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1. PRINCêPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL

8.1 Sœmulas do STJ

ÄSœmula n¼ 09 do STJ Ð Assentava a aus•ncia de viola•‹o ao princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia no que toca ˆ exig•ncia de pris‹o cautelar (recolhimento ˆ pris‹o) para apelar. Encontra-se SUPERADA. Hoje n‹o se exige mais o recolhimento ˆ pris‹o como requisito de admissibilidade recursal.

Sœmula n¼ 09 do STJ - A EXIGENCIA DA PRISÌO PROVISORIA, PARA APELAR, NÌO

OFENDE A GARANTIA CONSTITUCIONAL DA PRESUN‚ÌO DE INOCENCIA.

ÄSœmula n¼ 444 do STJ Ð Em homenagem ao princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia (ou presun•‹o de n‹o culpabilidade), o STJ sumulou entendimento no sentido de que inquŽritos policiais e a•›es penais em curso n‹o podem ser utilizados para agravar a pena base (circunst‰ncias judiciais desfavor‡veis), j‡ que ainda n‹o h‡ tr‰nsito em julgado de senten•a penal condenat—ria. Este entendimento fica prejudicado pelo novo entendimento adotado pelo STF no julgamento do HC 126.292 (no qual se entendeu que a presun•‹o de inoc•ncia fica afastada a partir de condena•‹o em segunda inst‰ncia).

Sœmula n¼ 444 do STJ - ƒ VEDADA A UTILIZA‚ÌO DE INQUƒRITOS POLICIAIS E

A‚ÍES PENAIS EM CURSO PARA AGRAVAR A PENA-BASE.

ÄSœmula n¼ 492 do STJ Ð Trata-se de sœmula que visa a privilegiar o princ’pio da individualiza•‹o da pena. Por certo, a medida socioeducativa n‹o Ž pena. Contudo, se o princ’pio da individualiza•‹o se imp›e em rela•‹o aos imput‡veis, no que tange ˆ pena aplic‡vel, com muito mais raz‹o dever‡ ser aplic‡vel aos

inimput‡veis em decorr•ncia da menoridade, a quem se aplica medida socioeducativa.

Sœmula 492 do STJ - O ATO INFRACIONAL ANçLOGO AO TRçFICO DE DROGAS,

POR SI Sî, NÌO CONDUZ OBRIGATORIAMENTE Ë IMPOSI‚ÌO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNA‚ÌO DO ADOLESCENTE.

ÄSœmula n¼ 502 do STJ Ð Trata-se de enunciado de sœmula por meio do qual o STJ afasta por completo a possibilidade de aplica•‹o do princ’pio da adequa•‹o social ˆ conduta de expor ˆ venda CDs e DVDs pirateados. Trata-se de conduta t’pica, prevista no art. 184, ¤¤ 1¼ e 2¼ do CP.

Sœmula 502 do STJ - PRESENTES A MATERIALIDADE E A AUTORIA, AFIGURA-SE

TêPICA, EM RELA‚ÌO AO CRIME PREVISTO NO ART. 184, ¤ 2¼, DO CP, A CONDUTA DE EXPOR Ë VENDA CDS E DVDS PIRATAS.

9! JURISPRUDæNCIA CORRELATA

Ä STF - RE 254.818-PR Ð Possibilidade de utiliza•‹o de Medida Provis—ria em matŽria penal, desde que n‹o crie tipos penais ou agrave a situa•‹o do rŽu:

