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Espaços da creche:

Avaliação para revitalização sob o olhar da equipe docente.

Partindo do entendimento de que as crianças também aprendem na interação com seus pares, é fundamental o planejamento de um espaço que dê conta dessa premissa, permitindo que, ao conviver com diversos grupos, a criança assuma diferentes papéis e aprenda a se conhecer melhor. (HORN, 2004, p. 18)

Fonte: Power Point de apresentação para formação em RPS

QUADRO 4 - Antigo cantinho da leitura, atual Bebeteca

Imagem de como estava:  Organizado para crianças maiores;  objetos e mobiliários de adultos em espaços a serem utilizados pelos bebês. O que sugerimos:  Canto mais tranquilo;  mais propício a despertar a imaginação, a fantasia e a criatividade;  livros de plástico;  livros de tecido;  revistas;  almofadas;  tapetes;  fantoches;  marionetes;  fantasias.

Imagem de como ficou:  Espaço mais amplo;  mais acessível para

os bebês;  com todos os

materiais sugeridos;  com mais conforto;  com mais

possibilidades;  mais aconchegante e

prazeroso.

QUADRO 5 - Antigo espaço do Motocódromo

Imagem de como estava:  No pátio;  espaço impróprio;  atrapalhando os espaços de faz de conta;  na passagem dos adultos;  amontoados. O que sugerimos:  Espaço externo;  espaço amplo;  estacionamento das motocas no espaço externo;  melhor organização.

Imagem de como ficou:  Ao ar livre;

 corredor amplo;  com sol;

 e com espaço ideal para guardar após o uso;

 mais acessível para os bebês.

Fonte: Pátio interno e externo da creche Prisma

QUADRO 6 - Antigo espaço da casinha de bonecas

Imagem de como estava:  Desorganizada;  sem vida;  poucos brinquedos; O que sugerimos:  Mais elementos;  mudança de espaço;  mais alegria;  mais brinquedos;  melhor organização;  maior espaço.

Imagem de como ficou:  Melhor organizada;  mais ampla;

 mais acessível.

QUADRO 7 - Antigo espaço da casinha mobiliada

Imagem de como estava:  Sem mobília;  sempre no mesmo lugar. O que sugerimos:  Mais mobília;  um novo espaço.

Imagem de como ficou:  Com mobília;

 com outras possibilidades;

Fonte: Pátio interno da creche Prisma

QUADRO 8 - Antigo espaço do play

Imagem de como estava:  Com objetos que não

tinham a ver com o ambiente;

 objetos muito próximos uns dos outros. O que sugerimos:  Pensar um novo espaço para o play;  separar os dois brinquedos.  misturado com objetos que não têm a ver com o espaço.

Imagem de como ficou:  Melhor organizado;  mais amplo;

 revitalizado.

QUADRO 9 - Antigo espaço do ateliê

Imagem de como estava:  Com objetos para o

manuseio das crianças e dos adultos;  excesso de materiais e objetos;  motocas guardadas no espaço do ateliê. O que sugerimos:  Reorganização geral;  separação dos materiais;  retirada de objetos incompatíveis com o ambiente;  materiais disponíveis na altura das crianças para o desenvolvime nto da autonomia.

Imagem de como ficou:  Melhor organizado;  mais acessível para o

desenvolvimento da autonomia dos bebês.

Fonte: Pátio interno da creche Prisma

QUADRO 10 - Antigo parque externo dos bebês

Imagem de como está:

 Poucos brinquedos;  espaço esquecido e pouco frequentado. O que sugerimos:  Mais brinquedos e objetos pertinentes às brincadeiras dos bebês;  organização para o uso do ambiente como sistema de rodízio por salas.

Imagem de como ficou:

 Melhor organizado;  com mais brinquedos;  acessível aos bebês

maiores também.

QUADRO 11 – Outras possibilidades

Fonte: Pátio e Salas de berçário da creche Prisma Imagem de como estava:

 Precisando de

revitalização;

 precisando de novas ideias.

O que sugerimos:

 Revitalizar as bobinas;

 criar novas ideias;  aproveitar objetos antigos para revitalizá-los;  criar brinquedos e objetos a partir de materiais recicláveis.

Imagem de como ficou:

 As bobinas se transformaram em cestos;

 ficaram mais coloridas e atrativas;

 novos brinquedos com recicláveis.

QUADRO 12 - Antiga cozinha experimental

Imagem de como estava:  Em sala de aula;

 com objetos e materiais improvisados;

 sem materiais próprios para a cozinha. O que sugerimos:  Criar espaço próprio;  providenciar utensílios para cozinha;  criar ambiente higiênico e em condições próprias para a confecção de alimentos;  parceria com o CRAISA.

