A utilização de certos aparelhos e instrumentos pode implicar riscos microbiológicos. Outros são especialmente concebidos para evitar ou reduzir riscos biológicos (ver Capítulo 11).
Equipamento capaz de criar riscos
No Quadro A4-1 encontra-se uma lista dos equipamentos e manipulações que podem criar riscos e sugestões sobre a maneira como tais riscos podem ser eliminados ou reduzidos.
Quadro A4-1.
Equipamento e manipulações que podem criar riscos
EQUIPAMENTO RISCO COMO ELIMINAR OU REDUZIR O RISCO
Agulhas Inoculação • Não voltar a inserir no invólucro nem partir as
hipodérmicas acidental, agulhas.
aerossol ou • Utilizar um tipo de seringa que evita a separação
derrame da agulha e seringa, ou um tipo descartável em
que a agulha é parte integral do conjunto. • Utilizar boas técnicas de laboratório, isto é:
— encher a seringa com cuidado para evitar ao máximo a formação de bolhas e de espuma — evitar a utilização de seringas para misturarlíquidos infecciosos; no caso de não poder, assegurar-se que o bico da agulha está sob a superfície do líquido do recipiente e evitar de exercer força excessiva
— antes de retirar uma agulha introduzida num frasco através duma rolha de borracha, embrulhar a agulha e a rolha numa compressa de algodão impregnada de um desinfectante apropriado
— mantendo a seringa na vertical, rejeitar oexcesso de líquido e as bolhas de ar para uma compressa de algodão impregnada de um desinfectante apropriado ou para um pequeno frasco que contenha algodão.
• Utilizar uma CSB para todas as manipulações com matéria infecciosa.
• Colocar os animais num dispositivo de contenção para os inocular. Utilizar agulhas grossas e curtas ou cânulas para inoculação intranasal ou oral. Utilizar uma CSB.
• Depois da utilização, descontaminar a autoclave e assegurar eliminação correcta. Se utilizar um conjunto agulha-seringa descartável, não o desmonte antes de o descontaminar na autoclave.
Centrifugadoras Aerossóis, • Utilizar copos de centrifugação (copos de
projecções e segurança) ou rotores fechados. Abrir os copos
quebra de tubos ou os rotores depois de estes repousarem cerca de 30 minutos ou numa CSB.
Ultracentrifugadoras Aerossóis, • Instalar um filtro HEPA entre a centrifugadora e a
projecções e bomba de vácuo.
quebra de tubos • Manter um registo das horas de utilização de cada rotor e estabelecer um programa de manutenção preventiva para reduzir o risco de avaria mecânica. • Encher e esvaziar os copos ou rotores dentro de
uma CSB.
Garrafas Explosão, • Verificar se o cesto metálico à volta do catalisador
anaeróbias dispersão de está em bom estado.
matéria infecciosa
Dissecadores Implosão, • Colocar numa caixa metálica sólida.
dispersão de fragmentos de vidro e matéria infecciosa.
Homogeneizadores, Aerossóis, • Fazer funcionar e abrir o equipamento numa CSB.
separadores de escoamentos e • Utilizar modelos especialmente concebidos para
tecidos quebras evitar escoamentos a nível dos rolamentos do
rotor e juntas circulares, ou utilizar um separador de tecidos tipostomacher .
• Antes de abrir a cuba do misturador, esperar 30 minutos para que o aerossol tenha tempo de assentar. Refrigerar para condensar os aerossóis. • Se utilizar um separador manual, segurar o tubo
com um tampão de matéria absorvente.
ANEXO 4. SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO
Geradores de Aerossóis, • Fazer funcionar e abrir o equipamento numa CSB
ultra-sons, lesões do ou num local confinado.
limpadores a aparelho auditivo, • Assegurar o isolamento para proteger contra os
ultra-sons dermites ultra-sons.
• Usar luvas para proteger a pele contra os efeitos químicos de detergentes.
Misturadores Aerossóis, • Trabalhar numa CSB ou num local de
de culturas, projecções e confinamento primário especialmente concebido.
agitadores derrames • Utilizar frascos de cultura sólidos munidos de
rolhas de rosca, com uma saída protegida com filtro, se necessário, e bem seguros.
Congeladores Aerossóis e • Utilizar ligações circulares para manter o aparelho
(liofilizadores) contaminação hermeticamente fechado.
por contacto • Utilizar filtros de ar para proteger o circuito de
directo vácuo.
• Utilizar um método satisfatório de
descontaminação, por exemplo, por via química. • Fornecer um captador de humidade inteiramente
metálico e um condensador de vapor.
• Verificar com cuidado todos os frascos de vidro para ver se não estão estragados. Utilizar unicamente frascos de vidro concebidos para utilização no vácuo.
Aparelhos para Proliferação de • Limpar e desinfectar regularmente.
banho-maria microrganismos. • Não utilizar azida de sódio para evitar a A azida de sódio proliferação de microrganismos. forma
compostos explosivos com certos metais.
Além dos riscos microbiológicos, também é preciso prever e evitar os riscos associa- dos a equipamento. O Quadro A4-2 dá uma lista de exemplos de algumas causas de acidentes.
Quadro A4-2.
Causas correntes de acidentes relacionados com o equipamento
ACIDENTE CAUSA DO ACIDENTE ELIMINAR OU REDUZIR O RISCO
Defeito de concepção ou construção
Incêndio de origem Falta de interruptor de excesso • Respeitar as normas
eléctrica em de temperatura nacionais
incubadoras
Electrocussão Falta de ligação à terra apropriada
Utilização incorrecta
Acidente com Falta de equilíbrio dos copos de • Formar e dirigir o pessoal
centrifugadora centrifugação sobre os rotores
de oscilação livre
Explosão de uma Utilização de gás não indicado • Formar e dirigir o pessoal
incubadora anaeróbia
Adaptação incorrecta
Explosão numa Más condições de transporte do • Utilizar equipamento
garrafa vazia de azoto líquido especialmente concebido.
utilização doméstica
Explosão num Produto químico perigoso não • Guardar os dissolventes e
frigorífico de tipo guardado em recipiente à prova extractos a ponto de centelha
doméstico de faíscas/explosão, por baixo unicamente em
exemplo, éter dietílico num frigoríficos ou câmaras à
recipiente que verte pela rolha prova de faíscas/explosões.
Falta da manutenção devida
Incêndio num Montagem incorrecta dos • Formar e dirigir o pessoal
fotómetro de chama componentes durante a