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Sistematizar os dados das doze instituições escolhidas para compor o panorama segmentado do campo da Comunicação foi um grande desafio. Não só pelo tempo, mas pela grande quantidade e variedade de informações e por parte significativa do material estar disperso, em vários espaços, desde a internet, nas páginas das entidades; anais de eventos, livros publicados, cadernos de resumos, dos múltiplos eventos realizados.

Também, uma das etapas mais difíceis foi a seleção daquilo que deveria ser disponibilizado de cada instituição, em meio a uma diversidade de materiais, dados e produções. Não poderíamos cometer o erro da omissão ou mesmo evidenciar dados que talvez não fossem tão relevantes para aquilo que deveria ser empreendido nesta investigação.

Como toda pesquisa tem uma dose bastante elevada de escolhas do pesquisador, essa não fugiu a regra. Assim, acreditamos que parte substanciosa das produções está disponibilizada nas tabelas e textos.

Para esboçar uma primeira análise sobre a segmentação da Comunicação não poderíamos deixar de ouvir os presidentes das instituições que integraram a pesquisa. Assim, nos meses de dezembro de 2010 a abril de 2011 enviamos para todos os doze presidentes um breve questionário, com 4 questões, objetivando uma avaliação sobre as contribuições da entidade e as perspectivas de futuro desenhadas por cada um dos campos de estudos e pesquisas que compõem a grande área da Comunicação no Brasil.

Nem todos responderam. Mas aqueles que contribuíram traçaram um panorama específico dos desafios e batalhas, mas principalmente, descortinaram um cenário plural no que tange as ações que ainda precisam ser realizadas. Neste sentido, não editamos as respostas, as quais estão disponibilizadas na íntegra, abaixo.

Professor Dr. Adolpho Queiroz - Presidente da Politicom (Sociedade Brasileira dos Pesquisadores e Profissionais de Comunicação e Marketing Político)

1. PESQUISA - Como o senhor define os atuais espaço e papel do Marketing Político no Campo da Comunicação no Brasil?

ADOLPHO QUEIROZ - ainda há muito por se fazer. Embora a atividade do marketing político, do ponto de vista profissional já tenha cerca de 40 anos no país e as pesquisas sobre o tema tenham ganhado novo alento após a redemocratização do país nos anos 84/85, é certo que a temática avançou, mas há ainda muito por ser feito. Temos hoje no país três grandes grupos desenvolvendo pesquisas e ações na área: a Politicom, Sociedade Brasileira dos Pesquisadores e Profissionais de Comunicação e Marketing Político (que procura nos seus congressos o dialogo entre academia e mercado), a Abcop (entidade que congrega profissionais da área, há 20 anos) e a Compolítica, Associação Brasileira dos Pesquisadores em Comunicação e Política, que realizou este ano o seu quarto congresso e valoriza intensamente o diálogo da pesquisa acadêmica nas áreas de comunicação, Ciências sociais e Ciências políticas.

2. PESQUISA - Neste panorama, de que formas as contribuições da Sociedade Brasileira de Profissionais e Pesquisadores de Comunicação e Marketing se fazem relevantes?

ADOLPHO QUEIROZ - temos realizado congressos nacionais há dez anos. Começamos modestos, num pequeno auditório na Universidade Metodista de São Paulo e de lá por diante conseguimos públicos superiores a 300 participantes, de 17 estados brasileiros, com presença de convidados do exterior, grandes contribuições através dos nossos grupos de trabalho ( propaganda política no rádio; pp na televisão; pp na internet; pp nos impressos; pp na comunicação aplicada - prêmio Sérgio Arapuã em parceria com a Abcop; pp nas pesquisas de opinião; pp no marketing pós eleitoral e governamental. este ano estamos criando o gt de monografias, para abrigar os alunos de cursos lato sensu na área e criamos também o i festival de jingle eleitoral, que deve dar um novo alento na divulgação da nossa entidade. este evento é uma parceria com a Abocp, Intercom,revista imprensa e Universidade Mackenzie.

3. PESQUISA - Quais sugestões ou demandas públicas para o crescimento da área vêm sendo constatadas nos encontros da POLITICOM?

