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72 | como símbolo, associado à construção dessas novas residências nos permite divisar as

te s esàe t eàaà idadeàe iste te àe aà idadeàdoàdesejo56 ,àassi àcomo, entre as perdas e os ganhos da modernidade dentro do processo de modernização que altera a paisagem da cidade de João Pessoa entre as décadas de 1950-1960.

Pa aàGeo gà“i elàaà o epç oàdoà ode o àt azàe àsuaàess iaàa inevitabilidade das perdas as quais estão engendradas na dialética entre relações de ânimo e relações anímicas, respectivamente relacionadas com a vida em pequenos centros e aquela na cidade grande moderna. Assim, a condição de ser moderno acarretaria perdas que estariam asse tesà oà o t apo toàe t eàse ti e toàeà az o.àE à ásàG a desàCidadesàeàaàVidaàdoà Espí ito ,àG.à“i elà ,àp. - àafi aà ueà o àissoàseà o p ee deàso etudoàoà caráter intelectualista da vida anímica do habitante da cidade grande, frente ao habitante da cidade pequena, que é antes baseado no ânimo e nas relações pautadas pelo se ti e to .

áàt a sfo aç oàdaà idadeàpe ue a àe à g a deà idadeà ode a ài pli a aà aàa ele aç oà do ritmo de vida, no abandono dos encontros lentos e despretensiosos nas praças, na velocidade dos automóveis, em mudanças estruturais da paisagem urbana a fim de alinhar- se a uma pretensa ideia de modernidade, a qual estaria associada a símbolos como os edifícios altos, a expansão de infraestrutura urbana (redes de esgoto, saneamento e energia elétrica), a recursos para um trânsito fluido como viadutos e a uma arquitetura moderna brasileira, importante elemento na afirmação da presença do Brasil no cenário internacional.

Nesse sentido, os anos compreendidos entre as décadas de 1950 e 1960 marcam o período em que foram promovidas ações de modernização sobre o espaço da cidade a fim de se al a ça à aà o diç oà deà g a deà idadeà ode a à eà esseà p o essoà oà ad iteà poe aà saudosista à o oà e ela aà u aà otaà pu li adaà em jornal local em 1969 quando da proposta de reforma de uma importante praça do centro da cidade de João Pessoa, Praça Vidal de Negreiros [o Ponto de Cem Réis] com o objetivo de assegurar um trânsito livre para automóveis. Segundo tal nota:

Então, a idéia da edilidade não é ‘fazer uma praça’ no lugar da atual. É, isto sim, criar condições para que tenhamos um trânsito aliviado, agora e por muitos anos, até que se justifiquem aqui os viadutos imensos que se

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Referências à obra de Ítalo Calvino, Cidades Invisíveis. A cidade moderna é, nesse momento, a cidade do desejo e sobre a cidade existente serão inseridos os símbolos e significantes através dos quais se possa construir a imagem de uma cidade moderna.

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constrói em todas as metrópoles. O progresso não admite poema saudosista, nem sentimentalismo em torno de um pavilhão que abriga nossos humildes e bons engraxates. Essa história de café para bate-papo é ‘jornal de ontem’. Não há mais quem tendo responsabilidade, possa

estacionar horas e horas para conversar [grifos nosso].

(INOPORTUNIDADE, 1969, p.03).

O papel simbólico da arquitetura na campanha pelo progresso também podia ser percebido em notas publicadas desde o início dos anos de 1950 sobre a recente conclusão das obras do prédio sede do IPASE (Figura 24) na capital paraibana. Essa edificação introduziu um repertório formal [arquitetura moderna] e um tipo de edificação [o edifício alto] que só seria retomado quase uma década depois com a construção do Ed. Presidente João Pessoa por iniciativa do IAPB (Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários).

Localizado no Ponto de Cem Réis, o prédio do IPASE dá um toque de progresso à fisionomia da cidade alta, onde ainda dominam as antigas construções de aspécto [sic] provinciano. Constitue [sic], com a graça das suas linhas, um marco de transformação urbana em área que mais tem resistido ao surto inovador da arquitetura moderna [grifo nosso] (POSTAL da..., 1953, p.03).