Medida provis—ria: sua inadmissibilidade em matŽria penal - extra’da pela doutrina consensual - da interpreta•‹o sistem‡tica da Constitui•‹o -, n‹o compreende a de normas penais benŽficas, assim, as que abolem crimes ou lhes restringem o alcance, extingam ou abrandem penas ou ampliam os

casos de isen•‹o de pena ou de extin•‹o de punibilidade. II. Medida provis—ria:

convers‹o em lei ap—s sucessivas reedi•›es, com cl‡usula de "convalida•‹o" dos efeitos produzidos anteriormente: alcance por esta de normas n‹o reproduzidas a partir de uma das sucessivas reedi•›es. III. MPr 1571-6/97, art. 7¼, ¤ 7¼, reiterado na reedi•‹o subseqŸente (MPr 1571-7, art. 7¼, ¤ 6¼), mas n‹o reproduzido a partir da reedi•‹o seguinte (MPr 1571-8 /97): sua aplica•‹o aos fatos ocorridos na vig•ncia das edi•›es que o continham, por for•a da cl‡usula de "convalida•‹o" inserida na lei de convers‹o, com efic‡cia de decreto-legislativo.

(RE 254818, Relator(a): Min. SEPòLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 08/11/2000, DJ 19-12-2002 PP-00081 EMENT 02096-07 PP-01480 RTJ VOL-00184-01 PP-00301)

ÄSTF - RHC 106481/MS Ð Possibilidade de interpreta•‹o extensiva em Direito Penal (aus•ncia de viola•‹o ˆ taxatividade da Lei Penal - Princ’pio da legalidade):

(...) A interpreta•‹o extensiva no direito penal Ž vedada apenas naquelas

situa•›es em que se identifica um desvirtuamento na mens legis. 3. A puni•‹o

imposta ao condenado por falta grave acarreta a perda dos dias remidos, conforme previsto no art. 127 da Lei 7.210/84 e na Sœmula Vinculante n¼ 9, e a conseqŸente interrup•‹o do lapso exigido para a progress‹o de regime. 4. Negar provimento ao recurso.

(RHC 106481, Relator(a): Min. CçRMEN LòCIA, Primeira Turma, julgado em 08/02/2011, DJe-042 DIVULG 02-03-2011 PUBLIC 03-03-2011 EMENT VOL-02475-01 PP-0VOL-02475-0126 RTJ VOL-00219-VOL-02475-01 PP-00540)

ÄSTF - HC 93782Ð Possibilidade de regress‹o de regime em raz‹o da pr‡tica de novo crime. Desnecessidade de tr‰nsito em julgado. STF entendeu n‹o haver ofensa ao princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia:

(...) I - A pr‡tica de falta grave pode resultar, observado o contradit—rio e a ampla defesa, em regress‹o de regime. II - A pr‡tica de "fato definido como crime doloso", para fins de aplica•‹o da san•‹o administrativa da regress‹o, n‹o depende de tr‰nsito em julgado da a•‹o penal respectiva. III - A natureza jur’dica da regress‹o de regime lastreada nas hip—teses do art. 118, I, da Lei de Execu•›es Penais Ž sancionat—ria, enquanto aquela baseada no incido II tem por escopo a correta individualiza•‹o da pena. IV - A regress‹o aplicada sob o fundamento do art. 118, I, segunda parte, n‹o ofende ao princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia ou ao vetor estrutural da dignidade da pessoa humana. V - Incid•ncia do teor da Sœmula vinculante n¼ 9 do Supremo Tribunal Federal quando ˆ perda dos dias remidos. VI - Ordem denegada.

(HC 93782, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 16/09/2008, DJe-197 DIVULG 16-10-2008 PUBLIC 17-10-2008 EMENT VOL-02337-03 PP-00520 RTJ VOL-00207-01 PP-0VOL-02337-0369)

ÄSTF - HC 126.292 Ð O STF decidiu que o cumprimento da pena pode se iniciar com a mera condena•‹o em segunda inst‰ncia por um —rg‹o colegiado (TJ, TRF, etc.). Isso significa que o STF relativizou o princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia, admitindo que a ÒculpaÓ (para fins de cumprimento da pena) j‡ estaria formada nesse momento (embora a CF/88 seja expressa em sentido contr‡rio):

