Em termos globais, as limitações/fraquezas do sistema educativo, reconhecidas por elementos dos Conselhos Executivos das Escolas/Agrupamentos do Concelho da Covilhã são:
- Baixo nível de instrução da população residente; - Abandono escolar reduzido, mas não menosprezável;
- Taxas de saída antecipada e saída precoce da escola ainda elevadas; - Reduzida população escolar em algumas zonas do Concelho;
- Carência de técnicos especializados nas escolas (Psicólogos, Assistentes Sociais…); - Falta de motivação dos pais para participarem no processo educativo dos seus educandos; - Carência de formação/informação a famílias desestruturadas.
As potencialidades/oportunidades do sistema educativo do Concelho caracterizam-se nos seguintes vectores: - Rentabilizar a rede pública de educação, pois esta tem capacidade instalada, de modo a dar resposta às necessidades de formação do Concelho;
- Fazer um levantamento de necessidades de emprego/necessidades de formação (“Observatório Permanente”) – o que implica o levantamento das necessidades de formação a nível do Concelho de forma a melhorar os níveis de qualificação das pessoas e da sua empregabilidade;
- Criar mecanismos de informação/divulgação relativas às várias oportunidades de formação e emprego existentes a nível do Concelho;
- Promover a articulação entre IEFP/Rede Social/CLAS, na identificação/sinalização de pessoas que não possuem escolaridade/emprego;
- Melhorar a articulação Escolas/equipas da CPCJ (dar a conhecer as funções e limites de intervenção destas equipas…);
- Promover as competências sócio – educativas da população adulta (idosos…);
- Criar planos integrados de acompanhamento e de intervenção com os jovens, famílias e instituições locais; - Desenvolver equipas de apoio pedagógico e psicológico para Idosos;
- Criar/aperfeiçoar nas escolas mecanismos de informação sobre alunos e de sinalização precoce de situações de abandono escolar;
- Apoiar, através da autarquia, as escolas no âmbito do PAE ( Plano de Actividades das Escolas); - Fazer representar regularmente a autarquia nas assembleias de escola, através do seu representante; - Renovar/actualizar materiais e equipamentos pedagógicos nas escolas do 1º ciclo/Pré – escolar; - Atribuir os auxílios económicos aos alunos carenciados do 1º ciclo do ensino básico;
- Apoiar os alunos do Pré – Escolar e 1º ciclo no domínio da acção social escolar; - Aumentar a oferta da formação profissionalizante nas escolas públicas;
- Criar um sistema integrado de Informação e Orientação Escolar e Profissional em parcerias;
- Promover/Criar condições de modo a alargar a acção de Reconhecimento e Validação de Competências (RVCC) ao 12º ano;
- Promover uma melhor adequação da educação e formação de adultos às expectativas e condições de participação da população activa;
- Aumentar a realização de formação pós – laboral; - Apostar no voluntariado.
4.1. Educação Pré-escolar
A capacidade instalada (oferta) na educação pré-escolar a nível concelhio responde à procura nas freguesias rurais, tendo em consideração o número de crianças actual do grupo etário dos 3 aos 5 anos.
Após uma análise por freguesia, verifica-se que, ao nível do âmbito geográfico, a taxa de cobertura ronda os 94%. Nas freguesias urbanas da Covilhã existe a necessidade de mais espaços para o funcionamento da componente lectiva e da componente de apoio à família.
Para o Concelho há actualmente uma média de 14 crianças por educador e 56% dos Jardins-de-infância públicos funcionam com uma frequência inferior a 15 crianças.
Em termos gerais pode dizer-se que as instalações são adequadas e de qualidade aceitável.
Os problemas detectados prendem-se com intervenções periódicas de manutenção das condições de segurança nos edifícios onde funciona este nível de ensino.
4.2. Ensino Básico do 1º Ciclo
A cobertura das escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico no Concelho está em consonância com a população residente em idade escolar nas freguesias rurais.
Nas freguesias urbanas e próximas da cidade da Covilhã encontra-se a taxa de ocupação mais elevada, ultrapassando inclusive os 100%, esta situação verifica-se na:
- Escola Básica do 1º Ciclo do Rodrigo com a taxa de ocupação de 1,90; - Escola Básica do 1º Ciclo do Refúgio com a taxa de ocupação de 2,04; - Escola Básica do 1º Ciclo de Santo António com a taxa de ocupação de 1, 31.
A Escola Básica de S. Silvestre encontra-se no limiar do limite máximo, com 0,96 de taxa de ocupação.
