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São Lourenço da Serra

No documento 2478_2011_0_2.pdf (5.712Mb) (páginas 161-164)

O Sistema Integrado de Abastecimento de Água é formado por oito sistemas de mananciais; Cantareira, Guarapiranga Billings e Alto Tietê respondem por 85% da disponibilidade média total Embora o abastecimento público de água na Bacia seja feito quase

MUNICÍPIO POPULAÇÃO

4.2 Planos Diretores dos municípios da Sub-bacia Guarapiranga

4.2.4 São Lourenço da Serra

O município de São Lourenço da Serra possui 187,69km², sendo que apenas 33,01km², 17,59%, estão em área de proteção da sub-bacia Guarapiranga.

A Lei nº 738, de 26 de Junho de 2008, institui o Plano Diretor Estratégico do Município de São Lourenço da Serra1 para um horizonte de 10 anos. O PD não

menciona de forma explícita a nova lei de proteção e recuperação dos mananciais de 1997, nem a Lei especifica de 2006, mas vincula as áreas de proteção ambiental à elaboração de uma Lei Específica, indicando, ao que parece, a necessidade de elaboração de outra legislação de proteção dos mananciais na Bacia

1 Importante ressaltar que o PD de São Lourenço da Serra é bastante parecido com o PD de Juquitiba, senão praticamente igual; portanto, as análises a seguir também ressaltam aspectos similares. Ao que parece, foram elaborados pela mesma equipe, fato que esta pesquisa não logrou esclarecer. Embora o PD de Juquitiba tenha sido levantado e analisado, não foi incluído no relatório em função da reduzida parcela que do município em área de mananciais.

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Hidrográfica Ribeira de Iguape/Litoral Sul, onde insere-se a maior parte de seu território. Embora não mencione explicitamente a Lei Específica da Guarapiranga como elemento norteador de sua política urbana e ambiental, as diretrizes estabelecidas contribuem para a conservação e a preservação da porção do seu território que se encontra APRM-G.

O PD de São Lourenço da Serra, ao adotar como diretriz a sustentabilidade de modo geral e proteção do ambiente, atesta que a área de proteção e recuperação dos mananciais tem como função social a produção de água para consumo público. Entre os princípios fundamentais de sua Política Urbana estão a função social da cidade, a sustentabilidade urbana e a gestão democrática participativa, onde devem estar presentes o saneamento e a proteção do meio ambiente, considerando aí também a área de proteção e recuperação dos mananciais. Faz parte de seus objetivos: promover e implementar o desenvolvimento econômico local, de forma social, democrática e ambientalmente sustentável, considerando inclusive as áreas de mananciais e seus recursos naturais, de modo a fortalecer o segmento do turismo, explorando economicamente o potencial do município para esse fim. O PD demonstra interesse na articulação do Plano Municipal de Habitação com Planos e Programas da Região Metropolitana de São Paulo.

Dentre as políticas setoriais propostas do PDE, destaca-se a importância da Política Municipal de Habitação é importante para a recuperação dos mananciais. Entre seus objetivos (art. 11) estão: estimular a produção de Habitação de Interesse Social - HIS e Habitação de Mercado Popular - (HMP) pela iniciativa privada; garantir a sustentabilidade social, econômica e ambiental nos programas habitacionais, por intermédio das políticas de desenvolvimento econômico e de gestão ambiental. O artigo 12 estabelece, dentre as diretrizes para a consecução da política de habitação: impedir novas ocupações irregulares nas áreas urbanas e de mananciais; fazer a reabilitação física e ambiental, com programa de desocupação nas áreas de risco; recuperar as áreas de preservação ambiental, ocupadas por moradia, não passíveis de urbanização; garantir alternativas habitacionais para a população removida das áreas de risco, ou decorrentes de programas de recuperação ambiental e intervenções urbanísticas.