(...) A execu•‹o provis—ria de ac—rd‹o penal condenat—rio proferido em grau de apela•‹o, ainda que sujeito a recurso especial ou extraordin‡rio, n‹o

compromete o princ’pio constitucional da presun•‹o de inoc•ncia afirmado

pelo artigo 5¼, inciso LVII da Constitui•‹o Federal. 2. Habeas corpus denegado. (HC 126292, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 17/02/2016, PROCESSO ELETRïNICO DJe-100 DIVULG 16-05-2016 PUBLIC 17-05-2016)

ÄSTF - RHC 106.360/DF Ð STF reconhece a impossibilidade de aplica•‹o do princ’pio da insignific‰ncia aos crimes cometidos com viol•ncia ou grave amea•a:

(...) ƒ invi‡vel reconhecer a aplica•‹o do princ’pio da insignific‰ncia para

crimes praticados com viol•ncia ou grave amea•a, incluindo o roubo.

Jurisprud•ncia consolidada do Supremo Tribunal Federal. Recurso ordin‡rio em habeas corpus n‹o provido.

(RHC 106360, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 18/09/2012, PROCESSO ELETRïNICO DJe-195 DIVULG 03-10-2012 PUBLIC 04-10-2012)

ÄSTF - HC 126746 AgR/PR Ð O STF entende pela aplicabilidade do princ’pio da insignific‰ncia ao delito de descaminho quando o crime causar preju’zo n‹o superior a R$ 20.000,00:

(...) O reconhecimento da insignific‰ncia penal da conduta, com rela•‹o ao crime de descaminho, pressup›e a demonstra•‹o inequ’voca de que o montante dos

tributos suprimidos n‹o ultrapassa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). 6. Agravo regimental desprovido.

(HC 126746 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 14/04/2015, PROCESSO ELETRïNICO DJe-084 DIVULG 06-05-2015 PUBLIC 07-05-2015)

ÄSTF - HC 131783/PR Ð Inaplicabilidade do princ’pio da insignific‰ncia quando h‡ reitera•‹o criminosa no crime de descaminho:

Possibilidade da contum‡cia delitiva do Paciente. A orienta•‹o deste Supremo Tribunal Federal Ž firme no sentido de n‹o se cogitar da aplica•‹o do princ’pio da insignific‰ncia em casos nos quais o rŽu incide na reitera•‹o do

descaminho. 2. Ordem denegada.

(HC 131783, Relator(a): Min. CçRMEN LòCIA, Segunda Turma, julgado em 17/05/2016, PROCESSO ELETRïNICO DJe-112 DIVULG 01-06-2016 PUBLIC 02-06-2016)

10!RESUMO

Para finalizar o estudo da matŽria, trazemos um resumo dos principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa sugest‹o Ž a de que esse resumo seja estudado sempre previamente ao in’cio da aula seguinte, como forma de ÒrefrescarÓ a mem—ria. AlŽm disso, segundo a organiza•‹o de estudos de voc•s, a cada ciclo de estudos Ž fundamental retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em compreender alguma informa•‹o, n‹o deixem de retornar ˆ aula.

PRINCêPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL Conceito

Normas que, extra’das da Constitui•‹o Federal, servem como base interpretativa para todas as outras normas de Direito Penal do sistema jur’dico brasileiro.

Possuem for•a normativa, devendo ser respeitados, sob pena de inconstitucionalidade da norma que os contrariar. Em resumo:

Legalidade - Uma conduta n‹o pode ser considerada criminosa se antes de sua pr‡tica (anterioridade) n‹o havia lei formal (reserva legal) nesse sentido. Pontos importantes:

Ø! O princ’pio da legalidade se divide em Òreserva legalÓ (necessidade de Lei

formal) e ÒanterioridadeÓ (necessidade de que a Lei seja anterior ao fato criminoso)

Ø! Normas penais em branco n‹o violam tal princ’pio

Ø! Lei penal n‹o pode retroagir, sob pena de viola•‹o ˆ anterioridade.

Ø! Somente Lei formal pode criar condutas criminosas e cominar penas. OBS.: Medida Provis—ria pode descriminalizar condutas e tratar de temas favor‡veis ao rŽu (h‡ diverg•ncias, mas isto Ž o que prevalece no STF).

