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5.2. A coleta de dados sobre descrição e acesso nas instituições custodiadoras

5.2.2. Roteiro da entrevista

O roteiro da entrevista foi dividido em quatro partes principais. A primeira contém questões sobre o contexto em que esses acervos foram recolhidos às instituições, em quais condições físicas (relativa à preservação) e intelectuais (referente à ordenação) a documentação foi recebida e quanto tempo dispendido para tratá-la.

Já a segunda parte do roteiro abrange a classificação e descrição do acervo; se houve observância da instituição quanto ao princípio arquivístico da ordem original e, por fim, se a entidade investe em softwares como o Archivematica e o ICA-AtoM para a descrição e preservação digital dos acervos DOPS.

137 A terceira parte visa verificar quais os mecanismos adotados pela instituição para promover o acesso e a difusão aos acervos DOPS: se existem nessas entidades instrumentos de pesquisa impressos e/ou eletrônicos, se houve observância às normas de descrição arquivísticas e se foi realizado algum estudo de usuários com vistas a identificar quais são os principais consulentes desses acervos.

Já a última parte do roteiro é dedicada a verificar como se deu a integração da instituição (e, consequentemente, dos acervos DOPS) ao projeto Memórias Reveladas.

Todo o roteiro da entrevista tem como objetivo principal a identificação de quais mecanismos foram adotados pelas 14 entidades custodiadoras para promover o acesso intelectual aos acervos DOPS. Alguns dos itens foram elaborados com a finalidade de esclarecer questões que não ficaram claras (ou não foram respondidas) nas descrições constantes do Banco de Dados Memórias Reveladas – BDMR, outras buscam ampliar o leque, visando constatar como se deu o processo de integração ao projeto Memórias Reveladas e de qual forma as instituições se adequaram e incorporaram as novas tecnologias para a melhoria de seus processos internos e também para a facilitação do acesso do usuário aos acervos DOPS.

Finalizado o instrumento para coleta de dados passamos para as demais etapas da pesquisa. Segundo Gil, Miguel e Ho são etapas da estruturação de um levantamento tipo

survey após a elaboração do instrumento de pesquisa: a coleta dos dados, a avaliação da taxa

de retorno e por fim a análise e a interpretação dos dados (GIL, 2010; MIGUEL, 2010; HO, 2010 apud WALTER, 2013).

Desse modo, após a concepção do guia para a entrevista semiestruturada (Anexo I), entramos em contato com as 14 instituições ora pesquisadas105. Os primeiros contatos foram feitos por e-mail, solicitando que um representante da instituição se dispusesse a nos conceder a entrevista via Skype. Nos casos em que não obtivemos resposta ao e-mail, tentamos contato com membros das instituições pelo telefone.

105 Arquivo Público de Alagoas – APA; Arquivo Público do Estado do Ceará – APEC; Arquivo Público do

Estado do Espírito Santo – APES; Centro de Informação e Documentação Arquivística da Universidade Federal de Goiás – CIDARQ; Arquivo Público do Estado do Maranhão – APEM; Arquivo Público Mineiro – APM; Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da Universidade Federal da Paraíba; Departamento Estadual de Arquivo Público do Paraná – DEAP; Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano – APEJE; Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Norte; Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul; Arquivo Público do Estado de São Paulo; Arquivo Público Estadual de Sergipe - APES.

138 As informações sobre os contatos de e-mail e telefone das entidades custodiadoras foram obtidas no próprio Banco de Dados Memórias Reveladas, no CODEARQ106 e no site das instituições (nos casos em que a entidade custodiadora possuía site institucional). O período destinado à coleta de dados foi de dois meses compreendidos entre outubro e novembro de 2015. Esse intervalo foi destinado ao agendamento das entrevistas e a realização das mesmas, conforme a disponibilidade de cada instituição.

Ao final desse tempo obtivemos resposta à entrevista semiestruturada de seis instituições custodiadoras107. Assim, a taxa de retorno foi de 6 num universo de 14 instituições (6/14, totalizando um percentual de aproximadamente 43% de instituições respondentes).

Analisando a coleta de dados com base nas regiões brasileiras, a região norte não possui representação nesta pesquisa, já que não localizamos em nenhum de seus estados acervos DOPS preservados.

Na região nordeste é onde se encontra o maior número de acervos DOPS preservados (metade da amostra inicial de nossa pesquisa, que é de 14 instituições). Dos seus nove estados, sete deles possuem acervos da DOPS. Porém, não obstante essa quantidade expressiva de documentos, apenas obtivemos resposta de dois deles (Ceará e Maranhão). Assim sendo, considerando a região nordeste, nossa taxa de retorno foi de 2 dentre as 7 entidades na região que custodiam acervos da DOPS (2/7). Comparando todas as regiões brasileiras, foi a região nordeste que alcançou a menor taxa de resposta (27% de respostas dentre as 7 instituições na região com acervos DOPS).

Ainda com relação à região nordeste, dentre as 14 instituições brasileiras analisadas por esta pesquisa, foi o Arquivo Estadual de Sergipe a única entidade que não conseguimos contato nem por e-mail nem por telefone, não obstante as inúmeras tentativas em horários alternados.

A região centro-oeste possui apenas uma entidade custodiadora com acervo DOPS (Centro de Informação e Documentação Arquivística da Universidade Federal de Goiás – CIDARQ). Nessa região a taxa de respostas foi de 100% (1 resposta para uma entidade custodiadora com acervo DOPS preservado na região).

106 Cadastro Nacional de Entidades Custodiadoras de Acervos Arquivísticos do Conselho Nacional de Arquivos

– CONARQ. Disponível em: <http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=78>. Acesso em: 28 dez. 2015.

107

Arquivo Público do Estado do Ceará – APEC; Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – APES; Centro de Informação e Documentação Arquivística da Universidade Federal de Goiás – CIDARQ; Arquivo Público do Estado do Maranhão – APEM; Arquivo Público do Estado do Paraná – DEAP; Arquivo Público do Estado de São Paulo - APESP.

139 Já a região sudeste possui acervos DOPS preservados em todos os seus estados. Porém, nessa região nossa taxa de resposta foi de apenas 50% (das 4 entidades com acervos DOPS preservados, apenas duas108 responderam a presente pesquisa).

Por fim, na região sul, dos seus três estados apenas dois possuem acervos DOPS preservados (Paraná e Rio Grande do Sul). Desses dois apenas o Departamento Estadual de Arquivo Público do Paraná-DEAP respondeu à nossa pesquisa. Já a instituição responsável por custodiar o acervo DOPS-RS, o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, foi a única entidade que admitiu não poder responder à pesquisa por falta de pessoal.

Desse modo, ao final da fase de coleta de dados compreendida entre os meses de outubro e novembro de 2015, obtivemos 6 retornos das 14 instituições que constituem o universo dessa pesquisa, conforme gráfico abaixo:

Gráfico 1 - Taxa de respostas das entrevistas adas.

Fonte: elaborado pela autora.