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5 METODOLOGIA

5.2 SELEÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS

Esta pesquisa contou com a participação da diretora da instituição escolar pesquisada, por meio de uma entrevista com a qual tivemos informações diversas sobre a realidade e a rotina dos professores da instituição prisional. Sua duração foi de aproximadamente duas horas, com especial destaque por ter sido realizada dentro da instituição prisional, especificamente nas dependências da secretaria da escola, por mim, Alisson José Oliveira Duarte, e por minha orientadora, Professora Helena de Ornellas Sivieri Pereira. Tivemos autorização do Diretor Geral da penitenciária para adentrarmos a unidade prisional no dia 30 de março de 2016 para realizarmos essa entrevista.

Essa primeira entrevista inicialmente tinha uma finalidade “piloto”, isto é, de aferir nosso instrumento de pesquisa antes de aplicá-lo diretamente aos professores. No entanto, as informações recolhidas na ocasião se mostraram qualitativamente úteis para a complementação de dados dessa pesquisa, uma vez que as informações prestadas pela diretora revelaram intensamente as especificidades da rotina de trabalho dos professores, bem como as normativas impostas pela instituição prisional.

Depois desse primeiro contato com o interior da instituição e com a diretora da escola, seguiram finalmente as entrevistas com cinco professores voluntários que contribuíram respondendo por meio de sua experiência profissional as questões basilares desta pesquisa.

Todas as entrevistas possuem em média 1h20min de duração. Devido a questões burocráticas da instituição total, bem como para não “atrapalharmos” o desempenho dos professores no interior das salas de aula, as entrevistas foram realizadas fora do horário. Algumas das entrevistas (duas) foram realizadas nas dependências da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em sala devidamente reservada, enquanto três foram realizadas em período noturno nas dependências de uma terceira instituição (uma escola estadual do ensino regular, com localização central do município de Uberaba-MG), onde os professores se reúnem quinzenalmente para a realização dos módulos de educação permanente e conselho de classe.

Tratando-se de uma pesquisa voltada para a compreensão da identidade de docentes da educação escolar de uma instituição prisional, foi importante que os docentes tivessem pelo menos um ano de experiência no referido campo, de modo que tivessem condições de expressar conhecimentos vivenciais consolidados e relevantes para essa pesquisa; igualmente, foi considerado fundamental que os docentes já tivessem experiência profissional com alunos socialmente livres. Conforme os critérios de inclusão para a participação da pesquisa, descrevemos a seguir as informações básicas que caracterizam o perfil profissional dos professores entrevistados, lembrando que para manter o caráter ético desta pesquisa, os verdadeiros nomes dos entrevistados serão mantidos em sigilo e devidamente substituídos por pseudônimos:

A primeira professora entrevistada: Josefina, 59 anos, 37 anos de formação em Licenciatura em Letras, igual tempo de docência na educação regular (crianças e jovens), nove anos de experiência na educação escolar de alunos em privação de liberdade. Não tem formação complementar. No momento estava concluindo o curso “Educação de Jovens e

Adultos em privação de liberdade”, EaD, 360 horas. A entrevista foi realizada no dia 14 de abril de 2016, na escola estadual X, fora da unidade prisional.

A segunda professora entrevistada: Ariane, 35 anos, possui formação em Licenciatura em Ciências Biológicas, dez anos de formação, tem experiência com crianças, jovens e adultos, possui quatro anos de experiência no campo da educação escolar de alunos em privação de liberdade. Não tem formação complementar, no momento estava concluindo o curso “Educação de Jovens e Adultos em privação de liberdade”, EaD, 360 horas. A entrevista foi realizada no dia 14 de abril de 2016, na escola estadual X, fora da unidade prisional.

O terceiro professor entrevistado: Thiago, 35 anos, possui formação em Licenciatura em Letras (2015), 4 anos de docência (iniciou na docência antes de concluir sua formação), tem experiência com crianças, jovens e adultos, três anos de experiência no campo da educação escolar de alunos em privação de liberdade. Possui cursos na área de espanhol e português. Entrevista realizada no dia 5 de maio de 2016, nas dependências da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM.

A quarta professora entrevistada: Antônia, 58 anos, possui formação em Licenciatura em Letras (26 anos de formação), 25 anos de docência, tem experiência com jovens e adultos, seis anos de experiência no campo da educação escolar de alunos em privação de liberdade. Não tem formação complementar, no momento estava concluindo o curso “Educação de Jovens e Adultos em privação de liberdade”, EaD, 360 horas. Entrevista realizada no dia 23 de maio de 2016, nas dependências da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM.

A quinta professora entrevistada: Letícia, 40 anos, possui formação em Licenciatura em Ciências Sociais, dez anos de formação, nove anos de docência, tem experiência com crianças, jovens e adultos, possui cinco anos de experiência no campo da educação escolar de alunos em privação de liberdade. Não tem formação complementar, no momento estava concluindo o curso “Educação de Jovens e Adultos em privação de liberdade”, EaD, 360 horas. Entrevista realizada no dia 9 de junho de 2016, na escola estadual X, fora da unidade prisional.

Todas as entrevistas foram audiogravadas e redigidas com fidelidade, assim como foram recolhidas da fonte. A seleção dos professores ocorreu de maneira aleatória e voluntária, respeitando os preceitos éticos desta pesquisa. Para tanto, no dia 14 de abril de 2016, antes de iniciar o módulo de educação permanente dos professores em foco, na escola estadual X, às 18h50min. Apresentei-me como pesquisador para o corpo docente, que já se

encontrava reunido em uma determinada sala de aula, falei dos objetivos da pesquisa, de todas as condições para a participação voluntária, do sigilo de sua identidade e do direito de interromper a participação quando quisessem. A maioria (três) manifestou o interesse em participar desta pesquisa após a apresentação, outros dois se propuseram após conversas informais no intervalo do módulo de educação permanente. Nesta ocasião, eu registrei o contato telefônico dos voluntários, com os quais posteriormente agendei horário e local oportuno para a realização das entrevistas. Todos os participantes leram, concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

5.3 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR DA UNIDADE PRISIONAL