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E SFORÇO A DICIONAL DE R EDUÇÃO DE E MISSÕES DE COVNM A primeira versão do PTEN foi desenvolvida em 2002 Na sequência desta versão foi identificada a

E MISSÃO N ACIONAL

3.2. E SFORÇO A DICIONAL DE R EDUÇÃO DE E MISSÕES DE COVNM A primeira versão do PTEN foi desenvolvida em 2002 Na sequência desta versão foi identificada a

necessidade de um esforço adicional de redução de emissões de COVNM para o cumprimento do respectivo tecto de 180 kton, no quadro da Directiva Tectos. Desde então, têm-se envidados esforços para obter informação mais actualizada, o que irá certamente influenciar de forma decisiva as previsões de evolução até 2010 e o cumprimento do tecto nacional de COVNM [PTEN, 2004]. Apesar de se identificarem sectores económicos com maior peso nas emissões nacionais totais, uma das características das emissões de COVNM é a sua origem diversificada, não só no que respeita a sectores de actividade económica, mas também relativamente às próprias actividades que originam estas emissões. Consequentemente, a definição de políticas e medidas com vista à redução das emissões nacionais de COVNM é particularmente complexa, uma vez que não é fácil identificar um conjunto chave de sectores/actividades que sejam simultaneamente responsáveis por uma parte significativa das emissões e para os quais o potencial de redução das mesmas seja elevado.

Embora a adopção de legislação para controlar as emissões de COVNM seja mais recente do que para outros poluentes, como, por exemplo, o SO2, estão em vigor em Portugal instrumentos de

política com este objectivo já desde 1997. Estima-se que estes instrumentos de política ainda em implementação, que integram o cenário de referência, cobrirão aproximadamente 59% das emissões de COVNM nacionais em 2010 [PTEN, 2004]. Considerando, também, a implementação da proposta de Directiva Produtos (COM (2002) 750 final), prevê-se que cerca de 71% (59% + 12%) a 72% (59% + 13%) das emissões totais nacionais de COVNM em 2010, sejam provenientes de actividades que já se encontram sujeitas a regulação com vista à redução de emissões (Tabela 3.2). Tabela 3.2 Abrangência dos instrumentos de política relativamente às emissões totais nacionais em 2010.

COVNM em 2010 (kton) COVNM em 2010 (%)

Cenário Baixo Cenário Alto Cenário Baixo Cenário Alto

Emissões provenientes de actividades/instalações abrangidas

pelas Políticas e Medidas do Cenário de Referência 111,68 123,47 59 59

Emissões provenientes de actividades não abrangidas por

nenhum instrumento em vigor 55,71 59,84 29 28

Emissões de Actividades abrangidas pela Proposta de

Directiva Produtos 22,86 27,31 12 13

Emissões totais de COVNM (Cen Ref + Dir Produtos) 190,25 210,62 100 100

Esforço (adicional) de redução de emissões face ao tecto de

emissão 15,25 30,62 5 15

Definição de Cenários Futuros

Restam, portanto cerca de 56 e 60 kton de emissões, nos cenários baixo e alto, respectivamente, que correspondem a 29 e 28% das emissões totais em 2010 que, de momento, são originadas por actividades sobre as quais não se prevê qualquer regulamentação com vista à redução de COVNM. Destacam-se neste grupo as seguintes actividades:

Combustão de lenha no sector doméstico;

Pavimentação de estradas com misturas betuminosas; Queima de resíduos agrícolas;

Combustão na indústria;

Utilização de produtos diversos no sector doméstico.

Para estas actividades, que não se encontram actualmente sujeitas a opões de redução, realizou-se uma pesquisa na literatura sobre tecnologias/medidas de redução tendo-se detectado apenas informação aplicável à combustão de lenha no sector doméstico e à pavimentação com misturas betuminosas.

A Tabela 3.3 mostra a diferença em relação ao tecto nacional de emissão considerando as diversas opções de redução de COVNM adicionais, em que os primeiros valores de emissões para o cenário baixo e para o cenário alto de 248,14 kton e 273,64 kton, correspondem à primeira versão do PTEN, elaborada em 2002.

Embora, de acordo com a sensibilidade dos diversos agentes económicos relevantes para a emissão de COVNM, o cenário baixo seja o que mais se aproxima da realidade nacional, cumprindo o tecto nacional de 180 kton, deve continuar-se a considerar também o cenário alto segundo o qual, mesmo com a aplicação das diversas opções de redução adicionais, é ainda necessário reduzir 14 kton (∼ 7%) por forma a cumprir com o tecto nacional de emissão.