Individualiza•‹o da pena Ð Ocorre em tr•s esferas:

Ø! Legislativa - Comina•‹o de puni•›es proporcionais ˆ gravidade dos

crimes, e com o estabelecimento de penas m’nimas e m‡ximas.

Ø! Judicial - An‡lise, pelo magistrado, das circunst‰ncias do crime, dos

antecedentes do rŽu, etc.

Ø! Administrativa Ð Ocorre na fase de execu•‹o penal, oportunidade na

qual ser‹o analisadas quest›es como progress‹o de regime, livramento condicional e outras.

Intranscend•ncia da pena Ð NinguŽm pode ser processado e punido por fato criminoso praticado por outra pessoa. Isso n‹o impede que os sucessores do condenado falecido sejam obrigados a reparar os danos civis causados pelo fato.

OBS.: A multa n‹o Ž Òobriga•‹o de reparar o danoÓ, pois n‹o se destina ˆ v’tima. A multa Ž espŽcie de PENA, e n‹o pode ser executada contra os sucessores.

Limita•‹o das penas (ou humanidade) Ð Determinadas espŽcies de san•‹o penal s‹o vedadas. S‹o elas:

Ø! Pena de morte. EXCE‚ÌO: No caso de guerra declarada (crimes

militares).

Ø! Pena de car‡ter perpŽtuo Ø! Pena de trabalhos for•ados Ø! Pena de banimento

Ø! Penas cruŽis

OBS.: Trata-se de cl‡usula pŽtrea.

Presun•‹o de inoc•ncia (ou presun•‹o de n‹o culpabilidade) Ð NinguŽm pode ser considerado culpado se ainda n‹o h‡ senten•a penal condenat—ria transitada em julgado.

⇒! Uma regra probat—ria (regra de julgamento) - Deste princ’pio

decorre que o ™nus (obriga•‹o) da prova cabe ao acusador (MP ou

ofendido, conforme o caso).

⇒! Uma regra de tratamento - Deste princ’pio decorre, ainda, que o rŽu

deve ser, a todo momento, tratado como inocente.

Dimens‹o interna Ð O agente deve ser tratado, dentro do processo, como inocente.

Dimens‹o externa Ð O agente deve ser tratado como inocente FORA do processo, ou seja, o fato de estar sendo processado n‹o pode gerar reflexos negativos na vida do rŽu.

OBS.: O STF decidiu, recentemente, que o cumprimento da pena pode se iniciar com a mera condena•‹o em segunda inst‰ncia por um —rg‹o colegiado

(TJ, TRF, etc.), relativizando o princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia (HC 126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 17.2.2016).

Desse princ’pio decorre que o ™nus da prova cabe ao acusador. O rŽu Ž, desde o come•o, inocente, atŽ que o acusador prove sua culpa.

Pontos importantes:

Ø! A exist•ncia de pris›es provis—rias (pris›es decretadas no curso do

processo) n‹o ofende a presun•‹o de inoc•ncia

Ø! Processos criminais em curso e inquŽritos policiais em face do acusado

NÌO podem ser considerados maus antecedentes (nem circunst‰ncias judiciais desfavor‡veis) Ð Sœmula 442 do STJ

Ø! N‹o se exige senten•a transitada em julgado (pelo novo crime) para que

o condenado sofra regress‹o de regime (pela pr‡tica de novo crime)

Ø! N‹o se exige senten•a transitada em julgado (pelo novo crime) para que

haja revoga•‹o da suspens‹o condicional do processo.

OUTROS PRINCêPIOS DO DIREITO PENAL

Princ’pio da alteridade (ou lesividade) - O fato deve causar les‹o a um bem jur’dico de terceiro. Desse princ’pio decorre que o DIREITO PENAL NÌO PUNE A AUTOLESÌO.

