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(2) ROTEIRO DE ENTREVISTA

PARTE I – TERCEIRO SETOR, GESTÃO DE SERVIÇOS E GERONTOLOGIA

(2) ROTEIRO DE ENTREVISTA

AGRADECIMENTO E EXPLICAÇÃO AO PESQUISADO.

Boa noite.

Agradeço sua disposição em me receber, assim como o tempo será gasto na entrevista.

É muito importante para mim sua opinião sobre os assuntos que abordaremos, uma vez que o mesmo faz parte da minha dissertação de mestrado que será apresentada na PUC-SP, no programa de Pós- Graduados em Gerontologia.

Estou interessado em pesquisar se:

O terceiro setor é uma opção eficaz para a gestão de serviços ao complexo processo de envelhecimento.

QUESTÕES RESPONDIDAS:

1 – O QUE SE ESPERA OBTER: CONHECIMENTO E ABRANGÊNCIA DA GERONTOLOGIA.

Sei que sua organização presta serviços aos idosos.

Irei ler uma definição e gostaria de ouvir sua opinião:

A gerontologia é classificada em básica e social, conforme exposto pela autora de livro sobre o processo de envelhecimento, Zimerman. Sendo que a social: “...compreende o estudo das relações recíprocas entre o indivíduo e a sociedade – e ninguém pode contestar a força dos fatores sociais, culturais, econômicos e ambientais que podem qualificar ou prejudicar o inevitável processo de envelhecimento”.

RESPOSTA OBTIDA:

Existe conhecimento da gerontologia, inclusive no segundo semestre de 2004, participou de uma NEPE, do Programa de Pós-Graduandos em Gerontologia da PUC-SP.

2 – O QUE SE ESPERA OBTER: CONHECIMENTO DOS MOTIVOS DE NÃO SE TRABALHAR OU DE SE TRABALHAR COM O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO.

Farei leitura de uma reportagem sobre ONGs e idosos, e gostaria de saber sua posição sobre a reportagem.

JORNAL DO BRASIL

Embora seja crescente a proporção de idosos – são 14 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, ou 9% do total de habitantes -, o país continua virtualmente a ignorar seus problemas. A omissão não é exclusividade do poder público. Entre mais de 300 organizações não governamentais filiadas à associação brasileira do setor, apenas seis se dedica à terceira idade. Em contrapartida 84 trabalham com crianças e adolescentes. ‘A sociedade ainda acredita que idoso é um problema apenas familiar’...

RESPOSTA OBTIDA:

A escolha do público-alvo, usando o cão na interação com o idoso (terapia assistida por animais de forma filantrópica e totalmente voluntária), foi ao acaso.

3 – O QUE SE ESPERA OBTER: O CONHECIMENTO DA CAPACIDADE DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E A DE GESTÃO DA ORGANIZAÇÃO, COM ÊNFASE PROFISSIONAL E ESPECIALIZADA.

Sei que não é suficiente a intenção de prestarmos um bom serviço ao idoso.

É necessária a capacidade técnica especializada para fazê-lo, assim como, capacidade gerencial para a gestão de uma organização do terceiro-setor.

Recentemente li uma matéria em um jornal (FOLHA DE SÃO PAULO), e gostaria de sua opinião sobre ela,

A profissionalização que avançou nesse período não se limitou à troca do voluntário pelo profissional remunerado. Também os métodos de trabalho se tornaram mais racionais. Foram aperfeiçoados os mecanismos de captação de recursos [...] Os resultados dos projetos passaram a ser analisados com critérios objetivos, e a avaliação, feita por consultores externos. A própria gestão de entidades recebeu mais atenção em busca da eficiência. RESPOSTA OBTIDA:

Não existe nenhuma estrutura orgânica, nenhum funcionário, e não existe espaço físico próprio da organização para as atividades da empresa, sendo a sede da empresa, para efeito legal, a casa de um dos sócios.

Os sócios e voluntários são aqueles que atuam com idosos internos em asilos específicos.

Foi observado no transcorrer da entrevista, a posição sobre o chamado trabalho voluntário, quer seja, por falta de consistente ideal voluntário, quer seja, pelo pouco compromisso com o serviço, e assim sendo, a rotatividade é grande.

