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A prevenção é a estratégia básica para o controle da transmissão das DST, se dá por meio da constante informação para a população geral e das atividades educativas que priorizem: a percepção de risco, as mudanças no comportamento sexual e a promoção e adoção de medidas preventivas com ênfase na utilização adequada do preservativo (BRASIL, 2006).

As mulheres mesmo sabendo que o uso do preservativo é necessário como pré- requisito para o tratamento e prevenção de futuras complicações relacionadas a outras DSTs, 30% delas admitem não estarem usando, mas, demonstram uma certa vontade em inserir em seus relacionamentos o que é justificado pelo medo da reinfecção. Percebe-se nas entrevistadas dificuldades nas mudanças comportamentais relacionadas ao auto- cuidado e prevenção, muitas afirmam que já tentaram usar preservativos, mas que não conseguiram se adaptar.

[...] Ha então agente se cuida como dá (RISOS)! [...]

[...] Não, porque já sou casada a 25 anos, só no começo que usamos, mas hoje tudo normal (RISOS)! [...]

Os motivos para a não-adesão à "camisinha" vão desde a idéia de que a contaminação só ocorre com os outros, passam pela falta de informação, pela diminuição da auto-estima, pelo descaso com o auto-cuidado das pessoas, pela falta de autonomia ou mesmo pela vergonha e pelo medo de se expor a uma situação embaraçosa em função do uso do preservativo (SOUSA et al, 2005). 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% Não Sim Sim Não

FONTE: Questionário/ Feix, 2011.

FIGURA 6: USO DE PRESERVATIVOS

70% das mulheres entrevistadas acreditam que o uso de preservativos em todas as relações sexuais deve se tornar um hábito, pois após contraírem HPV sofrem com o medo de contraírem outras possíveis DSTs.

O medo da reinfecção e/ou contaminação de outras DSTs torna-se o principal fator para a prática do sexo seguro, sendo que além da proteção individual ocorre também a preservação do parceiro visto que o HPV pode ter recidivas das lesões e sem proteção essas mulheres podem disseminar o vírus para outras pessoas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo permitiu que percebêssemos que apesar da alta prevalência de casos de HPV, a doença ainda é desconhecida por muitas pessoas e por mais que existem várias informações sobre as DSTs algumas mulheres apresentaram desconhecimento de fatores relacionados a doença como as formas de tratamento e prevenção.

Diante dos resultados desse estudo, percebemos que a falta de conhecimento das mulheres portadoras do vírus faz com as mesmas desenvolvam sentimentos negativos em relação ao diagnóstico e convívio com a doença, resultando em impactos e traumas psicológicos que afetam diretamente a retomada da vida normal.

Em contrapartida percebeu-se que após o diagnóstico de HPV, as mulheres tiveram seus relacionamentos abalados por fatores relacionados a desconfiança e diminuição da atividade sexual, ressaltamos, portanto a necessidade de um cuidado e a atenção integrada a essas mulheres, fornecendo informações esclarecedoras sobre os conceitos verídicos da doença.

O fornecimento de informações adequadas além de contribuir para adesão ao tratamento proporciona conforto emocional, minimizando os traumas e impactos causados pela doença, uma vez que as mulheres passam a compreenderem o contexto da infecção, favorecendo um comportamento favorável á saúde.

Através desse estudo percebemos que nós, profissionais de saúde, temos por dever assistir e auxiliar os indivíduos a manter ou readquirir o bem-estar e a saúde por meio de uma abordagem educativa benéfica que possibilite, dentre outras coisas, o enfrentamento de doenças e a busca pela saúde por meio da prevenção.

Espera-se com este estudo, juntamente com outros da mesma temática, contribuir para uma reflexão sobre as estratégias que possam ser desenvolvidas nas instituições especializadas ou até mesmo de atenção básica, em especial no setor de DSTs, com o intuito de minimizar o impacto psicológico causado pelo diagnóstico e convívio com o fato de ser portadora do HPV.

Concluímos nesse estudo que os profissionais de enfermagem devem se sensibilizar, quanto à importância das ações de educação em saúde, principalmente no sentido de esclarecer idéias formuladas sem base real que podem causar desconforto e sofrimento a essas mulheres portadoras do HPV, ou até mesmo prejudicar seu comportamento na busca de saúde.

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