Assim, a edificação era celebrada como atributo de progresso e modernidade enquanto eram frequentes as referências a centros urbanos maiores, em especial o Rio de Janeiro e “ oàPaulo,à o oàe e ploàdeà g a deà idade àaàse àseguido.àáà otaàso eàaàt a sfo aç oà daàp aiaàdeàTa aúà ueà opa a a iza-se à àe e ploàdisso:à a evolução não é igual, mas é pa e ida.à Deà e to,à ueà aà p aiaà a io aà h à aisà asfaltoà aisà ge teà aisà li e dade... à (MARIZ, 1956, p.3). E a boa impressão que o visitante trazia, em 1951, ao visitar a São Paulo transformada pelas obras da administração Prestes Maia57:

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Quando este assumiu a prefeitura da cidade de São Paulo entre os anos de 1938-1945. Figura 24: Vista da Av. Guedes

Pereira (finais de 1950). IPASE, à direita, em contraste com o antigo casario, à esquerda. (Fonte: IBGE, 1960, p.231).

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Uma nova e rápida ida a S. Paulo e novo trago de confiança no futuro do Brasil malgrado todas as apreensões e incertezas do atual momento. [...] São Paulo está se tornando a mais bela cidade do Brasil. Não ouso dizer que seja a mais bela da América do Sul porque não as conheço todas (MEDEIROS, 1951, p.4).

Coexistente e diametralmente opostos ao discurso de incentivo à modernização da cidade e ao abandono das velhas formas de relacionamento com a cidade, com a velha paisagem da cidade colonial estavam os olhares nostálgicos e odes saudosistas que procuraram resgatar através da memória (sentimental) a paisagem da cidade de outros tempos: da cidade de residências isoladas e jardins privados à introdução do edifício alto e da vida em apartamentos, das ruas tortuosas à retificação de avenidas e construção de viadutos, do p og essi oà afasta e toà daà eaà e t alà o à o aç oà adaà ezà aio à pa aà e t oà deà eg ios à ao invés dos ai osà lito eosà seto à eside ial .à Dia teà daà g a deà idadeà moderna à ueàseàprocura construir nesse período esses textos/depoimentos representam a te tati aàdeà e olhe à asà i zasàdasàout asà idadesàpossí eisà ueàdesapa e e àpa aà ede - lheà oà luga à eà ueà ago aà oà pode oà se à e à e o st uídasà e à e o dadas à CáLVINO,à 1999, p.58). E, diante dos incentivos à cidade que se modernizava,

Observa-se, a propósito, um tom marcante de bom gosto nas novas construções, algumas delas de estilo [sic] funcional, em linhas moderníssimas, que colocam a nossa cidade entre as mais adiantadas do país nesse campo arquitetônico. (CRESCIMENTO urbano, 1957, p.03).

su gia àasà íti asà à g a deà idadeà ode a :

Aquilo que nós nordestinos possuímos diferente dos grandes centros sulistas, a vida em residências térreas, ajardinadas e muradas, além do quintal onde se plantava o tradicional mamão e outras fruteiras, está sendo invadida modificada pelos prédios de apartamentos que se levantam destruindo a estática [sic] de uma cidade natural pela sua arquitetura e espaço, imprópria a semelhantes sistemas de moradias (CRESCIMENTO vertical, 1969, p.03).

álgu sàtítulosàpode àse à e o dadosà o oà OàTa i àdaà i haài f ia àdeàCo iola oàdeà Medei osà ,à Ca i hos,à “o asà eà Ladei as à deà Ju ezà Batistaà à eà Iti e ioà Lírico da cidade de João Pessoa àdeàJos a àMo aisàdeà“outo,à o te po eoàaà Roteiro Sentimental de uma Cidade àdeàWalf edoà‘od íguezà , Figura 25). O tom saudosista e de evocação de uma cidade na qual as vizinhanças eram conhecidas, os personagens da vida cotidiana eram identificados, o ritmo era mais lento e as relações eram mais afetuosas alinhava os quatro títulos mencionados. Interessante ainda é observar que esses títulos, produzido com distanciamento de uma década entre três deles, refletem a recorrência de

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