Anexo 01 – Roteiro de perguntas e resposta sobre o sigilo profissional.
Questões entregues ao Dr. Jurandir Marçura
P- 1
Do p o nto d e vista d a le g isla ç ã o b ra sile ira , o q ue é c a ra c te riza d o c o m o sig ilo p ro fissio na l?
R- 1
Sig ilo p ro fissio na l o u se g re d o p ro fissio na l é o d e ve r é tic o -juríd ic o d e sile nc ia r a c e rc a d e fa to re le va nte , d e q ue se te m c o nhe c im e nto e m ra zã o d e funç ã o , ministé rio , o fíc io o u p ro fissã o , e c uja re ve la ç ã o p o ssa p ro d uzir d a no mo ra l o u m a te rial a a lg ué m, no ta d a m e nte o titula r d o se g re do .
P- 2
Ele a b ra ng e q ue tip o d e p ro fissio na l?
R- 2
Estã o o b rig a d o s a m a nte r sig ilo a q ue le s q ue tive re m c o nhe c im e nto d o se g re do na s c o nd iç õ e s sup ra .
A o b rig a ç ã o d e g ua rd a r se g re d o d e ve p ro vir: 1. d e le i;
2. d e le i o u re g ula m e nto s q ue d isc iplina m o e xe rc íc io d a p ro fissã o (e x. C ó d ig o d e Étic a Mé d ic a );
3. d a s no rm a s c o nsue tud iná ria s (fund a d a s no s c o stume s - nã o é le i);
4. d a p ró p ria na ture za d a funç ã o , o fíc io e tc . (c f. Hé lio To rna g hi, Instituiç õ e s, V.4, p .477).
C o nso a nte Ma g a lhã e s No ro nha , funç ã o de sig na o e nc a rg o q ue a lg ué m re c e b e , e m virtud e d e le i, de c isã o jud ic ia l o u c o ntra to , c o mo o c o rre c o m o s tuto re s, c ura do re s, inve nta ria nte s, d ire to re s de e m p re sa s, ho sp ita is e tc . Ministé rio é miste r, é ta m b é m e nc a rg o , a g o ra sub o rdina do a um e sta d o o u c o ndiç ã o so c ia l, c o m o o sa c e rd o te , a fre ira , a irmã de c a rida d e e tc . O fíc io, g e ra lm e nte , diz re sp e ito à a rte m e c â nic a o u m a nua l (c o sture iro , c ha p e le iro , sa p a te iro , o urive s e tc .). Te m , ta m b é m , e ntre ta nto , o sig nific a d o de funç ã o p úb lic a . Na Itá lia , d e sig na p re sta ç ã o de se rviç o e m ine nte m e nte inte le c tua l. Profissã o, p a ra a lg uns, é o e xe rc íc io de o c up a ç ã o d e na ture za inte le c tua l e inde p e nd e nte , e q ue , via de re g ra , ne c e ssita de ha b ilita ç ã o d o Esta do (v.g ., a p ro fissã o d e a d vo g a d o , m é d ic o , e ng e nhe iro e tc .). Ma s ta mb é m indic a to da a tivida de a q ue ha b itua lme nte se e ntre g a uma p e sso a , c o m fim luc ra tivo . (Dire ito Pe na l, Vo l. 2, Sa ra iva , 1986:193)
Ma is a d ia nte , a rre m a ta o sa ud o so Me stre : C la ro é q ue , re fe rindo -no s a o q ue de se m p e nha funç ã o , p ro fissã o e tc ., a ludim o s ta mb é m a se us a uxilia re s, se m o q ue e sta ria frustra da a fina lida de da le i. Se ria , c o m o e sc re ve So le r, ha c e r c a lla r a lo s m é dic o s y de ja r ha b la r a la s e nfe rm e ra s. (Id e m , p .194)
É ne c e ssá rio q ue ha ja ne xo c a usa l e ntre o e xe rc íc io d a a tivid a d e e o c o nhe c im e nto d o se g re d o , se m o q ue nã o se p o d e fa la r e m vio la ç ã o d e se g re d o p ro fissio na l.