Imagem de como ficou:  Em espaço específico;  próximo a torneira e

refeitório da creche;  melhor organizada;  com objetos pertinentes e

necessários para a confecção dos alimentos.

Fonte: Cozinha experimental montada no refeitório da creche Prisma

QUADRO 13 - Antigo espaço do circuito

Imagem de como estava:  Amontoando em um

espaço impróprio;  com pouco uso.

O que sugerimos:  Melhor organizado;  mais momentos de atividades com estes objetos;  usá-los mais no parque interno.

Imagem de como ficou:  Mais concentrado e

acessível a todos os grupos de crianças;  mais número de

praticáveis.

Muitas pesquisas, reflexões e discussões, além de sugestões e opiniões aconteceram para revitalizar esses espaços. Com muito diálogo, reflexão e trocas de experiências as professores se posicionaram, pensando na revitalização dos espaços, a fim de que a cada mudança, novas possibilidades surgissem. Cada uma delas, de acordo com suas experiências vividas com seus grupos de bebês trouxeram para a roda de conversa os vários movimentos vividos de maneira positiva e, por vezes, negativas, com o objetivo de socializar com o grupo e qualificar os espaços. Desse modo, gradativamente, novos desafios surgiram, possibilitando assim, que os pequeninos tivessem a oportunidade de explorá-los e experimentá-los com mais ousadia, prazer e alegria, fato este constatado nos vários momentos de observação.

Desse modo, apresentamos Sommerhalder e Alves (2011), que enfatizam a importância da organização dos espaços lúdicos como elementos formadores para o desenvolvimento dos pequeninos. Segundo os autores:

Um dos objetivos mais importantes da brinquedoteca na escola é promover o brincar da criança, possibilitando a sua interação com o brinquedo e, também, com as demais crianças e o professor (brinquedista). No entanto, é fundamental que, na escola, o brincar tenha uma intenção educativa ou pedagógica; em razão disso, as oficinas lúdicas são favorecedoras dessa interação e das trocas de experiências entre as crianças e entre elas e o adulto, as quais ocorrem por meio do brincar, além de possibilitarem que os objetivos pedagógicos sejam atingidos. (SOMMERHALDER E ALVES, 2011, p.105).

Para os autores, a função dos espaços lúdicos consiste em propiciar o desenvolvimento com intencionalidade. Esses espaços têm o objetivo de proporcionar aos bebês brincadeiras livres para que a imaginação, a criação e a fantasia tenham espaço a partir dos movimentos e ações das crianças. Brincar livremente significa explorar os ambientes e espaços de modo com o qual cada criança percebe seu entorno e pessoas com quem convive.

Após, esses primeiros momentos de RPS, nos quais avaliamos os espaços existentes na tentativa de melhorá-los, prosseguimos com muitas reflexões, arguições, acompanhamentos, observações e trocas de experiências e, assim, dia a dia intensificamos nossos momentos de formação continuada com o objetivo de fortalecermos nossa prática.

A partir desses primeiros movimentos coletivos, percebemos que após terem sido abertos esses espaços de diálogo, nos quais as professoras têm participação ativa para as

decisões de reorganização e revitalização dos espaços, muitas mudanças ocorreram. Percebemos que cada uma das professoras, pouco a pouco, saiu de sua zona de conforto passando a trazer para a equipe constantes propostas para se repensar as novas possibilidades, a fim de propiciar novos estímulos para os bebês.

Deste modo, tem se tornado visível o crescimento da equipe que tem se esforçado para qualificar nossa creche. Assim, em continuidade, apresentamos algumas ações importantes para o aprimoramento do trabalho das professoras junto aos bebês, nos vários cantos da creche.

Nos momentos de formação continuada, temos acompanhando as ações e estratégias pedagógicas da equipe. Notamos que havia no grupo, algumas professoras, com muitas dificuldades em formular estratégias e atividades para os bebês, entendiam que nesta faixa etária o trabalho é mais voltado para o cuidar e que é difícil realizar um trabalho pedagógico.

Muitas professoras diziam não compreender a possibilidade de se pensar estratégias pedagógicas para os bebês, tendo em vista que não percebiam o seu desenvolvimento de maneira concreta. Não enxergavam nos bebês a possibilidade de apresentarem devolutivas imediatas, diante das propostas que traziam. Dessa forma, esta dificuldade passou a ser mais um fator relevante e urgente em nossas discussões.

