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3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.2 Metodologia

4.2.1 Parte I: Obtenção, Tratamento das Nanocargas, Caracterização e

4.2.1.1 Síntese e Caracterização das Nanofibras de Cobre (CuNW)

Preparação do Substrato de Alumina Anódica Porosa (AAP)

As CuNW foram preparadas através da eletrodeposição (AC) do cobre em um substrato de alumina anódica porosa (AAP). Para a preparação do substrato folhas de alumínio de alta pureza, adquiridas da Alfa Aesar, foram cortadas em retângulos de 10 cm × 25 cm. Para a remoção da camada de óxido de alumínio da superfície, as folhas de alumínio foram imersas em uma solução aquosa de NaOH, concentração de 1 mol/L, por 10 minutos, e em seguida lavadas e secas com ar comprimido. A formação dos poros para a fabricação do substrato dá-se através da oxidação anódica do alumínio, formando um filme poroso de alumina na superfície; o crescimento da alumina anódica está associado a vários processos, cuja equação geral é abaixo descrita [63-65]: − ++ + → + H O Al O H e Al 3 6 6 2 2 2 3 (4.1)

No crescimento anódico, no qual existe a presença de um campo elétrico externo, os processos eletroquímicos são decorrência da migração de ânions em direção ao eletrodo de alumínio e de cátions na direção oposta. A anodização das folhas de alumínio foi realizada em um tanque de 32 litros, em solução aquosa de 0,3 mol/L de H2SO4, servindo como eletrólito para

anodização; a temperatura do tanque foi mantida entre 0 e 4ºC, com circulação externa de fluido resfriado. As folhas de alumínio foram colocadas no tanque, alternando-se com folhas de aço inoxidável (cátodo); posteriormente as folhas de alumínio e de aço foram conectadas aos terminais positivo e negativo, respectivamente, de uma fonte de alimentação Hewlett Packard 6024A DC (0- 70 V e 0-12 A); as Figuras 4.4 (a) e (b) apresentam o sistema utilizado na anodização:

Figura 4.4: Sistema utilizado na anodização das folhas de alumínio.

Para melhorar a regularidade de distribuição de poros o processo de anodização foi realizado em duas etapas, onde a alumina da primeira anodização foi destacada do metal, e os fundos dos poros da camada removida atuaram como “embriões” de novos poros na segunda anodização [54, 66]. A primeira anodização foi realizada por 2 h, aplicando uma voltagem de 25 V; após a primeira anodização as folhas de alumínio foram mergulhadas em solução de 0,1 mol/L H2CrO4 e 0,3 mol/L H3PO4 a 60 ºC por 30 minutos,

para obter uma redução da espessura da camada de barreira de alumina e alargamento de poros; em seguida as folhas de alumínio foram lavadas abundantemente com água deionizada, e secas com ar comprimido. Dando seqüência ao processo as folhas de alumínio foram recolocadas no tanque e foi iniciada a segunda anodização, aplicando uma voltagem de 25 V por 8 horas, ao final desta etapa realizou-se novamente a lavagem e secagem dos substratos. A Figura 4.5 apresenta a morfologia das membranas APP, obtidas por anodização do alumínio, que foram utilizadas como moldes de arranjos periódicos para a deposição das CuNWs neste trabalho.

Figura 4.5: Micrografias de MEV obtidas para a alumina anódica porosa (AAP), utilizando o procedimento descrito nesta seção [54].

Eletrodeposição do Cobre e Liberação das CuNW

Após a segunda anodização as folhas de alumínio foram penduradas em um varal onde permaneceram por aproximadamente 12h, para garantir a secagem das mesmas. Antes de iniciar a eletrodeposição de Cu as bordas das folhas foram cobertas com esmalte para evitar a deposição preferencial nas bordas. As folhas de alumínio, uma por vez, foram imersas em uma solução de 0,285 mol/L H3BO3 e 0,5 mol/L CuSO4 a temperatura ambiente. Foram

utilizados para a montagem da célula eletroquímica: 2 placas de cobre, como contra eletrodo, e a folha de alumínio anodizada, como eletrodo de trabalho; as placas de cobre e folha de alumínio foram conectadas a uma fonte de corrente Kepco BOP 20–50 MG AC. A Figura 4.6 mostra a célula eletroquímica utilizada. Para a deposição a folha de alumínio permaneceu imersa na solução por 5 mim e então a fonte foi ligada, aplicando uma voltagem AC senoidal de 10 Vrms

e 200 Hz, por 10 minutos. Após a deposição, as folhas de alumínio foram novamente lavadas com água deionizada e secas com ar comprimido. Para liberação das CuNW, as folhas de alumínio contendo Cu depositado foram imersas em uma solução aquosa de NaOH (1 M), por 5 minutos, para dissolver a camada de óxido de alumínio bem como liberar as CuNW; estas foram recolhidas da solução, lavadas com metanol e filtradas utilizando filtros de PVDF com porosidade de 0,45 µm. Após a filtragem as CuNW foram secas em

estufa a vácuo por cerca de 4 horas. O rendimento do processo variou entre 3 e 4 g de CuNW.

Figura 4.6: Célula eletroquímica utilizada para a eletrodeposição de Cu na AAP, composta por dois contra eletrodos de cobre e um eletrodo de trabalho (folha de alumínio).

b) Caracterização das CuNW

A morfologia das CuNW foi avaliada através de MEV, utilizando o microscópio Philips modelo XL-30 FEG, e por MET, utilizando um microscópio Philips modelo CM120, operado a 120 kV. Para a análise de MEV as amostras foram fixadas em um porta amostra metálico; para análise de MET foram preparadas suspensões das nanocargas em álcool metílico, dispersas com ultrassom por 30 minutos. A solução foi gotejada em grids de cobre (de 400 mesh) para posterior visualização no MET. O diâmetro médio das CuNW foi calculado utilizando o software Image-Pro Plus, versão 4.5, da MediaCybernetics; foram realizadas 100 medições do diâmetro das CuNW, para minimizar o erro envolvido no procedimento. A presença de óxido de cobre nas CuNW foi avaliada através de difração de raios-X de alto ângulo

(WAXD); utilizou-se um difratômetro Rigaku, modelo Ultima IV, com radiação de CuKα (λ = 1,542 Å), operado a 40 kV e 40 mA. A varredura foi realizada na

faixa de 2θ entre 5° e 90°, a uma taxa de 2°/min.

c) Seleção das Matrizes e Processos para Preparo de nanocompósitos com as CuNW

Foram realizados testes iniciais da dispersão das nanofibras metálicas de cobre nos solventes DMF e ácido fórmico, que são os solventes utilizados na eletrofiação do PVDF e da PA6, respectivamente. Foram adicionados 5 mg das CuNW em 5 ml de solvente e as soluções foram dispersas com auxílio de ultrassom por 30 minutos. Foi observada a mudança de coloração da suspensão.

4.2.1.2 Funcionalização e Caracterização dos NTC