• Nenhum resultado encontrado

3.3 Variáveis do Modelo

3.3.3 Síntese Crítica do Roteiro Metodológico

O estudo realizado teve como objetivo a elaboração de um modelo para a explicação da mobilidade urbana a partir de dados referente a um conjunto de cidades e pela aplicação da técnica cross-section.

A medotodologia para formulação do modelo mostram-se de fácil aplicação, bastando a disponibilidade de software estatístico com a ferramenta de regressão múltipla, testes de validação e o uso do excel. Todavia, a falta de dados sobre as viagens por transporte público coletivo e demais variáveis DURT foram um problema a ser enfrentado.

A sistematização da formação de bancos de dados sobre as viagens por transportes público coletivo ao longo dos anos é necessária para formulação de modelos mais abrangentes, mas isso depende que as administrações públicas das cidades incentivem a criação de métodos de coletas desses dados.

Decisões do Ministério das Cidades ou do IBGE poderiam contribuir para o incentivo às cidades para construção desses bancos de dados, principalmente quanto ao detalhamento da divisão modal, que poderia substituir a proxy utilizada nesse modelo por dados reais, por exemplo a inclusão de pesquisa sobre a opção modal no censo 2020.

Assim, o modelo criado nesta pesquisa tiveram por limitações a quantidade de série de dados utilizados. O ideal seria que o modelo contasse com dados iniciais referente a períodos mais extensos, cidades mais homogêneas entre si e maior quantidade de cidades compondo a amostra, de forma que as mesmas pudessem ser divididas em grupos e cada grupo tivesse o seu modelo próprio.

Ainda que os dados utilizados para a amostragem não estivessem de acordo com idealizado anteriormente, a técnica de cross-section se mostrou como uma alternativa viável para solucionar o problema da carência de dados e, assim, possibilitar a formulação de um modelo e explicação de elementos referentes à mobilidade urbana.

61

4 EXPLICAÇÃO DA MOBILIDADE URBANA POR TRANSPORTE

SUSTENTÁVEL

As cidades espraiam-se por decorrência do aumento populacional e por motivos relacionados às atividades e aos interesses das pessoas. Esse espraiamento modifica a forma urbana e influencia a quantidade de viagens no espaço urbano impondo pressão sobre o sistema de transportes e sobre a escolha modal.

Figura 4.1: Foto da cidade de Resende em 2003 Figura 4.2: Imagem ampliada

Figura 4.3: Foto da cidade de Resende em 2013 Figura 4.4: Imagem ampliação

Por exemplo, Resende (Figura 4.1 à Figura 4.6), localizada no Sul do estado do Rio de Janeiro, na região Sudeste, teve ampliação significativa da área urbana nas décadas passada e atual com consequente aumento de deslocamentos em locais que anteriormente eram desabitados.

62 Figura 4.5: Foto da cidade de Bauru em 2003 Figura 4.6: Imagem ampliada

Outro exemplo de espraimento é a cidade de Bauru (Figura 4.1 e Figura 4.6) no estado de São Paulo, na região Sudeste. Essa cidade além de ampliar sua área urbanizada com construção de novas moradias passou por processo de adensamento de áreas habitadas, modificando a forma urbana e influenciando as distâncias de deslocamentos, o tempo de viagem , as rotas, a demanda por transporte público etc.

A partir da perspecitva que a cidade se modífica no decorrer do tempo e que essas modificações criam efeitos negativos sobre os deslocamentos e, portanto, para a mobilidade urbana, surge a necessidade de encontrar-se soluções de problemas por intermédio dos elementos que influenciam ou determinam as mudanças no espaço urbano com repercussões para a mobilidade.

Nessa pesquisa esses elementos são as variáveis DURT, formadas pela junção de elementos demográficos, urbanísticos, de renda e transportes, que combinados entre si mostram como são criadas viagens representativas da mobilidade urbana. Assim, um modelo matemático exploratório que tenha como variável dependente as viagens percapitas das pessoas representando um quantum de mobilidade e as variáveis DURT como variáveis independentes, oferece a possibilidade inovadora de criação de uma medida para a mobilidade e de verificação da participação dessas variáveis na explicação da variável dependente.

Todavia, assim como em outras pesquisas científicas sobre transportes no Brasil, essa modelagem tem por limitação a dificuldade de obtenção de dados. A ideia inicial foi usar dados da ANTP para as viagens por transporte de passageiros, do censo 2010 e do DENATRAN. No entanto, somente 48 cidades tinham dados para o ano 2010. Uma

63

solução para ampliar a amostra foi usar informações de outros anos (2009 a 2014) em forma de cross section.

Partiu-se então do pressuposto que os dados de uma cidade não teriam sofrido significativas alterações entre os anos 2009 a 2014, de modo que a área urbana ou a população economicamente ativa ou frota de coletivos não teriam crescido ou reduzido de modo transformar a realidade das cidades quanto ao transporte público.

A nova amostra foi formada pelo conjunto de 101 cidades, porém, após a identificação de outliers o conjunto foi reduzido para 89 cidades. As cidades excluídas como outliers que mais se afastavam das demais cidades foram Tatuí, Santana de Parnaíba, Caucaia, Diadema, Carapicuíba, Cubatão, Itaquaquecetuba, Olinda, Contagem, Guarujá e Itapecerica da Serra.

Ajustada a amostra, a modelagem ocorreu de modo gradativo, primeiramente verificando-se a correlação entre as variáveis e, em seguida procurando-se entender quais variáveis mais explicavam a variável dependente. Concluída a formulação, o modelo foi aplicado para os dados das cidades Florianópolis, Cascavel e Sorocaba.

Embora tenha sido pesquisado por intemédio de e-mails e contatos por telefone, o pesquisador não obteve dados de outras cidades para um período maior de tempo, portanto, a aplicação do modelo para essas cidades foi decorrente da escassez de dados.

As informações referentes à cidade de Florianópolis foram obtidas a partir da pesquisa de Conrado (2007) e complementadas por dados fornecidos pela prefeitura municipal da cidade, enquanto os dados referentes à Sorocaba foram encontrados no portal da prefeitura da cidade, disponível na internet e os referentes à Cascavel foram fornecidos pela Companhia de Transporte e Trânsito de Cascavel (CETTRANS).

Documentos relacionados