Princ’pio da ofensividade - N‹o basta que o fato seja formalmente t’pico. ƒ necess‡rio que este fato ofenda, de maneira grave, o bem jur’dico pretensamente protegido pela norma penal.

Princ’pio da Adequa•‹o social Ð Uma conduta, ainda quando tipificada em Lei como crime, quando n‹o afrontar o sentimento social de Justi•a, n‹o seria crime (em sentido material).

Princ’pio da Fragmentariedade do Direito Penal - Nem todos os fatos considerados il’citos pelo Direito devam ser considerados como infra•‹o penal, mas somente aqueles que atentem contra bens jur’dicos EXTREMAMENTE RELEVANTES.

Princ’pio da Subsidiariedade do Direito Penal - O Direito Penal n‹o deve ser usado a todo momento, mas apenas como uma ferramenta subsidi‡ria, quando os demais ramos do Direito se mostrarem insuficientes.

Princ’pio da Interven•‹o m’nima (ou Ultima Ratio) - Decorre do car‡ter fragment‡rio e subsidi‡rio do Direito Penal. A criminaliza•‹o de condutas s— deve ocorrer quando se caracterizar como meio absolutamente necess‡rio ˆ prote•‹o de bens jur’dicos ou ˆ defesa de interesses cuja prote•‹o, pelo Direito Penal, seja absolutamente indispens‡vel ˆ coexist•ncia harm™nica e pac’fica da sociedade.

Princ’pio do ne bis in idem Ð NinguŽm pode ser punido duplamente pelo mesmo fato. NinguŽm poder‡, sequer, ser processado duas vezes pelo mesmo fato. N‹o se pode, ainda, utilizar o mesmo fato, condi•‹o ou circunst‰ncia duas vezes (como qualificadora e como agravante, por ex.).

Princ’pio da proporcionalidade - As penas devem ser aplicadas de maneira proporcional ˆ gravidade do fato. AlŽm disso, as penas devem ser cominadas de forma a dar ao infrator uma san•‹o proporcional ao fato abstratamente previsto.

Princ’pio da confian•a - Todos possuem o direito de atuar acreditando que as demais pessoas ir‹o agir de acordo com as normas que disciplinam a vida em sociedade. NinguŽm pode ser punido por agir com essa expectativa.

Princ’pio da insignific‰ncia (ou da bagatela) - As condutas que n‹o ofendam significativamente os bens jur’dico-penais tutelados n‹o podem ser consideradas crimes (em sentido material). A aplica•‹o de tal princ’pio afasta a tipicidade MATERIAL da conduta.

Quadro-resumo: PRINCêPIO DA INSIGNIFICåNCIA (Requisitos) M’nima ofensividade da conduta

OBS.: N‹o cabe para: Ø! Furto qualificado Ø! Moeda falsa Ø! Tr‡fico de drogas Ø! Roubo (ou qualquer crime cometido com viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa) Aus•ncia de periculosidade social da a•‹o Reduzido grau de reprovabilidade da conduta Inexpressividade da les‹o jur’dica

Ø! Crimes contra a

administra•‹o pœblica

Import‰ncia do objeto material para

a v’tima*

SOMENTE PARA O STJ

Pontos importantes:

Ø! Descaminho Ð Cabe aplica•‹o do princ’pio da insignific‰ncia. PATAMAR:

O STF sustenta que Ž R$ 20.000,00 (STJ passou a seguir o mesmo

entendimento).

Ø! Reincid•ncia Ð H‡ diverg•ncia jurisprudencial. STF: apenas a

reincid•ncia espec’fica Ž capaz de afastar a aplica•‹o do princ’pio da insignific‰ncia (h‡ decis›es em sentido contr‡rio).

CONCEITO E FONTES DO DIREITO PENAL

Conceito - Ramo do Direito Pœblico cuja fun•‹o Ž selecionar os bens jur’dicos mais importantes para a sociedade e buscar protege-los, por meio da cria•‹o de normas de conduta que, uma vez violadas, constituem crimes, sob amea•a de aplica•‹o de uma pena.