Em oposição, no território educativo do concelho, existem escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico em que o reduzido nº de alunos (inferior a 10) aconselha a reflectir sobre a continuidade da existência física das escolas e quais as alternativas para esses alunos.
No cômputo geral as escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico do Concelho têm, em média, uma taxa de ocupação de 0,74 e uma média de 16 alunos por professor.
O aproveitamento escolar não suscita qualquer tipo de apreensão, com uma taxa média de insucesso escolar de 5%. O recurso à sinalização e acompanhamento de crianças com necessidades educativas especiais e a elaboração dos currículos alternativos têm sido profícuos na obtenção de resultados satisfatórios para a transição de ano de escolaridade.
A maioria das instalações escolares do 1º Ciclo do Ensino Básico são edifícios com algumas décadas, por esse facto as acessibilidades para deficientes só se verificam em 12,5% dos edifícios (novos e/ou remodelados recentemente). As medidas de segurança existentes em maior parte das escolas são as suficientes.
Apesar das necessidades de pintura exterior/interior, mudança de instalação eléctrica e de canalizações de água e esgotos, assim como reparações nos WC(S) em algumas escolas, a maioria dos edifícios encontra-se, de um modo generalizado, em condições razoáveis para a sua utilização.
4.3. Ensino Básico do 2.º e 3.º Ciclos
Tanto no 2º como no 3º Ciclo do Ensino Básico regista-se uma diminuição do nº de alunos ao longo dos últimos anos lectivos.
Esta tendência evidencia-se nos valores das taxas de ocupação das escolas que tem diminuído. No entanto mantêm-se elevadas as taxas de escolarização.
A taxa de retenção e desistência no 2º ciclo é de 8% e de 20% no 3º ciclo, o desafio é reduzir substancialmente o insucesso escolar nos próximos anos lectivos.
Em regra geral as instalações são de boa qualidade, encontrando-se a maioria em bom estado de conservação. A única escola que apresenta os espaços de recreio exteriores ao edifício degradados é a Escola Básica de 2º e 3º Ciclo do Tortosendo.
De forma a considerar as instituições escolares verdadeiramente inclusivas, tem – se verificado um gradual acréscimo do número de crianças acompanhadas no âmbito da educação especial.
A crescente preocupação dos educadores/professores e dos organismos criados no concelho, para acompanhar, orientar e potenciar a aprendizagem de crianças com necessidades educativas especiais, é fundamental para a integração e sucesso destas na escola e meio envolvente.
Conforme explanado anteriormente, a distribuição dos alunos pelos diferentes estabelecimentos de ensino está condicionada pela oferta educativa de cada escola. Os alunos optam pelos vários estabelecimentos de ensino, de acordo com as suas expectativas e necessidades.
A oferta educativa no concelho poderia ser mais diversificada, nomeadamente no que concerne aos cursos profissionais e tecnológicos, ajustados às necessidades empresariais locais. A Escola Secundária Campos Melo é a única que apresenta um maior número de cursos dessas áreas.
Outro desafio relaciona-se com o potenciamento da atractividade do ensino secundário para os alunos que terminem o ensino obrigatório, de forma a elevar o número de alunos neste nível de ensino.
4.5. Ensino Recorrente e Formação Profissional
No âmbito da educação de adultos, o número de alunos a frequentar o ensino recorrente tem vindo a aumentar. Este facto advém da consciencialização dos adultos “analfabetos” (absolutos, regressivos e funcionais) para a pertinência da escolarização na actualidade.
Dos cursos do ensino recorrente, os mais procurados são aqueles que conferem o 1ºe o 3º Ciclo do Ensino Básico, de forma a elevar os níveis de literacia, para salvaguardar os graves problemas de empregabilidade desta população a longo prazo.
A iniciativa Novas Oportunidades, é um instrumento fundamental para o reconhecimento, certificação e validação de competências profissionais adquiridas pela população adulta do concelho e ao nível da oferta de cursos em várias áreas. Nas actividades de educação extra-escolar existe uma significativa redução dos alunos.
Os dados disponíveis apontam para uma oferta superior à procura devido essencialmente à falta de interesse sobre as temáticas abordadas e por repetição das acções de um ano lectivo para o outro. Este facto suscita um profundo interesse em repensar as áreas (actividades/acções) da Educação extra-escolar no Concelho.
No respeitante aos cursos de formação profissional a oferta é diversificada e existe em várias instituições concelhias, torna-se conveniente é que estes cursos sejam ajustados às necessidades locais e contribuam efectivamente para aumentar a empregabilidade e a fixação da população no concelho.