A Política de Saneamento Ambiental Integrado (art. 15) tem como objetivo manter o meio ambiente equilibrado, alcançando níveis crescentes de salubridade, por meio da gestão ambiental, do abastecimento de água potável, da coleta e tratamento do esgotamento sanitário, do manejo dos resíduos sólidos e da drenagem e reuso das águas pluviais, promovendo assim a sustentabilidade ambiental do uso e da ocupação do solo. Entre suas diretrizes (art. 16) estão:

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promover os serviços de saneamento ambiental; promover a educação ambiental como instrumento para sustentação das políticas públicas ambientais, buscando articulação com as demais políticas setoriais; promover a qualidade ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais, por meio do planejamento e do controle ambiental; garantir a proteção da área de preservação e recuperação dos mananciais, dos remanescentes de mata atlântica e das unidades de conservação; implementar programas de reabilitação das áreas de risco; incorporar às políticas setoriais o conceito de sustentabilidade e as abordagens ambientais; implementar o Sistema Municipal de Áreas Verdes e de Lazer. Em seu artigo 17, o PDE determina a elaboração do Plano de Gestão e Saneamento Ambiental (PLAGESAN), como instrumento da gestão do saneamento ambiental.

O PDE São Lourenço da Serra dispõe, em seu artigo 46, a divisão do território municipal em 03 (três) macrozonas complementares, a saber: I. Macrozona Urbana - corresponde à porção urbanizada do território municipal, situando-se em áreas delimitadas e descritas no perímetro urbano e nas áreas de expansão urbana; II. Macrozona de Proteção Ambiental - corresponde às áreas de proteção do ambiente natural, compreendendo as bacias dos rios existentes na área territorial municipal e as Áreas de Proteção e Recuperação dos Mananciais, entre outras estabelecidas em Lei específicas; III. Macrozona Rural - corresponde à porção do território municipal e tem como limites, a Macrozona de Proteção Ambiental, a Macrozona Urbana e divisa com os municípios de Juquitiba, Itapecerica da Serra, Embu-Guaçú, Ibiúna e São Paulo.

O artigo 56 dispõe que a Macrozona de Proteção Ambiental é composta por unidades de conservação e por áreas com restrição de ocupação, destinando-se à preservação e recuperação ambiental bem como ao desenvolvimento econômico sustentável e compatível. Em seguida, o artigo 57 estabelece as seguintes zonas para esta macrozona, as quais vão ao encontro do zoneamento ambiental definido na Lei específica da Guarapiranga: I. Conservação Ambiental; II. Recuperação Ambiental; III. Ocupação Dirigida; IV. Desenvolvimento Econômico Sustentável e Compatível. Interessa destacar que a Zona de Recuperação Ambiental caracteriza-se pelas ocupações já existentes e futuras ocupações, desordenadas e ambientalmente inadequadas, onde deve-se evitar uma densidade populacional elevada e desproporcional. A Zona de Ocupação Dirigida caracteriza-se por baixa densidade populacional e vegetação significativa, apresentando parcelamento em grandes lotes, chácaras e sítios, e glebas passíveis de parcelamento em condomínios residenciais.

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Outro importante instrumento definido no artigo 135 é a Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo da Macrozona de Proteção Ambiental, assim como o Zoneamento Ambiental, ambos a serem elaborados conjuntamente e regulamentados em lei específica, além das Zonas Especiais (ZE), também a serem regulamentadas por lei específica.

A ZE é considerada no âmbito do PD, um instrumento que compreende áreas do território que exigem tratamento especial e parâmetros reguladores de usos e ocupação do solo, sobrepondo-se ao zoneamento, classificando-as em: Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS;

II. Zonas Especiais de Interesse Comercial - ZEIC; Zonas Especiais de Interesse Ambiental - ZEIA; Zonas Especiais de Interesse do Patrimônio - ZEIP. Para a área de mananciais são previstas a implantação de ZEIS, particularmente a ZEI D, sendo que o PD define de A a D, quatro tipos de ZEIS, com especificidades distintas. Como projetos especiais definidos no PDE (art. 43), vale mencionar a criação de parques lineares nos rios existentes na área territorial do Município.

Por fim, o PD de São Lourenço da Serra determina que, para a consecução da política urbana, devem ser observadas diretrizes que promovam o desenvolvimento econômico local endógeno, associando-o aos interesses do desenvolvimento da Região e da Região Metropolitana de São Paulo e do Vale do Ribeira; determina, também, que o Plano Municipal de Habitação deve ser articulado com os planos e programas da RMSP. A participação da sociedade civil se consubstancia mediante a definição dos Instrumentos de Democratização da Gestão (art. 203 ao 207), particularmente na Conferência Municipal de Política Urbana (art. 205 ao 206), sendo importante instrumento o Conselho Municipal de Política Urbana e a Gestão Orçamentária Participativa (art. 138).

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