ADOLPHO QUEIROZ - através dos e-books que temos publicado, instalados no site da Cátedra Unesco/Umesp de comunicação para o desenvolvimento regional, temos tido entre 30 a 50 mil visitantes e acessos a estes trabalhos . Por isso mesmo creio que as temáticas que temos desenvolvido nos nossos congressos, GTs,difundidas através de livros, artigos, cds, entre outras plataformas, estão alcançando o êxito necessário para ampliarmos a compreensão, o interesse público pelo nosso trabalho e, mais do que isso, a compreensão dos agentes políticos e partidários do país para que sejam alertados para as modernas técnicas do marketing político e suas consequências benéficas para os processos eleitorais.

4. PESQUISA - Quais as metas da POLITICOM com referência à sua contribuição ao futuro da área da Comunicação no Brasil?

ADOLPHO QUEIROZ - creio que investir na diversidade dos temas, levar os congressos do Politicom para além do estado de São Paulo onde realizamos os dez primeiros ( deveremos ir a Curitiba e juiz de fora nos próximos dois anos, a convites das universidades federais daquelas importantes cidades), dinamizar as diretorias, incrementar a produção e difusão da revista "Politicom", criar uma revista eletrônica para abrigar pesquisadores da área, são tarefas que se imporão à nova diretoria, a ser conduzida pelo prof. Dr. Roberto Gondo no próximo triênio.

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Professor Dr. Antonio Carlos Hohlfeldt - Presidente da Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação)

1. PESQUISA - Como o senhor define os atuais espaço e papel do Campo da Comunicação no Brasil? ANTONIO HOHLFELDT - O Campo da Comunicação no Brasil é crescente, pelo simples fato de que os processos e as tecnologias comunicacionais crescem constantemente no país. Lembremos que há menos de vinte anos praticamente não se falava em internet no Brasil. Hoje, registra-se um crescimento exponencial, com o Brasil liderando movimentos de redes sociais como Orkut e Facebook. Por outro lado, o país vem avançando fortemente no campo de tecnologias digitais. Ora, a adoção de tais tecnologias tem sido conduzida pelo Governo Federal, a quem compete o encaminhamento de tais questões, praticamente à revelia da população e até mesmo dos segmentos universitários especializados. Foi uma dura luta chegar-se a um encontro nacional como o ocorrido em 2009, mas depois disso, o Governo

nunca mais tocou no assunto. O modelo de digitalização da televisão foi decidido entre quatro portas. O modelo de rádio digital da mesma maneira. Não se adotou todas as possibilidades da tecnologia, o que, de fato, poderia democratizar o acesso às mídias, e conseqüentemente, à informação. Mais, que poderia democratizar o acesso às mídias para garantir a mais livre expressão, conforme se encontra na Constituição Federal. Por conseqüência, o campo crescem os problemas avultam, mas a população fica marginalizada, como sempre esteve, aliás, das chamadas políticas públicas vinculadas ao campo, o que faz com que tenhamos essa contradição dicotômica: as pessoas aprendem a usar apenas parcialmente, elas não chegam a compreender ou se conscientizar plenamente de tudo o que tais tecnologias possibilitam à cidadania. E isso porque as autoridades a quem compete tal papel de alerta ou mesmo de possibilitar tal potencialização se negam a fazê-lo e se omitem em relação às suas responsabilidades. Assim, pois, o campo se torna enorme para as grandes empresas, quase sempre multinacionais, e bastante restrito para a maioria absoluta da população, com raríssimas exceções.

2. PESQUISA - Neste panorama, de que formas as contribuições da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação se fazem relevantes?

ANTONIO HOHLFELDT - A INTERCOM tem promovido, constantemente, a cada congresso anual, e mais recentemente em seus congressos regionais, debates variados, de maneira a chamar a atenção, ao menos dos profissionais, pesquisadores e estudantes do campo, para os temas emergentes em torno do campo. Mais que isso, mais recentemente, a INTERCOM vem buscando articular as diferentes entidades para a busca de políticas comuns frente ao Governo, no sentido de se pautar a discussão dos mesmos. Isso foi possibilitado com a criação da SOCICOM e, logo após, com a aproximação da mesma ao IPEA, por exemplo. Projetos variados têm buscado abrir esse tipo de debate, publicando-se obras e, mais recentemente, buscando-se divulgar tais debates através da internet.

