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Salve Salve, doutor(a)!

Vamos dar início ao noss estudo sobre sentença e, para tanto, precisamos fazer um leitura dos artigos 381 a 392 do Código de Processo Penal!

Venha comigo!

Art. 381. A sentença conterá:

I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las;

II - a exposição sucinta da acusação e da defesa;

III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;

IV - a indicação dos artigos de lei aplicados;

V - o dispositivo;

VI - a data e a assinatura do juiz.

Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.

Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.

§ 1o Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei.

§ 2o Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os autos.

Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 1o Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código.

§ 2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento.

§ 3o Aplicam-se as disposições dos §§ 1o e 2o do art. 383 ao caput deste artigo.

§ 4o Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento.

§ 5o Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá.

Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.

Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:

I - estar provada a inexistência do fato;

II - não haver prova da existência do fato;

III - não constituir o fato infração penal;

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IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;

V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;

VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;

VII – não existir prova suficiente para a condenação.

Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz:

I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;

II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas;

III - aplicará medida de segurança, se cabível.

Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:

I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer;

II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;

III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões;

IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;

V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro;

VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em resumo e designará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1o, do Código Penal).

§ 1o O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta.

§ 2o O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade.

Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste caso o juiz a rubricará em todas as folhas.

Art. 389. A sentença será publicada em mão do escrivão, que lavrará nos autos o respectivo termo, registrando-a em livro especialmente destinado a esse fim.

Art. 390. O escrivão, dentro de três dias após a publicação, e sob pena de suspensão de cinco dias, dará conhecimento da sentença ao órgão do Ministério Público.

Art. 391. O querelante ou o assistente será intimado da sentença, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado. Se nenhum deles for encontrado no lugar da sede do juízo, a intimação será feita mediante edital com o prazo de 10 dias, afixado no lugar de costume.

Art. 392. A intimação da sentença será feita:

I - ao réu, pessoalmente, se estiver preso;

II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança;

III - ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração, expedido o mandado de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;

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IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver constituído não forem encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;

V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver constituído também não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;

VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça.

§ 1o O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, e de 60 dias, nos outros casos.

§ 2o O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital, salvo se, no curso deste, for feita a intimação por qualquer das outras formas estabelecidas neste artigo.

Agora que já conseguimos fazer uma leitura atenta dos dispositivos, o primeiro ponto que você deve ter em mente é que, nesse momento, estamos na presença do princípio da correlação entre acusação e sentença. Em outras palavras, meu amigo(a), o julgador, ao exarar sua sentença, deverá guardar respeito ao fato descrito na denúncia ou na queixa, dele não se afastando quando da atividade decisória.

Ainda, o juiz é livre para apreciar os fatos e o direito, desde que o faça fundamentadamente, segundo os critérios racionais e calcados na ordem jurídica vigente.

Para tratarmos do instituto da emendatio libelli é preciso recordarmos do artigo 383 do CPP:

Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.

§ 1o Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei.

§ 2o Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os autos.

Assim, a emendatio libelli se materializa através da autonomia de decisão do magistrado, que pode dar definição jurídica diversa da constante da denúncia, ainda que tenha de aplicar pena mais grave. Nesse caso, doutor(a), os fatos narrados na denúncia são mantidos, porém, se conclui que esses fatos respondem a um tipo penal diverso daquele atribuído pela acusação na inicial, como, p.ex. uma denúncia que narra o crime de roubo e a acusação capitula como crime de furto, ocasião em que o Juiz poderá condenar ao agente criminoso pelo crime de roubo, também, por conta da máxima do processo penal: “o réu se defende dos fatos e não da capitulação legal imputada”. É possível, ainda, que a emendatio ocorra em segunda instância, porém, a providência não poderá resultar em aplicação de pena mais grave ao réu se o recurso houer sido interposto exclusviamente pela defesa (logo na sequência da nossa aula vamos tratar sobre recursos e você entenderá melhor).

Outro insituto é o da mutatio libelli, ou seja, mudança da acusação. Aqui, meu amigoa), ocorrerá durante a instrução criminal, ocasião em que, com a produção da prova, surgem elementos que indiquem a ocorrência de fatos que, em que pese sejam relevantes para a configuração da infraçao penal (elementoares do tipo e circunstâncias) não tenho sido explicita ou implicitamente mencionados na exordial acusatória. Nessa hipótese, o

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MP deverá aditar a denúncia, modificando a descrição dos fatos ou sua definião jurídica. Diferentemente do que ocorre com a emendatio, a mutatio não pode ocorrer em segunda instância.

Vamos em frente!

A sentença absolutória, proferida por juiz singular, ocorrerá nas seguintes hipóteses:

I – Estar provada a inexistência do fato:

II – Não haver prova da existência do fato: aqui, o fato criminoso pode até ter existido no mundo dos fatos, porém, através da atividade persecutória do Estado, não foi possível averiguar provas que o comprovem, diferentemente da hipótese acima.

III – Não constituir o fato infração penal: é o típico caso do juiz conhecer, p.ex. uma fraude civil em um

“suposto crime” de estelionato, devendo absolver o agente.

IV – Estar provado que o réu não concorreu para a infração penal: ou seja, meu amigo(a), aqui há elementos probatórios suficientes que apontam que o réu não participou da infração penal.

