• Nenhum resultado encontrado

2 CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DE UMA RODOVIA

SENSOR DE DEFORMAÇÃO VERTICAL SENSOR DE DEFORMAÇÃO HORIZONTAL

4.9 TRATAMENTO CONTRA PÓ

4.9.1 Seção Experimental

Para a imprimação da base foi utilizado o CM-30, um asfalto diluído pouco viscoso, cuja taxa de aplicação foi sugerida em 1,3 litros/m2. Sua função primordial, neste caso, foi conferir à base estabilizada um menor poder de absorção, a fim de que o tratamento superior não penetrasse na camada, inviabilizando o trabalho, além de promover condições de aderência entre a base e o revestimento (no caso, a emulsão asfáltica e o agregado).

Para a capa selante foi empregado o material betuminoso do tipo RR-1C, uma emulsão asfáltica catiônica12 de ruptura rápida13 bastante viscosa e de aplicação econômica. Para o primeiro banho utilizou-se uma taxa de aplicação de 1,4litro/m2, enquanto que no 2º banho a emulsão fora diluída em água a 50%.

Nesta etapa do tratamento foram efetivamente aplicados 580 litros de RR-1C e 360 litros de CM-30. O agregado utilizado para a seção 1 foi o estéril IPA, cuja taxa de aplicação foi planejada em cerca de 13kg/m2, consumindo-se cerca de 3.600kg (2,75m3). A opção por este material residiu em sua predominância arenosa, aliada à quase ausência de matacões. Logo, além da facilidade de espalhamento, o emprego do IPA justificou-se pela sua grande oorrência na mina.

A seguir, é descrito o processo de aplicação do TCP para a seção experimental em questão:

i. Com a motoniveladora providenciou-se o nivelamento da base executada em CL, sendo posteriormente umedecida com caminhão-pipa e selada, mediante sucessivas passagens da motoniveladora;

ii. Aplicação de asfalto diluído CM-30, através do caminhão espargidor, a uma taxa constante, segundo três faixas. Apesar do processo de “cura” demandar 24 horas, deixou-se o material secar por 72 horas (Figura 4.55);

12

Sistema constituído pela dispersão de uma fase asfáltica em uma fase aquosa (direta), ou de uma fase aquosa em uma fase asfáltica (inversa), apresentando partículas eletrizadas positivamente.

13

iii. Aplicação da emulsão asfáltica RR-1C também via carro espargidor, de maneira uniforme, na quantidade e temperatura especificadas. Não houve necessidade de espalhamento manual, haja vista que todos os pontos foram alcançados pela aplicação do produto (Figura 4.56);

iv. Espalhamento do estéril IPA uniformemente, em fina camada, através da pá- carregadeira (inicialmente) e da motoniveladora, na quantidade indicada no Projeto Executivo (Figura 4.57). Ambos os equipamentos trabalharam sob a ótica da técnica de “ponta de aterro”, isto é, o espalhamento do agregado sobre a superfície tratada sem, no entanto, haver contato entre os pneumáticos e o material betuminoso;

v. Procedeu-se à compressão, no sentido longitudinal, progredindo-se do bordo mais baixo da pista para o bordo mais alto, por meio de um caminhão carregado, em sucessivas passagens, de forma a se eliminar ao máximo as irregularidades existentes;

vi. Aplicação de um segundo banho de emulsão, diluído em água a 50%, à taxa de 1,4litro/m2, seguindo os mesmos cuidados quando da primeira aplicação do banho.

Antes da etapa de espalhamento e compactação, procedeu-se à retirada manual de alguns matacões depositados sobre a pista, de forma a facilitar o trabalho da motoniveladora. A abertura ao tráfego somente se fez após uma semana de conclusão dos trabalhos, apesar do período recomendado ser de apenas 4 horas.

Figura 4.56: Aplicação de RR-1C sobre a base imprimada (1º banho).

Figura 4.57: Espalhamento dos estéreis sobre a base tratada.

4.9.2 Seção Experimental 2

A execução do TCP para a seção 2 seguiu os mesmos moldes da seção 1, variando-se o tipo de estéril: CCM, em lugar de IPA. A intenção foi testar um material mais pedregulhoso, já que a CL possui quantidade excessiva de matacões, inviabilizando a execução de uma camada pouco espessa. Para esta seção gastou-se, praticamente, a mesma quantidade de estéril, emulsão asfáltica e asfalto diluído.

Analogamente à seção anterior, buscou-se sincronizar as operações de descarga e espalhamento do agregado, de forma a evitar o contato entre o pneumático e a superfície coberta pelo betume. A Figura 4.58 apresenta o banho duplo de emulsão asfáltica, executado após o espalhamento e nivelamento do agregado.

A etapa de acabamento consistiu, ainda, de se garantir um perfeito nivelamento entre as seções 1 e 2.

Figura 4.58: Banho duplo com RR-1C, nas seções 1 e 2.

4.9.3 Seção Experimental 3

De forma similar aos trabalhos de estabilização química da camada de base, estabeleceu-se um critério de comparação entre seções tratadas e não tratadas contra pó. Sendo assim, preferiu-se utilizar o seguinte diferencial para a seção 3: empregar uma vez mais o estéril IPA, sobre a base imprimada com CM-30 e recoberta por RR-1C sem, no entanto, aplicar o 2º banho de emulsão, conforme feito para as outras seções experimentais. Desta forma, o estéril compactado sobre o banho de RR-1C caracterizou- se como a última camada do TCP, após devida selagem com motoniveladora. O nivelamento entre as seções 2 e 3 consistiu na última etapa dos trabalhos.

Para esta modalidade foram consumidos 3.600kg de estéril, 385 litros de RR-1C e 360 litros de CM-30. Ressalta-se que as taxas de aplicação permaneceram imutáveis. A Figura 4.59 mostra o processo de espalhamento e nivelamento conduzido na seção experimental 3. A Figura 4.60 apresenta a feição das superfícies tratadas contra pó, para as seções 1, 2 e 3.

Analogamente à etapa de estabilização da base, a seção 4 não recebeu TCP, uma vez que foi executada conforme os procedimentos empregados pela CVRD quando do acabamento final da pista de rolamento. A superfície final desta seção, executada com o estéril CCM, foi nivelada em relação às demais seções experimentais, sem quaisquer tipos de tratamento. A Figura 4.61 mostra toda a pista após a conclusão dos trabalhos. A Figura 4.62 resume a concepção geral do trecho experimental, no que tange a seleção de estéreis para as camadas do pavimento e as técnicas de estabilização química e tratamento contra pó.