Fontes - s‹o de duas ordens: material e formal.

Ø! Materiais - S‹o os —rg‹os encarregados de produzir o Direito Penal. No caso brasileiro, a Uni‹o Ž o Ente respons‡vel pela Òcria•‹oÓ das normas de Direito Penal.

Ø! Formais - TambŽm chamadas de cognitivas ou fontes de conhecimento,

por sua vez, s‹o os meios pelos quais o Direito Penal se exterioriza, ou seja, os meios pelos quais ele se apresenta ao mundo jur’dico. Podem ser

IMEDIATAS ou MEDIATAS.

§! Imediatas - S‹o aquelas que apresentam o Direito Penal

de forma direta, sendo fruto dos —rg‹os respons‡veis pela sua cria•‹o. No caso do Brasil, a œnica fonte formal imediata do Direito Penal Ž a LEI, Lei em sentido estrito.

Obs.: MP pode tratar sobre matŽria penal, desde que n‹o seja mais gravosa (posi•‹o do STF).

§! Mediatas - TambŽm chamadas de secund‡rias, s‹o

perifŽrica, como os costumes, os atos administrativos e os princ’pios gerais do Direito.

___________

Bons estudos! Prof. Renan Araujo

11!EXERCêCIOS DA AULA

01.! (VUNESP Ð 2016 Ð TJM-SP Ð JUIZ Ð ADPTADA)

O princ’pio da humanidade, previsto expressamente na Constitui•‹o Federal, pro’be a pena de morte (salvo caso de guerra declarada), mas n‹o impede que dos presos se exijam servi•os for•ados.

02.! (VUNESP Ð 2016 Ð TJM-SP Ð JUIZ Ð ADPTADA)

A pessoalidade da pena e a individualiza•‹o da san•‹o penal s‹o princ’pios constitucionais impl’citos, j‡ que n‹o s‹o enumerados expressamente na Constitui•‹o Federal, mas deduzidos das normas constitucionais nela contidas.

03.! (VUNESP Ð 2016 Ð TJM-SP Ð JUIZ Ð ADPTADA)

O postulado da irretroatividade da lei penal, por expressa determina•‹o constitucional, Ž excepcionado quando em causa lei penal benŽfica ao rŽu. Isto importa que a lei penal retroage em favor do rŽu, desde que inexista senten•a com tr‰nsito em julgado.

04.! (VUNESP Ð 2016 Ð TJM-SP Ð JUIZ Ð ADPTADA)

O princ’pio da interven•‹o m’nima do direito penal desdobra-se no car‡ter subsidi‡rio e fragment‡rio do direito penal. O primeiro imp›e que apenas les›es graves a bens jur’dicos dignos de tutela penal sejam objeto do direito penal. J‡ o segundo imp›e que s— se recorra ao direito penal quando outros ramos do direito mostrarem-se insuficientes ˆ prote•‹o de determinado bem jur’dico.

05.! (VUNESP Ð 2011 Ð TJ-SP Ð JUIZ)

Ant™nio, quando ainda em vigor o inciso VII, do art. 107, do C—digo Penal, que contemplava como causa extintiva da punibilidade o casamento da ofendida com o agente, posteriormente revogado pela Lei n.¼ 11.106, publicada no dia 29 de mar•o de 2005, estuprou Maria, com a qual veio a casar em 30 de setembro de 2005. O juiz, ao proferir a senten•a, julgou extinta a punibilidade de Ant™nio,

em raz‹o do casamento com Maria, fundamentando tal decis‹o no dispositivo revogado (art. 107, VII, do C—digo Penal). Assinale, dentre os princ’pios adiante mencionados, em qual deles fundamentou-se tal decis‹o.

a) Princ’pio da isonomia.

b) Princ’pio da proporcionalidade.

c) Princ’pio da retroatividade da lei penal benŽfica. d) Princ’pio da ultratividade da lei penal benŽfica. e) Princ’pio da legalidade.