V – Não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal: nesse caso, o réu poder até ter praticado a infração, porém, através da atividade persecutória do Estado, não foi possível averiguar provas que o comprovem o envolvimento do agente.

VI – Existir circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena (arts. 20,21, 22, 23, 26 e §1º do art.

28, todos do CP), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência: aqui, doutor(a), estamos diante das excludente de ilicitude e de culpabilidade.

VII – Não existir prova suficiente para a condenação: essa é a hipótese que representa o princípio do favor rei. O ônus de provar a materialidade e autoria cabe ao orgão acusador.

Por fim, é amplamente pacífico (na doutrina e na jurisprudência) que o réu tem legitimidade para recorrer de sentença absolutória com o fim de alterar o inciso que fundamentou a absolvição (para que haja coisa julgada no cível), salvo o caso de inexistência material do fato (art. 386, I e IV, do CPP).

Portanto, a sentença absolutória faz coisa julgada material, razão pela qual, o transito em julgado faz com que se torne imutável, tendo em vista que não há em nosso ordenamento jurídico, revisão criminal pro societate, ainda que posteriormente se descubram existência de provas que incriminem o acusado.

Há, também, a sentença condenatória, ocasião em que nesta, o juiz julga procedente a pretensão acusatória proposta pelo órgão do Ministério Público, reconhecendo a responsabilidade do réu e lhe aplicando a pena privativa de liberdade.

A senteça condenatória vem prevista no artigo 387 do CPP. Vamos rememorar:

Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:

I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer;

II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;

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III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões;

IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;

V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro;

VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em resumo e designará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1o, do Código Penal).

§ 1o O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta.

§ 2o O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade.

Assim, proferida a decisão condenatória, como consequência, operam-se os seguintes efeitos:

Acarretará a preclusão dos vícios existentes na peça acusatória;

Haverá a interrupção do prazo prescricional;

Haverá a certeza da obrigação de reparar o dano decorrente da infração;

Inscrição do réu no rol dos culpados (somente após o trânsito em julgado)

Com o trânsito, será apta a gerar a reincidência;

Perda em favor da União dos instrumentos ou produto do crime;

Impossibildiade de concessão de sursi, salve condeção a pena de multa;

Revogação do sursi ao beneficiário condenado em sentença irrecorrível por crime doloso;

Impossibilidade de revogaçao do sursi ao beneiciário, condenado em sentença irrecorrível, por crime culposo ou contravençao, a pena privaiva de liberdade ou PRD.

Revogação do livramento condicional do liberado condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível;

Efeitos extrapenais específicos; perda do cargo, função pública ou mandado eletivo.

Assim, meu amigo(a), encerramos mais um tópico em nossa aula!

Te espero na sequência!

Vamos adiante!

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Da graça, anistia e indulto.

Bem-vindo ao nosso último tópico de estudo!

Saiba que a jornada com você está sendo muito gratificante!

Por isso, vamos adiante!

Primeiramente, meu amigo(a), os institutos da graça, anistia e indulto são tratados como “Perdão constitucional”.

Assim, “perdão constitucional” é o termo que designa as causas extintivas da punibilidade (anistia, graça e indulto), prevista na Constituição Federal, em que o Estado abre mão do direito de punir, por razões de política criminal, praticando atos de clemência ou indulgência.

Porém, é necessário que você tenha em mente que a Constituição impõe um certo limite ao perdão constitucional, veja só:

Art. 5º. [...]

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem

Desse modo, eles não podem ser concedidos em relação a crimes hediondos e equiparados.

Porém, STF (através do Plenário), na ADIN 5.784, por 7 a 4, reconheceu, em 09/05/2019, o direito de o Chefe do Poder Executivo Federal, dentro das hipóteses legais, editar decreto concedendo o indulto, independentemente o mérito do decreto (desde que não viole o art. 5º, XLIII).

Agora, eu pergunto a você, concurseiro(a): “Cabe anistia, graça e indulto para o tráfico “privilegiado”?”

O STF já reconheceu que o tráfico “privilegiado” não tem natureza hedionda ou equiparada, logo, admite-se.

Então, para que você memorize uma forma mais fácil os referidos institutos, preste atenção nessa tabela:

ANISTIA GRAÇA E INDULTO

COMPETÊNCIA É do Congresso Nacional É do Presidente da república.

INSTRUMENTO NORMATIVO Se dá través de lei do Congresso Nacional

Concedido via decreto do Presidente.

MOMENTO Antes ou depois do trânsito em julgado.

Só após o trânsito em julgado

INCIDÊNCIA Se aplica a fatos (concretos) Pessoas

Graça – caráter individual Indulto – caráter coletivo.

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Outra pergunta que lhe faço, doutor(a): “Admite-se recusa?”

Como regra, não, em razão da natureza unilateral. O Estado é detentor do direito de punir e, com tais institutos, abre mão de exercê-lo. Caberá, contudo, a recusa, quando se tratar de anistia, graça ou indulto condicionados.

Certo, meu(a) nobre estudante! Foi um enorme prazer ter esse momento junto de você, para que pudéssemos trocar experiências a partir de nosso estudo compartilhado.

Saiba que eu fico amplamente ao seu dispor em minhas redes sociais. Me procure e farei questão de estreitarmos nosso estudo e auxíliá-lo em tudo que estiver ao meu alcance!

Siga firme nos seus estudos!

Um forte abraço!

Fique com Deus!

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