P- 3
R- 3
A vio la ç ã o d e se g re d o p ro fissio na l c o nstitui c rim e d e finid o no a rtig o 154 d o C ó d ig o Pe na l, ve rb is:
Re ve la r a lg ué m, se m justa c a usa , se g re d o , de q ue te m c iê nc ia e m ra zã o de funç ã o , m inisté rio , o fíc io o u p ro fissã o , e c uja re ve la ç ã o p o ssa p ro d uzir d a no a o utre m .
Pe na - d e te nç ã o , d e trê s m e se s a um a no , o u m ulta .
Pa rá g ra fo únic o . So m e nte se p ro c e d e m e d ia nte re p re se nta ç ã o .
Pa ra q ue ha ja c rim e é miste r q ue a re ve la ç ã o d o se g re d o o c o rra se m justa c a usa . A c o ntra riu se nsu, e xistind o justa c a usa o se g re d o p o d e rá se r re ve la d o , ha ve nd o c a so s, inc lusive , e m q ue a re ve la ç ã o é c o m p ulsó ria .
É fa c ulta d a a re ve la ç ã o d o se g re d o :
a . q ua nd o ho uve r c o nse ntim e nto d o titula r d o se g re d o (tra ta -se d e d ire ito d isp o níve l);
b . e m d e c o rrê nc ia d e e sta d o d e ne c e ssid a d e . Ex.: o m é d ic o q ue a visa a um a m ig o q ue sua e m p re g a d a é tub e rc ulo sa , o u info rma a o s p a is d e um a c ria nç a , d a sífilis d e q ue é p o rta d o ra a a m a e tc .
Se rá , e ntre ta nto , o b rig a tó ria a re ve la ç ã o no s c a so s e m q ue ho uve r no rm a im p e ra tiva . Ex.: o m é d ic o se rá o b rig a d o a d e nunc ia r à a uto rida d e p úb lic a , d o e nç a c uja no tific a ç ã o é c o m p ulsó ria , so b p e na d e inc id ir e m c rime d e o m issã o d e no tific a ç ã o d e d o e nç a , c a p itula d o no a rt. 269 d o C ó d ig o Pe na l, p uníve l c o m p e na d e se is m e se s a d o is a no s d e d e te nç ã o , o u m ulta . Ex.: a q ue le q ue , no e xe rc íc io d a m e d ic ina o u d e o utra p ro fissã o sa nitá ria , tive r c o nhe c im e nto d e c rim e d e a ç ã o p e na l p úb lic a inc o nd ic io na d a (e x.: ho m ic íd io , le sõ e s c o rp o ra is, m a us-tra to s, furto , ro ub o e tc .) d e ve fa ze r a ne c e ssá ria c o m unic a ç ã o à a uto rid a d e c o m p e te nte , sa lvo q ua nd o da c o munic a ç ã o p o ssa re sulta r p ro c e dim e nto c rimina l c o ntra o c lie nte . A fa lta d e c o munic a ç ã o c o nfig ura rá a c o ntra ve nç ã o p e na l d o a rt. 66, II d a LC P, p uníve l c o m p e na d e m ulta .
Ha ve rá justa c a usa , o utro ssim , no s c a so s e m q ue a re ve la ç ã o o c o rre r no e strito c um p rim e nto d o d e ve r le g a l (e x.: a s o p iniõ e s d o s mé d ic o s-p e rito s e d o s le g ista s, no s p ro c e sso s).
P- 4
Pa ra ta nto ha ve rá ne c e ssid a d e d o c o nse ntim e nto d o p a c ie nte , o u se e le fo r m e no r, d e se us p a is o u re sp o nsá ve is?
R- 4
O c o nse ntim e nto d o p a c ie nte (ma io r o u me no r) nã o é ne c e ssá rio no s c a so s e m q ue a re ve la ç ã o p o ssa o u d e va se r fe ita e m d e c o rrê nc ia d e e sta d o d e ne c e ssid a d e , e strito c um p rim e nto d o d e ve r le g al o u no tific a ç ã o c o mp ulsó ria d e d o e nç a .
