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Todas as espécies cultivadas foram coletadas, identificadas e herborizadas. A identificação foi feita por análises morfológicas e comparação com exemplares previamente identificados e depositados no Herbário OUPR e uso de bibliografia especializada. Os materiais testemunhos foram depositados no Herbário OUPR, da Universidade Federal de Ouro Preto.

Dentre as espécies vegetais cultivadas, se selecionaram as de maior relevância (Apêndice 15) e que foram comuns às diferentes técnicas tradicionais (COB-Tratamento cobertura, ORG-Tratamento resíduos orgânicos, EST-Tratamento esterco) empregadas no manejo do solo, priorizando as espécies alimentares e medicinais.

4.4.1 Análises Químicas das Amostras Vegetais

Sete espécies entre alimentares e medicinais, foram selecionadas para análises químicas dos elementos em seus órgãos. Para tal, se utilizou o método de digestão com auxílio de micro-ondas de acordo com Gonzalez et al. (2009).

Para as análises químicas: foram utilizadas as partes comestíveis de cada espécie (folhas, caule e fruto) considerando três réplicas por indivíduo, 9 amostras pôr espécie e 189 amostras pelas 7 espécies analisadas, nos 9 quintais selecionados.

As espécies selecionadas para a determinação da concentração de elementos químicos foram: Cebola (Allium fistulosum L.) – parte analisada caule e folha, número registro no Herbário OUPR, Universidade Federal de Ouro Preto 30374, Couve (Brassica oleracea L.) – folha, número de registro 30359, Chuchu (Sechium edule (Jacq.) Sw.) - folha, número de registro 30358, Hortelã (Mentha × villosa Huds.) folha, número de registro 30556, Taioba (Xanthosoma taioba E.G.Gonç.) - folha, número de registro 30525, Tomate (Solanum lycopersicum L.) folha e fruto, número de registro 30591, Limão (Citrus limon (L.) Osbeck) – folha, fruto e casca do fruto, número de registro 30396.

As partes da planta foram separadas, pesadas e posteriormente lavadas com água abundante água da torneira, água destilada por três vezes após uma limpeza rápida com água deionizada para remover as impurezas presentes nas amostras (máx. 2 min). Posteriormente, as amostras foram secas em estufa com circulação de ar a 40oC por 72h, ou até que atingiram o peso constante dependendo da espécie. Após secas, as amostras foram novamente pesadas para determinação do peso seco, trituradas em um moinho de facas e armazenadas em frascos plásticos devidamente codificados, as amostras acondicionadas foram encaminhadas para o Laboratório de Geoquímica DEGEO/UFOP.

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As amostras vegetais foram digeridas em micro-ondas em uma solução de ácido nítrico e peróxido de oxigênio, de acordo com Gonzalez et al. (2009) a fim de determinar o teor dos elementos.

A determinação dos elementos Al, As, Ba, Be, Ca, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, K, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Ni, P, Pb, S, Sr, Ti, V, Y , Zn presentes nas amostras foi realizada por espectroscopia de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES), e por espectroscopia de massas com plasma indutivamente acoplado (ICO-MS).

Para a digestão das amostras vegetais utilizou-se metodologia de digestão ácida com auxílio de micro-ondas (Gonzalez et al. 2009). Inicialmente as amostras foram mantidas em estufa a 50ºC por 3 horas para eliminação da umidade, em seguida pesou-se 0,25 gramas, que foram imediatamente transferidas para os tubos do equipamento de micro-ondas nos quais foram adicionados 7 ml de ácido nítrico 2 mol/L e 1 ml de peróxido de hidrogênio. Posteriormente, os frascos foram frouxamente tampados e mantidos em capela por 12 horas para a pré-digestão das amostras. Finalizado esse período, procedeu-se o procedimento de fechamento dos frascos e a colocação destes no equipamento de micro-ondas (Milestone/Ethos one) com programação de aquecimento conforme demonstrado na Figura 4.4.

Figura 4.4- Exemplificação do programa de aquecimento utilizado no micro-ondas Milestone/Ethos one para auxílio na digestão das amostras vegetais, adaptado de Figueiredo (2014).

250 200 150 50 0 0 15 30 45 65 93 Tempo (min) T e m pera tura ( °C)

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Após o desligamento do micro-ondas aguardou-se cerca de duas horas para que as soluções atingissem a temperatura ambiente e então os frascos foram abertos. Após a abertura, as soluções foram transferidas para tubos de centrifuga de 15 ml de capacidade previamente limpos e pesados. Durante a transferência foi utilizada água ultrapura para retirada de toda a solução dos frascos de micro-ondas e para elevar o volume da solução para 15 ml. Posteriormente, os frascos de centrifuga contendo as soluções foram novamente pesados, o volume final da solução de plantas solubilizadas foi determinado e estas foram encaminhadas para determinação da concentração dos elementos no ICP-OES.

Todas as rodadas de amostras foram acompanhadas por um branco para certificação da qualidade dos reagentes utilizados e da ausência de contaminação. Para validação do procedimento de solubilização e determinação da concentração dos elementos químicos foi utilizado o material de referência, certificado, NIST 1515 (folhas de maçã).

4.5 Análises Estatísticas

A distribuição das concentrações de elementos químicos obtida com os diferentes métodos foi testada quanto a normalidade e homogeneidade de variâncias para escolha da análise empregada para comparação dos valores médios dos elementos.

Foram utilizadas análises multivariadas para determinação das principais variáveis explicativas (de fertilidade nos solos), sob diferentes métodos de cultivo tradicionais. Os teores médios de elementos químicos nos solos e nas plantas, utilizando-se as diferentes técnicas empregadas para manejo, foram comparados. Para tal, se realizaram análises de testes de médias (Zar 2009).

Os resultados obtidos foram avaliados e comparados entre as diferentes técnicas de cultivo empregadas, assim como comparados com os limites máximos permitidos de contaminantes inorgânicos em alimentos segundo a regulamentação internacional e nacional. Desta forma serão obtidas inferências sobre possíveis riscos no consumo de espécies cultivadas em solos de canga, assim como verificar a eficiência nas técnicas empregadas.

4.6 Forma de Apresentação dos Resultados

Os resultados estão apresentados em forma de artigos científicos, divididos por capítulos, correspondendo a os capítulos 5, 6 e 7. As figuras e tabelas constantes dos artigos foram renumeradas para o atendimento das normas de diagramação de tese do Programa de pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais, da Universidade Federal de Ouro Preto. A diagramação restante dos artigos atende às normas das revistas a que foram ou serão submetidos no que tange a formatação das bibliografias e apresentação dos dados. .

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