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3 UM OLHAR PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM E SUA

4.2 Escolha dos conceitos a serem estudados, adaptação e desenvolvimento das SDA

4.2.3 SDA 02: Cachinhos Dourados e os Três Ursos

A SDA apresentada aqui foi aceita de imediato pelos estudantes, uma vez que se envolveram com certa intensidade.

Quadro 2: SDA 02: Cachinhos Dourados e os Três Ursos Cachinhos Dourados e os três ursinhos Conteúdo: Relação entre grandezas e formas

Objetivo: Pensar sobre os conceitos de grandezas e formas, comparar objetos e suas formas. Nexos conceituais: forma; medida; representação.

Materiais necessários: massinha de modelar e folhas para registro Desenvolvimento da atividade:

Vamos ouvir o conto infantil Cachinhos Dourados e os três ursos

Era uma vez, uma família de ursinhos; o Papai Urso, a Mamãe Urso e o Bebê Urso. Eles moravam numa linda casinha, no meio da floresta.

O Papai Urso era o maior de todos e tinha uma voz muito grossa. A Mamãe Urso era um pouco menor e tinha uma vozinha meiga. O Bebê urso era o menorzinho e sua voz era fininha.

Um dia, pela manhã, quando se levantaram, iam tomar mingau, mas a Mamãe Ursa disse: - Este mingau está muito quente para ser tomado agora. Vamos dar uma voltinha na floresta enquanto ele esfria, e na volta a gente toma.

Deixaram o mingau nas suas tigelinhas e saíram.

Enquanto eles estavam fora, apareceu uma menina chamada Cachinhos Dourados, que morava do outro lado da floresta e tinha o mau costume de fugir de casa.

Quando viu a casinha dos ursinhos, achou-a muito bonitinha. Aproximou-se e bateu à porta. Como ninguém respondeu, ela então meteu a mão na porta e entrou.

Assim que entrou, logo à sua frente, na mesa da cozinha, ela avistou as tigelinhas de mingau.

Olhou em volta e então disse:

- Ôba, acho que alguém estava me esperando. Esse mingau parece delicioso. Provou o mingau da tigela maior, mas achou-o muito quente.

Provou o da tigela do meio e achou-o muito frio. Então provou o da tigelinha menor e achou-o ótimo. Por isto, comeu todo mingau que havia nela.

Depois, passou à sala, onde encontrou três cadeiras: uma grande e achou-a muito dura. Sentou-se na cadeira do meio e achou-a macia demais.

Sentou-se na cadeirinha menor e achou-a muito confortável.

Mas, sentou-se com tamanha falta de modos que a quebrou em pedaços.

Depois, Cachinhos Dourados foi ao quarto dos ursinhos. Lá dentro havia três camas: uma grande, uma menor e uma menorzinha ainda. Deitou-se na cama maior e achou-o muito dura. Deitou-se na do meio e achou-a macia demais. Deitou-se na pequenininha e achou-a muito boa.

Ali ficou quietinha e acabou pegando no sono.

Enquanto ela dormia, os ursinhos voltaram do passeio. Foram logo à cozinha para tomar o mingau e, com surpresa, notaram que alguém tinha estado ali. Papai Urso perguntou com sua voz grossa:

- Quem mexeu no meu mingau?

Mamãe Ursa perguntou com sua voz meiga: - Quem provou o meu mingau?

Bebê Urso, com sua voz fininha, chorando, perguntou: - Quem comeu o meu mingau?

Os três ursinhos foram à sala. Papai Urso olhou para sua cadeira e exclamou: - Alguém sentou na minha cadeira!

Mamãe Ursa, com sua voz meiga reclamou: - Alguém também sentou na minha cadeira! Bebê Urso, chorando, queixou-se:

Foram andando para o quarto. Papai Urso olhou para sua cama e perguntou: - Quem esteve deitado na minha cama?

Mamãe Ursa olhou para sua cama e disse: - Alguém esteve deitado na minha cama! Bebê Urso, com sua voz fininha gritou: - Alguém está deitado na minha caminha!

Cachinhos Dourados acordou com o grito de Bebê Urso. Ficou assustadíssima quando viu os três ursinhos no quarto.

Saltou da cama, correu pelo quarto, pulou a janela e continuou correndo pela floresta, tão depressa quanto suas pernas podiam.

E, daí por diante, nunca mais ela fugiu de casa.

Após ouvir o conto:

1) Escolha pelo menos um objeto citado na história e recrie-o com a massinha de modelar. Procure não comentar com seus colegas o objeto que está recriando.

2) Agora vamos analisar cada um dos objetos que foram recriados a partir de uma classificação. Por exemplo: analisar todas as tigelinhas recriadas que pertencem aos ursos. 3) Compare o objeto que você recriou com o de seus colegas.

4) A que conclusões você pode chegar?

Fonte: adaptação de Lanner de Moura et. al. (S/D)

A SDA proposta traz a ideia, discutida por Lanner de Moura et. al. (S/D, p. 34), de que “a geometria não surgiu “plana”, definida por pontos, retas, semi-retas etc, e sim a partir da observação e análise dos fenômenos naturais”. Além disso, com a proposta de reconstruir um objeto da história com a massinha e compará-lo com os objetos feitos pelos outros colegas, os estudantes tiveram oportunidades de indicarem os sentidos e significados que davam aos objetos e, consequentemente, às suas formas. Puderam entrar em contato com os nexos conceituais de medida e representação. Por exemplo, a partir da escolha de reconstruir a tigela de um dos membros da Família Urso o estudante precisa pensar em outros aspectos para sua representação, como o tamanho ou ainda, se atentar às próprias propriedades do objeto, como a sua forma.

Assim como na proposta da SDA 01, os estudantes caracterizaram os objetos que construíram com a massinha de modelar e os compararam com os de seus colegas evidenciando suas semelhanças e diferenças. Ou seja, inicialmente, lançaram mão do

pensamento empírico. No entanto, ao analisarem melhor o que estavam fazendo, nessa SDA percebemos alguns avanços nas discussões que privilegiavam o pensamento empírico, acerca de representações bidimensionais e tridimensionais, ou seja, do pensamento teórico, graças a uma representação da aluna Fernanda (ela fez a cama de massinha de modelar, mas não a representou em suas três dimensões e isso causou certo estranhamento por parte dos seus colegas). Essa discussão foi retomada posteriormente em outra SDA e, a partir daí, reconhecemos a necessidade de aprofundar as questões levantadas pelos estudantes, como discutiremos mais adiante.

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