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Santa Luzia

No documento Daniel Medeiros Moreira (páginas 131-140)

CAPÍTULO 6- COLETA DE DADOS EM CAMPO

7.2 Resultados dos Processamentos Cinemáticos e Aplicações do Modelo de Geóide

7.3.2 Santa Luzia

Para a estação de Santa Luzia no rio Solimões, foi executado o mesmo procedimento, sendo analisadas as declividades da linha de água nos locais de aquisição de dados do satélite altímetro Jason-2 e a declividade encontrada entre os pontos de aquisição e a estação fluviométrica. A Figura 7.33 mostra as linhas de passagem e sua declividade elipsoidal e ondulação do geóide observada durante o trecho.

Figura 7.33 – Declividade de Santa Luzia ao longo da linha do Jason-2

As declividades ao longo da linha do Jason-2 (em verde na Figura 7.33) chegam a 50 centímetros, enquanto a ondulação geoidal (em vermelho na Figura 7.33) apresenta apenas uma correção de apenas de 20 cm. A seguir, na Figura 7.34, é evidenciada a variação de declividade entre a linha mais a jusante, descrita na Figura 7.33, e a estação fluviométrica.

Figura 7.34- Declividade da estação de Santa Luzia para o início do traço do satélite Jason-2

A declividade da estação de Santa Luzia até o traço do Jason-2 foi medida ao longo de dois (2) trajetos de ida e volta, juntando-se quatro (4) séries de dados.

A declividade do traço para a estação está em torno de 15 centímetros com a correção de ondulação geoidal, enquanto a declividade está em torno de sete (7) centímetros.

Em Santa Luzia o geóide reduz a declividade apenas parcialmente, contudo, devido ao fluxo do rio Solimões e da ilha encontrada entre as regiões de medição, não se pode saber se a fonte corresponde a erros de geóide ou a efeitos hidrodinâmicos.

7.3.3 Manaus

A estação do Porto de Manaus fica há cerca de dez (10) quilômetros para as linhas de passagem do satélite do Jason-2, sendo a maior distância observada, neste trabalho, de uma estação in situ para a linha de aquisição de dados do satélite altímetro. Na Figura 7.35, segue o gráfico da declividade realizada durante a campanha de dezembro de 2010 no período de seca, entre a estação de Manaus e as linhas de passagem do Jason-2.

Figura 7.35- Declividade da estação até a linha de passagem do Jason-2.

O gráfico da Figura 7.35 foi executado a partir de dados de cinco (5) receptores GPS instalados sobre o barco. Conforme citado anteriormente, devido a efeitos de velocidade, foram encontradas grande variação entre os aparelhos GPS instalados ao fundo do barco e na frente, sendo que os dois (2) receptores GPS do meio se comportaram muito mais próximos à média dos cinco (5) receptores GPS instalados no barco.

Quanto à declividade da estação linimétrica para o local de aquisição de dados do Jason-2, foi encontrada baixa declividade elipsoidal, sendo que a ondulação geoidal atenuou a declividade encontrada. Entre a estação e a linha de passagem do Jason-2, foi encontrada aproximadamente seis (6) centímetros de declividade elipsoidal. Com a redução para altitudes ortométricas, a partir do modelo EGM08, reduz-se a declividade

dois (2) centímetros em 10 quilômetros, estando de acordo com o forte efeito conhecido na região de remanso hidráulico causado na foz do rio Negro e provocado pelas águas do rio Solimões.

Os gráficos na Figura 7.36 resumem as declividades ao longo das linhas de passagem.

Figura 7.36- Declividade ao longo das linhas de passagem do satélite Jason-2.

A declividade elipsoidal ao longo das linhas de passagem do satélite Jason-2 é um pouco mais acentuada do que a declividade da estação até a linha de passagem do satélite, sendo considerado o valor em torno de doze (12) centímetros de declividade

elipsoidal. Mas ambos os gráficos demonstram a boa correlação entre os valores de declividade elipsoidal e de declividade do geóide dados pela ondulação geoidal.

7.3.4 Iracema

Na estação de Iracema, os levantamentos foram executados por receptores GPS próximos a linha de passagem do satélite Envisat. Os resultados da campanha de dezembro de 2009 foram obtidos conforme ilustra a Figura7.37.

Figura 7.37 – Procedimento de levantamento da declividade da linha de água.

Figura 7.38- Declividade da linha de água da estação fluviométrica de Iracema e linha 1 de passagem do satélite Jason-2.

A declividade elipsoidal apresentada na Figura 7.38 apresenta valores da ordem de doze (12) centímetros. Com a utilização da ondulação geoidal, os valores encontram-se em torno de oito (8) centímetros, contudo a parte mais a montante do trecho apresenta uma declividade diferente da parte a jusante, fato que pode ser observado no gráfico acima. Por hipótese, esses valores podem refletir características hidrodinâmicas causadas por influência do rio Madeira

Os gráficos das Figuras 7.39 e 7.40 mostram a declividade ao longo das duas linhas de passagem do satélite Envisat.

Figura 7.39- Declividade da linha 1 do satélite Jason-2.

Figura 7.40- Declividade da linha de água na linha 2 de passagem do satélite Jason-2.

A linha um (1), na Figura 7.39, possuiu uma boa correlação com o modelo de geóide EMG08, tendo uma variação de declividade elipsoidal da linha de água em torno de doze (12) centímetros aproximadamente, sendo linearmente atenuada pelo modelo na obtenção da declividade ortométrica.

A linha dois (2), na Figura 7.40, apresenta valores bem diferentes erm relação a linha um (1), certamente influenciados pelo azimute oposto à direção da linha 1, como pode ser visto na Figura 7.38. O fato também pode ser explicado por uma variação mais acentuada na parte norte do gráfico devido à maior proximidade da influência do rio Madeira.

7.3.5 Urucurituba

Na estação de Urucurituba, foi realizado, durante a campanha de setembro de 2009, o seguinte percurso descrito na Figura 7.41, de forma a descrever a declividade dos locais de passagem do satélite Jason-2. Os resultados estão mostrados nas Figuras 7.42 e 7.43, enquanto a declividade entre a seção montante e a estação fluviométrica está ilustrada na Figura 7.41.

Figura 7.41- Percurso executado pelo barco e prancha GPS na estação de Urucurituba

Figura 7.42- Variação da altura da linha de água na seção montante da ilha realizado pelo GPS no barco.

Figura 7.43- Variação da linha de água nas seções entre a ilha de Urucurituba , realizadas pela prancha GPS e pelo barco com GPS acoplado.

Figura 7.44- Variação da linha de água entre a estação fluviométrica e a seção a montante da ilha.

Os resultados das Figuras 7.42 a 7.44 ressaltam novamente a boa correlação entre os dados com o modelo de geóide, sendo encontradas baixas declividades elipsoidais no trecho que podem ser reduzidas aplicando-se o modelo de geóide.

No documento Daniel Medeiros Moreira (páginas 131-140)