, aragonita e dolomita, além de fósseis e siliciclásticos.
produto principalmente de precipitação orgânica de carbonato de cálcio. As rochas
carbonáticas são formadas principalmente em ambiente marinho de águas claras,
quentes e rasas (BERTOLINO, 2005).
Rochas ígneas
São formadas a partir da consolidação do magma em profundidade (rocha
ígnea plutônica) ou em superfície (rocha ígnea vulcânica). Através da textura e da
composição mineralógica de uma rocha magmática pode interpretar as condições em
que a rocha se formou.
As rochas magmáticas intrusivas ou plutônicas se formam quando o magma
resfria lentamente, usualmente em profundidades de dezenas de quilômetros, os
cristais separam-se do líquido fundido, formando rochas de granulação grossa (rochas
faneríticas equigranular) (BERTOLINO, 2005).
As rochas magmáticas extrusivas são formadas quando o magma resfria
rapidamente, normalmente próximo a superfície da terra, os cristais são
extremamente pequenos e resulta uma rocha de granulação fina ou textura vítrea
(rochas afaníticas).
O magma é uma fusão silicatada, contendo gases e elementos voláteis, gerada
em altas temperaturas no interior da Terra.
As características das rochas ígneas são:
Cor: melanocrática, mesocrática e leucocrática.
Textura: fanerítica, afanítica, porfirítica e vítrea.
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Composição: félsica ou máfica, ácida, intermediária (alcalinas), básicas,
ultrabásicas.
Veja abaixo alguns tipos de rochas ígneas ou magmáticas (BERTOLINO,
2005):
Granito: quartzo, K-feldspato, Ca-feldspato, micas (biotita e muscovita),
granada etc. Apresenta textura fanerítica.
Riolito: correspondente extrusivo do granito. Textura porfirítica com
abundantes fenocristais de quartzo.
Sienito: K-feldspato, anfibólio, pouca sílica. Predominantemente
leucocrática com feldspato de cor cinza claro.
Gabro: Ca-Na-feldspato (labradorita), piroxênio (augita ou diopsídio) e
magnetita.
Basalto: piroxênio, plagioclásio e calcita (baixa). Coloração escura e textura
finamente cristalizados.
Rochas Metamórficas
As rochas metamórficas podem ser formadas a partir de rochas ígneas,
sedimentares ou mesmo metamórficas, preexistentes, submetidas a novas condições
de pressão e temperatura. Quando as rochas através de processos geológicos são
submetidas a condições diferentes (temperatura e pressão) das quais foram
formadas, ocorrem modificações denominadas de metamorfismo (BERTOLINO,
2005).
Durante o metamorfismo ocorrem modificações nas composições químicas
e/ou a estrutura cristalina dos minerais, sem haver fusão ou alteração na constituição
química total da rocha (processo de equilíbrio físico-químico no estado sólido,
isoquímico). Podem ocorre tanto a recristalização dos minerais preexistentes como
também a formação de novos minerais.
As características das rochas metamórficas são as seguintes: textura
xistosidade/foliação, clivagem ardosiana. É função da composição da rocha original e
da intensidade e tipo do metamorfismo.
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Segundo Bertolino (2005, p. 51-52), os principais tipos de rochas metamórficas
são:
Gnaisse - caracteriza-se pela alternância de bandas de cores claras (quartzo
e feldspato) e escuras (biotita, anfibólio ou granada). É o tipo litológico
predominante no estado do Rio de Janeiro, formando grande parte da do
maciço da Serra do Mar.
Xisto - ausência de bandamento e presença de finas lâminas ao longo da qual
a rocha pode ser quebrada mais facilmente.
Filito - textura intermediária entre o xisto e a ardósia e tende a partir-se em
lâminas.
Ardósia - rocha de granulação extremamente fina com boa clivagem,
normalmente utilizada na construção civil.
Mármore - calcário metamórfico.
Quartzito - derivada do metamorfismo do arenito.
Distribuição e relações das rochas na crosta terrestre
A crosta terrestre representa a camada sólida externa do planeta. Ela está
dividida em crosta continental, que corresponde às áreas continentais emersas, e
crosta oceânica, que constitui os assoalhos oceânicos. Tanto uma como outra são
formadas por rochas. Estudos da distribuição litológica da crosta continental indicam
que 95% do seu volume total correspondem a rochas cristalinas, ou seja, rochas
ígneas e metamórficas e apenas 5% a rochas sedimentares. Entretanto, considerando
a distribuição destas rochas em área de exposição rochosa superficial, os números se
modificam para 75% de rochas sedimentares e apenas 25% de rochas cristalinas. Isto
indica que as rochas sedimentares representam uma fina lâmina rochosa que se
dispõe sobre as ígneas e metamórficas, consideradas principais na constituição
litológica da crosta continental.
As relações entre os três tipos genéticos de rochas na crosta não se dão ao
acaso. Ao contrário, existe uma disposição rígida que reflete exatamente os eventos
geológicos que ocorreram em determinada região. É possível, para o geólogo,
descrever a história geológica da crosta, através do estudo das rochas e dos tipos de
contatos que existem entre elas. As fontes de informações para este estudo são os
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mapas geológicos, cortes rochosos em estradas e ferrovias, perfurações de poços
para obtenção de água e petróleo etc (TEIXEIRA et al., 2000).
No documento
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI FUNDAMENTOS DA GEOLOGIA GUARULHOS SP
(páginas 76-82)