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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

I. Seleção e definição das categorias ambientais

A seleção e a definição das categorias ambientais devem levar em consideração as preocupações ambientais identificadas no objetivo e no escopo do estudo. Os requisitos e critérios para a seleção e definição das categorias são:

• As categorias, devem ser definidas com base no conhecimento científico, de forma clara e transparente,

• As categorias devem explicitar o(s) foco(s) do(s) problema(s) ambiental(is) em estudo represenando tanto as preocupações do estudo quanto efeitos cientificamente observáveis sobre os recursos, ambiente natural ou saúde humana.

• As categorias devem permitir a clara identificação dos dados apropriados a serem coletados do inventário e que levam em consideração o foco de preocupação ambiental.

São exemplos de categorias de problemas ambientais normalmente utilizadas (Ferreira, 2004):

- Exaustão de recursos não renováveis: A extração de combustível fósseis ou minerais, minérios, etc.

- Aquecimento Global: Quantidades cresentes de CO2, N2O, CH4, aerossóis e outros

gases na atmosfera terrestre estão conduzindo a uma absorção cada vez maior da radiação infravermelha emitidas pela Terra, e consequentemente, a um aquecimento global.

- Redução da camada de ozônio: A exaustão da camada de ozônio conduz a um crescimento na intensidade de radiação ultravioleta que atinge a superfície da Terra, o que pode resultar no aumento na incidência de doenças, danos a diversos tipos de materiais e interferências com o ecossistema.

- Toxicidade humana: A exposição a substâncias tóxicas (através do ar, água ou solo, especialmente através da cadeia alimentar) causa problemas à saúde humana.

- Ecotoxicidade: A flora e a fauna podem sofrer danos, algumas vezes até irreversíveis, causados por substâncias tóxicas.

- Acidificação: A deposição ácida, resultante da emissão de óxidos de nitrogênio e enxofre para a atmosfera, para o solo ou para água pode conduzir a mudanças de acidez de água e do solo, com efeito negativo tanto sobre a fauna quanto sobre a flora.

- Oxidantes fotoquímicos: Sob a influência dos raios ultra-violetas, os óxidos de nitrogênio reagem com substâncias orgânicas voláteis, produzindo oxidantes fotoquímicos que causam o nevoeiro denominado smog.

- Nutrificação: A acidificação de nutrientes à agua ou ao solo aumenta a produção de biomassa. Na água, isto conduz a uma redução na concentração de oxigênio, o que afeta outros organismos vivos como por exemplo os peixes. Tanto no solo quanto na água a nutrificação pode levar a alterações indesejáveis no número de espécies no ecossistema e portanto a problemas relativos à biodiversidade.

II. Classificação

A classificação tem o objetivo de atribuir a cada uma das categorias selecionadas e identificadas, os dados correspondentes do inventário, por exemplo a emissão do fosfato contribue à categoria de nutrificação.

Outro exemplo as emissões de dióxido de carbono, monóxido de carbono, N2O e NOx

contribuem para a categoria aquecimento global, pois o mecanismos básico destes gases consiste em aprisionar a radiação infravermelha oriunda da superfície da Terra, reenviando-a de volta para a própria Terra, conduzindo a uma elevação da temperatura do planeta.

III. Caracterização

Na caracterização, as contribuições para cada impacto ambiental são quantificadas, por exemplo, algumas delas que estão descritas a seguir (Chehebe, 2002):

- Exaustão dos Recursos Não Renováveis - Potencial de Aquecimento Global - Formação de Oxidantes Fotoquímicos - Potencial de Acidificação

- Potencial de Toxicidade Humana - Ecotoxicidade Aquática

- Ecotoxicidade Terrestre - Potencial de Nutrificação

- Potencial de Redução da Camada de Ozônio

Para maiores esclarecimentos da medida do problema ambiental, tem-se como exemplo o caso do aquecimento global, o qual deve incluir a contribuição de todos os gases que causam o aquecimento do planeta tomando-se o CO2 como susbtância de referência. Assim, o

efeito do gás metano, por exemplo, é expresso em termos da quantidade equivalente de CO2

que causaria o mesmo efeito de aquecimento global.

Vários modelos ambientais têm sido desenvolvidos para determinar a equivalência dos poluentes emitidos, esses modelos fornecem os chamados fatores de equivalência ou fatores de equivalência ou fatores de caracterização. Os fatores de caracterização indicam quanto um determinada susbstância contribui para um determinado problema ambiental comparada a uma substância de referência.

IV. Normalização

A caracterização resulta em traçar um perfil ambiental, porém em alguns casos pode ser necessário normalizar os dados ambientais em relação a uma referência, como por exemplo (SAIC, 2006):

- Um determinado produto ou substância;

- Uma determinada condição de referência (área geográfica) - Um determinado valor crítico (valor legal de limite de poluição)

V. Ponderação

Em alguns casos que apresentam uma grande quantidade de dados envolvidas e existe complexidade para relacioná-los, prefere-se trabalhar com um indicador único ambiental. Este é formado atribuindo-se pesos a cada categoria de impacto em termos de sua importância, somando-se, após isso, os resultados ponderados.

O fator de ponderação pode diferir de um país para outro devido ao estabelecimento de diferentes critérios em cada país. O ponto de vista político também afeta o processo de ponderação, como um resultado, por exemplo de diferentes opiniões sobre a importância relativa de problemas locais, como por exemplo, a nutrificação comparada a aspectos globais, tais como aquecimento global e redução da camada de ozônio (SAIC, 2006).

2.3.5 Interpretação

O objetivo da fase de interpretação é analisar os resultados, tirar conclusões, explicar as limitações e fornecer recomendações para um estudo de inventário do ciclo de vida ou uma análise completa do ciclo de vida. Deve-se nesse estágio, consultar os objetivos e o escopo definidos incialmente para o estudo. De forma geral, a fase de interpretação está compreendida nas seguintes etapas (Chehebe, 2002):

- Identificação das questões ambientais mais significativas: Esta etapa envolve a estruturação das informações provenientes do inventário, identificação das questões ambientais relevantes para o estudo.

- Avaliação: O objetivo desta etapa é fazer uma síntese do estudo baseado nas fases anteriores da ACV e nos dados estruturados na primeira etapa da interpretação. Assegurando que as entradas e saídas identificados no estudo representem informações importantes para o mesmo.

Outro objetivo desta etapa é checar a confiabilidade dos resultados, esta pode ser feita através de uma análise de sensibilidade. Assim, pode-se descobrir em que extensão pequenas mudanças nos dados influenciam o resultado final.

2.3.6 Métodos de Análise de Impacto na ACV

Ao longo dos anos várias metodologias foram elaboradas para realização da análise de impacto de um Análise do Ciclo de Vida, a seguir estão listadas as mais utilizadas nos estudos de ACV.