P- 5
Em c a so a firm a tivo , o q ue a le g isla ç ã o p re vê p a ra a q ue le s c a so s e m q ue o s c a usa d o re s d o p ro b le ma d o p a c ie nte sã o o s p ró p rio s p a is o u re sp o nsá ve is?
R- 5
C uid a nd o -se d e c rim e d e a ç ã o p e na l p úb lic a inc o nd ic io na d a (d e c o m unic a ç ã o o b rig a tó ria q ua nd o o c o nhe c im e nto d o se g re d o o c o rre r no e xe rc íc io d a m e d ic ina o u d e o utra p ro fissã o sa nitá ria , e fa c ulta tiva no s d e m a is c a so s), a a uto rid a d e c o m p e te nte só nã o se rá c o m unic a d a a re sp e ito q ua nd o d a c o m unic a ç ã o p o ssa re sulta r p ro c e d im e nto c rimina l c o ntra o c lie nte (LC P, a rt. 66, II).
No s c a so s e m q ue o c rim e ha ja sid o p e rp e tra d o p e lo s p ró p rio s p a is o u re sp o nsá ve l, c o ntra o p a c ie nte , m e no r d e id a d e , a c o m unic a ç ã o d e ve rá se r fe ita , inc lusive p o rq ue o p ro c e d im e nto c rimina l nã o se rá d irig id o c o ntra o c lie nte e sim c o ntra se us p a is o u
re sp o nsá ve l. Dig a -se , a liá s, q ue o s c rim e s se xua is q ua nd o p ra tic a d o s c o m a b uso d o p á trio p o d e r o u d a q ua lid a d e d e p a d ra sto , tuto r o u c ura d o r, sã o d e a ç ã o p e na l p úb lic a inc o nd ic io na d a (C P, a rt. 225, Pa r.1º, II).
P- 6
Se um a c ria nç a o u a d o le sc e nte vítima d e vio lê nc ia físic a o u se xua l no la r, re c e b e u a te nd im e nto e m a lg um a instituiç ã o e o s p ro fissio na is d e sta instituiç ã o , a o to ma re m c iê nc ia d o fa to , d e nunc ia ra m o c a so à instâ nc ia c o m p e te nte , fic a m e le s o b rig a d o s a d e p o r e m trib una l, se intim a d o s?
R- 6
Em p rinc íp io , sim . Se ho uve c o m unic a ç ã o é p o rq ue ine xistia o b rig a ç ã o d e sig ilo . C o nse q üe nte m e nte , é ina p lic á ve l à e sp é c ie a no rm a d o a rt. 207 d o C ó d ig o d e Pro c e sso Pe na l, ve rb is: Sã o p ro ib ida s de de p o r a s p e sso a s q ue , e m ra zã o de funç ã o , ministé rio , o fíc io o u p ro fissã o , de va m g ua rda r se g re do (...). Entre ta nto , é p re c iso q ue se d ig a q ue o d e p o im e nto é , d e re g ra , d e sne c e ssá rio , um a ve z q ue a p ro va d a ma te rialida de no s c rime s q ue d e ixa m ve stíg io é o b tid a m e dia nte e xa m e d e c o rp o d e lito , a c a rg o d o IML. O p ro fissio na l so m e nte se rá c ha m a d o a d e p o r e m c a so s e sp e c ia líssim o s, q ua nd o fo r ne c e ssá rio a lg um e sc la re c im e nto a d ic io na l so b re a a uto ria d o d e lito .
P- 7
Aind a d e ntro d e ste tip o d e c a so , no q ue d e ve o p ro fissio na l se p a uta r p a ra fo rne c e r o se u d e p o im e nto ? Se e le o uviu d o s p ró p rio s re sp o nsá ve is p e la c ria nç a o u a d o le sc e nte o re la to d e sua c ulp a p e lo s fa to s, d e ve o p ro fissio na l c o lo c a r isso e m trib una l? Nã o se ria inc rimina r o s c ulp a d o s?
