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TÉCNICAS DE LABORATÓRIO

Abertura de embalagens 

12. TÉCNICAS DE LABORATÓRIO

Evitar a inoculação de material infeccioso

1. A inoculação acidental devido a ferimento com vidros ou utensílios partidos pode ser evitada com medidas de precaução. Sempre que possível, os utensílios de vidro devem ser substituídos por utensílios em plástico.

2. Ferimentos com agulhas ou seringas hipodérmicas, pipetas de Pasteur de vidro ou vidro partido, por exemplo, podem causar inoculação acidental.

3. Podem reduzir-se os ferimentos com agulhas: (a) limitando ao mínimo o uso de seringas e agulhas (por exemplo, dispondo de dispositivos simples para abrir frascos com cápsulas de forma a utilizar pipetas em vez de seringas e agulhas); (b) utilizando dispositivos de segurança especiais quando as seringas e agulhas são realmente necessárias.

4. As agulhas nunca devem ser reinseridas nos seus invólucros. Os artigos descartáveisdevem ser colocados em recipientes especiais imperfuráveis, providos de tampa. 5. As pipetas de vidro devem ser substituídas por pipetas Pasteur de plástico.

Separação de soro

1. Este trabalho só deve ser realizado por pessoal devidamente formado. 2. Devem utilizar-se luvas e protecção para os olhos e as membranas mucosas. 3. Projecções e aerossóis só podem ser evitados ou minimizados com boas técnicas

de laboratório. O sangue e o soro devem ser pipetados cuidadosamente e não vazados de um recipiente para outro. Pipetar com a boca deve ser proibido. 4. Depois de utilizadas, as pipetas devem ser completamente submergidas num

desinfectante apropriado. Devem ficar no desinfectante durante o tempo que for indicado antes de serem eliminadas ou lavadas e esterilizadas para nova utilização.

5. Tubos de amostras contendo coágulos de sangue, etc. destinados a ser eliminados devem ser tapados com as suas tampas e colocados em recipientes estanques apropriados para esterilização em autoclave e/ou incineração.

6. Desinfectantes adequados devem estar disponíveis para limpar salpicos e derrames (ver Capítulo 14).

Utilização de centrifugadoras

1. O bom funcionamento mecânico de centrifugadoras de laboratório é um requi- sito prévio de segurança microbiológica na sua utilização.

2. As centrifugadoras devem ser utilizadas segundo as instruções do seu fabricante. 3. As centrifugadoras devem ser colocadas de maneira que os agentes possam ver o

interior da cuba para colocar correctamente os recipientes e os copos.

4. Os tubos e recipientes de amostras para centrifugadora devem ser feitos de vidro espesso ou de preferência de plástico e antes de serem utilizados devem ser inspec- cionados para detectar defeitos eventuais.

5. Os tubos e recipientes de amostras devem ser sempre bem tapados (se possível com rolhas de rosca) para centrifugação.

6. Os copos devem ser carregados, equilibrados, fechados e abertos em CSB.

7. Os copos e os recipientes devem ser postos aos pares segundo o peso e, uma vez os tubos no lugar, correctamente equilibrados.

8. O espaço que deve ser deixado entre o nível do fluido e a borda do tubo de centrifugação deve estar assinalado nas instruções do fabricante.

9. Para equilibrar os copos vazios deve utilizar-se água destilada ou álcool (propanol a 70%). Não se devem utilizar soluções salinas nem hipocloretos pois corroem os metais.

10. Para microrganismos dos Grupos de Risco 3 e 4 devem utilizar-se copos de centrifugadora fechados (copos de segurança).

11. Ao utilizar rotores angulares, é preciso assegurar-se que os tubos não estejam demasiado cheios pois podem verter.

12. O interior da cuba da centrifugadora deve ser inspeccionado todos os dias para verificar se há manchas ou sujidades a nível do rotor. Havendo provas de manchas ou sujidade, os protocolos de centrifugação devem ser novamente avaliados. 13. Os rotores e copos da centrifugadora devem ser inspeccionados todos os dias para

detectar sinais de corrosão e rachas finas.

14. Copos, rotores e cubas das centrifugadoras devem ser descontaminados depois de cada utilização.

15. Depois de utilizados, os copos devem ser guardados invertidos para secar o líquido que serviu para equilibrar.

16. Quando as centrifugadoras estão a funcionar, pode haver ejecção de partículas infecciosas transportadas pelo ar. Tais partículas deslocam-se a velocidades demasiado grandes para poderem ser retidas pelo fluxo de ar da câmara de segu- rança se a centrifugadora estiver colocada numa câmara de segurança biológica tradicional de abertura frontal de Classe I ou Classe II. Encerrar as centrifugado- ras em câmaras de segurança de Classe III evita a dispersão generalizada dos aerossóis emitidos. Contudo, uma boa técnica de centrifugação e tubos cuida- dosamente tapados oferece protecção apropriada contra aerossóis infecciosos e partículas dispersas.