• DADOS DO PESQUISADO E DA ORGANIZAÇÃO:

a) DADOS DO PESQUISADO

Faixa etária ( ) até 30 anos

( ) de 31 anos até 40 anos (x) de 41 anos até 50 anos ( ) mais de 51 anos

Sexo

(x) masculino ( ) feminino

Anos de atuação no Terceiro-Setor ( ) até 1 ano

( ) de 1 ano e 1 mês até 3 anos (x) de 3 anos e 1 mês até 5 anos ( ) mais de 5 anos e 1 mês

Atuação na organização ( ) contratado

( ) voluntário

b) DADOS DA ORGANIZAÇÃO

b.1. SUA ORGANIZAÇÃO PRESTA SERVIÇOS PONTUALMENTE, OU POSSUI PROGRAMAS PARA O PROCESSO DE ENVELHECIMENTOS DAS PESSOAS DE FORMA CONTINUADA ?

( ) SERVIÇOS PONTUAIS (x) PROGRAMAS

b.2. A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE FORMA PONTUAL OU PROGRAMA PARA O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO DAS PESSOAS É NAS ÁREAS:

- Respostas múltiplas: (x) saúde ( ) educação (x) lazer (x) psicologia e socialização ( ) esporte

( ) qualificação ou re-qualificação para o trabalho ( ) outras

b.3. ASPECTOS DOS IDOSOS – ASILOS b.3.1. Sexo

( ) masculino ( ) feminino (x ) ambos

b.4. SUA ORGANIZAÇÃO POSSUI ESTRUTURA ORGANIZACIONAL COMPOSTA DE:

(x) somente voluntários ( ) profissionais contratados

( ) voluntários e profissionais contratados ( ) outras formas

b.5. SUA ORGANIZAÇÃO RECEBE RECURSOS FINANCEIROS PARA MANUTENÇÃO DE SUAS ATIVIDADES

(x) outras instituições

Especificar: Recursos próprios e ações geradas pelos sócios, a fim de obtenção de recursos para a organização.

CONCLUSÃO

...o fato, particularmente inquietante, de o envelhecimento e a velhice serem vividos, no Brasil, sob condições bastante adversas é aqui analisado em um duplo contexto: o de alguns determinantes estruturais mais amplos e o de políticas sociais específicas. Nessas últimas, o que se observa é que ações implementadas mantêm-se muito aquém do que é necessário, esperado e desejável. (ALMEIDA, 2000, p. 63)

O presente estudo, não teve a pretensão de esgotar as alternativas sobre a gestão de serviços para o processo de envelhecimento via terceiro setor, mesmo porque ficou comprovada a necessidade de novas e amplas pesquisas, e análises de vários outros fatores, limitado à possibilidade de uso do chamado terceiro setor como agente de práticas na gestão de serviços no processo de envelhecimento numa visão interdisciplinar.

O estudo também não objetivou questionar as práticas e políticas de governo sobre a questão do processo de envelhecimento hoje e no futuro, que se revelam insuficientes, para não dizer ausentes, e sem visão estratégica que considere as soluções de médio e longo prazo, com foco na gerontologia social. E também, as eventuais questões ideológicas, intencionalidades e práticas presentes nas organizações do chamado terceiro setor, assim como os efeitos perversos do capitalismo, nunca historicamente tão selvagem, que impactam no social e nas questões ligadas ao trabalho, porque ele é fator de geração econômico. Trata-se, isto sim, de lançarmos um novo olhar, um novo paradigma não-assistencialista, mas concreto e viável no que se refere ao uso das organizações do terceiro setor como forma complementar ao Estado, na gestão de serviços para os complexos problemas do processo de envelhecimento, com foco na gerontologia social, de forma consistente para uma sociedade que se encaminha para ser uma sociedade de velhos. Portanto, uma tentativa de abrimos espaço para discussão de soluções práticas e viáveis, evitando-se perder tempo em defesa de determinada posição de dada área do conhecimento em detrimento de outra, de corporativismos desnecessários,

que nos impendem de usar os conhecimentos já adquiridos, pelo simples fato de que tais conhecimentos foram originalmente idealizados para uso ou suporte de determinadas situações e contextos, que não as do processo de envelhecimento e do terceiro setor.