R- 7
Q ua nd o o c lie nte -p a c ie nte fo r a c ria nç a nã o ha ve rá p ro b le m a a lg um (c f. re sp o sta nº 5). Entre ta nto , se nd o o c lie nte o a d ulto (p a i, m ã e o u re sp o nsá ve l), c o m o no c a so d o p sic a na lista , a c o m unic a ç ã o , e m p rinc íp io , nã o p o d e rá se r fe ita , te nd o e m vista q ue im p o rta rá e m p ro c e d im e nto c rimina l c o ntra o c lie nte . Há , p o ré m , e xc e ç õ e s a o d e ve r d e sig ilo , c o m o , p o r e xe m p lo , o e sta d o d e ne c e ssid a d e , c o nfo rme já vim o s (nº 3). Assim , se o c lie nte d isse r a o p ro fissio na l q ue , c he g a nd o e m c a sa , irá m a ta r o filho , a re ve la ç ã o d e sse se g re do e sta rá a m p a ra d a p e la justific a tiva le g a l.
P- 8
No s c a so s d e vio lê nc ia físic a o u se xua l p e rp e tra d a c o ntra a c ria nç a o u a d o le sc e nte no la r e q ue re c e b e ra m a te nd im e nto e m a lg um a instituiç ã o , se nd o d e nunc ia d o s, o s p a is o u re sp o nsá ve is p a ssa ra m a a m e a ç a r d e m o rte o s p ro fissio na is d e vid o à d e núnc ia .
Q ua l a c o nd uta ind ic a d a p a ra e ste s p ro fissio na is e p a ra a instituiç ã o na q ua l tra b a lha m , d e a c o rd o c o m a no ssa le g isla ç ã o ?
R- 8
Ame a ç a r a lg ué m , p o r p a la vra , e sc rito o u g e sto , o u q ua lq ue r o utro me io sim b ó lic o , d e c a usa r-lhe ma l injusto e g ra ve c o nstitui c rim e d e a ç ã o p e na l p úb lic a c o nd ic io na d a à re p re se nta ç ã o d o o fe nd id o , p uníve l c o m p e na d e d e te nç ã o , d e um a se is m e se s, o u m ulta , no s te rm o s d o a rt. 147 d o C ó d ig o Pe na l. A p e sso a a me a ç a d a , p o rta nto , d e ve rá d irig ir-se à a uto rid a d e p o lic ia l e o fe re c e r a ne c e ssá ria re p re se nta ç ã o , q ue p o d e rá se r le va d a p o r e sc rito o u se r to ma d a p o r te rm o , no p ró p rio Distrito Po lic ial. Ha ve nd o re c usa d e p ro vid ê nc ia p o r p a rte d a Po líc ia , a vítim a d e ve rá re c o rre r a o Pro m o to r d e Justiç a o u a o Juiz C rimina l d a re sp e c tiva jurisd iç ã o .
No s c a so s d e vio lê nc ia se xua l fo ra d o la r e d o s q ua is re sulto u g ra vid e z, se nd o o a g re sso r c o nhe c id o d a vítim a e e sta nã o q ue re nd o q ue e le se ja inc rimina d o , m e sm o q ue o p ro fissio na l c o nhe ç a a id e ntid a d e d o a g re sso r, e le é o b rig a d o a d e p o r e m trib una l re ve la nd o à re ve lia d a vítim a , e sta id e ntid a d e , se a fa mília m o ve p ro c e sso c o ntra o a g re sso r na q ua lid a d e d e susp e ito d o s fa to s?
R- 9
Em p rinc íp io , sim , d e sd e q ue a vítim a se ja m e no r. Entre ta nto , um a re sp o sta m a is c o m p le ta d e m a nd a ria info rm a ç õ e s c o m p le m e nta re s a re sp e ito d o c a so c o nc re to . Se o p ro fissio na l tive r c iê nc ia d o se g re d o a tra vé s d e c o nfid ê nc ia d o p ró p rio a g re sso r, p o d e rá e sta r im p e d id o d e d e p o r, no s te rm o s d o a rt. 207 d o C ó d ig o d e Pro c e sso Pe na l.