3. PESQUISA - Quais sugestões ou demandas públicas para o crescimento da área vêm sendo constatadas nos encontros da Intercom?

ANTONIO HOHLFELDT - Todos os temas e demandas que surgem no seio da sociedade brasileira se apresentam nos debates dos congressos anual e regionais da Intercom, pelo simples fato de que a entidade não é um conjunto abstrato, mas muito concreto de representação e de relação entre pesquisadores e a sociedade brasileira. Assim, aquilo que está na pauta do dia da sociedade acaba aparecendo nos nossos congressos, porque os integrantes desses congressos se preocupam com tais temas e tratam de debatê-los, aproveitando tais encontros. Eu diria que a democratização dos meios de comunicação tem sido a constante da entidade: quando a INTERCOM surgiu, estávamos em plena ditadura. Ao lado da UCBC, e depois praticamente liderando o processo, a INTERCOM manteve os debates em torno da democratização sempre presentes. Mais adiante, já no processo de “abertura”, partimos para a discussão da propriedade dos meios; as relações entre as mídias e a cidadania; a presença do Governo em face das empresas privadas que dominam a novas tecnologias. Propusemos debates em torno do papel e do significado das novas tecnologias, de suas reflexões nas relações internacionais – especialmente se elas democratizavam tais relações ou não – e hoje em dia continuamos debatendo sempre aquilo que está mais presente no debate nacional. Lembro que quando organizei, com a Profa. Dra. Maria Cristina Gobbi, o primeiro volume com textos dos ganhadores do Prêmio Luiz Beltrão, comentei – e escrevi, no prefácio do volume – que a simples leitura daqueles textos evidenciava a evolução sofrida pelo pensamento comunicacional brasileiro. Ali se podia verificar o quanto a Intercom estivera atualizada em relação aos debates nacionais e o quanto ela abrira caminhos, antecipara perspectivas e se mantivera na liça dos grandes debates.

4. PESQUISA - Quais as metas da Intercom com referência à sua contribuição ao futuro da área da Comunicação no Brasil?

ANTONIO HOHLFELDT – A INTERCOM tem um duplo compromisso com a democracia: a democracia interna, na relação entre seus associados e participantes, e uma relação democrática com as demais entidades congêneres. Mais que isso, a Intercom está sempre pronta para dialogar com instituições continentais e internacionais, de modo a chamar a atenção para o que se produz, se pensa e se discute em torno da Comunicação Social no Brasil, assim como mostrar o imenso campo de estudos e de produção em que se constitui nosso país. Temos procurado ampliar uma aproximação institucional com entidades congêneres européias ou norte-americanas, através de integrantes de nossas diretorias.

Temos proposto versões em inglês de trabalhos de nossos diretores/pesquisadores no sentido de divulgar o que chamamos de pensamento comunicacional brasileiro. Essa foi uma constante introduzida pelo Prof. Dr. Marques de Melo desde a fundação da entidade, com seus colegas de iniciativa, e que tem sido mantida por todas as demais diretorias. Há um compromisso, enfim, da Intercom, com a democracia na própria sociedade brasileira. E ela passa, evidentemente, pelo contexto da Comunicação Social, que atravessa e permeia toda a sociedade. Eu diria, pois, em síntese, que a grande meta da Intercom é ser fiel a si mesma, na medida em que, olhando para trás, seja capaz de compreender seu papel no presente e apostar em novas contribuições para o futuro, bem como escreveu Hipólito José da Costa, a propósito de seu papel, enquanto animador do jornal Correio Braziliense. Para isso, entre muitas outras iniciativas, preocupamo-nos com a guarda da memória do campo, apostando alto na reorganização e dinamização do PORTCOM, por exemplo, que é um repositório de estudos em torno da comunicação social, produzidos a partir da INTERCOM, ao longo de décadas, e que pode ser amplamente acessado por todo e qualquer interessado. Acho que essa é uma das principais contribuições que a entidade pode dar à área da comunicação em nosso país, na medida em que, conhecer o passado, é evitar que se realize um presente apenas repetitivo, sem apostar nas conquistas possíveis do futuro.