Terceiro setor, gerontologia social e a futura sociedade de idosos (velhos) são fatos novos, assustadores para serem pensados, sem dúvida alguma, mas que em contrapartida revelam um desafio sem precedente, que impactam nas diversas áreas de conhecimento, em uma nova visão de mundo, em uma nova sociedade com paradigmas e novos olhares, que deverá aplicar modelos atuais de gestão de serviços, errando, aprendendo e formatando modelos híbridos, sem dúvida, mas que, em um futuro próximo, impliquem em novas disciplinas das diversas áreas de conhecimento e, porque não, de novas profissões. Portanto, nos parece ingênuo querer partir de novos modelos teóricos, sem aplicação prática, quando o tempo se esgota para a solução e gestão dos problemas oriundos de uma futura sociedade de velhos.

Este estudo, resultado de análises realizadas e pesquisas sobre o terceiro setor e gestão de serviços para o complexo processo de envelhecimento da nossa sociedade, centrado na área de conhecimento da gerontologia social, foi delimitado pela área geográfica compreendida pela cidade de São Paulo, tendo seu início no 1o. semestre do ano de 2003, com

término no 2o. semestre de 2004. Durante o período da pesquisa alguns

pontos ficaram fortemente evidenciados, necessitando-se de futuras investigações, pois contradições e práticas adotadas ainda permeiam o tema:

1) As complexidades das organizações do terceiro setor.

Sob a denominação terceiro setor, vários tipos de organizações atuam, como: organizações não governamentais – ONGs; fundações;

associações; entidades de assistência social e filantrópica; preservadores e defensores, que possuem em comum, objetivos eminentemente sociais, porém com estruturas organizacionais e públicos-alvo totalmente distintos, e com explicações diversas para seu crescimento, atuação na mesma definição. Operam em circunstâncias diferentes, nas comunidades, em suporte ou na ausência do Estado. O que torna seu entendimento como organização e operacionalização de suas ações, e de suas complexidades, não passível de uma única definição, para estudo e criação de modelos de gestão, a despeito de no estudo ter-se procurado adotar uma definição que abrangesse suas diversas formas, para facilitar as análises.

No que tange à adequação feita inicialmente ao ensinamento de Castells (2002) na sua obra Sociedade em rede, que as informações circulam pelas redes: rede entre organizações do terceiro setor, redes pessoais e redes virtuais. Para Fernandes (2004), estar em rede não é apenas a troca de informações de trabalho realizado de forma isolada, mas o compromisso de realizar, conjuntamente, ações concretas, compartilhando valores em uma dimensão que desconsidera territórios, de forma flexível. Ainda não podemos afirmar que é ou que pode ser uma realidade nas organizações do terceiro setor no Brasil, como demonstrado pelo estudo de Dufloth (2004), onde tal situação no universo de seu estudo ainda não se comprova.

2) Gestão de serviços – um campo ainda em definição.

Mesmo que seja como um ponto de partida e/ou como forma híbrida, não devemos desconsiderar a contribuição das ferramentas de gestão baseada nas ciências administrativas, por sua dimensão histórica, de quase um século, se considerarmos, como marco, a Escola da Administração Científica, a partir dos trabalhos de Frederick Winslow

Taylor (1856 – 1915). Vamos verificar que, teoria e prática permeiam sua história, uma vez que a área acadêmica no campo da administração é bastante fértil e em sinergia com as organizações com fins de lucro, em especial nos países de primeiro mundo. E também, revela-se em tal contexto, o foco nas influências ambientais na estruturação, reestruturação, gestão e operação das organizações.

Tais ferramentas de gestão, em última análise são as que permitirão que os serviços sejam aplicados aos objetivos sociais e aos projetos (sociais) das organizações do terceiro setor. E, em tal situação, podemos afirmar que estamos falando de um conceito de gestão de serviços ainda em construção que deve considerar, obrigatoriamente, o suporte da área de conhecimento do serviço social, de forma a suprir e enriquecer que a definição de prestação de serviço para atendimento do objetivo social seja atendida e praticada através de empreendedores sociais, aqui definidos como aquelas pessoas que se dedicam às causas sociais, capacitadas para tal, onde idealismo e preparo para a ação tornam-se forma única, com direcionamento de ações nas comunidades, cujo impacto social seja mensurável.

3) Comunidade – a influência do local.

