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CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

2. Jardins Zoológicos e Turismo: um encontro de interesses

2.7. Síntese

Os ZOOS operam atualmente como unidades de atração turística e funcionam como um exemplo de representação de um atributo de um determinado destino (Frost, 2011). Na opinião de (Frost, 2011) estes deveriam ser apoiados economicamente pelos governos, uma vez que representam a imagem mais próxima do que é o meio “selvagem” para a maioria dos seus visitantes, e por que apoiam programas que visam a manutenção e a conservação do planeta. No entanto, também esta é uma questão sobre a qual não existe consenso, uma vez que estudos já realizados revelaram que o produto “Jardim Zoológico” é maioritariamente consumido pelo mercado interno do país onde este se localiza, especialmente pelos excursionistas (Frost, 2011; Mason, 2007). No entanto, é necessário equacionar as questões relativas à sua localização e acessibilidade, uma vez que os ZOOS se situam de uma forma geral no centro de grandes cidades, permitindo uma grande mobilidade por parte dos seus visitantes, ainda que estes tenham que se deslocar de grandes distâncias (Frost, 2011). Por exemplo, no caso do Zoo de Chester, em Inglaterra, 64% dos seus visitantes vivem num raio de 80km de distância, e os restantes 36% vivem fora desta área (Frost, 2011). Estes dados demonstram que os ZOOS fazem cada vez mais parte dos itinerários turísticos, e quando comparados com outras atrações como museus, edifícios, estes já possuem uma grande representação (Frost, 2011). A principal diferença que os distingue dos museus que são visitados diariamente, e que contam a história de determinado assunto, é a apresentação e a possibilidade de observar “objetos” vivos que representam uma herança natural (Mason, 2007).

Existem diferentes tipologias de ZOOS, mas existem outros fatores que também os diferenciam entre si, tal como as espécies animais e plantas escolhidas para serem exibidas, e este fator está intrinsecamente ligado com o turismo, como forma de atrair cada vez mais visitantes. Alguns ZOOS optam pela escolha de animais carismáticos com alguma “raridade” e de biomas distintos ao existente no local de exibição do animal, outros utilizam animais endémicos dessa mesma zona geográfica. Todos os fatores são criteriosamente pensados, com o objetivo de atrair visitantes (Carrilho, 2016; Frost, 2011).

O que muitos visitantes desconhecem é que o fluxo de visitantes em ZOOS é preponderante para a manutenção dos espaços, alimentação dos animais e apoio a programas de conservação in situ, uma vez que em muitos deles não existe qualquer intervenção e apoio económico do Estado (Zoo Lisboa, s.d.). “Os ZOOS são vulgarmente apresentados como sendo como uma Arca de Noé, um espaço e um refúgio para animais em perigo de extinção, gerando reprodução que poderá ser usada em futuras reintroduções na natureza” (Frost, 2011)

Os ZOOS e Aquários existem como facilitadores e promotores da conservação de animais e plantas. Numa época em que, de acordo com alguns cientistas, nos deparamos com um período negro denominado “a sexta extinção”, torna-se preponderante criar cada vez mais campanhas

intensivas de conservação e de educação ambiental (Ganzert, 2016) de forma a que seja criado um alerta acerca dos problemas ambientais do presente, relacionados com as alterações climáticas (figura 15) e sejam oferecidas sugestões de novos e simples hábitos que contribuirão para um maior equilíbrio do planeta e dos animais e plantas que cá vivem.

Tal como a figura 15 ilustra, na área demarcada com o fundo laranja, o ZOOS , aquários e locais onde é praticado turismo de vida selvagem consciente e sustentável, assumem-se atualmente um lugar na linha da frente contra o combate às ameaças a que expomos as espécies animais e de plantas diariamente, e cabe-lhes a eles criar inúmeras iniciativas que consciencializem, eduquem, e sensibilizem (Ganzert, 2016) os visitantes para a alteração de comportamentos necessários para cessar esta extinção massiva.

Apesar de existirem espalhados pelo mundo milhares de ZOOS, nem todos eles possuem um sistema organizacional e uma ética semelhantes. Muitos são os ZOOS existentes que expõem animais a condições deploráveis e que fazem incendiar as redes sociais, ou fotografias tristes e deploráveis nos meios de comunicação que criam uma falsa ideia, nos indivíduos, de que os ZOOS são todos iguais. Felizmente, espalhados pelo mundo existem um conjunto de ZOOS, que fazem de facto um trabalho importantíssimo para a preservação e conservação das espécies, e que têm como principal objetivo o de travar a extinção das espécies, reintroduzindo-as nos seus habitats (figura 15), e sobretudo educar os seus visitantes para as ameaças crescentes que hoje enfrentam (Ganzert, 2016).

No entanto nem todos os animais existentes em ZOOS são de facto reintroduzidos no seu meio natural, uma vez que alguns deles já nasceram em cativeiro e não sobreviveriam no seu meio natural por nunca o terem conhecido. Estas espécies animais que vivem ao cuidado dos ZOOS e que nunca serão reintroduzidas serão importantes instrumentos de ajuda na investigação e pesquisa de novas soluções para outras espécies (Ganzert, 2016).

Torna-se necessário intervir também na área do falso turismo da vida selvagem, uma vez que este em nada de bom contribui para a conservação das espécies, levando continuamente à sob exploração da vida selvagem para benefício e entretenimento do ser humano, sob condições deploráveis, sem qualquer intuito educativo ou de investigação

Figura 15 Esquema síntese do capitulo II criado a partir dos temas referidos no capitulo com recurso ao software online Lucidchart . Fontes: (Carrilho, 2016; Catibog-Sinha,

Necessidade de recorrer a Alimentos geneticamente modificados

modificados Contaminação dos solos resulta na g e ra Destruição de habitats P o d e le va r à

Programas de reabilitação de habitat

para diminuir e tentar contrariar

cr

No documento O papel dos zoos e o turismo (páginas 60-63)