Definição de Cenários Futuros

Avaliação da Qualidade do Ar: aplicação a cenários de emissões

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Tabela 3.3 Diferença em relação ao tecto nacional de emissão considerando as diversas opções de redução

de COVNM adicionais.

Emissões de COVNM e eficácia dos

instrumentos em vigor/previstos Emissões (kton)

Contribuição de cada medida para esforço de

redução (%) Cenário

Baixo Cenário Alto Cenário Baixo Cenário Alto

2000 2010 2010 2010 2010

Cenário actual sem reduções adicionais 249,16 248,14 273,64 0,00 0,00

Redução devido à Portaria 646/97 – armazenamento e distribuição de combustíveis

8,03 8,52 11 11

Redução devida ao Decreto-Lei n.º242/2001

– utilização de solventes orgânicos 15,19 17,19 21 22

Redução devido ao Decreto-Lei n.º

194/2000 – PCIP 20,56 22,09 28 28

Redução devido a legislação aplicável ao sector dos transportes e melhoria do parque automóvel

3,71 3,92 5 5

Cenário de referência sem Proposta de

directiva produtos 249,16 200,65 221,92 65 65

Redução devido à Proposta Directiva

Produtos 10,40 11,30 14 14

Redução alargada da PCIP ao sector

químico 4,91 5,68 7 7

Redução devido às opções adicionais para

combustão no sector doméstico (-70%) 4,80 5,14 7 6

Redução devido às medidas adicionais do

PNAC para sector dos transportes 5,71 5,71 8 7

Cenário de referência, Proposta Directiva

Produtos e Opções Adicionais 249,16 174,83 194,09 100 100

Tecto nacional (kton) 180

Distância cen ref ao tecto nacional (kton)

Distância cen ref ao tecto nacional (%) 69,16 27,76 20,65 10,29 41,92 18,89 Distância cen ref ao tecto nacional (kton)

com Dir Produtos e opções adicionais Distância cen ref ao tecto nacional (%) com Dir Produtos e opções adicionais

69,16 27,76 -5,17 -2,95 14,09 7,26

Por último, deve-se ter em atenção o elevado grau de incerteza identificado para as estimativas de COVNM em 2000, e avaliado no sentido do decréscimo das emissões, aquando a sua revisão. Com efeito, não deve ser minimizada a importância das seguintes fontes de incerteza que condicionam o cumprimento do tecto nacional de emissões de COVNM:

Incerteza associada às estimativas de emissões de COVNM em 2000 e suas projecções para 2010;

Definição de Cenários Futuros

Incerteza associada à eficácia dos dois instrumentos de política em vigor que mais contribuem para a redução de COVNM em 2010 (PCIP e Decreto – Lei n.º 242/2001); Incerteza associada à estimativa do potencial de redução da Proposta de Directiva Produtos;

Incerteza associada à implementação das opções adicionais identificadas (combustão no sector doméstico e medidas adicionais propostas no âmbito do PNAC para os transportes rodoviários);

Em síntese, nesta fase, e tendo em atenção o nível de incerteza associada à estimativa das emissões dos COVNM, em particular para 2010, é possível delinear genericamente um conjunto de áreas de actuação prioritárias:

Melhorar a informação na base dos inventários nacionais de emissões de COVNM, por forma a minimizar a incerteza, com impacte significativo em 2010;

Garantir a implementação eficaz dos instrumentos do cenário de referência, com especial relevância para PCIP e Decreto – Lei n.º 242/2001, assim como a Proposta Directiva Produtos;

Recolher informação de base sobre combustão de lenha no sector doméstico de modo a estudar a viabilidade da implementação das opções tecnológicas de redução identificadas; Desenvolver esforços nacionais, para que ao nível europeu se estude a possibilidade de reduzir, à escala Europeia, o teor de COVNM na utilização de diversos produtos no sector doméstico;

Decidir quanto à adopção de medidas adicionais do PNAC aplicáveis ao sector dos transportes rodoviários visando clarificar a possibilidade de reduzir emissões de COVNM desta forma.

Actualmente, Portugal, não possuí uma rede de monitorização de qualidade do ar vasta que permita uma avaliação completa em todo o território. Assim, recorre-se frequentemente à modelação numérica para a qual se desenvolveu uma metodologia de cálculo de emissões, descrita no ponto 3.3.

Definição de Cenários Futuros

Avaliação da Qualidade do Ar: aplicação a cenários de emissões

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3.3.DESAGREGAÇÃO DE EMISSÕES – METODOLOGIA “TOP-DOWN”