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Professora Dra. Maria Dora Genis Mourão - Presidente da SOCINE (Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual)

1. PESQUISA - Como a senhora define os atuais espaço e papel da área de Estudos de Cinema e

Audiovisual no Campo da Comunicação no Brasil?

DORA MOURÃO - A área de estudos de cinema e audiovisual vem ocupando um espaço cada vez mais importante no âmbito do ensino e da pesquisa, seja por ser considerada estratégica do ponto de vista cultural e político, seja pelo fato do mundo hoje se mover em torno do audiovisual, o que lhe confere um lugar relevante. Os avanços tecnológicos e as implicações socio-econômicas resultantes desse avanço vieram se somar à diversidade de enfoques de pesquisa que conforma a área, ampliando seu espectro de ação. Para dar conta da abrangência das experiências e práticas do cinema e audiovisual é fundamental ter o domínio do campo conceitual específico. A área não se caracteriza somente pela reflexão sobre os suportes ou as técnicas, mas vai muito além ao se constituir como uma área que integra dois campos, o das artes e o das comunicações. A partir da instituição pelo MEC das "Diretrizes Curriculares nacionais do Curso de Graduação de Cinema e Audiovisual" ocorrida em junho de 2006, houve um crescimento significativo de cursos. É importante salientar que as diretrizes orientam tanto os cursos específicos de cinema e audiovisual, quanto àqueles que são ênfases ou especializações em cursos de Comunicação Social. Também na Pós-Graduação detectamos um movimento que vai em direção à criação de Programas específicos.

2. PESQUISA - Neste panorama, de que formas as contribuições da Sociedade Brasileira de Estudos de

Cinema e Audiovisual se fazem relevantes?

DORA MOURÃO - A SOCINE tem um papel fundamental uma vez que é a entidade que representa os pesquisadores em cinema e audiovisual. Hoje a entidade tem mais de 500 filiados, sendo que vem crescendo a cada ano, portanto a maior parte da pesquisa desenvolvida na área tem na SOCINE seu centro aglutinador e de divulgação através dos encontros anuais, nacionais e regionais, e das coletâneas publicadas com trabalhos que são apresentados nos referidos encontros. Uma revista eletrônica, a REBECA, está em fase de gestação. É importante salientar que muitos dos pesquisadores são professores universitários e que a totalidade deles deve estar vinculada a um programa de pós- graduação. Com essas características sua contribuição é indiscutível.

3. PESQUISA - Quais sugestões ou demandas públicas para o crescimento da área vêm sendo constatadas nos encontros da SOCINE?

DORA MOURÃO - O crescimento da SOCINE e sua ampla representatividade exigem uma reflexão sobre o lugar da área, assim como sua inserção nas políticas públicas de pesquisa e formação desenvolvidas pelas agências de fomento e órgãos governamentais.

4. PESQUISA - Quais as metas da SOCINE com referência à sua contribuição ao futuro da área da Comunicação no Brasil?

DORA MOURÃO - Com 15 anos de existência a SOCINE está consolidada, nesse sentido a manutenção de seu objetivo maior que é o de aglutinar, sistematizar e divulgar os resultados de pesquisas na área do cinema e audiovisual contribuirá para o futuro da área da Comunicação no Brasil.

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Professora Dra. Marialva Carlos Barbosa – Presidente da Rede Alcar (Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia)

1. PESQUISA - Como a senhora define os atuais espaço e papel da História da Comunicação no Campo da Comunicação no Brasil?

MARIALVA BARBOSA - Como o campo da comunicação se caracteriza e se define por uma característica extremamente presentista, há uma certa tendência geral a desvalorização dos estudos de natureza histórica. Isso se dá, por exemplo, com a retirada de muitos curriculos (quase a totalidade) da disciplina, pelo número mais reduzido (no conjunto da área) das pesquisas de natureza histórica. Por outro lado, observamos, nos últimos anos, uma mudança no estatuto da reflexão sobre a história da comunicação no país: passamos de pesquisas tributárias de uma visão de história linear e orientada, para uma visão que considera fundamental o caráter interpretativo e sempre provisório das conclusões. Passamos de uma história que valorizava os grandes nomes, grandes feitos, para uma história que visualiza a comunicação como processo. E nisso o papel da ALCAR foi decisivo. A complexidade das discussões nos 8 Congressos nacionais que realizamos (o oitavo vai ser realizado agora em abril no Paraná) ampliou o escopo das pesquisas e sobretudo deu uma nova dimensão a essas pesquisas sobre a temática ou melhor a historicidade dos meios de comunicação no Brasil.