C o nfo rm e a ssina la m o s e m no sso último núm e ro c o ntinua re m o s c o m a p ub lic a ç ã o d a s q ue stõ e s fo rm ula d a s p e lo g rup o d a Re d e C ria nç a a o C o nse lho Re g io na l d e Psic o lo g ia e à C o missã o d e Étic a d o C o nse lho Re g io na l d e Se rviç o So c ial, e sua s re sp e c tiva s re sp o sta s.
Ao re sp o nd e r a s p e rg unta s a nó s d irig id a s p e la REDE-CRIANÇ A, o C o nse lho Re g io na l d e Psic o lo g ia - 6ª Re g iã o se nte ne c e ssid a d e d e te r a lg uns p o nto s p re via m e nte e sc la re c id o s: 1. Do p o nto d e vista d e ste C o nse lho , ta nto a vio lê nc ia físic a q ua nto a se xua l sã o p rá tic a s
q ue a c a rre ta m d a no a o d e se nvo lvim e nto d o ind ivíd uo , c o m p ro m e te nd o sua fo rma d e re la c io na me nto futuro e te nd o , p o rta nto , c o nse q üê nc ia s m a rc a nte s a o níve l ind ivid ua l e so c ial.
2. Ac re d ita mo s se r funç ã o d o p sic ó lo g o inte rfe rir no s c a so s q ue c he g a m a se u c o nhe c im e nto e m q ue ta is p rá tic a s a c o nte c e m , se nd o q ue id e a lm e nte se u tra b a lho se ria no â m bito d a te ra p ia fa m ilia r, te nta nd o lid a r c o m o s re sp o nsá ve is e m q ue stã o , no se ntid o d e m o d ific a r sua fo rma d e re la ç ã o .
3. Da d o q ue e sse tip o d e inte rfe rê nc ia se to rna , na m a io ria d a s ve ze s, im p ra tic á ve l (se ja p o rq ue e le nã o te m a c e sso a o s fa milia re s; se ja p o rq ue a instituiç ã o nã o lhe o fe re c e c o nd iç õ e s d e a te nd im e nto p sic o te rá p ic o a d e q ua d o ; se ja p o rq ue o s c a so s e m q ue stã o já se e nc o ntra m tã o c rista liza d o s, q ue nã o se m o stra m p a ssíve is d e m o d ific a ç ã o a tra vé s d a te ra p ia ) é d e se p e nsa r q ue se ria ind ic a d o o e nc a minha m e nto d o s c a so s a o s a ssim c ha m a d o s ó rg ã o s c o mp e te nte s, c o m o fo rma d e c o nte r a situa ç ã o e m q ue stã o .
4. Ente nd e -se p o r ÓRG ÃO S CO MPETENTES a q ue la s instituiç õ e s q ue p o d e m to m a r a si o p a p e l d e sub stituto d o s p a is ta nto d o p o nto d e vista físic o (c a sa , c o mid a , ro up a ), q ua nto e d uc a c io na l, q ua nto e m o c io na l. Ta is ó rg ã o s d e ve ria m se r c a p a ze s d e , d ia nte d a im p o ssib ilid a d e d e m o d ific a r a e strutura fa milia r, a b so rve r o MENO R vítim a d a vio lê nc ia e o fe re c e r c o nd iç õ e s m ais a d e q ua d a s q ue a s a nte rio re s p a ra o se u d e se nvo lvim e nto . 5. O s ó rg ã o s c o m p e te nte s d e q ue d isp o mo s, d a á re a juríd ic o -a ssiste nc ial, te m tra b a lha d o
a o níve l d a se p a ra ç ã o d o s suje ito s d e se us a lg o ze s, d e sfa ze nd o à s ve ze s, fa mília s q ue , ma l o u b e m , se re c o nhe c e m c o m o ta l, e c uja so luç ã o im p lic a e m to tal a usê nc ia d e re sp o nsá ve is p e lo jo ve m q ue a c a b a se nd o inte rna d o e m instituiç õ e s c o mo a FEBEM. Esta nã o é a fo rm a e nte nd id a c o mo p sic o te ra p ic am e nte sã .