06.! (VUNESP Ð 2009 Ð TJ-MT Ð JUIZ)

De acordo com o que disp›e a Constitui•‹o Federal, Ž crime inafian•‡vel e imprescrit’vel: a) o estupro. b) a tortura. c) o terrorismo. d) o racismo. e) o crime hediondo. 07.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð DELEGADO)

Assinale a alternativa que apresenta o princ’pio que deve ser atribu’do a Claus Roxin, defensor da tese de que a tipicidade penal exige uma ofensa de gravidade aos bens jur’dicos protegidos.

a) Insignific‰ncia.

b) Interven•‹o m’nima. c) Fragmentariedade. d) Adequa•‹o social. e) Humanidade.

08.! (FGV Ð 2014 Ð OAB Ð EXAME DE ORDEM)

Pedro Paulo, prim‡rio e de bons antecedentes, foi denunciado pelo crime de descaminho (Art. 334, caput, do C—digo Penal), pelo transporte de mercadorias procedentes do Paraguai e desacompanhadas de documenta•‹o comprobat—ria de sua importa•‹o regular, no valor de R$ 3.500,00, conforme atestam o Auto de Infra•‹o e o Termo de Apreens‹o e Guarda Fiscal, bem como o Laudo de Exame Merceol—gico, elaborado pelo Instituo Nacional de Criminal’stica.

Em defesa de Pedro Paulo, segundo entendimento dos Tribunais Superiores, Ž poss’vel alegar a aplica•‹o do

a) princ’pio da proporcionalidade. b) princ’pio da culpabilidade. c) princ’pio da adequa•‹o social.

d) princ’pio da insignific‰ncia ou da bagatela.

09.! (FGV Ð 2014 Ð OAB Ð EXAME DE ORDEM)

O Presidente da Repœblica, diante da nova onda de protestos, decide, por meio de medida provis—ria, criar um novo tipo penal para coibir os atos de vandalismo. A medida provis—ria foi convertida em lei, sem impugna•›es.

Com base nos dados fornecidos, assinale a op•‹o correta.

a) N‹o h‡ ofensa ao princ’pio da reserva legal na cria•‹o de tipos penais por meio de medida provis—ria, quando convertida em lei.

b) N‹o h‡ ofensa ao princ’pio da reserva legal na cria•‹o de tipos penais por meio de medida provis—ria, pois houve avalia•‹o prŽvia do Congresso Nacional. c) H‡ ofensa ao princ’pio da reserva legal, pois n‹o Ž poss’vel a cria•‹o de tipos penais por meio de medida provis—ria.

d) H‡ ofensa ao princ’pio da reserva legal, pois n‹o cabe ao Presidente da Repœblica a iniciativa de lei em matŽria penal.

10.! (FGV-2008-SENADO-ADVOGADO DO SENADO)

Relativamente ao princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia, analise as afirmativas a seguir:

I. O indiciado em inquŽrito policial ou acusado em processo criminal deve ser tratado como inocente, salvo quando preso em flagrante por crime hediondo, caso em que ser‡ vedada a concess‹o de liberdade

provis—ria.

II. S— Ž l’cito o uso de algemas em caso de resist•ncia e de fundado receio de fuga ou de perigo ˆ integridade f’sica pr—pria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e a nulidade da pris‹o ou do ato processual a que se refere, sem preju’zo da responsabilidade civil do estado.

III. Milita em favor do indiv’duo o benef’cio da dœvida no momento da prola•‹o da senten•a criminal: in dubio pro rŽu.

IV. A presun•‹o de inoc•ncia Ž incompat’vel com as pris›es cautelares antes de transitada em julgado a senten•a penal condenat—ria.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. (C) se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas. (D) se apenas as afirmativas I, III e IV estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

A respeito do tema da retroatividade da lei penal, assinale a afirmativa correta. (A) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente n‹o se aplica aos fatos praticados durante a vig•ncia de uma lei tempor‡ria.

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