Devido às dificuldades apresentadas pelas professoras em compreender as possibilidades de os bebês interagirem, responderem e pontuarem suas vontades criou-se a urgência em pensar em atividades pedagógicas para eles e, nos momentos de formação continuada, nos debruçamos a ler vários textos, a aferir pesquisas, a fim de que, juntas continuássemos a refletir e trocar experiências para que pudéssemos nos fortalecer com o propósito de qualificar o atendimento aos nossos bebês.

Deste modo, com o objetivo de se fortalecer a prática das professoras, neste momento de roda de conversa, cada uma trouxe para o grupo, algumas atividades que surtiram o efeito esperado, ou seja, o movimento de interação e atuação dos bebês nos vários espaços da creche.

Assim, dentre tantas atividades socializadas, a professora Bela Adormecida, apresentou ao grupo, uma “brincadeira” interessante e organizada para os bebês com o objetivo de que cada um deles participasse via experimentação e exploração. A ideia é que os bebês pudessem interagir em conjunto, bem como pudessem desenvolver a coordenação motora explorando cada um a sua maneira o novo desafio proposto.

Para esta atividade, a professora preparou uma caixa com vários furos e medidas diferentes de canudinhos de refresco, nos quais os bebês decoraram pintando com tinta guache todos os seus lados. A intenção da professora era que os bebês se sentissem atraídos a introduzir os canudinhos nos buraquinhos feitos na caixa, bem como interagissem entre si. Abaixo, segue seu depoimento em um dos momentos de reflexão coletiva:

[...] Então, eu conversei com eles e falei: tem um monte de canudinhos na minha mão e buraquinhos na caixa, então a gente pode colocá-los na caixa, aonde quiser, embaixo, do lado, em cima. Quem quer experimentar? Eles vieram, foram pegando da minha mão e foram tentando colocar do jeito que eles acharam que era para por. O primeiro, que conseguiu colocar direitinho, gritou: - Olha consigo! E os outros foram tentando, porque eles olharam e devem ter pensado: - Ah! Se ele conseguiu vamos tentar também. E teve aquele mais espertinho, que viu um buraquinho maior, que eu não tampei de propósito e foi enfiando tudo por ali. (BELA ADORMECIDA).

Com esse movimento, a professora pôde perceber que os bebês são muito espertos e capazes de desenvolver muitas atividades que, por vezes, acreditamos ser impossível que façam devido a sua pouca idade.

Outra atividade interessante e que resultou positivamente foi à apresentada pela professora Cinderela, quando trouxe para o grupo a pintura com tinta de chocolate. Conforme segue abaixo:

[...] Então, eles pintarem com a tinta de chocolate, foi à primeira experiência que eles tiveram esse ano com tinta [...] de colocar a mãozinha e pintar com as mãozinhas. Foi muito gostoso, porque eles colocavam a mão na tinta passavam no papel, lambiam a mão e eles estavam de fraldinhas, então os deixamos livres realmente. Passavam a mão na barriga, foi muito gostoso, muito gratificante, vê-los, assim, explorando e experimentando novas possibilidades. Ver os bebês assim, interagindo com o espaço, objetos, meio e as demais pessoas e bebês é muito gratificante. (CINDERELA).

Assim, nesse movimento de trocas, muitas dificuldades foram expostas pelas professoras, como por exemplo, o pensamento equivocado de que os bebês não conseguem compreender para interagir com os demais bebês, adultos, objetos e meio. O que mais nos chamou a atenção foi à declaração de uma das professoras que revelou não gostar de ler.

Mediante a situação, nos sentimos instigadas a pesquisar ainda mais sobre o universo dos bebês, para que pudéssemos oferecer a elas materiais que despertassem o interesse e a vontade de conhecer um pouco mais a respeito do desenvolvimento e das necessidades dos pequeninos.

As professoras começaram a compreender a importância das RPSs para esclarecer as dúvidas, pois ainda acham muito difícil trabalhar com bebês. Entendem que estes momentos são essenciais, e que a partir deles poderão aprimorar suas práticas. Diante das dificuldades expostas, continuamos à nossa pesquisa-intervenção.

3.4. A pesquisa-intervenção

A partir desse momento, apresentamos a continuidade dada no ano de 2015, à pesquisa-intervenção que ocorre desde nossa chegada à Creche Prisma. Abaixo, o quadro contendo o cronograma das observações e das rodas de conversa realizadas.

QUADRO 14- Cronograma das observações e rodas de conversa

MOMENTOS DATAS PARTICIPANTES

DA PESQUISA