C a b e re ssa lta r, a ssim , a ne c e ssid a d e d e p ro g ra m a s c o m o a Re d e -C ria nç a - vo lta d o p rio rita ria m e nte p a ra o a te nd im e nto d e ssa p ro b le m á tic a - se a te re m nã o só a fo rm a d e a te nd im e nto ma s, p rinc ip a lm e nte , a o p re p a ro d a s instituiç õ e s q ue se p ro p õ e m a e sse a te nd im e nto .
C o m o p ro m o to r d a sa úd e , o p sic ó lo g o d e ve e sta r a te nto à s c o nd iç õ e s q ue le va m a o surg im e nto d a vio lê nc ia , c o m o fo rma d e e xp re ssã o no s g rup o s fa m ilia re s a ting id o s.
As q ue stõ e s q ue se le va nta m a q ui tra ta m d o a sp e c to c ura tivo q ue im p lic a e m d ife re nç a s ind ivid ua is e g rup a is q ue d ific ulta m a c o lo c a ç ã o d e re g ra s a p rio rístic a s (c a da c a so é um c a so ).
Da d a s a s re ssa lva s a c im a le va nta d a s, re sp o nd e re m o s a s q ue stõ e s q ue se se g ue m na m e d id a e m q ue no s fo r p o ssíve l fa zê -lo e se m p re le m b ra nd o q ue o s p rinc ípio s g e ra is q ue no rte ia m no ssa c o nd uta d e ve m se r re e xa mina d o s a c a d a c a so e re a va lia d o s d e a c o rd o c o m o s d e m a is d a d o s.
Questões formuladas ao Conselho Regional de Psicologia
P- 1
Q ua nd o o p sic ó lo g o tra b a lha , e m e q uip e m ultip ro fissio na l, na á re a d a sa úd e , e se d e fro nta c o m um c a so d e vio lê nc ia físic a c o ntra c ria nç a e / o u a d o le sc e nte no la r, de vida m e nte c o m p ro va d o p e lo m é d ic o , d e ve e ste p sic ó lo g o p ro c e d e r à d e núnc ia d o c a so a o s ó rg ã o s c o m p e te nte s, se o s d e m a is inte g ra nte s d a e q uip e se re c usa re m a fa zê -lo ?
Em c a so a firma tivo , q ua l o p ro c e d im e nto a se r a d o ta d o d o p o nto d e vista d e d o c um e nta ç ã o ne c e ssá ria , d o fluxo d a d e núnc ia ?
R- 1
To rna -se ne c e ssá rio p e nsa r so b re o s m o tivo s q ue le va m o s d e m a is me mb ro s d a e q uip e à re c usa . Ele s ta lve z c o nsid e re m q ue , num d e te rmina d o c a so , a d e núnc ia se ria d a no sa à c ria nç a e m q ue stã o e o p te m e ntã o p o r um o utro c a m inho o u p ro c e d im e nto . Aind a a ssim , o a rt. 27 d o C ó d ig o d e Étic a d o Psic ó lo g o p re vê : A q ue b ra do sig ilo só se rá a dmissíve l q ua ndo se tra ta r de fa to de lituo so e a g ra vid a de de sua s c o nse q üê nc ia s p a ra o p ró p rio a te ndim e nto o u p a ra te rc e iro s p ude r c ria r p a ra o Psic ó lo g o o im p e ra tivo de c o nsc iê nc ia de de nunc ia r o fa to . Isto sig nific a q ue , se o s a rg um e nto s fo rne c id o s p e lo s d e m a is me m b ro s d a e q uip e m ultip ro fissio na l nã o fo re m sufic ie nte s p a ra q ue o p sic ó lo g o c o nc o rd e e m se r e ste o m e lho r c a m inho e le p o d e rá , d e a c o rd o c o m sua c o nsc iê nc ia , d e nunc iá -lo .
Esta d e núnc ia , se o c o rre r, d e ve rá se r a c o m p a nha d a d e um d o c um e nto e m q ue a p e na s o s fa to s e sse nc iais d e ve rã o se r c o ntid o s. Nã o re la ta r ma te ria l sig ilo so q ue nã o se ja im p re sc ind íve l e d e ixa r c la ro d e q ue m a ne ira o fa to d e nunc ia d o a fe ta o d e se nvo lvim e nto d a c ria nç a / a d o le sc e nte e m q ue stã o .