Observamos que é na comunidade, que as ações das organizações do terceiro setor podem ser eficazes, Drucker diz:

Mas aprendemos que o governo, como qualquer outra ferramenta, é bom para algumas coisas, mas ruim para outras [...] Tudo que um estado faz, ele tem de fazer em nível nacional. Ele não pode experimentar, nem se adaptar às condições regionais de uma sociedade[...] É claro que o mercado, com sua motivação única de lucro, simplesmente não tem interesse nem capacidade para lidar com os problemas sociais. (DRUCKER, 2002, p.115-116)

Assim, a definição de SILVA (2003) sobre comunidade justifica tal eficácia, uma vez que estamos falando de espaço onde existe articulação local, espaço de convivência, onde relações sociais heterogêneas, contraditórias, conflitivas e de cooperação organizam- se e mobilizam-se, e levam a ações coletivas participadas na concretização de objetivos comuns para a melhoria da qualidade de vida para todos, e na concretização de uma sociedade democrática, justa e solidária.

Com relação aos objetivos do estudo, pôde-se demonstrar os principais aspectos abaixo descritos:

o Objetivo Geral

Identificar a relação atual entre o terceiro setor e processo de envelhecimento (considerando suas características múltiplas: econômicas, demográficas, socioculturais e relação familiar), no que se refere à administração de serviços.

Constatação:

Ainda não é consolidada tal relação, na área delimitada da pesquisa, o que revela, junto às organizações uma ênfase ainda grande para aspectos da infância e juventude, existindo somente uma organização com definição de público-alvo terceira idade. Porém, com poucos recursos físicos e financeiros, e recursos humanos limitados aos sócios da organização (pessoa física), que não podem se dedicar exclusivamente à organização, cuja sede, é na casa de um deles, onde o idealismo ainda se sobrepõe à efetiva capacitação em gestão para a ação.

Em uma outra organização, internacional, pesquisada (por ser organização com experiência internacional, fundada na Inglaterra em 1865 e presente em mais de 100 países), com público-alvo “misto”, cujo país de

origem possui problemas acentuados no que tange à terceira idade. Ao Brasil, entretanto, sua ação em tal segmento (público-alvo) é extremamente tímida, pois tais ações estão em sintonia com as demandas locais, identificadas por definições do Estado e da sociedade em geral.

No Brasil, para amparar a constatação, observamos que assim como o poder público tem seu déficit na atenção às pessoas da chamada terceira idade, são poucas também as organizações do terceiro setor que focalizam seus trabalhos neste público pois, conforme exposto pelo Prof. Serafim Fortes Paz, presidente da Associação Nacional de Gerontologia, para o pequeno número de organizações não trabalharem com o idoso,

...a imagem do envelhecimento, muita vezes associados à idéia da morte e à falência física e mental [...] o fato de ser um segmento da população desvalorizada em geral, por não fazer parte da produção nem perspectiva para tanto.5

o Objetivo Específico

Verificar se há, no terceiro setor, preocupação em preparar profissionais com visão e prática em gestão de serviços voltados para as peculiaridades do processo de envelhecimento, como:

Voluntariado;

Captação de Diferentes Recursos; Elaboração de Projetos;

Gestão de Serviços com Foco na Gerontologia; Responsabilidade Social;

Desenvolvimento Local Integrado e Sustentado;

Definição de Novos Conceitos e Técnicas de Administração de Serviços.

5

Constatação:

Pudemos constatar que, com relação ao objetivo específico ainda não existe ênfase na preparação de profissionais, isto é, não existe a preocupação de formação de profissionais com as características descritas.

Deve ser ressaltado, também, que se observou, ao longo do estudo, que a formação específica para atuação no segmento ainda está no campo da intenção e não no campo real, efetivo. E que o trabalho nas organizações do terceiro setor exige cuidados e atenção de seus gestores pelas complexas implicações legais, além do que, o chamado trabalho voluntário, em determinadas dimensões e complexidades de projeto sociais e tempo de implementação, é preciso tomar cuidado com o uso desse trabalho, por caracterizar-se como “informal” e sem comprometimento ao longo do tempo, detectado como rotativo em demasia e incompatível com ações de longo prazo. A observação de tal dimensão já atinge o terceiro setor e se fará necessário ter-se gestores, técnicos e colaboradores altamente competentes, para garantir a sustentabilidade institucional do setor, que não sejam voluntários, mas empreendedores sociais, comprometidos com os objetivos sociais das organizações, dos projetos e das comunidades onde atuam de forma contínua. Assim sendo, deve existir um novo paradigma de trabalho voluntário na dimensão desejada.

