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4.2 Recomendações para a Estrutura de SAD

4.2.2 Segunda Estrutura de SAD

A segunda estrutura de Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) tem como característica a estruturação de sistemas que suportem estruturas de atividades semiestruturadas e não

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estruturadas, possibilitando o gerenciamento nos níveis altos e baixos da organização. Essa estrutura é capaz de suportar todas as fases de uma decisão, destacando principalmente a identificação de problemas e oportunidades, para problemas específicos. A segunda estrutura do SAD ainda possui suporte para múltiplos usuários, que acessam o sistema diretamente ou com auxílio de intermediários, e a interação com outros sistemas da organização.

No nível arquitetural, o gerenciador de diálogo possui flexibilidade na interface com usuário, provendo facilidade para interagir com outros componentes do SAD, bem como no gerenciamento de dados. O gerenciador de modelos fornece a flexibilidade na utilização de vários modelos, suportando decisões operacionais e táticas, e interagindo com o banco de dados diretamente. O gerenciamento de banco de dados é o principal fator no nível arquitetural para a segunda estrutura do SAD, por provê interações com o banco de dados facilitado por consultas feitas diretamente do SAD para o banco de dados exclusivo para esse sistema. Ainda com relação ao gerenciador de banco de dados, ele possui dados extraídos de várias bases de dados e é auxiliado pelo Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD) para a manipulação de funções dentro dos dados armazenados.

Os perfis dos usuários desta estrutura do SAD são indivíduos que possuem bom nível de conhecimento computacional, alto nível educacional, que estão em sua maioria no nível de gerenciamento médio. Esses indivíduos utilizam o SAD com uma frequência média, geralmente semanal, e acham que o desempenho do SAD é satisfatório. As pessoas responsáveis pela requisição do SAD normalmente estão envolvidas nas fases design, implementação e construção do sistema, com destaque na fase de implementação, do ciclo de vida do SAD. As informações aqui explicitadas são resultados da pesquisa realizada por Pearson e Shim (1995).

Agregações realizadas mediante os fatores ambientais que influenciam no desenvolvimento de um SAD, o modelo adaptado do ciclo de vida de sistemas de informação, inicialmente proposto por Sage (1991), e as características dos perfis dos usuários de SAD são possíveis elicitar algumas recomendações para o analista responsável pelo desenvolvimento do SAD.

As fases de captação das necessidades dos usuários, assim como a definição dos requisitos do SAD, na etapa de definição do sistema são cruciais para todo o ciclo de vida do desenvolvimento do sistema. Nessas fases, será necessário considerar além das necessidades funcionais do SAD, também considerar os estilos cognitivos dos usuários, uma vez que a

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segunda estrutura do SAD preza pela forte interação usuário-sistema, através do gerenciador de diálogos. Segundo Moreau (2005), o fator interface amigável do sistema com usuário influenciam diretamente na satisfação e na frequência da utilização dos usuários com o sistema. Assim, faz-se necessário elicitar desde o início do ciclo de vida do sistema, qual estilo cognitivo do usuário e seus principais impactos.

Há a flexibilidade provida pelo gerenciador de diálogos e a necessidade de um gerenciamento efetivo e eficaz do gerenciador de dados, emergindo um esforço maior no desenvolvimento das arquiteturas conceituais, na etapa de design e desenvolvimento do sistema. O esforço surge da necessidade de integração entre os componentes do SAD com o Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD), os quais deverão prover consultas facilitadas no nível de aplicação, no gerenciador de diálogos. Além da fase de desenvolvimento das arquiteturas conceituais, a fase de especificação dos subsistemas e teste dos requisitos desenvolvidos também será feita, requisitando maior esforço do analista.

As fases de desenvolvimento dos componentes, validação dos Stakeholders e integração dos subsistemas serão as fases mais críticas do ciclo de vida do desenvolvimento do sistema, uma vez que o SAD deverá fornecer interatividade com o usuário. Nessas fases, será desenvolvido e testado cada componente, que ao final de cada um deles é criado um protótipo funcional para avaliação dos Stakeholders. Caso o componente seja aprovado, ele seguirá para a integração com outros componentes, caso não seja aprovado, será feita uma iteração para que o componente possa ser especificado e desenvolvido um novo protótipo.

A etapa de operação e manutenção do sistema exigirá um grande esforço do analista, pois os testes operacionais do SAD serão cruciais para que haja uma aceitação final dos usuários. As fases de implementação operacional, teste de aceitação final, teste operacional e aceitação final do sistema serão de fundamental importância para o sucesso do SAD, pelo motivo de que a segunda estrutura do SAD deve fornecer um gerenciador com flexibilidade, e isso deverá ser avaliado em conjunto com o usuário final. Essas recomendações tornam-se pertinentes pelo nível de gerenciamento suportado, geralmente de baixo e médio nível.

Outro esforço para o analista encontra-se na fase de identificação de mudanças nos requisitos do sistema. Isso se deve às estruturas das atividades não estruturadas, que muitas vezes necessitam de mudanças não programadas. Segundo Simon (1980), decisões não estruturadas são situações novas ou problemas em que não se tem regras ou métodos de

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solução. A evolução natural do SAD também deve ser considerada, através da fase de teste de manutenção pelo suporte do contratante, que poderá requisitar novas mudanças no sistema.

Figura 4.6: Adaptação das 22 fases do ciclo de vida da engenharia de sistemas para SAD utilizando a segunda estrutura

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A figura 4.6 acima apresenta as fases críticas para a segunda estrutura do SAD, as quais requerem maiores esforços do analista. Essas fases e interações estão destacadas na cor vermelha.

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