Utilização de homogeneizadores, batedores, misturadores e geradores de ultra-sons

1. Os homogeneizadores domésticos (de cozinha) não devem ser utilizados em laboratório pois podem verter ou libertar aerossóis. Misturadores e separadores de laboratório são mais seguros.

2. As tampas e copos ou frascos devem estar em boas condições e sem rachas ou deformações. As tampas devem vedar bem e as juntas devem estar em boas condições.

3. Durante o funcionamento de homogeneizadores, batedores e geradores de ultra-sons, a pressão aumenta no interior dos recipientes, e aerossóis contendo material infeccioso podem escapar-se por interstícios entre estes e as tampas.

Recomendam-se recipientes plásticos, em particular em politetrafluoroetileno (PTFE), pois o vidro pode partir-se libertando material infeccioso e ferindo possivelmente o trabalhador.

4. Durante a utilização, homogeneizadores, batedores e geradores de ultra-sons devem estar cobertos com uma cobertura plástica transparente e robusta que será desinfectada depois da utilização. Sempre que possível, tais máquinas devem ser utilizadas com a sua cobertura numa câmara de segurança biológica.

5. No fim da operação, o recipiente deve ser aberto numa câmara de segurança biológica.

6. Uma protecção auditiva deve ser fornecida ao pessoal utilizando geradores de ultra-sons.

Utilização de separadores de tecidos

1. Os separadores em vidro devem ser envolvidos em material absorvente e seguros por mãos protegidas com luvas. Os separadores plásticos (PTFE) são mais seguros. 2. Os separadores de tecidos devem ser utilizados e abertos numa câmara de segu-

rança biológica.

Manutenção e utilização de frigoríficos e congeladores

1. Frigoríficos, congeladores e arcas de dióxido de carbono sólido (neve carbónica) devem ser descongelados e limpos periodicamente, e ampolas, tubos, etc. quebra- dos durante a conservação devem ser retirados. Durante a limpeza, deve utilizar- se uma protecção facial e luvas de borracha resistentes. Depois da limpeza, devem desinfectar-se as superfícies internas da câmara.

2. Todos os recipientes conservados em frigoríficos, etc. devem estar claramente etiquetados com o nome científico do conteúdo, a data em que foram colocados no frigorífico e o nome da pessoa que o fez. Materiais sem etiqueta e antigos devem ser desinfectados em autoclave e eliminados.

3. Deve manter-se um inventário do conteúdo do congelador.

4. Não se devem guardar soluções inflamáveis num frigorífico excepto se este for à prova de explosão. Para este efeito, devem colocar-se avisos nas portas dos mesmos.

Abertura de ampolas contendo material infeccioso liofilizado

É preciso ter cuidado quando se abrem ampolas de material liofilizado pois, estando o interior da ampola a uma pressão inferior, a entrada súbita de ar pode dispersar uma parte do conteúdo na atmosfera. As ampolas devem ser sempre abertas numa câmara de segurança biológica. O processo recomendado é:

1. Primeiro, desinfectar a superfície exterior da ampola.

2. Fazer um traço no tubo com uma lima mais ao menos a meio do tampão de algodão ou celulose, se este existir.

3. Segurar a ampola com algodão embebido em álcool para proteger as mãos antes de a partir no risco da lima.

4. Retirar delicadamente a parte superior da ampola e tratá-la como material contaminado.

5. Se o tampão de algodão ainda estiver por cima do conteúdo da ampola, removê-lo com pinças esterilizadas.

6. Juntar líquido para voltar a formar a suspensão tendo o cuidado de o fazer lentamente para evitar a formação de espuma.

Armazenagem de ampolas contendo material infeccioso

Ampolas contendo material infeccioso nunca devem ser mergulhadas em azoto líquido pois pode haver o risco das que estão rachadas ou mal arrolhadas partirem ou explodirem à saída. Sendo necessário temperaturas muito baixas, as ampolas devem ser conservadas unicamente na fase gasosa acima do azoto líquido. Também se pode armazenar material infeccioso em criostato ou neve carbónica. O pessoal de laboratório deve usar protecção para os olhos e as mãos quando retira ampolas assim armazenadas.

A superfície externa das ampolas deve ser desinfectada quando são retiradas da armazenagem.

Precauções de base com sangue e outros fluidos, tecidos e excreções orgânicos

Precauções de base (que incluem « precauções universais » (19 ) são destinadas a reduzir o risco de transmissão de microrganismos tanto de fontes de infecção reco- nhecidas como desconhecidas ( 2).