Em recente matéria publicada na Folha [Caderno Sinapse], em 21/12/2004, com o título: Voluntário: ser ou não ser?, constata-se a relevância do tema, pois aborda a busca de identidade do voluntariado,

De todas as categorias de trabalhadores, a do voluntário é a que mais vem sendo “promovida” – o que ajuda explicar a estatística segundo a qual 54% dos jovens brasileiros querem entrar nessa área. Só que não sabem por onde começar. De saída, é difícil situar-se em meio à nova realidade do terceiro setor, segmento que cresceu 157% em seis anos, duas vezes mais que o conjunto de empresas do país, segundo os dados divulgados há duas

semanas pelo IBGE. São 276 mil organizações sociais atuando em uma quantidade imensa de causas [...] Na maioria, prestam serviços de escritório. Então para não correr risco de virar mão-de-obra escrava, cumprindo tarefas sem objetivo, o interessado precisa se perguntar: ser voluntário para quê?[...] Antes de “fazer a diferença na vida de alguém”, como dizem os folhetos de convocação, é preciso ter clareza das habilidades que se quer oferecer e conferir se elas combinam com as necessidades de quem vai ser ajudado.

A matéria aborda ainda, a transição do “enraizado no assistencialismo”, através da ação de madames piedosas-ociosas, para ação social diluída entre as classes sociais, na qual a expressão “fazer caridade” foi substituída por “fazer bem”. A matéria cita o número do voluntariado no Brasil, tendo como fonte: uma pesquisa do Ibope, de 2004, feita em parceria com o Faça Parte (Instituto Brasil Voluntário), que teve como amostra, 4.597 entrevistas com pessoas acima de dez anos de idade, em Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal:

o 83% das pessoas envolvidas são mulheres e a maioria tem mais de 30 anos. Homens voluntários são mais “desinstitucionalizados”, não aparecem nas estatísticas.

o Têm algum tipo atuação voluntária 29% da população da classe A, 24% da classe B, 15% da classe C e 8% das classes D e E.

o 35% da população com nível superior de ensino é voluntária, contra 19% no grupo com superior incompleto e 9% entre os com ginásio (fundamental) incompleto.

o “Doações materiais” lidera o ranking de áreas de atuação, 29%. “Assistência a doentes” concentra 23%, e a área classificada como “cidadania e direitos humanos” reúne 14% dos voluntários.

Das pesquisas feitas, dois pontos ainda merecem atenção para a questão do terceiro setor e o processo de envelhecimento:

1) Teses ou dissertações com tema ligado ao terceiro setor – gestão de serviços.

Mesmo considerando ser uma única fonte de pesquisa (UNICAMP), e o limite da consulta ser o ano de 1999, nenhuma tese ou dissertação sobre o tema foi realizada, o que demonstra que no campo acadêmico existe muito a ser feito.6

2) Mídia impressa.

Não se pode afirmar na ausência da mídia (jornais e revistas) sobre o assunto “terceira idade” e “processo de envelhecimento”. Porém, observa-se o fracionamento de informações, o que dificulta a análise do impacto, da urgência e da complexidade do assunto para um despertar de consciência cidadã. Com relação à terceira idade, ao terceiro setor e à gestão de serviços, as matérias quase inexistem.

Conclui-se que, a despeito das considerações feitas, limitação e amostras não representativas das pesquisas, existem indícios suficientes para considerarmos que a hipótese do estudo se comprova:

o No contexto de uma sociedade que experimenta um rápido envelhecimento de sua população e que não vem encontrando soluções adequadas para as demandas e necessidades dos idosos, quer no âmbito do Estado, quer no da sociedade civil nos moldes atuais, o terceiro setor preenche um vazio, desempenhando a importante função de promover a inclusão social dos velhos.

Ao concluirmos que a hipótese do estudo se comprova, deve tal posição servir de alerta aos pesquisadores da área de conhecimento da gerontologia social, para se debruçarem, cada vez mais, na questão, onde o Brasil, em ritmo crescente, tem-se destacado pela longevidade de sua população, deixando de ser, gradativamente, um país de jovens, e são previstos impactos de contornos incalculáveis nas áreas social, saúde e do trabalho, um fenômeno predominantemente urbano, onde a pressão sobre as contas públicas, em especial as representadas pela previdência e saúde pública, está muito longe de ser equacionada e, na melhor das situações, da possibilidade de equacionamento. E também, por verificarmos que o foco na infância e juventude tem relação com o olhar de uma sociedade em dado momento histórico, de um contexto de uma sociedade, o que nos leva a acreditar que no limiar da nova sociedade de idosos (velhos) haverá foco e ação no novo contexto, mesmo porque a história da humanidade demonstra

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