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Q ua nd o o p sic ó lo g o tra b a lha , e m e q uip e m ultip ro fissio na l, na á re a d a sa úd e , e se d e fro nta c o m um c a so d e vio lê nc ia físic a c o ntra c ria nç a e / o u a d o le sc e nte no la r, de vida m e nte c o m p ro va d o p e lo m é d ic o , d e ve e ste p sic ó lo g o e nc a m inha r d o c um e nta ç ã o e m c o njunto c o m o s d e m a is p ro fissio na is, se e ste s d e c id ira m e nc a minha r a d e núnc ia ?
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Sim , d e sd e q ue a d e núnc ia nã o se ja , p a ra e sse suje ito e m p a rtic ula r, e sp e c ia lm e nte d a no sa . A d o c um e nta ç ã o d e ve rá c o nte r d a d o s c o m o s q ua is o p sic ó lo g o c o nc o rd e e q ue nã o fira m o C ó d ig o d e Étic a d o Psic ó lo g o e d e m a is p ro fissio na is d a e q uip e . Ao p sic ó lo g o c a b e fo rne c e r e p e rmitir c o nhe c ime nto so m e nte d e d a d o s a fe ito s à sua á re a .
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Q ua nd o o p sic ó lo g o tra b a lha , e m e q uip e m ultip ro fissio na l, na á re a d a sa úd e , e se d e fro nta c o m um c a so e m q ue ho uve susp e ita d a im p o siç ã o d e vio lê nc ia físic a c o ntra c ria nç a e / o u a d o le sc e nte no la r, q ua l d e ve se r a sua c o nd uta , se o s d e m a is me m b ro s d a e q uip e d e c id ira m nã o e nc a m inha r a d e núnc ia ?
A susp e ita nã o d e ve nunc a se r to ma d a c o m o o fa to . A susp e ita le va a um tra b a lho d e e sc la re c ime nto e nã o é , p o r si só , fa to m ó ve l d a d e núnc ia .
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Q ua nd o o p sic ó lo g o tra b a lha , e m e q uip e m ultip ro fissio na l, na á re a d a sa úd e , e se d e fro nta c o m um c a so e m q ue ho uve susp e ita d a im p o siç ã o d e vio lê nc ia físic a c o ntra c ria nç a e / o u a d o le sc e nte no la r, q ua l d e ve se r a sua c o nd uta , se o s d e m a is m e m b ro s d a e q uip e d e c id e m e nc a minha r a d e núnc ia ?
R- 4
Enq ua nto nã o ho uve r c o m p ro va ç ã o d o fa to o p sic ó lo g o nã o p o d e e nc a minha r uma d e núnc ia . Ele d e ve rá , d e sua p a rte , e sc la re c e r q ue tra ta -se d e um a susp e ita e q ue a q uilo q ue e stá se nd o no tific a d o nã o fo i, a ind a , c o mp ro va d o .
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Q ua l d e ve se r a c o nd uta d o p sic ó lo g o p a ra o s c a so s e m q ue ho uve susp e ita d a im p o siç ã o d e vio lê nc ia se xua l (te nta tiva d e e stup ro , p rá tic a d e a to s libidino so s) e p a ra o s q ua is a e q uip e m ultip ro fissio na l, na á re a d a sa úd e , d e c id iu nã o e nc a minha r a d e núnc ia ?
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A me sm a q ue na q ue stã o 3. O p sic ó lo g o d e ve rá inve stig a r e te nta r e sc la re c e r o fa to a nte s d e d e c idir e nc a minhá -lo c o mo d e núnc ia a q ua lq ue r ó rg ã o c o mp e te nte .
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Q ua l d e ve se r a c o nd uta d o p sic ó lo g o p a ra o s c a so s e m q ue ho uve susp e ita d a im p o siç ã o d e vio lê nc ia se xua l (te nta tiva d e e stup ro , p rá tic a d e a to s libidino so s) e p a ra o s