2. PESQUISA - Neste panorama, de que formas as contribuições da Rede Alcar se fazem relevantes? MARIALVA BARBOSA - A ALCAR tem contribuído não apenas com a ampliação dos espaços de pesquisa, com a realização dos Congressos Regionais (no ano passado realizamos o Congresso regional do Sudeste, em SP, do Estado do Rio, em Friburgo – RJ, do Norte, em Palmas – TO, do Nordeste em Natal, Rio Grande do Norte, do RS, na PUC-RS, totalizando5 Congressos Regionais) e do Congresso Nacional, realizado a cada 2 anos. Este ano o VIII Congresso será realizado na UNICENTRO, em Guarapuava, PR. Temos feito ações no sentido do desenvolvimento de pesquisas integradas, como foi a realizada pelo GT de Rádio que traça um panorama do estado da arte das rádios em 27 regiões metropolitanas de todo o Brasil, e agora o nosso mais novo projeto é realizar uma pesquisa de grande fôlego sobre o campo acadêmico da comunicação no Brasil, da formação desse campo a partir de alguns marcos inflexivos que se localizam nas décadas de 1960/70. Esse é o nosso maior projeto: estamos reunindo nele mais de 100 pesquisadores que estão trabalhando como pesquisadores voluntários, em Rede, divididos por regiões e a partir disso vamos mapear os marcos de desenvolvimento e da consolidação das pesquisas na área de comunicação no Brasil, a partir de ações emblemáticas, como por exemplo, a constituição das próprias sociedades científicas na área de comunicação, das quais a INTERCOM é pioneira.

3. PESQUISA - Quais sugestões ou demandas públicas para o crescimento da área vêm sendo constatadas nos encontros da Rede?

MARIALVA BARBOSA - A grande demanda é pela realização de pesquisas integradas. Na área de história é humanamente impossível realizarmos pequisas de cárater individual: as pesquisas devem, para serem complexas, envolver redes de pesquiadores. Portanto, se houvesse financiamento para a realização dessas pesquisas seria mais fácil. Mas enquanto não há os pesquisadores estão se reunindo e ampliando a possibilidade de pesquisa e sobretudo criando uma cultura de pesquisa integrada que ainda não há na área de comunicação no Brasil.

4. PESQUISA - Quais as metas da Rede Alcar com referência à sua contribuição ao futuro da área da Comunicação no Brasil?

MARIALVA BARBOSA - Ter reconhecida a importância das pesquisas históricas na área de comunicação. E o caminho para isso não é incensar os grandes pesquisadores, mas motivar os que estão iniciando agora. Por isso criamos o Prêmio José Marques de Melo que irá premiar o melhor trabalho de GRADUAÇÃO apresentado durante o Congresso Nacional. Queremos trazer para o campo histórico os jovens pesquisadores. Sem eles não avançaremos e não consolidaremos o nosso campo.

Essa é a nossa principal meta. A outra meta é complexificar a pesquisa na área de história dos meios, realizando outras pesquisas integradas e mostrando as razões políticas da importância de uma visão histórica em relação aos meios de comunicação. Não queremos que a area de comunicação abandone a sua característica de ultra-atualidade, mas queremos que reconheça a importância da dimensão histórica em suas pesquisas. Essa é a nossa meta e o nosso sonho.

2.15 Considerações finais e outras etapas a percorrer ---

O estado do conhecimento na área da comunicação pode ser dividido em duas sub-áreas: as consolidadas e as emergentes. Neste cenário, o desafio proposto pela SOCICOM e apoiado pelo IPEA para a realização dessa pesquisa deve ser entendido como um passo importante para o conhecimento sobre a produção comunicacional de pesquisadores e de instituição nacionais. Não somente aquelas representadas no âmbito dessa pesquisa, mas para outras tantas que integram o cenário da comunicação no País. Também deve ser avaliado em sua contribuição para o campo da comunicação, em seu amplo espectro de possibilidades.

As pesquisas científicas evidenciam escolhas, quer dos objetos, metodologias ou mesmo do

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