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3. OBJETIVOS

5.3.6. Sequencias da Leiter-R

A seguir são apresentados os valores de Kolmogorov-Smirnov e Levene para o subteste SE de acordo com os grupos etários e séries escolares. Da mesma forma, serão apresentadas as estatísticas descritivas e inferenciais. De acordo com os dados descritos na Tabela 56, o Teste de Levene não relevou homogeneidade das variâncias, mas os valores de Kolmogorov-Smirnov mostraram que para todos os grupos etários houve normalidade na distribuição dos dados.

Tabela 56: Valores de Kolmogorov-Smirnov Z e Levene de acordo com grupos etários para o subteste Sequencias.

Idade Kolmogorov-Smirnov Z (p) Levene (p)

3 1,050 0,221

4 1,023 0,246

5 1,181 0,132

6 1,051 0,219

2,733 0,045

A Tabela 57 apresenta as estatísticas descritivas do subteste SE em função dos grupos etários. As médias obtidas bem como as porcentagens de acerto por cada faixa etária mostram que os grupos se comportam de maneiras semelhantes em relação ao desempenho neste subteste. Da mesma forma os valores de desvio padrão para todas as idades mostrou desempenho bastante homogêneo pois houve pouca variação em torno das médias.

Tabela 57: Estatísticas descritivas para o subteste Sequencias em função dos grupos etários.

Idades N Média DP Mínimo Máximo Porcentagem de acertos

3 32 7,22 1,38 5 10 15,36

4 65 7,72 1,68 4 12 16,42

5 80 7,68 1,85 4 12 16,34

6 45 8,33 2,33 4 14 17,72

A Tabela 58 sumaria os dados obtidos pela análise de Kruskal-Wallis. Assim como observado nas estatísticas descritivas, o teste de Kruskal-Wallis não mostrou diferença significativa entre as faixas etárias, sugerindo que tendências desenvolvimentais para este tipo de tarefa não puderem ser verificadas entre crianças de 3 a 5 anos.

Tabela 58: Teste de Kruskal-Wallis para efeito da idade no subteste Sequencias.

Idades Posto Médio X2 gl p

3 93,17 4,682 3 0,197

4 111,33

5 111,14

6 124,86

No que tange a amostra em função das séries escolares. Os dados descritos na Tabela 59 mostram homogeneidade das variâncias e valores de Kolmogorov-Smirnov indicou normalidade nas distribuições dos dados referentes aos estágios 1 e 3, o que não foi observado no 2º estágio.

Tabela 59: Valores de Kolmogorov-Smirnov Z e Levene de acordo com as séries escolares para o subteste Sequencias.

Série Kolmogorov-Smirnov Z (p) Levene (p)

1 1,018 0,251

2 1,395 0,041

3 1,000 0,270

1,642 0,196

A tabela 60 apresenta as estatísticas descritivas em função das séries para o subteste SE. Ao verificar as médias por série escolar no que tange ao desempenho no subteste SE, os valores de média foram muito semelhantes entre os três grupos indicando que não há diferenças significativas entre eles.

Tabela 60: Estatísticas descritivas para o subteste Sequencias em função das séries escolares.

Série

(estágio) N Média DP

Mínimo Máximo Porcentagem de acertos

1 63 7,51 1,83 2 13 15,97

2 80 7,68 1,67 4 12 16,34

3 80 7,94 2,10 4 13 16,89

Análise de variância ANOVA entre as séries para o subteste SE não revelou diferença significativa entre os grupos [F(2,220)=0,956; p=0,386]. Análises Post Hoc por comparação de pares de Bonferroni mostraram que não houve diferenças significativas entre as séries escolares. Os valores de significância apontam para desempenhos semelhantes entre todas as séries. As diferenças encontradas entre 1º e 2º estágio, 2º e 3º estágio mostram que os grupos são semlehantes em termos de desempenho. A Tabela 61 apresenta os valores obtidos pela análise de pares de Bonferroni

Tabela 61: Análise de Pares de Bonferroni para efeito da série no subteste Sequencias. Série (i) Série (j) Diferença da Média (i-j) Erro Padrão p

1 2 -0,167 0,317 1,000 3 -0,430 0,317 0,531 2 1 0,167 0,317 1,000 3 -0,263 0,298 1,000 3 1 0,430 0,317 0,531 2 0,263 0,298 1,000

Com exceção do que foi visto até o presente momento, as médias dos grupos em função da idade apontam valores bem próximos indicando um desempenho semelhante entre os grupos etários no subteste SE. Durante a coleta de dados pode ser observado que de forma geral, todas as crianças apresentaram mais dificuldades de compreender e executar esta tarefa quando comparada as demais. Ao contrário das habilidades mais simples relacionadas à visualização, este é o primeiro subteste que envolve raciocínio seqüencial e que demanda maior complexidade cognitiva.

No geral as crianças conseguiam acertar os primeiros itens nos quais o objetivo era escolher um estímulo que completaria a ordem, como por exemplo, escolher o gato pequeno quando um gato médio e um grande eram apresentados numa seqüência. Diante de itens mais complexos que exigiam raciocínio visuo-espacial e rotação mental para completar as sequencias muitas crianças cometeram erros independentemente da idade.

Tais achados se diferenciam daqueles encontrados para a amostra americana em que todos os subtestes apresentam aumento no desempenho em função da idade (Roid e Miller, 1997). De acordo com Anastasi (1977) um teste psicológico válido em relação ao critério de mudanças desenvolvimentais, mede caractarísticas de comportamento que aumentam de acordo com a idade sob as condições existentes no tipo de ambiante no qual foi padronizado. Por isso, diferentes culturas podem estimular e favorecer o desenvolvimento de diferentes características de comportamento, não se pode supor que o critério de diferencição por idade seja universal, sendo circunscrito ao ambiente cultural específico no qual foi criado.

Além disso, o fato deste subteste não apresentar tendências desenvolvimentais pode estar relacionado ao desenvolvimento de raciocínio seqüencial. Isto pode ser verificado nos critérios de padronização de outros instrumentos que avaliam habilidades de raciocínio abstrato e resolução de problemas, presentes em tarefas de seqüenciamento. Os testes de

raciocínio abstrato, em geral são normatizados para crianças a partir dos 6 anos de idade como é o caso do TONI-3. Talvez este fenômeno relacionado ao raciocínio serial ou de sequencias pode ser melhor observado em crianças mais velhas, posterior aos 6 anos.

De acordo com McGrew (2004), o raciocínio seqüencial é uma habilidade específica relacionado ao fator amplo de inteligência fluida, associado à maior complexidade cognitiva de processos envolvidos em execução de tarefas. Trata-se de um processo dedutivo que evidencia a capacidade de raciocinar e tirar conclusões a partir de premissas gerais para situações mais específicas. Devido a esta complexidade, talvez este subteste possa avaliar de forma mais efetiva crianças mais velhas daquelas pertencentes á amostra do estudo e conseqüentemente discriminar melhor os desempenhos em função das idades.

Os resultados observados no subteste Sequencias, quando se considera o efeito de série é semelhante ao que foi observado em função da idade. Como afirma Anastasi (1977), tais critérios podem ser específicos em determinadas culturas e, por isso, nem sempre é possível observar as mesmas tendências em culturas diferentes. Neste sentido, Fagan (2006) afirma que a capacidade de processar informações não varia de uma cultura para outra, mas o que varia são as informações que recebemos para poder processá-las. Por isso, crianças de diferentes culturas diferem naquilo que sabem.

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